Weird city, nova série do YouTube, surpreende pela ousadia

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Produção original do streaming do YouTube tem uma equipe de peso e resultado final positivo

Comendo pelas beiradas, as produções originais do YouTube estão, cada vez mais, ganhando um merecido espaço no mundo do entretenimento. A mais nova aposta da plataforma é a ousada Weird city. O grande destaque da série, como o nome já aponta (“cidade estranha”, em tradução literal) é a “estranheza”. Não no sentido de ser diferente, ou falar de coisas diferentes, mas, sim, no sentido de abordar temas tabus de uma forma exagerada e escancarada. Cabe apontar também o elenco de peso da produção, que ajuda a colocar toda essa “estranheza” e um patamar digerível ao público.

Crédito: Reprodução/YouTube – Weird city pega o tabu e joga no ar

Escrita pela estrela dos roteiros, Jordan Peele (que trabalhou em Corra!, Toy story 4 e Infiltrado na Klan), e com presença de Dylan O’Brien, Ed O’Neill, Michael Cera e Auli’i Cravalho, a produção conseguiu reunir um bom número de figuronas, e o resultado — em essência — não decepcionou. Já na vertente criativa, um trunfo da produção é reunir um conjunto de plots bem estranhos, mas sem focar tanto na vertente do sensacionalismo (como outras produções fariam).

Crédito: Reprodução/YouTube – No fundo, a produção equilibra o clichê e o ousado

A comédia conta a história de pessoas aleatórias (os episódios são independentes e duram cerca de 20 minutos) em uma cidade futurística. A Weird city é o nome do lugar em que se passa a produção. Lá não há mais classe média, e a localidade é dividida em duas regiões: dos pobres (“sob da linha”) e dos ricos (“sobre a linha”).

No piloto, o público acompanha o jovem Stu (O’Brien) e uma busca fria pelo amor (já que em Weird city, os softwares escolhem a alma gêmea das pessoas). A grande surpresa do garoto é que, mesmo sendo heterossexual, a alma gêmea designada para si é Burt (O’Neill), um homem com o triplo da idade de Stu.

Crédito: Reprodução/YouTube – Uma reflexão sobre tecnologia também faz parte de Weird city

O garoto, então, deixa o relacionamento seguir o curso da naturalidade e os dois se apaixonam perdidamente, e conseguem superar inclusive o “erro”, que teria sido a junção do nome de ambos pela clínica de relacionamentos, para lutar pelo amor que ambos viverão para a vida.

Crítica de Weird city

Diferentemente do que você deve estar imaginando, a “estranheza” da produção não vem necessariamente do relacionamento de Stu e Burt, mas  sim de situações que a relação cria, como a conversa de Stu no melhor sentido “madrasta” com o filho mais velho de Burt, ou a cura da depressão do filho mais velho de Burt por meio de uma máquina que mais parece um orelhão no meio da rua.

Crédito: Reprodução/YouTube – Stu no papel de madrasta é um das representações cômicas da série

As melhores cenas de comédia não vêm dos casos óbvios, como a cena dos gritos, ou os “infinitos” agentes que visitam o casal em busca de hostilizar a dupla, pelo contrário. É engraçado e leve o desconfortavelmente normal encontro de Burt com os país de Stu, assim como a cena do sorvete. Vale lembrar também a semelhança com Black mirror. Mais latente no segundo episódio, Weird city é como uma irmã gêmea da produção da Netflix, mas baseada na comédia e bem mais positiva.

Os dois primeiros episódios da produção (que totalizam seis) estão disponíveis gratuitamente no YouTube.

Ronayre Nunes

Aprendeu a gostar de séries com Early Edition - #Kyle4Ever - e E.R, hoje gosta de basicamente tudo. Forte entusiasta de um mundo onde fãs de How I Met Your Mother e Friends vivam em paz e harmonia (mesmo gostando mais de Friends).

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