Grande aposta da Netflix, The witcher se perde em uma trama arrastada

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A primeira temporada da série chegou nesta sexta-feira à Netflix. O Próximo Capítulo assistiu aos cinco primeiros episódios de The witcher. Confira crítica!

A Netflix apostou todas as fichas em The witcher, adaptação seriada dos livros e games criados pelo polonês Andrzej Sapkowski nos anos 1990. A ideia da plataforma era abraçar o público, agora órfão de Game of thrones, no nicho das tramas fantasiosas. A intenção era boa. A plataforma escolheu uma saga popular entre esse público, buscou um protagonista conhecido do cenário nerd — Henry Cavill, que outrora foi o Homem de Aço –, e se jogou na divulgação. O problema é que o resultado não foi tão bom assim.

The witcher está disponível desde às 5h01 desta sexta-feira (20/12) na plataforma de streaming. A primeira temporada é formada por oito episódios e gira em torno da história dos três protagonistas: o bruxo e caçador de monstros Geralt da Rivia (Henry Cavill), a misteriosa princesa Cirilla (Freya Allan) e a feiticeira Yennefer (Anya Chalotra), que vivem no mundo conhecido como Continente, local em que humanos, elfos, bruxos, feiticeiras, e outras criaturas mágicas habitam juntos, em meio a conflitos.

Credito: Netflix/Divulgação. Cena da série The Witcher da Netflix.

A série começa apresentando Geralt da Rivia, um guerreiro cheio de honra e de poderes mágicos, mas que a coloca a prova por conta dos trabalhos como mercenário. Em um mundo em que a maioria dos bruxos foram extintos, a única coisa que ele quer é viver sem confrontos com os humanos. Ainda é no episódio de estreia que o espectador conhece Cirilla, a princesa de Cintra — outra com certa magia –, que precisa fugir para sobreviver quando o reino é invadido pelos soldados do império Nilfgaardiano. Durante essa fuga, o objetivo da menina é encontrar Geralt, mesmo que a produção não explique as motivações disso. Então, o espectador, aguarda esse encontro entre os personagens.

É só no segundo episódio em que Yennefer é apresentada. Ela é uma mulher com várias deformidades físicas e preterida pela família, mas chama atenção de uma feiticeira que a leva para ser treinada na escola de magia Aretusa. Do trio, Yennefer é a personagem mais interessante. É a que tem mais nuances a serem aproveitadas. No entanto, ela sofre o mesmo problema que os outros dois: a falta de aprofundamento. A impressão que se tem é de que a série conta uma história sem entregar tudo, quase como se o espectador tivesse que ter um background da saga.

Crítica de The witcher (sem spoilers)

Com uma trama arrastada e sem entregar muita coisa, é difícil entender a motivação dos personagens dentro desse cenário e o que os levará a ficar juntos nessa aventura, como a trama foi vendida em sua sinopse: “The witcher é um conto épico de destino e família. Geralt da Rivia, um caçador de monstros solitário, luta para encontrar seu lugar em um mundo onde as pessoas costumam se mostrar mais perversas do que bestas. Mas quando o destino o leva a uma poderosa feiticeira e a uma jovem princesa com um segredo perigoso, os três precisam aprender a navegar juntos no Continente cada vez mais volátil”.

As narrativas nas entrelinhas são o melhor trunfo de The witcher. É fácil relacionar o ódio e a intolerância às diferenças entre as raças do Continente, ao que se passa no mundo real. A história cita algumas guerras em que os humanos aniquilaram elfos e bruxos para assumir o conhecimento mágico deles.

Credito: Netflix/Divulgação. Cena da série The Witcher da Netflix.

Visualmente, a série também não tem problemas. Os efeitos são bons, e o visual dark é bem construído na tela. As atuações estão longe de se destacarem. Talvez, Anya Chalotra seja a que entregue algo melhor. Henry Cavill continua sendo o Superman visto nos filmes da DC. O que é um problema, já que o ator é um dos que precisaria entregar mais, por viver um personagem dúbio, característica essa que tornou o protagonista tão popular entre os fãs da saga. As cenas de ação são bem feitas, porém, acontecem com menos frequência do que poderia se esperar.

The witcher peca em demorar a se aprofundar em sua história, deixar para engrenar apenas nos três últimos episódios finais é um risco. Além de uma garantia que não se tem.

*Crítica referente aos cinco primeiros episódios da primeira temporada de The witcher

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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