Marcelo Travesso, Ary Coslov, Claudio Boeckel, Marco Rodrigo, Marcus Figueiredo, Wolf Maya Íris ( Eva Wilma )

Televisão perde intensidade com a morte de Eva Wilma

Publicado em Perfil

Atriz Eva Wilma, dona de papéis marcantes na telinha, morreu na noite deste sábado (15/5), deixando novelas e séries sem seu enorme e intenso talento

Intensidade. A palavra é uma das várias que servem para tentar definir a trajetória de Eva Wilma na telinha. Com gestos largos herdados do teatro ー arte que sabiamente Eva nunca abandonou ー e olhar marcante, Eva nos conquistou. A atriz morreu neste sábado (15/5), aos 87 anos, devido a complicações de um câncer de ovário. Deixa legado incalculável para fãs de novela, teatro e cinema.

Não importava se eram mocinhas ou vilãs, se cômicas ou dramáticas, às vezes tragicômicas. Eva Wilma brilhava sempre. Marcou época em seriados, como Alô, doçura (1953 a 1963) e Mulher (1998) ou em novelas como as primeiras versões de Mulheres de areia (1973) e A viagem (1975) e a emblemática A indomada (1997), talvez seu momento de ápice popular. A última novela inteira de Eva foi a controversa O tempo não para (2019).

Eva Wilma como Maria Altiva em A indomada
Eva Wilma como Maria Altiva em A indomada

Mesmo cenas que poderiam ser vistas como usuais ganhavam tintas intensas na pele de Eva, o que não quer dizer que ela não sabia ser delicada. Como sabia! Juntou as duas coisas, entre outros momentos, na cena em que Teresa Pellegrini se despede do filho, no leito de morte dele em Pátria minha (1994); ou quando Hilda Pontes libera Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) de um feitiço lunar tocando piano em Pedra sobre pedra (1992).

Assim como Eva na vida real, muitas das personagens dela estavam à frente do tempo delas, levando à telinha discussões como preconceito, divórcio (ou desquite, melhor dizendo) e o papel social da mulher no casamento e na vida profissional. Foram muitas as mulheres inspiradas por papéis de Eva na telinha.

Para quem já está com saudades dessa grande atriz (o blog está!) algumas produções estreladas por ela estão no catálogo do Globoplay. Recentemente, a novela Roda de fogo (1986), na qual ela vive uma ex-guerrilheira, Maura Garcez. Está prevista para 24 de maio a entrada de Sassaricando (1988) e poderemos nos divertir com a atrapalhada Penélope. Ainda fazem parte do catálogo A indomada e a impagável vilã Altiva, o seriado Mulher e a médica Marta Correia Lopes. O filme São Paulo S/A (1965) também está no catálogo do serviço de streaming da Globo e no Amazon prime.