Seven seconds, da Netflix, traz debate sobre tensão racial nos Estados Unidos

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Corrupção policial, racismo e alcoolismo estão entre os temas da série Seven seconds. Leia a crítica do primeiro episódio!

O assassinato de jovens negros por policiais brancos é o principal debate da série Seven seconds. No entanto, a produção da Netflix, que estreou em fevereiro, traz isso em torno de um contexto diferente e que, sem dúvidas, levanta muitos questionamentos. A produção é baseada no filme The major e também em diversos casos de adolescentes negros mortos nos Estados Unidos, incluindo, a história de Brenton Butler, acusado de assaltos e assassinados e que foi coagido pela polícia a dar essa confissão.

A história de Seven seconds começa quando o policial Peter Jablonski (Beau Knapp) está indo visitar a mulher grávida no hospital, mas se distrai no celular (por apenas sete segundos, daí o nome da série) e atropela um ciclista. A vítima é o adolescente negro Brenton Butler. Jablonski se desespera e liga para o amigo, o também policial Mike Diangelo (David Lyons), que resolve acobertar o crime.

Crédito: JoJo Whilden/Divulgação

O jovem fica horas agonizando em meio à neve em Nova Jersey. Quando, finalmente, é descoberto por pessoas que caminhavam no parque próximo ao local do acidente, ele é levado ao hospital em estado gravíssimo e a família (composta por Latrice, papel de Regina King, e Isaiah, vivido por Russel Hornsby) é informada do acidente. No entanto, assim que os parentes chegam ao local, são tratados com displicência. A polícia tenta a qualquer custo desmoralizar a figura de Brenton (pois o jovem negro de apenas 15 anos estava em um parque suspeito com um bicicleta cara) e achar um culpado, no caso, um mendigo que estava na redondeza.

O caso fica nas mãos de K.J. Harper, papel de Clare-Hope Ashitey, uma promotora alcoólatra e, que, no primeiro momento, devido às condições, acaba aceitando o que a polícia está entregando. No entanto, ao longo do primeiro episódio, ela vai entendendo que há muito mais por trás dessa história.

Crítica de Seven seconds

O primeiro episódio de Seven seconds é um soco no estômago. A produção levanta uma série de questionamentos sobre culpa, responsabilidade, justiça e preconceito. E faz tudo isso mesmo ao escolher um caminho que não era óbvio, que poderia ser um policial que atira à queima roupa em um jovem negro. Ao optar pela sutiliza de um “acidente”, faz com que a tensão racial fique bastante clara nas entrelinhas da investigação.

Crédito: JoJo Whilden/Divulgação

Além de tudo isso, Seven seconds conta com ótimas atuações, destaque para Clare-Hope Ashitey e (a sempre ótima) Regina King, que esteve em The leftovers e American crime. A fotografia da série também é um ponto alto. A cena da poça de sangue deixada na neve após a vítima ter sido atingida é extremamente bem feita e tocante (e você pode vê-la na foto acima). Agora é saber se o seriado segue o mesmo caminho ao longo dos outros nove episódios que completam a temporada. Na torcida!

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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