Seja em Verão 90, seja em Assédio, Gabriel Godoy sempre arrasa!

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Em entrevista ao Próximo Capítulo, o ator Gabriel Godoy fala sobre os dois trabalhos, machismo e o desafio de fazer comédia. Confira a entrevista!

Aos 35 anos, Gabriel Godoy se firma como um dos mais versáteis ator da geração dele. Atualmente, o ator pode ser visto na Globo em duas atrações: como o atrapalhado Galdino da leve Verão 90 e como Leandro, marido que não compreende a dor da esposa, vítima de um médico na contundente Assédio. A versatilidade de Gabriel também aparece nos veículos em que ele aparece, como as séries Homens?, do Comedy Central, O negócio, da HBO, e Além da ilha, no GloboPlay.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Gabriel fala dos papéis que já viveu, dos motivos que o leva a um personagem, do mercado de trabalho para o ator e, a partir de uma comédia, reflete: “Se assumir machista é o primeiro passo” para lutar contra isso. Confira os principais trechos da entrevista!

Gabriel Godoy gosta de transitar entre o drama e a comédia

Leia entrevista com Gabriel Godoy!

Verão 90 se passa na década de 1990. O que mais te marcou naquela época? Você chegou a usar essas memórias na composição do Galdino?
Muitas coisas, pois vivi toda minha infância nos anos 1990. Lembro das minhas idas aos estádios do Morumbi e Pacaembú para ver o Corinthians com meu falecido avô Ivo; da conquista do tetra; da vida em família quando morava com meus pais e minhas irmãs. Sinto falta da convivência em família. Penso que todas essas memórias estão impregnadas em mim e com certeza de alguma forma estão no Galdino. Mas eu também assisti a Armação ilimitada e a Juba e Lula para absorver essa energia carioca dos anos 1990.

O Galdino é seu terceiro papel cômico em novelas. Em outros formatos, como a série Assédio ou o filme Os 3, você fez personagens dramáticos. Tem medo de que a TV aberta te engesse para o grande público como um ator cômico ou apenas intérprete de malandros?
A TV aberta costuma rotular, sim. Mas não tenho medo com relação a isso, pois vai muito do ator buscar novos desafios.

O humor nas novelas acaba te levando a papéis coadjuvantes. Sente falta de um protagonista na tevê?
Eu gosto de bons personagens em boas histórias. Sou muito grato a todos os trabalhos que venho fazendo. É muito difícil ser artista no Brasil. Não posso reclamar de nada. Sinto que todos esses trabalhos que venho fazendo nos últimos anos só me deram mais ferramentas e maturidade artística.

Você está em Assédio e Além da ilha, duas produções de streaming, na série O negócio e na atual Homens!?, da TV fechada. Acha que a qualidade das produções de séries de streaming e TV fechada no Brasil está melhorando?
Sim. Melhorando e crescendo cada vez mais. No atual governo, onde não vemos incentivo à cultura (cinema e teatro) os streamings serão a salvação do mercado.

Como encara esse novo mercado? Para o ator, tem diferença em estar numa novela ou numa produção fechada, como Assédio, por exemplo?
São públicos diferentes. A novela todo mundo vê, querendo ou não, pois às vezes você está em um restaurante e a novela está passando. Está aguardando em um consultório e a novela está passando. Não tem saída. (risos). Mas, ao mesmo tempo, depois de uma semana que acabou, o público já esquece, pois vem outra em seguida. Aí outra e depois outra e depois outra… O público de série quando gosta fideliza e torce por uma próxima temporada. Percebo pela HBO onde fiz 4 temporadas de O negócio, até hoje sou parado pelo público da série.

Em Homens?, o texto se utiliza do humor para falar sobre machismo. Usar da comédia em temas árduos é uma saída para ser escutado por mais gente?
Existem diversas possibilidades de provocar, promover debates e reflexões. Na minha opinião não existe a mais fácil ou a mais difícil. Existem formas. E aí vai da qualidade do projeto conseguir acessar o espectador. Isso é o mais importante. Temos sempre que pensar no público, na minha opinião.

Fazer as séries Assédio e Homens? te alertou para alguma atitude que você tinha e não percebia ser machista?
Com certeza, pois você mergulha nesse universo e nessas questões e aos poucos vai se identificando e percebendo. Eu tenho 35 anos e, com certeza, trago o machismo nas minhas células, devido a minha geração e minha criação. Penso que se assumir machista é o primeiro passo. E a partir disso ter uma busca sempre. Se investigar, se trabalhar para sempre evoluir. Se assumir imperfeito e buscar com humildade o autoconhecimento.

Sua carreira tem mais filmes do que peças e novelas. Isso deixa clara uma preferência sua pelos sets ou simplesmente aconteceu assim? É ali que você se sente mais à vontade?
Por incrível que pareça ainda não. Fiz muitas peças de teatro no começo da minha carreira em São Paulo e pelo Brasil e o audiovisual ainda não passou a quantidade de peças. O que acontece é que eu foquei bastante no audiovisual, pois tinha esse sonho. Demorei para entender o porquê de eu estar longe do teatro. Depois de anos percebi que era devido à demanda de trabalhos no cinema, séries e tv. Nesse mercado instável resolvi “surfar a onda” do momento.

Você chegou a cursar a faculdade de jornalismo. Isso muda, de alguma forma, a sua relação com a imprensa?
Fiz apenas 1 ano e meio de jornalismo e com a cabeça no teatro. Fiz jornalismo, pois sou um apaixonado por futebol e queria trabalhar com jornalismo esportivo. Mas faz muito tempo e foi muito rápido. Não interfere na minha relação com a imprensa.

Em alguns trabalhos seus, como O negócio, você tem cenas de nudez. Isso exige de você um cuidado maior com o corpo ou é desencanado disso?
Cuido do corpo e mente pelo bem do Gabriel Godoy (risos). Sou preocupado em ter uma vida saudável, mas também me permito ter algum deslizes.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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