Love: a série que só deveria ter tido uma temporada

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A nova temporada de Love estreou na Netflix na sexta-feira (10/3), mas a gente podia ter ficado sem essa…

Love é uma daquelas séries que promete ser completamente diferente das outras, mas na realidade seu público segue com a mesma inquietação que o de todas as outras comédias/dramas românticos: “quando é que eles vão ficar juntos?”. Pois o que eu penso é: “quando é que eles vão terminar?”. E gostaria muito de encontrar pessoas que pensam como eu, para a gente se sentar junto em um barzinho e falar mal pra caramba da série. Cadê vocês, amigos? Se apresentem!

Agora, falando sério, se você não viu a primeira temporada de Love, eis o que precisa saber: a série acompanha um relacionamento turbulento, tóxico, desajustado e muito complexo de duas pessoas que aparentemente não tem nada em comum. Durante dez episódios nós ficamos sabendo um pouco sobre Mickey e Gus, e como eles se conheceram e iniciaram um relacionamento. A coisa toda, é claro, é cheia de drama e reviravoltas. No último episódio, Mickey conta que é dependente de drogas, álcool, sexo/amor, e diz que quer passar um ano sozinha para se conhecer melhor e tratar seus vícios. Nisso, Gus a beija em uma das cenas mais egoístas de toda a história da TV e a temporada acaba.

Segunda temporada

A segunda temporada recomeça exatamente onde a primeira terminou: na hora do beijo. Mickey insiste em seguir seu plano de ficar um ano sozinha para se cuidar, mas obviamente não consegue. Sendo assim, durante 12 episódios acompanhamos a tentativa patética e dramática dos protagonistas de tentarem construir um relacionamento.

Nessa temporada fica claro que eles são exatamente aquelas pessoas que nos foram apresentadas na primeira fase da série. Gus se faz de bonzinho, mas no fundo é egoísta e absurdamente metódico. E Mickey, por todas as suas dependências, continua fazendo péssimas escolhas de vida (e Gus definitivamente é uma delas). A trama é movimentada por todos esses problemas, que uma hora ou outra explodem em cima dos personagens, e eles sempre lidam da pior maneira possível: com gritos, xingamentos… Enfim, mais drama.

A primeira temporada foi interessante, por nos apresentar personagens complexos, e uma história de amor aparentemente fadada ao fracasso (até chegar o último episódio e estragar tudo). Já a segunda temporada é apenas irritante. A impressão é que, se Mickey fosse nossa amiga e começasse a desabafar sobre esse relacionamento confuso que ela está tendo, talvez a gente ouvisse. Uma ou duas vezes. E em todas iríamos falar: “Cara, cai fora. Por que você ainda está fazendo isso?”. Mas sinceramente, depois disso, a gente ia parar de ouvir ela. A gente ia parar de atender as ligações dela. A gente ia ignorar todas as mensagens. Porque sério, é uma história chata para caramba, com um cara mais chato ainda.

Pontos positivos

Mas nem tudo está perdido. Existem alguns pontos positivos em Love. Gillian Jacobs e Paul Rust são incríveis como protagonistas. Eles funcionam muito bem, tanto como casal, quanto em suas histórias independentes. Gillian Jacobs em especial merece ser ovacionada. Ela assume muito bem o papel da garota que luta para superar seus vícios, e de vez em quando acaba cedendo às tentações.

Os personagens secundários são incríveis. Tudo o que o casal principal tem de irritante, Bertie (a australiana que mora com Mickey), Dr. Greg, Truman, e Allan tem de divertidos. E olha que eu só citei alguns dos vários coadjuvantes maravilhosos que esta série tem.

Bem, no fundo, se você gosta das coisas que Judd Apatow fez, como Superbad, O virgem de 40 anos ou Ligeiramente Grávidos, você provavelmente vai gostar de Love. Mas se você quiser uma série que realmente fale sobre o lado obscuro de um relacionamento e ainda por cima te faça dar uma boas gargalhadas (não risadinhas, como Love), então fica aqui a indicação: assista You’re the worst.

E Netflix, chega de Love!

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