Quem acompanha esse espaço sabe que meu apreço pelo texto e pelas tramas de O outro lado do paraíso não é dos maiores (leia crítica aqui). Mas há o que se salve na novela de Walcyr Carrasco. Alguns atores, como Marieta Severo (Sophia) e Erika Januza (Raquel), estão bem. Além disso, o folhetim representa um momento de crescimento e até mesmo de redenção para duas atrizes: Grazi Massafera (Lívia) e Ellen Rocche (Suzy).
Tanto Grazi como Ellen enfrentam preconceito por serem mulheres lindas e carregam os estigmas de ex-participantes dos reality shows BBB e Casa dos artistas, respectivamente. Agora elas mostram que são mais do que rostinhos bonitos e provam talento.
Não é de hoje que me rendi a chamar Grazi Massafera de atriz. Quando ela saiu do Big brother Brasil e caiu de paraquedas em novelas como Páginas da vida (2006) e Negócio da China (2008), o tom seguido era o mesmo ー não importava a personagem. Foi pelas mãos de Walcyr Carrasco que Grazi conquistou a crítica como a viciada em crack Larissa, de Verdades secretas (2015). Depois veio a fútil e engraçada Luciane, de A lei do amor (2016).
Pela terceira vez consecutiva (já pode pedir música no Fantástico, Grazi!) a atriz mostra que dá conta do recado, mesmo estando a cargo de uma personagem um tanto quanto mal resolvida. O dilema de se considerar mãe de Tomaz (Vitor Figueiredo), que na verdade é sobrinho dela, é completamente inverossímil e a anunciada briga com a mãe, Sophia, pelo amor de Mariano (Juliano Cazarré) não ata nem desata.
Não se levar a sério parece ser o grande mérito de Ellen Rocche em O outro lado do paraíso. A enfermeira Suzy faz parte de uma das melhores tramas da novela: o médico Samuel (Eriberto Leão) é homossexual, mas se casa com ela para esconder a orientação sexual da família e da sociedade de Palmas. Mas ela flagra o marido na cama com Cido (Rafael Zulu), se separa e, quando descobre que está grávida, passa a morar com os dois.
O que era para ser um drama virou um emaranhado de sequências cômicas mal-escritas, à la Zorra total, programa do qual Ellen já participou. O problema é que ela parece ser a única que percebeu que, com o texto primário de Walcyr Carrasco, não dava para fazer drama. Então, que se faça a comédia! Eriberto Leão, Rafael Zulu e Ana Lúcia Torre (que faz a mãe de Samuel) se levam a sério demais em O outro lado do paraíso.
Assim como Grazi Massafera, Ellen Rocche está em ascensão na carreira. Teve mais sorte com as personagens de O astro (2011) e Haja coração (2016), é bem verdade. Mas a dupla está aí para mostrar que está pronta para alçar voos maiores.
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