Dois mil e dezenove já pode ser considerado o ano dos streamings. Depois da hegemonia da Netflix e do crescente número de assinaturas da HBO GO, por conta da última temporada de Game of thrones, o cenário começou a se diversificar e criar uma disputa entre as plataformas. Melhor para o usuário.
Buscando se aproximar do público brasileiro, a Amazon Prime Vídeo, que estava no Brasil havia três anos, anunciou uma nova modalidade de assinatura em setembro deste ano. Com um preço mais atrativo (R$ 7,90, por mês), a plataforma se tornou mais popular. Há ainda muitos desafios. Mas, neste ano, o serviço conseguiu o primeiro grande hit no Brasil: a série The Boys.
Inspirada na saga em quadrinhos homônima, a produção aborda a história de um grupo de heróis, Os Seven, que, na verdade, se aproveitam do status para cometer atos considerados nada heroicos. A trama chamou a atenção pelo ineditismo, um contraponto às saturadas produções do gênero clássico de heróis, e pela ousadia. O seriado tem cenas violentas e toca em temas tabus para a televisão mais tradicional.
Outra estratégia da Amazon para fidelizar público em diferentes lugares do mundo é a aposta em conteúdos nacionais. Em dezembro, a plataforma revelou que tem seis produções brasileiras previstas para os próximos anos. Além disso, atua com os criadores em locais como Japão, México, Índia e França. “Se você faz algo local, as pessoas ficam empolgadas. O nosso time trabalhou pesado para encontrar projetos brasileiros”, conta James Farrell vice-presidente de conteúdo original internacional.
Algo que é reforçado por Jennifer Salke, presidente da Amazon Studios, responsável pela produção de conteúdos. “O mais importante nesse mundo competitivo é criar um ambiente criativo global. Não só em Los Angeles, mas pelo mundo todo. Estar no Brasil e com os criadores é uma forma. Há uma grande variedade de histórias, e estamos empolgados de fazer isso pelo mundo todo”, afirma.
Questionada sobre como vencer a batalha dos streamings, ela diz: “Contando que a gente leve maior diversidade que os adversários, conseguindo diferentes pontos de vista (vamos vencer a disputa). Estamos interessados em histórias diversas. Não temos essa pressão de fazer uma série atrás da outra. Queremos ser autênticos”, completa, deixando espaço para uma crítica à Netflix, que tem lançamentos todas às sextas em seu catálogo.
A Netflix, inclusive, diz não ter medo da concorrência. A empresa acredita que será melhor para o mercado a maior diversidade de plataformas. “A gente sempre soube que a concorrência era inerente. A maneira como a gente pode encarar é produzindo bons conteúdos e estando próximo dos assinantes e nos mais diferentes locais do mundo. Com esse crescimento de players quem ganha são os consumidores e os produtores”, analisa a diretora de produções internacionais da plataforma de streaming no Brasil, Maria Angela de Jesus.
Mais uma vez, a Netflix ampliou os conteúdos brasileiros. Só neste ano teve atrações como Ninguém tá olhando, Sintonia, Irmandade e O escolhido. Além disso, continua a apostar em produções originais que buscam disputar com os grandes. A adaptação do livro e do game The witcher promete conquistar o espectador que é fã de fantasia. Um exemplo de que a série deve ser um sucesso no serviço foi a recepção do público durante a Comic Con Experience, em São Paulo, do protagonista Henry Cavill. O ator foi ovacionado e muito aplaudido, assim como as cenas inéditas exibidas no telão do auditório da CCXP.
O desafio atual da plataforma é conseguir fazer com que mais produtos originais sejam assistidos, e que eles tenham um padrão de qualidade igual. Apesar de Stranger things ser a série original da Netflix mais assistida, a produção perde para produtos licenciados — atrações que estão no catálogo, mas não são produzidas originalmente pela plataforma. Ao mesmo tempo, o serviço está consolidado em todo o mundo — disponível em mais de 190 países — e, agora, buscando também duelar com o cinema ao lançar filmes como Dois papas, O irlandês, História de um casamento e Meu nome é Dolemite, indicados a premiações como Globo de Ouro e Screen Actors Guild Awards. “A gente quer dar mais acesso a quem não tem muito no audiovisual”, explica Maria Angela.
Três serviços aparecem correndo por fora na disputa do espectador. O primeiro deles é o Globoplay, que, desde o ano passado, investe pesado em conteúdos para o público brasileiro. O espaço, que antes só exibia atrações que haviam sido passadas na tevê, agora, tem produções exclusivas originais e famosas internacionais no catálogo. Em 2019, o serviço lançou atrações como Araunas e Sessão de terapia, além das licenciadas The handmaid’s tale, The good doctor e Doctor who. Para 2020, anunciou 16 produções originais, entre elas As five (spin-off de Malhação) e a chegada de novas séries internacionais, como Nancy Drew, S.W.A.T e The Head.
Desde novembro, o streaming da Apple, o Apple TV+, está disponível no Brasil. Assim como a Amazon, a plataforma chegou ao país buscando fisgar o público pelo preço: R$ 9,90, por mês. Ainda não se popularizou, mas tem tudo para que isso aconteça com a boa recepção da série The morning show, protagonizada por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon. O cartão de visita da plataforma deu certo e angariou indicações a importantes prêmios, inclusive, o Globo de Ouro.
Outra empresa que deve aumentar a disputa é a Disney. Neste ano, o estúdio lançou nos Estados Unidos, no Canadá e na Holanda o canal de streaming. Em apenas um dia, garantiu 10 milhões de assinaturas. Sem falar no sucesso da série The mandalorian, atração que se passa no universo Star wars. Lá fora, a série tem recebido ótimas críticas. Pelo mundo, já está entre as mais baixadas. Dados da Parrot Analytics apontam que a produção foi 31,9 vezes mais procurada do que outro título em nível global, no período analisado, de 24 de novembro a 1º de dezembro. Neste ano, a atração venceu no critério de busca de séries como The crown, Stranger things, The flash e Game of thrones.
O Próximo Capítulo já assistiu o início da série e garante que embate geracional de…
Ator carioca de 46 anos retorna às produções bíblicas com Reis em ano que festeja…
Ator de 33 anos comentou sobre os trabalhos no audiovisual que vem emendando desde 2020…
Atriz que protagoniza No ano que vem e estará de volta com Rensga Hits celebra…
Protagonista das cinco temporadas de Star Trek: Discovery, Sonequa Martin-Green comenta o caminho trilhado pela série…
Ator pernambucano, de 37 anos, entrou para o elenco de Família é tudo, da Globo, e…