Uma família nem tão feliz assim estava por trás de Três é demais

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Telefilme documental A história não autorizada de Três é demais mostra que os bastidores de Full house não eram tão harmônicos como a família da tevê. Estreia é nesta quarta-feira, no Lifetime.

Avaliação: Regular

Quem acompanhou as aventuras dos três solteirões e das crianças em Full house (ou Três é demais pros mais velhos, como eu) sempre imaginou que, quando as câmeras eram desligadas, sobravam sorrisos e brincadeiras entre os atores e a produção. Era essa a ideia que a sintonia entre os personagens nos passavam, ainda mais por causa do sucesso da atração que teve oito temporadas, teve um spin off lançado pela Netflix e alçou ao posto de estrelas as irmãs Olson, Bob Saget, Dave Coulier e John Stamos.

Mas não era bem assim. Ou pelo menos não é bem isso que vemos no telefilme do canal Life time A história não autorizada de Três é demais. A produção que estreia nesta quarta (16/8), às 22h, sugere que a família por trás de Full house não era tão feliz quanto parecia.

O caminho de A história não autorizada de Três é demais

O sucesso de Três é demais levou os atores a receber cartas dos fãs

Com direção de Brian K. Roberts, A história não autorizada de Três é demais atravessa as oito temporadas do programa e vai além. Começa dois anos antes da estreia, em 1985 e mostra como Bob Saget, Dave Couiler e John Stamos chegaram aos papéis de Full house. No fim, o filme segue um pouco mais do encerramento da série.

Aí vem o primeiro estranhamento: ver outras pessoas interpretando esses atores. Sei que o recurso é evidentemente utilizado em cinebiografias e telefilmes sobre a vida de quem existe na vida real. Mas tem algo nesse elenco que não me convenceu. É, no mínimo, desconfortável ver Garrett Brawith como Bob Saget, Justin Mader como Dave Coulier, Justin Gaston como John Stamos e, principalmente, outras atrizes como as gêmeas Mary-Kate e Asley Olson.

Atenção! A história não autorizada de Três é demais não é um comédia!

O sucesso das gêmeas Mary-Kate e Asley Olson teria incomodado o elenco de Três é demais

O tom de A história não autorizada de Três é demais não tem nada de cômico. Pelo contrário: é bem melodramático. Assim, Bob é apresentado como um ator que coloca o trabalho acima de tudo, inclusive da família, e fala palavrão adoidado, sem se importar se as crianças do elenco estão ou não perto dele; John é um meninão mimado que não cresce nunca e reclama de tudo, especialmente quando é contrariado; e Dave fica mais apagado que os outros, sendo aquele que não leva nada a sério, nem mesmo a morte da irmã, motivo de piada antes mesmo de o luto ser respeitado.

Se o melodrama do telefilme não convence muito, é divertido saber de algumas coisas dos bastidores, especialmente se você é um fã de Full house. É interessante ver que os produtores não gostavam de crianças e que a mãe de Mary-Kate e Asley Olson foi ao teste acompanhar uma amiga. Não era para as meninas disputarem o papel.

O sucesso delas é outro assunto que chama a atenção em A história não autorizada de Três é demais. Na verdade, o ciúme que a boa aceitação causa nas outras crianças do elenco e, mais tarde, nos três atores adultos.

As fofocas em que a imprensa metia o elenco e a falta de afinidade entre os protagonistas nos primeiros episódios também são abordados. No primeiro caso, nada pôde ser feito. No segundo, os três seguiram para um passeio em Las Vegas, onde se tornam amigos de infância.

Ao chegar à oitava temporada, Full house é cancelada sem muitas explicações. Pelo menos isso é o que passa o filme. Na cena da gravação do último programa, atores e plateia estão emocionados. Com gostinho de quero mais deixado pela série. Não pelo filme.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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