Eu Faço Cultura oferecerá sessão de cinema gratuita para crianças autistas

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O programa Eu Faço Cultura promove exibição gratuita do filme Angry Birds 2 no domingo (20), às 11h, no Kinoplex do Boulevard Shopping Brasília. 105 bilhetes gratuitos para assistir ao filme foram distribuídos, voltados a crianças autistas e seus familiares.

Sala será adaptada para crianças com autismo: as luzesm ficam acesas

Os desdobramentos do autismo impactam a vida social de meninos e meninas com autismo. Ir ao cinema ou ao shopping, por exemplo, pode ser uma tarefa complicada pela falta de conscientização sobre o assunto e pela falta de sensibilidade dos outros com relação ao assunto. Por isso a escolha do programa Eu Faço Cultura por promover a uma sessão de cinema adaptada, chamada de Sessão Azul.

Para receber especialmente o público com distúrbios sensoriais, a sala ficará com as luzes acesas, o som mais baixo e as crianças poderão andar, dançar, gritar e cantar à vontade. Profissionais e especialistas estarão na sala para dar suporte na adaptação ao ambiente, além de auxiliar as crianças e pais que precisarem de apoio.

A proposta foi tão bem sucedida que os ingressos para a sessão já estão esgotados.

O fIlme Angry Birds 2

A animação é uma continuidade do game adaptado ao cinema, em 2016, quando Red, Bomba, Chuck, Matilda e Terence, moradores da ilha dos pássaros, tomam conhecimento da existência da ilha dos porcos. Embora simpáticos, os porcos estavam de olho nos ovos dos vizinhos, gerando desconfiança. A nova aventura mostra os Angry Birds e os vizinhos ainda em provocações, mas eles acabam se unindo porque vão enfrentar um inimigo em comum.

O programa Eu Faço Cultura

É uma iniciativa da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal/Fenae e das APCEFs (Associação do Pessoal da Caixa), que têm a participação de milhares de empregados da ativa e aposentados da Caixa, contando com patrocínio da Caixa Seguradora e da Wiz.

O programa lançado em 2006 busca incentivar o mercado cultural no país, além de valorizar os artistas locais, proporcionando atividades culturais ligadas a diversas formas de arte, para as pessoas sem acesso.

Já foram distribuídos mais de 193 mil ingressos de shows e espetáculos, mais de 34 mil ingressos de cinema e 37 mil livros e CDs. O programa apoiou também 387 produtores culturais em todo o país. Com uma proposta inédita no Brasil, o programa compra produtos/ingressos de produtores culturais ou fornecedores de cultura e os distribui a pessoas de baixa renda com subsídio total do governo federal.

Trabalho infantil já machucou gravemente quase 30 mil crianças desde 2007 e nunca vale a pena

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Por Luiz Neto*

Dados do Ministério da Saúde revelam que, desde 2007,, por causa do trabalho infantil, mais de 45 mil crianças e adolescentes tiveram Problemas de saúde saúde, 27.180 meninos e meninas sofreram acidentes graves e 268 morreram. Os dados vão de 2007 até 2019. Segundo o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), há 1,7 milhão de crianças e adolescentes que, além de trabalharem, estudarm e realizam afazeres domésticos.

Dados do Ministério da Saúde mostram consequências do trabalho infantil

Essa longa jornada de trabalho aumenta o abandono à escola e, quando não causa o abandono, prejudica o desempenho das crianças na escola. Já os acidentes podem ser graves, causando até mesmo mutilações e mortes. Foram 698 amputações traumáticas no nível do pulso e da mão entre 2007 e 2019.

As consequências do trabalho infantil podem ser várias, todas problemáticas. Segundo a secretária executiva do FNPETI, Isa Oliveira, “as duas mais graves são empecilhos à escolarização e riscos à segurança física”. Ela destaca que a exploração infantil é, infelizmente, muito mais comum e mais próximo do cotidiano do que se pode pensar. “Há grandes empresas que não empregam diretamente crianças e adolescentes, mas não monitoram a linha de produção do produto. Então, o produto final tem trabalho infantil em seu histórico”, denuncia.

Isa Oliveira, secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI)

Isa destacou a indústria do chocolate, a do amendoim e a da mandioca como algumas das mais problemáticas. Para a secretária, o perfil do trabalho infantil no Distrito Federal é diferente. A maioria das crianças e adolescentes que são obrigadas a trabalhar estão na área urbana. “Quando o cidadão ou cidadã presenciar o trabalho infantil visível, seja como vendedor ambulante ou o que for, ele ajuda ao não contratar esses serviços”, disse Isa Oliveira.

Além disso, ela destaca que “temos que lembrar que crianças e adolescentes são sujeitos que têm o direito de brincar”. A exploração do trabalho, por vezes, acaba levando a outros tipos de violação. “Ao negar esse direito, estamos incentivando que as crianças voltem para as ruas, onde ficam vulneráveis ao aliciamento do tráfico de drogas e exploração sexual.”

André Luiz Pires é graduado em ciências econômicas pela Universidade de Sorocaba e mestre em economia pela Universidade Federal de Uberlândia. Em seu artigo acadêmico Trabalho infantil vale a pena?, ele diz que “é amplamente reconhecido que esta forma de trabalho gera apenas malefícios, não só para as crianças que trabalham, como também para a sociedade em geral.”

Campanha “Trabalho infantil vale a pena?”

O Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB), o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente na Paraíba (FEPETI-PB) e a Casa Pequeno Davi, com apoio do Fórum Nacional, divulgam, no mês da criança, a campanha “Trabalho infantil vale a pena?”. A pergunta é uma provocação, diante da defesa do trabalho infantil feita por autoridades, como o próprio presidente Jair Bolsonaro.

A campanha é composta por cartazes e vídeos. A parte audiovisual mostra o depoimento de adultos vítimas do trabalho infantil. Eles contam como lidam com as consequências dessa grave violação de direitos. A campanha é acompanhada da hashtag #TrabalhoInfantilNAOValeaPena.

Denuncie!

Se você souber ou presenciar alguma situação de trabalho infantil, há vários jeitos de denunciar. Por telefone, é possível ligar para o Disque 100. On-line, é possível denunciar no site do Ministério Público do Trabalho. Outros órgãos que podem ser procurados são o Conselhos Tutelares, Delegacias Regionais do Trabalho e Secretarias de Assistência Social.

 

*Estagiário sob supervisão de Ana Paula Lisboa

App que conecta pais a babás chega ao Brasil; há mais de 1,1 mil profissionais cadastradas no DF

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Como você costuma contratar babá para ficar com seus filhos? A tecnologia, agora, se torna aliada de pais que precisam de alguém de última hora. Aplicativo especializado em conectar babás a pais passou a funcionar no Brasil e em Brasília: é o Sitly. O app foi criado em 2009, na Holanda. A novidade Chegou ao país após 10 anos funcionando apenas na Europa.

A ferramenta usa geolocalização para fazer a conexão entre o lado de quem busca emprego, e o de quem busca alguém para cuidar de crianças. Filtros e avaliações estão entre as possibilidades de busca para facilitar o encontro de acordo com as preferências. O aplicativo está disponível para iOS e Android.

O Distrito Federal conta com aproximadamente 1.100 babás cadastradas no aplicativo, que já está presente em mais de 440 cidades brasileiras, sendo as mais populares Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e belo Horizonte.

Pais ou responsáveis interessados em buscar uma babá pelo aplicativo podem fazer o cadastro, de forma gratuita e inserir preferências e necessidades, como valor que você está disposto a pagar, carga horária, entre outros.

Após responder o filtro, a plataforma mostra todas as cuidadoras que se encaixam no perfil descrito. É possível enviar mensagens e marcar entrevista para conhecer as escolhidas e observar como ela interage com as crianças.

Para cuidadoras, o cadastro é parecido. É necessário inserir dados como disponibilidade, experiência e valor por hora, além da foto de perfil. As famílias compatíveis aparecerão depois do preenchimento dos dados.
Assim como no caso dos pais, as babás também podem enviar mensagens e agendar uma entrevista.

Para mais informações, acesse o site.

Simpósio internacional de medicina fetal ocorre em São Paulo

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O Centro de Ensino Superior Especializado em Diagnóstico por Imagem (Cetrus) organiza o Simpósio Internacional de Medicina Fetal. O evento será em 19 de outubro em São Paulo, no Bourbon Convention Ibirapuera Hotel. O objetivo do simpósio é debater temas como a prática diária dos obstetras e fetólogos. Autoridades nacionais e internacionais participarão, alguns presencialmente e outros por videoconferência.

Fábio Peralta, Simone Pedra e Katia Bilardo: alguns dos especialistas que se apresentarão no evento

O valor da inscrição é R$ 1.200 e pode ser feita até 19 de outubro, no dia do evento. Mais informações podem ser encontrados no link.

Conheça alguns dos palestrantes:

Simone Pedra (Brasil): chefe do departamento de Cardiologia Fetal do Instituto Dante Pazzanese, chefe da Ecocardiografia Fetal do Hospital do Coração e influente pesquisadora em cardiologia fetal e intervenções cardíacas no feto. Falará sobre cardiopatias fetais, o que diagnosticar no primeiro trimestre, suspeita e prognóstico, além de intervenções no coração fetal a partir de resultados no Brasil e no mundo.

Fábio Peralta (Brasil): doutor em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutor em medicina fetal e responsável pelo setor de Medicina Fetal do Cetrus.

Daniel Rolnik (Austrália): professor de ginecologia, obstetrícia e medicina fetal da Universidade de Monash, autor do ASPRE trial e um dos grandes pesquisadores da atualidade em rastreamento e prevenção de pré-eclâmpsia. No evento, abordará as temáticas rastreamento e prevenção da pré-eclâmpsia em gestações únicas e gemelares.

Katia Bilardo (Holanda): professora de medicina fetal, diagnóstico pré-natal e tratamento do feto da Universidade de Groningen, organizadora do TRUFFLE trial e uma das mais influentes pesquisadoras em vitalidade fetal. Palestrará sobre diagnóstico e conduta na restrição de crescimento fetal e resultados pós-natais.

Um dado alarmante no Dia das Crianças: meninos e meninas se sentem desprotegidos e não ouvidos

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O estudo Small Voices Big Dreams 2019 (“pequenas vozes, grandes sonhos 2019”, em tradução livre), do ChildFund Alliance, ouviu quase 5.500 crianças de 10 a 12 anos de 15 países diferentes. Os resultados apresentados pelo levantamento da agência humanitária internacional foram preocupantes.

Confira destaques dos resultados entre crianças brasileiras. ChildFund Alliance

Uma em cada duas crianças não acredita que os adultos escutem sua opinião em assuntos que são importantes para ela. Apenas 18% acredita que o governo agiria para protegê-las. Mais de 88% das crianças acredita que devem pedir ajuda de adultos em situações violentas, mas a maioria encontra barreiras para fazê-lo. Estes são alguns dos dados globais.

E o que pensam as crianças brasileiras?

Ao comparar os dados do Brasil com o do resto do mundo, a situação parece se agravar. No Brasil, a pesquisa foi feita com 722 crianças nos estados em que a ChildFund atua: Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amazonas, Piauí, Bahia e Goiás. Aqui, 67% dos meninos e meninas de 10 a 12 anos não se sentem suficientemente protegidos contra a violência. A média no mundo é de 40%. Além disso, menos de 3% das crianças acredita que políticos e governantes cumprem seu papel para protegê-las. A média mundial é de 18,1%.

As causas da violência segundo as crianças brasileiras. ChildFund Alliance

No Brasil, 90% dos meninos e meninas entrevistados rejeitam a violência física como um instrumento de educação. No levantamento global, esse percentual é de 69%. Os lugares em que as crianças mais se sentem seguras é em casa e com seus pais (especialmente com a mãe). Nove em cada 10 crianças acredita que a coisa mais importante que adultos podem fazer para combater a violência contra crianças é amar mais as crianças e escutar o que elas têm a dizer.

As principais causas da violência infantil, na avaliação das crianças brasileiras, são o fato de serem indefesas, a falta de conhecimento dos direitos que possuem e a perda de autocontrole dos adultos devido ao uso de substâncias. Enquanto as garotas têm medo de que coisas ruins aconteçam com elas, garotos têm medo de serem forçados a fazer coisas ruins. Garotas também identificam mais alguns tipos de violência que garotos, especialmente os de natureza sexual.

 

As causas da violência

 

De acordo com as crianças, há uma relação de desequilíbrio de poder em situações violentas. Os entrevistados ressaltaram três principais fontes de violência: a impotência das crianças, o ciclo da violência e abuso de substâncias. Quase seis de cada 10 crianças acham que a violência ocorre porque elas não conseguem defender a si mesmas de adultos ou de outras crianças.

 

Uma porcentagem alta dos entrevistados acredita que adultos que mal-tratam crianças foram vítimas de violência na infância. Além disso, 69% das crianças não acham aceitáveis punições físicas para crianças. Esse índice é menor em países africanos e asiáticos.

O estudo na íntegra está disponível em inglês, espanhol e francês, e pode ser encontrado no link.

No Dia das Crianças, sociedades de ortopedia alertam para a prevenção de acidentes

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Durante todo o mês de outubro, quando se comemora o dia da criança, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) desenvolve, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP), uma campanha on-line para alertar pais e cuidadores sobre prevenção de acidentes com os pequenos.

SBOT/SBOP

De acordo com a ONG Criança Segura, os acidentes são a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil, superando óbitos relacionados a doenças e até mesmo a violência. O objetivo da ação é destacar ações para evitar que isso aconteça.

Confira atitudes que podem salvar vidas, de acordo com a SBOT:

>> Levar os pequenos corretamente no banco de trás, usando cadeirinha e cinto de segurança;
>> Redobrar a atenção ao entrar em águas desconhecidas, seja em lugares com cachoeiras, rios, lagos, praias seja em piscinas, a fim de evitar afogamentos;
>> Para evitar queimaduras, orientar as crianças a estourar bombinhas e estalinhos longe de fogueiras, de substâncias inflamáveis, de pessoas e de objetos que podem quebrar e se estilhaçar, caso de garrafas de vidro e latas de refrigerante. E também de não carregar os artefatos nos bolsos, já que eles podem explodir acidentalmente;
>> A fim de evitar engasgamentos, preste atenção aos acessórios das roupas, como cordões e broches; nunca dar ou deixar que a criança se alimente deitada; e não oferecer nada enquanto ela estiver falando, andando, correndo, brincando ou chorando.

Ainda não sabe o que fazer no Dia das Crianças? Google Assistente pode contar histórias para a garotada

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Como está a sua programação para o Dia das Crianças? Na véspera desse dia, a tecnologia pode ajudar a contar historinhas para crianças. A partir de agora, o Google Assistente tem mais uma função: contar histórias infantis. Ao falar “Ok Google, conte uma história”, o programa irá atender, de forma gratuita, o pedido. São mais de 30 audiolivros. Para ter acesso à ferramenta, é necessário ter um smartphone e instalar o app GooglePlay Livros, ou, uma das caixas de som inteligente com Google Assistente.

Para personalizar ainda mais a busca, o usuário pode pedir a história que deseja ouvir: “Ok Google, me conte a história da iara” ou “Ok Google, me conte a história da Rapunzel”. Os áudios têm entre quatro e 20 minutos de duração. As crianças também podem brincar como se estivessem conversando com personagens de desenhos animados da Cartoon Network. Para isso, basta usar o comando: “Ok Google, falar com Gumball Medieval” ou “Ok Google, falar com Ursos sem Curso”.

À esquerda, o pedido para que o Google conte a história. À direita, a história sendo reproduzida

Além disso, com a permissão dos pais, menores de 13 anos também podem ter a própria experiência personalizada no Assistente do Google ao fazer login com conta fornecida pelo Family Link, aplicativo que ajuda os pais a terem mais controle sobre o conteúdo que os filhos estão visualizando, e, bloqueá-lo, se for o caso.

Entre as histórias já disponíveis, estão João e Maria, Cinderela, RapunzelUm Dia de Praia (Galinha Pintadinha), Iara, Lobisomem e Os três porquinhos. Os contos são personalizados com música para ajudar a criança a embarcar na história contada. A narração também varia de acordo com o contexto. Algumas histórias são contadas por voz de mulher, outras, por timbre de homem.

Livro infantil apresenta a ecologia para as crianças de um modo fácil e divertido

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Ecologia até na sopa, das autoras argentinas Mariela Kogan e Ilena Lotersztain, com ilustrações de Pablo Picyk, propõe uma narrativa fictícia, mas com informações verdadeiras, que tem o intuito de apresentar para o público infantojuvenil a importância da ecologia e da preservação do meio ambiente. As páginas mostram como preservar a natureza afeta a vida de todos, independentemente da idade ou do lugar onde vivem.

O livro conta a história de duas irmãs, Sofia e Violeta, que vão passar a tarde com a tia Mariela. A partir de situações cotidianas, a tia tira, de uma maneira divertida, as dúvidas que as sobrinhas têm em relação à ecologia.

Ao decorrer das páginas, são apresentados temas como: por que sacolas plásticas são tão perigosas, o que significa o aquecimento global, a importância de economizar água e aonde a fumaça dos carros vai parar. Os assuntos são tratados em uma linguagem didática e direta, fazendo com que o jovem leitor entenda com facilidade assuntos que não fáceis de explicar.

Todas as explicações são acompanhadas de ricas e coloridas ilustrações, contribuindo ainda mais para a compreensão do tema. Ecologia até na sopa é uma ótima dica de leitura para a criançada não só passar o tempo, mas também se informar e se conscientizar — e as menores, ainda não alfabetizadas, podem acompanhar com intermédio de um leitor.

Ecologia até na sopa

Autoras: Mariela Kogan e Ileana Lotersztain

Ilustrador: Pablo Picyk

Tradutora: Mell Brites

Editora: Companhia das Letrinhas

48 páginas

R$ 39,90

Hospital Anchieta abre inscrições para curso gratuito de gestantes e shantala

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O curso, oferecido há 24 anos gratuitamente, tem como proposta discutir os cuidados durante a gravidez, com o recém-nascido, amamentação, e a massagem indiana que ajuda a acalmar os bebês.

Esta já é a quarta edição do curso em 2019. As inscrições começaram na última segunda-feira (7) e seguem abertas enquanto houver vagas. As aulas são gratuitas e ocorrerão no Hospital Anchieta, localizado em Taguatinga, em 4, 11, 18 e 25 de novembro, das 14h30 às 18h30. Os interessados devem acessar o site  para se inscrever.

Ofertado há 24 anos, desde o início do hospital, o curso se tornou referência para mães que desejam aprender os cuidados com os bebês recém-nascidos. No entanto, não é um curso direcionado apenas para as mamães, pois é importante que todos os familiares que são responsáveis por uma criança estejam envolvidos, por isso é possível que um acompanhante esteja presente.

A equipe multidisciplinar responsável pelo curso é composta por obstetra, anestesiologista, pediatra, enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e psicóloga.

Além das aulas abordando os cuidados durante a gravidez e a shantala, os especialistas tiram dúvidas sobre anestesia e a massagem terapêutica para os bebês.

“Racismo afeta desigualdade na primeira infância”, diz professor de Harvard

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São Paulo – Você já parou para pensar que existe um link entre desigualdade na primeira infância e racismo? É isso que conclui, ao comparar uma série de estudos e indicadores, David Williams, professor de saúde pública, sociologia, estudos africanos e afro-americanos da Universidade Harvard. Ao observar resultados de saúde de crianças nos EUA, ele denuncia que existe forte tendência de as afrodescendentes se saírem pior.

Flávio Moret/ Divulgação

Ele veio ao Brasil para participar do oitavo Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, organizado pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), que ocorreu entre quinta-feira (3) e sexta-feira (4). O pesquisador explica que o fato de as crianças negras sofrerem com piores condições de saúde tem a ver com a discriminação, piores condições de renda e escolaridade das famílias, além de adversidades nos ambientes em que crescem.

Para completar, as mudanças fisiológicas pelas quais o cérebro e o corpo de crianças que precisam lidar cedo na vida com dificuldades passam podem ter consequências epigenéticas, sendo transmitidas para as próximas gerações. No EUA, a taxa de mortalidade infantil (número de mortes a cada 1 mil nascidos vivos) de negros é de 11,3. Em seguida, estão a de indígenas americanos (8,6), a de hispânicos (5), a de brancos (4,9) e, por fim, a de asiáticos (4,1).

Os dados, liberados em 2017, são do NCHS. Há uma grande diferença de nível de riqueza entre as raças. Para cada dólar que um branco tem, um asiático possui o equivalente a 81 centavos; um latino, 7 centavos; e um negro, apenas 6 centavos. A comparação se baseou em dados liberados pelo U.S. Census Bureau em 2014. A quantidade de anos de estudo é chave para o rendimento, e historicamente os negros têm e continuam tendo menor escolaridade.

Porém, mesmo em condições de escolaridade iguais, a mortalidade infantil dos filhos de negros continua sendo maior. “Nós pensávamos que, no mesmo nível de rendimento e escolaridade, a raça não deveria importar. Mas não foi o que verificamos”, explicou Williams. Entre os pais com até 12 anos de estudo, a taxa de mortalidade infantil dos filhos é de 15,1 entre negros e 9,2 entre brancos.

Aos 12 anos de escolaridade, a proporção é de 13,4 para 6,4. Na faixa entre 13 e 15 anos de estudo dos pais, houve 12,1 mortes entre cada 1 mil crianças negras e 4,8 entre brancas. Com mais de 16 anos de estudo, as taxas foram de 10,5 e 3,8, respectivamente. Os dados foram obtidos em estudo feito por Williams em parceria com outros pesquisadores (Braveman, Cubbin, Egerter, Pamuk e ele próprio, do AJPH).

 


David Williams com Eduardo Marinho e Naercio Menezes Filho. Flávio Moret/ Divulgação

 

Apesar de os resultados se referirem apenas aos EUA, Williams supõe que deve ser possível encontrar grandes diferenças raciais no Brasil também. Aqui, ao comparar adultos de 25 anos, é possível identificar grande discrepância de formação. Em média, os homens brancos têm 8,8 anos de estudo; e os negros, 6,9. Entre as mulheres, as brancas acumulam escolaridade de 9 anos; e as negras, 7,2. As informações são do Banco Mundial e de R. Gukovas et al.

Os dados também não são animadores para indígenas na América Latina. Cruzando informações do Panorama Social da América Latina, do Cepal e da Organização das Nações Unidas (ONU), é possível observar que a mortalidade infantil indígena é superior à das outras crianças nos países analisados, incluindo o Brasil. Aqui, a taxa de mortalidade indígena é de 21,9; contra 16,7 do restante das crianças.

O racismo afeta tudo

“Onde nascem as desigualdades raciais no nível socioeconômico? Grandes diferenças raciais ou étnicas no nível socioeconômico trazem consequências para toda a vida. E não são atos divinos, não são eventos aleatórios”, afirmou o professor de Harvard. “Essas diferenças refletem a implementação bem-sucedida de políticas sociais. O racismo produziu um sistema distorcido, fraudulento”, denunciou.

“Existe o racismo do indivíduo e existe o racismo institucional, que é incorporado às políticas, aos procedimentos, ao jeito que a sociedade usa seus recursos… É o racismo estrutural.” O preconceito racial afeta até mesmo a maneira como as crianças são tratadas no sistema educacional, já a partir da educação infantil.

“Negros, em especial os meninos, são mais suspensos e expulsos da pré-escola. Comparados aos alunos brancos da pré-escola, os negros têm 3,6 vezes mais chances de receber uma ou mais suspensões”, comparou. Isso apesar do fato de os afrodescendentes serem minoria nas instituições de educação infantil nos EUA.

 

Simpósio de primeira infância reuniu 300 pessoas. Flávio Moret/Divulgação

 

“As crianças negras representam 19% das que estão em idade escolar, mas são 47% das crianças na pré-escola que foram suspensas uma ou mais vezes”, comentou ele, com base em estudo de Gillam et al, Research Study Brief e Centro de Estudos da Criança de Yale. Essa pesquisa investigou se existe viés na pré-escola.

Foram testados 135 professores, que assistiram a 12 vídeos curtos mostrando quatro crianças desempenhando atividades diversas. Os educadores foram orientados a detectar “comportamentos desafiadores em sala de aula”. Os pesquisadores verificaram que os professores passaram muito mais tempo observando as crianças negras, em especial os meninos.

E, ao responder qual criança mais precisava de atenção, 42% indicaram o menino negro. O padrão foi verdadeiro tanto para educadores brancos quanto para negros. Além do racismo institucional, David Williams destaca que o racismo perpetrado por indivíduos também é “potente”, trazendo resultados negativos ainda durante a gestação. “O racismo que a mulher grávida enfrenta também impacta a criança.”

O peso do estresse tóxico

As crianças que nascem num ambiente pobre têm mais chance de sofrer com problemas como violência, separação e instabilidade; de viver em casas lotadas e barulhentas, frequentar creches e escolas sem qualidade. E a probabilidade de os negros lidarem com isso é maior, pois eles são a maior parcela dos pobres. Todos esses aspectos negativos desencadeiam consequências também negativas.

“O desenvolvimento do cérebro é afetado pelo ambiente em que a criança é criada”, afirmou Williams. As adversidades (como pobreza extrema, abuso físico ou emocional, negligência crônica, depressão materna grave, abuso de substâncias e violência doméstica) continuadas durante a primeira infância geram estresse tóxico.

“O estresse tóxico interrompe a arquitetura do cérebro e leva os sistemas de gerenciamento do estresse a responderem a limites relativamente mais baixos, aumentando assim o risco de doenças físicas e mentais”, alertou o pesquisador.

“O que as crianças enfrentam cedo na vida, ou ainda no útero da mãe, molda a sua biologia e seu risco de ter doenças. E pode impactar e trazer consequências para as próximas gerações a partir de mudanças no genoma”, disse. Ou seja, os efeitos podem passar de geração em geração, não ficando limitados à vida inteira daquela pessoa.

 

David Williams defende que a intervenção deve começar cedo. Flávio Moret/Divulgação

 

Tem saída

A partir de um contexto desanimador, David Williams explicou que tem solução. “Se a gente quer melhorar as desigualdades de saúde e em todos os outros aspectos, a saída é começar cedo. Se a gente intervir cedo, tem muito o que pode ser feito”, defendeu. Nesse sentido, programas de visitas domiciliares, como o Criança Feliz, durante a primeira infância podem ajudar.

“Nesses programas e visitas domiciliares, fala-se da criança, mas acabam falando do futuro da mãe, o que ela vai fazer, o que vai procurar.” No entanto, David Williams observa que implementar programas para a primeira infância isoladamente não basta. “É preciso agir também no ambiente, na capacitação dos pais, melhorar empregos…”

*A jornalista viajou a convite da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal