Autor: Bono Blue
Evento de adoção de gatos e mini bazar
Quando: Sábado 14 de novembro das 0930 as 1530h
Local: CLN 409 Bloco D Loja 30
Atenção: Evento exclusivo para gatos
Feira de adoção da SHB
Quando: Sábado 14 de novembro das 10 as 16h
Local: CLSW 103 Bloco A Lojas 12,32 e 34 -Sudoeste
Feira de Adoção Abrigo Flora e Fauna 1
Quando: Sábado 14 de novembro das 11 as 15h
Local: SIA trecho 2
Segundo Encontro Eu Amo Meu Pet – Piquenique dos aumigos
Quando: Sábado 14 de novembro as 1530h
Local: Praça dos Cristais, Setor Militar Urbano
Feira de Adoção Abrigo Flora e Fauna 2
Quando: Sábado 14 de novembro das 11 as 16h
Local: 108 Sul
Campanha de tatuador capixaba para ajudar animais terá segunda edição
(da ANDA, fonte Folha de Vitória)
Já pensou em homenagear seu animal doméstico e ainda poder ajudar os animais que vivem em abrigos? Esse foi o principal objetivo da campanha “Doe ração e ganhe uma tattoo pet”, criada em outubro por um tatuador da Grande Vitória para arrecadar ração para cães e gatos abandonados.
A ação começou no dia 09 de outubro e, inicialmente, o tempo de duração seria apenas de uma semana. No entanto, o sucesso foi tão grande que a campanha durou quase um mês e as arrecadações pararam de ser feitas somente no início de novembro.
Para participar, era necessário doar um pacote de ração de no mínimo 15 kgs e depois só agendar o dia e horário para fazer a tatuagem. O tatuador responsável pela ação, Roberto Victor Zampieri, conta que precisou se dividir para conseguir conciliar sua rotina de trabalho, mas que valeu a pena todo o esforço.
“Nós paramos na semana passada e até hoje algumas pessoas ainda ligam para o estúdio querendo participar. Deu bastante trabalho, porque foi difícil conciliar minha agenda com a campanha, mas valeu muito a pena”, conta Beto.
Ao todo, foram arrecadados em média 330 kgs de ração, o que equivale a 23 pacotes de 15 kgs. Para a integrante de um grupo de protetoras dos animais, Angélica Rocha, a campanha ajudou bastante, mas a quantidade arrecadada ainda não é o suficiente para suprir a necessidade dos abrigos.
“Pelo tamanho da demanda, essa quantidade de ração doada infelizmente ainda é bem pouco. Nós começamos a distribuir alguns pacotes, mas são muitos abrigos que precisam. Estamos pensando no que fazer para conseguir mais doações”.
Quem não conseguiu participar desta vez, pode ter uma outra chance de colaborar. Segundo o tatuador, a meta de doações ainda não foi alcançada e a campanha deve ter uma segunda edição em breve.
(Por Ailim Cabral, da Revista do Correio)
(fotos: Regina Mota /Cão Cidadão)
Ele cresceu cercado de animais. Quando adulto, transformou a paixão em profissão e se tornou um dos especialistas em pets mais conhecidos do Brasil. Alexandre Rossi está à frente de programas na televisão, como o Missão Pet, do National Geographic, e tem sete livros publicados. Formado em zootecnia, medicina veterinária e com especializações em comportamento animal, ele é idelizador da Cão Cidadão, empresa voltada para adestramento. Além de todas as credenciais profissionais, Alexandre é o “papis” da famosa Estopinha, cadelinha celebridade no Facebook, com mais de 2 milhões de curtidas, e de Barthô. Na entrevista a seguir, ele conta o que acha do gesto de adotar e reflete sobre o papel dos bichos na vida do ser humano.
Como começou sua história de amor com os animais?
Começou tão cedo que não lembro. Minha família conta que, enquanto as outras crianças estavam brincando, eu ficava observando as formiguinhas. Minha vó diz que eu alinhava as formigas, gostava de olhar as filas que elas faziam. Quando estava mais velho, isso já lembro, gostava de colocar milho de pipoca em cima de mim e ficar deitado por horas, esperando as galinhas virem comer, para ter algum tipo de interação com elas. Com 6 anos, comecei a dar showzinho de peixe adestrado. Eu tinha um aquário e ensinei alguns truques para os peixes, meus amigos vinham assistir. Depois disso, tive um monte de bicho: sapo, hamster, camundongo, cobra… Não comemorava nunca meus aniversários, mas sempre comemorei para os meus bichos. Dizia que não aceitaria nenhum presente, só se fosse para os meus animais. Meu sapo ficou supergordo porque todo mundo na escola caçava baratas, minhocas e levava em caixinhas de presente.
Então, a capacidade de adestrar vem desde a infância?
Minha mãe é bióloga e meu pai, psicanalista. Acho que eu misturei as duas coisas. Mas não sei se é um dom, uma facilidade extra, ou, simplesmente, um vício. Até porque que tive muito mais horas com animais do que com qualquer ser humano e fiz disso a minha vida.
Como você conheceu a Estopinha e o Barthô?
Estava procurando um cachorro para ser minha companhia e encontrei a Estopinha com uma protetora. Fiz alguns testes, para saber se ela curtiria essa vida de viajar bastante, sempre conhecendo lugares novos. Sabia que ela se tornaria conhecida e queria que fosse adotada, para mostrar como é possível pegar um cachorro que não é filhote e ter uma convivência muito legal. Ela já tinha sido devolvida duas vezes por mau comportamento — é muito bagunceira —, e eu quis mostrar como é possível viver bem com cães como ela. O Barthô veio para minha casa para ficar como lar temporário. Ele vivia em uma ONG de proteção. O protetor me pediu que ajudasse a achar um lar para ele. No abrigo, ele era muito agitado, fugia, queria interagir com os outros cães, mordia e saia correndo, começando brigas, mas nunca participando delas. Tinha ansiedade de separação e sofria muito quando ficava sozinho. cheguei a arrumar um lar para ele, mas a pessoa não conseguiu e devolveu.
Levando em consideração a sua experiência, qual é o verdadeiro valor um animal de estimação na vida de uma pessoa?
O animal pode, inclusive, dar sentido à vida de algumas pessoas, chega a esse ponto. Mas tem casos menos extremos e que, às vezes, as pessoas nem se dão conta dos benefícios. A ciência está ajudando a gente a entender isso. São muito mais proveitos do que já se imagina. Pode significar amor, carinho e aconchego. Ninguém o ama tanto quanto o seu pet. As pessoas até brincam que o cachorro é o único amor que o dinheiro pode comprar.
O que você diria para uma pessoa que está em dúvida sobre ter ou não um pet?
Tomo um determinado cuidado. Quando explico para alguém a responsabilidade, falo do lado mais complicado, mas tento balancear com as coisas boas. No caso de cães e gatos, a casa ficará cheia de pelo, mas também de vida. Provavelmente, vai gastar mais dinheiro, mas vai ser mais feliz. Vai ter mais trabalho, mas sempre terá uma companhia.
Comprar ou adotar?
Adoção é a primeira opção, mas nem sempre é possível. Por exemplo, pessoas que viajam muito e gostam de levar o pet vão optar por cães pequenos, e os vira-latas costumam ser maiores. Outro exemplo: a pessoa tem criança em casa e fica com medo de que o cachorro a ataque. Por mais que escolha a raça, cada animal tem seu temperamento. Agora, no caso da adoção, geralmente o cachorro já é adulto e tem o caráter formado. É bastante confiável.
(por Renata Rusky, do Correio Braziliense)
O Correio Braziliense lançou, na semana passada, a segunda edição do concurso cultural Meu Pet é Show.
Até 15 de novembro, os leitores do Distrito Federal maiores de 16 anos podem se cadastrar no site www.correiobraziliense.com.br/meupeteshow e enviar a melhor foto de seu pet. Menores de 16 anos também podem participar por meio de representante legal.
A intenção é valorizar e ressaltar o amor do brasiliense pelos animais e estreitar o laço entre o jornal e a população da capital.
Segundo pesquisa da Comissão de Animais de Companhia e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, 42% das residências têm pelo menos um cachorro. Cruzando os números de habitações, segundo o Censo do IBGE, isso significa 325 mil cães na cidade. Os gatos ficaram de fora desse estudo. No entanto, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, 6,9% dos domicílios do DF abrigam felinos. Para participar do concurso, vale clicar todo tipo de bicho de estimação: um amigo canino, um gatinho, peixes, passarinhos e até os mais exóticos. Afinal, amor e amizade não têm raça e nem distinção.
Ao todo, serão três vencedores. O primeiro lugar ganhará uma máquina de café Nespresso U Creme Puro 220V. O segundo levará um espumador de leite Nespresso Aeroccino 3 220V e o terceiro, dois pares de xícaras Nespresso. Além disso, todos recebem um vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015, que acontecerá em 21 e 22 de novembro, no Estádio Mané Garrincha. Na primeira edição do concurso Meu Pet é Show, em 2014, o Correio recebeu mais de duas mil fotos. Por isso, além das três fotos premiadas, outras serão escolhidas para fazer parte da exposição fotográfica do jornal no Brasília Pet Show 2015.
Com celulares tão modernos, tirar foto é cada vez mais frequente.
A bancária Cleide Damaceno (foto ao lado), 33 anos, conta que, no aparelho dela, tem mais retratos da pequena Nina do que de qualquer pessoa da família. Tudo que ela faz é motivo para cliques. A cadela, porém, muda de humor. “Ela não gosta de foto de jeito nenhum. Só temos uma foto dela sorrindo”, conta Cleide. Mesmo assim, ela insiste e não deixa de fotografar a cadelinha.
Já no caso da família Oliveira, a concorrência é complicada. O filhote de labrador, Jack, de seis meses, disputa a atenção das lentes das câmeras com Júlia, de 4 anos, que se diz mãe do cão. O pai, Eduardo Oliveira, 34, bancário, conta que fotos de qualquer um dos dois em redes sociais sempre recebem vários elogios. Quando junta ambos na mesma foto, então, o sucesso é completo.
DICAS:
Os fotógrafos do Correio Braziliense Antônio Cunha e Gustavo Moreno dão dicas para você tirar a melhor foto possível.
Se o animal permitir, fotografar bem de perto
Angular a câmera bem próxima ao rosto
Não usar lentes que vão distorcer o pet, como uma grande angular
Flash pode assustar o bicho de estimação: prefira luz natural
Principalmente se a foto for tirada do celular, a luz natural é a melhor opção
O sol das 7h e das 19h é mais suave e dá um efeito bonito
Luz artificial faz com que a foto perca qualidade
Principalmente nos cachorros, os olhos e as orelhas são muito expressivos, foque neles
É interessante brincar com acessórios no pet
Quanto mais fotos forem tiradas, mais chance de sucesso
Serviço:
Período de envio de fotos: 3 a 15 de novembro, pelo site www.correiobraziliense.com.br/meupeteshow
Limite de fotos por pessoa: 1
Idade para participar: a partir de 16 anos ou menores por meio de representante legal
Participação gratuita
Divulgação do resultado: 18 de novembro no hotsite do Concurso
Inscrições do Concurso Cultural ‘Meu Pet é Show’ continuam abertas
(da redação do Blog Mais Bichos, por Bono Blue)
Foto: Luís Tajes
O Correio Braziliense lançou no dia 3 de novembro o Concurso Cultural “Meu Pet é Show”, com o objetivo de valorizar a criatividade e o sentimento de amor pelos animais de estimação.
A ação visa também estreitar as relações do jornal com a população de Brasília de forma positiva, visto que a cidade se mostra cada vez mais amiga dos animais.
Em 2014, a ação foi realizada pela primeira vez e o Correio recebeu cerca de 2.000 fotos. Em 2015, foi criado um Concurso Cultural e espera-se que número de imagens do ano passado seja ultrapassado.
Poderão participar do Concurso Cultural todos os moradores do Distrito Federal com idade a partir de 16 anos ou menores por meio de representante legal.
A participação é gratuita e, para se inscrever, basta fazer o upload de uma foto com breve descrição do pet no site do Concurso, preencher o cadastro adequadamente e conferir o regulamento.
Das fotos participantes, o Correio vai eleger as 3 (três) melhores que receberão uma premiação especial. Os três participantes contemplados neste Concurso Cultural terão suas fotos expostas na Exposição Fotográfica a ser montada no evento Brasília Pet Show 2015, que acontece nos dias 21 e 22 de novembro no Estádio Mané Garrincha. Além disso, receberão como prêmio:
1º lugar
• 1 (uma) máquina de café Nespresso U Creme Puro 220V.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
2ª lugar
• 1 (um) espumador de leite Nespresso Aeroccino 3 220V.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
3º lugar
• 2 (dois) pares de xícaras Nespresso.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
A comissão julgadora será formada por profissionais do jornal Correio Braziliense.
Além das fotos vencedoras, outras poderão ser selecionadas para compor a exposição fotográfica do Correio no evento Brasília Pet Show deste ano.
Serviço:
Período de envio de fotos: 03 a 15 de novembro (exclusivamente pelo hotsite).
Limitada a 1 foto por pessoa.
Participação gratuita.
Divulgação do resultado: 18 de novembro no hotsite do Concurso
Mais informações no hotsite: www.correiobraziliense.com.br/meupeteshow
Certificado de Autorização CAIXA n° 90104.002919/15-02.
(da Revista do Correio)
Adotar pets deficientes exige muito carinho. Quem dá uma chance a eles não se arrepende: é uma lição diária de vida.
Se adotar é um ato de amor, levar para casa um animal com algum tipo de deficiência é algo que transcende o sentimento. Foi justamente o encanto pelos bichos especiais que motivou a fotógrafa australiana Alex Cearns a criar o Perfect imperfection (“Perfeição imperfeita”, em português), ensaio que ilustra esta reportagem. Cachorros com três patas, gatos que nasceram sem os olhos e animais com prótese, segundo a diretora-criativa do Houndstooth Studio, são exemplos que podem ensinar muito sobre a vida. “A maioria dos animais com ‘aflições’ não se afoga nelas. Eles se adaptam ao próprio corpo sem reclamações e sobrevivem com determinação”, justifica. “A tenacidade deles, em superar as adversidades, nunca deixa de me impressionar. Com eles, aprendi muito sobre sempre ver o lado positivo, em qualquer situação, e nunca a desistir.”
A maioria dos mais de 900 animais fotografados foram resgatados em organizações não governamentais australianas. Durante a sessão de fotos, Alex Cearns conta que descobriu que os tutores de animais deficientes também precisam ser especiais. “Os animais me apresentaram pessoas boas, amorosas, que entendem e valorizam as necessidades dos bichos, independente de qualquer diferença física”, explica. A mensagem principal, segundo ela, é que, os animais deficientes têm a mesma capacidade de amar de um pet “normal”. “Há algo de especial em adotar um animal com alguma diferença física e vê-lo florescer no ambiente doméstico certo. Qualquer coisa pode ser superada com amor e compreensão”, garante.
Porém, só amor não é suficiente. Assumir essa responsabilidade exige preparos financeiro e emocional, além de adaptações na rotina. Fernanda Graneiro, 34 anos, cuida da cadela Paçoca desde maio. A arquiteta, que já tinha seis cachorros não deficientes, teve que mudar seus horários para dar a Paçoca toda a atenção que ela precisa. Há cerca de três anos, a cadela foi atropelada, sofreu uma lesão na coluna e ficou paraplégica. Hoje, usa fralda e precisa ser monitorada constantemente, já que o acidente a deixou sem controle das necessidades fisiológicas. “Volta e meia, eu e meu marido chegamos em casa, a fralda escapou e está tudo sujo”, descreve. “Antes, era tudo mais dinâmico, era mais fácil sair de casa. Hoje, precisamos de uma programação. Ficamos, no máximo, seis horas seguidas fora”, explica.
A fralda da cadela precisa ser trocada várias vezes ao dia. Quando viajam, Fernanda e o marido contratam uma “babá” para cuidar dos pets. Como não consegue mexer as patas traseiras, Paçoca não pode se arriscar em terrenos de pedra ou asfalto, regra que aprendeu rapidamente. “Ensinamos a ela que só pode andar na cerâmica e ela obedece”, conta Fernanda, orgulhosa. “Tirando a deficiência, é uma cachorra normal, esperta e alegre. É um exemplo para todo mundo. Você olha para e pensa: ‘ela está superando, não reclama e, principalmente, não tem pena de si mesma. É um aprendizado para a vida inteira.”
De acordo com o veterinário Humberto Martins, a rotina é a primeira coisa que precisa ser adaptada assim que um animal com deficiência chega em casa. A mudança, claro, vai depender da especificidade de cada bicho. Se o animal tem dificuldade de locomoção, por exemplo, uma boa solução para facilitar o acesso a determinados locais da casa pode ser instalar rampas ou escadas perto do sofá. “Para animais cegos, o ideal é evitar mudar a disposição dos móveis, porque eles acabam se acostumando com aquela rotina”, completa.
Afastar objetos que possam machucar o bicho ou que correm o risco de serem derrubados também ajuda a garantir a segurança dos pets, explica o veterinário. Avaliar se há disposição de tempo e condições psicológicas para isso é fator importantíssimo para se levar em consideração. “Não pode ser só o impulso de fazer uma boa ação”, alerta.
“Não adianta só ter amor, senão o animal é devolvido.” Daniela Nardelli fala por experiência própria: integrante da ONG Projeto Adoção São Francisco, a administradora cuida, atualmente, de sete animais especiais. Como se pode imaginar, a vez de ganhar um lar demora mais para bichinhos deficientes. “A maioria das pessoas não quer ter trabalho. Todo mundo se penaliza, mas ninguém quer”, desabafa Daniela. Quanto mais complicada a situação deles, menos interessados aparecem. Se o problema é exclusivamente de locomoção, há mais chances de a adoção acontecer. Se a complicação envolve a falta de controle de urina e fezes, porém, encontrar alguém que queira se comprometer torna-se tarefa quase impossível. “Temos alguns que precisam, inclusive, de estímulos e massagens tanto para evacuar, quanto para urinar.” É o caso do Faísca, um cão sem raça definida, resgatado pela ONG. Após levar um tiro na medula e ficar paraplégico, o cão urina “andando”, o que o torna praticamente inelegível por um tutor que more em apartamento, por exemplo.
Questões estruturais também entram na lista de requisitos a serem observados antes de se adotar um animal deficiente. Pisos de cimento ou pedra, por exemplo, não são indicados para bichos que se locomovem arrastando membros superiores ou inferiores, já que, pela falta de sensibilidade, os animais poderiam se esfolar e se machucar sem perceber. Outro ponto frequentemente esquecido (especialmente quando a adoção é feito no impulso) é o fato de que o animal vai envelhecer e as dificuldades aumentarão ainda mais. “A pessoa precisa estar preparada, porque a velhice é outro trabalho”, reforça Daniela.
Cirlene Ornellas, pedagoga e também protetora de animais, diz que cães e gatos com deficiência chegam a amargar uma espera de anos até que algum tutor demonstre interesse. Ao todo, Cirlene ajuda mais de 100 animais, divididos entre sua própria casa, na de amigos e de parentes, além de hotéis para bichos. Entre eles, estão a paraplégica Valentina; a Lulu, que teve o pé decepado, e dois machos com paralisia na coluna. Cada um exige um grau de atenção diferente. Valentina, por exemplo, não come nada gorduroso: sua ração é diet e os petiscos são agrados proibidos. “Ela tem diarreia constantemente e, como usa fralda, é muito difícil para ela não se sentir incomodada.”
Além de amor aos animais, ter boa condição financeira é algo determinante para saber se há possibilidade de adotar um bicho especial. A mesma Valentina, por exemplo, exige, por dia, a troca de sete a nove fraldas. A cadela precisa, também, dormir em um colchão específico com tapete higiênico para evitar acidentes noturnos. Isso tudo sem contar as idas constantes ao veterinário, em que a consulta não sai por menos de R$ 200; além dos gastos com alimentação. Lenços umedecidos, probióticos, levedo de cerveja e até água de coco também entram na soma. “Ela tem imunidade baixa, então, tem dias em que ela amanhece com febre, pode pegar gripe, pneumonia. A pessoa tem que estar prevenida para gastar.” No fim das contas, contudo, nada disso importa quando o animal está feliz. Segundo Cirlene, cuidar de um bicho especial é uma missão de vida: “Acima de tudo, que tenha amor”.
Novembro azul, atenções voltadas para o câncer de próstata em cães
O homem não é o único ser que sofre com a doença de próstata. A chamada Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) também pode afetar os animais adultos não castrados. Um cão pode chegar à sua maturidade com 80% de chance em desenvolver a patologia, mas, diferente do homem, a probabilidade em desenvolver um tumor maligno é muito pequena. Apesar desse baixo risco, a HPB pode causar vários problemas para os cães, comprometendo a sua qualidade de vida e o seu bem-estar.
A próstata é uma glândula sexual acessória presente no homem, nos cães e em outros animais, localizada na pelve próxima à bexiga e que envolve parte da uretra. Isso significa que, de alguma forma, participa do processo reprodutivo e sofre influência dos hormônios sexuais produzidos nos testículos.
Quando os cães são castrados antes da puberdade, acabam por ter muito pouco tecido prostático, pois a ausência da produção de testosterona inibe o seu crescimento e, consequentemente, a formação de um tumor na glândula. A ausência da próstata não causa nenhum dano à saúde do cão, já que sua única função é o apoio nutricional aos espermatozóides.
Se a castração acontece na idade adulta, ou seja, quando o animal já tem a próstata em tamanho normal ou aumentada, o procedimento tende a diminuir em aproximadamente ¾ do tamanho normal da próstata em alguns meses.
O diagnóstico de Hiperplasia Prostática e/ou Prostatite pode ser realizado na avaliação clínica do animal utilizando o método de toque retal. Ao realizar esse exame, o médico veterinário é capaz de sentir a próstata e avaliar se está aumentada e/ou irregular. A confirmação se dá através do exame de ultrassom abdominal e de possível citologia, também guiada por ultrassom.
Os sintomas mais comuns de que algo não está bem com a próstata do animal são: desconforto no cão na região pélvica, dificuldade em urinar (urina em jatos finos demorando mais para esvaziar a bexiga) e muito esforço e dor ao defecar.
Quando a próstata aumenta de tamanho, ela empurra o reto para cima contra a pelve, diminuindo o espaço de passagem das fezes do intestino grosso para o reto. Nessa situação, o cão normalmente se estica para forçar a passagem das fezes, o que causa desconforto e dor se a próstata estiver inflamada. No caso de inflamação, é comum a presença de sangue na urina e infecções urinárias persistentes. Essa seria a causa mais comum de constipação e esforço fecal no cão macho não castrado.
Ainda, se a próstata estiver muito dolorida, o cão tende a caminhar de modo diferente e, muitas vezes, esses esforços constantes ao defecar podem causar o aparecimento de hérnia perineal (que seria um aumento de volume ao lado do ânus, causando muito mais dor e dificuldade em defecar e urinar).
O tratamento depende da origem do aumento de próstata, mas a castração do cão macho deve ser indicada para todos os cães em que este aumento foi notado, seguido ou não de tratamento com antibiótico, drenagem de cistos prostáticos e em alguns casos remoção cirúrgica da próstata.
Para finalizar, como a campanha Novembro Azul tem foco na prevenção, é importante alertar: mais de 90% das doenças prostáticas poderiam ser impedidas se os cães fossem castrados no primeiro ano de vida.
Marcelo Quinzani é médico veterinário e diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care.
Há 100 anos um cãozinho morria de tristeza por sua tutora no cemitério de São José dos Campos (SP)
Por Julio Ottoboni (em colaboração para a ANDA)
A história do cachorro Akita, Hachikō, que emociona o mundo desde 1925 também encontra paralelos em várias outras partes do planeta e aqui no Brasil. Este ano teve uma marca especial no cemitério central e o mais antigo de São José dos Campos (SP). Há 100 anos exatos uma jovem morreria de tuberculose e seu cãozinho ficou sobre a sepultura até também morrer, de tristeza e saudades.
O fato foi tão marcante na época, que passou gerações e permanece ainda hoje como uma das principais histórias do lugar. A derradeira demonstração de amor e fidelidade que tem sobrevivido ao tempo e, inclusive, ao abandono e esquecimento.
O jazigo simples, com a estátua de um cachorro sobre ele, ficou abandonado durante décadas. Ali se guarda uma bela e comovente história de amor e fidelidade, envolvendo uma jovem doente, seu cão, o esquecimento dos familiares e uma senhora que há quatro décadas cuida do túmulo.
A sepultura tem em sua arquitetura a estátua de um cachorro, localizada logo a frente, sobre a laje onde se vê o nome de Oscarina Cruz Guimarães, nascida em 16/08/1893 e falecida em 13/08/1915, a poucos dias de completar 22 anos de idade, provavelmente tuberculosa em algum dos sanatórios da cidade ou mesmo em sua casa, devido a uma crise respiratória.
A trajetória da moça e seu cachorro está se perdendo com o passar dos anos. Mas sabe-se que Oscarina era pianista e quando tocava, seu companheiro ficava deitado no chão da sala e nos momentos de repouso forçado por conta da doença, ele se abrigava sob a cama. Os dois eram vistos com frequência caminhando juntos pela cidade, naquela época muito pequena e tímida.
Com o passar dos anos, o túmulo deixou de ser visitado e foi adotado por Dulce Carmem da Silva, moradora do bairro Santana, que passou a cuidar do local e a se inteirar da história da jovem e de seu cão. E manter viva a história da moça e seu amigo fiel.
A família de Oscarina seria originária de Vitória (ES). Viveram no Vale do Paraíba na esperança da recuperação da jovem, quando ela morreu partiram para sempre. Hoje não há indicação de familiar ou pessoa responsável pelo jazigo 5089. Dulce, então, passou a cuidar do local no começo dos anos 80.
A sepultura estava abandonada, mas chamava atenção pelo fato de ter a figura do cachorrinho em mármore branco, sentado, como se esperasse e ao mesmo tempo guardasse o lugar. O que intrigava os mais atentos que visitavam o cemitério.
E assim Dulce tomou conhecimento de maiores detalhes da trajetória de ambos por meio de informações de moradores antigos da cidade. Eram poucas as informações, mas o suficiente para identificar ali uma grande amizade, carregada por tons dramáticos e singelos.
“Essa moça teria se tratado na cidade na época sanatorial e tinha um cachorro que sempre a acompanhava. Quando ela faleceu, o cachorro não quis sair de seu túmulo, aonde também veio a falecer . A mãe dela teria, então, mando fazer a estátua do cachorro em cima do jazigo”, conta Dulce, que se tornou a zeladora voluntária do túmulo. O cãozinho está também sepultado no local, logo abaixo de sua estátua, numa caixa especial feita para abriga-lo e assim permanecer perto de sua tutora.
Nestas quatro décadas, ela nunca teria visto qualquer familiar visitando o jazigo da jovem. Uma triste contraposição ao sentimento do cachorrinho, hoje também esquecido na memória da cidade, pois sequer sabem como sua tutora o chamava.
Foi pelo amor aos animais que Dulce passou a se interessar pela arquitetura do túmulo e pela história que a cercava. Essa empregada doméstica, hoje aposentada, estava muito triste com o envenenamento de seu cachorro, que agonizava em sua casa. Ela entrou no cemitério na busca por aplacar sua dor, quando encontrou o túmulo com a estátua.
Ao se deparar com o abandono do túmulo, simbolicamente diferenciado pela presença da escultura, sentiu que se seu companheiro viesse a falecer passaria a tratar do ‘outro’ cachorrinho, o que havia falecido ali, no cemitério, sobre o túmulo de sua protetora.
“Quando vi o túmulo com a estátua do cachorro, que estava feio e sujo, resolvi cuidar do lugar. Isso foi na década de 80 e continuo até hoje”, relembra emocionada.