O restaurante paulistano Nino, de excelente cozinha italiana a preço acessível, serviu de inspiração para os empresários brasilienses Tiago Boita Launde e Caetano Leandro Pompeu lançarem mais uma operação — eles são donos da churrascaria Otro Parrilla e do japa Omakase —, desta vez com mais três sócios, todos egressos do Gero. Não se trata de “outro Gero”, insiste Tiago, mas de “uma casa de alta gastronomia italiana a um custo econômico”. Com essa proposta, o restaurateur conseguiu reunir sob o nome ‘A Mano, desde o premiado chef Ronny Peterson até os ex-maîtres Carlos Rodrigues (Carlão) e André Sampaio.
O novo restaurante dará início ao funcionamento em low profile, em novembro. Está instalado na esquina de baixo da 411 Sul (Bloco D, loja 36, de propriedade de Mari Lucia, mãe de Tiago), onde ele e Leandro inauguraram há mais de 10 anos o Corrientes 348, que depois de mudar para o Lago, deu lugar ao Omakase. O projeto é de autoria da arquiteta Carla Amaral, que explora bem o vidro e as pedras criando um visual clean e moderno.
Clássicos da culinária italiana — como espaguete à carbonara; farfalle com ragu de ossobuco e cogumelo ou penne à bolonhesa (molho feito de embutidos suíno e bovino) — não foram esquecidos no menu. A novidade, porém, está nos pratos autorais do chef Ronny, que se aproximou mais das lições de Salvatore Loi, seu primeiro mestre na gastronomia, do que nos pratos elaborados por ele no Gero.
Nas entradas, os destaques são o carpaccio de camarão e lula à provençal e o creme de batata-baroa com ovo perfeito (R$ 64); e crocante de toucinho italiano com toque de noz moscada (R$ 39). Já entre as massas frescas, promete fazer muito sucesso (até pela cor atraente) o agnolotti de beterraba recheado de carne de leitoa caipira ao molho de abóbora trufado (R$ 69).
Outra aposta do chef é a trófia, massa artesanal com as pontinhas viradas a mão com nacos de linguiça toscana e pesto de brócolis, por R$ 59. Atento ao paladar do brasiliense, Ronny desenvolveu um prato no qual trufas negras acompanham o ravióli de queijo brie e mel trufado com manteiga. Entre os principais, destaca-se o carré de cordeiro grelhado no próprio molho com lardo de Colonnata (assim é chamada a camada de gordura por baixo da pele de certas partes do porco originário de um vilarejo ao norte da Itália) e fregola (massa rústica da Sardenha).
O nome que batiza a casa é mais amplo do que se poderia imaginar. Refere-se, claro, ao menu com enfoque nas massas frescas artesanais, que estarão expostas no salão e, numa segunda etapa, poderão vir a ser vendidas. Também feita a mão é a pintura de Paulino Aversa na fachada externa e na parede interna da casa. Outro uso do conceito foi dado na confecção dos uniformes por um alfaiate paulistano, que “faz peça por peça”, salienta Carlão. Branco e preto predominam na roupa dos garçons, enquanto os maîtres vestirão paletó na cor champanhe.
A história da nova casa começa na última quarta-feira de Cinzas, quando Tiago almoçava no Gero com o amigo Mario de Almeida Castro. Lá, ficaram sabendo da disposição dos futuros sócios de tocar um negócio próprio. Menos de três meses depois, teve início a obra na 411 Sul, enquanto Ronny que já havia saído da grife Fasano, onde começou há quase 20 anos, passou a elaborar o menu.
Carlão e André Sampaio prometem reproduzir na casa o padrão Gero de atendimento ao cliente. Com capacidade para 80 pessoas, além de um mezanino para 20 pessoas, o restaurante funcionará de segunda a quinta, das 12h às 15h, e das 19h à 0h. Sexta e sábado, das 12h à 0h30. Domingo, das 12h às 17h. Telefone: 3245-8235.
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