Lojas de vinho nunca venderam tanto

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Com restaurantes e bares fechados há mais de três meses, a enogastronomia teve de se reinventar. Aonde é que eu posso comer aquela comidinha saborosa regada a um bom e encorpado tinto? Por enquanto, somente em casa! Daí a solução vem numa palavrinha inglesa que já se incorporou ao linguajar nacional: Delivery.

No caso dos restaurantes, a entrega feita em casa ou o take out (você mesmo busca) representa pouco mais de 10% do faturamento. Serve apenas para manter ativa a cozinha e parte da equipe. Já na esfera da bebida, o resultado é outro. Algumas lojas de vinho nunca venderam tanto, como a Grand Cru, que registra crescimento de 50%, mesmo estando fechada com atendimento delivery ou take out, informa Fernando Rodrigues, sócio diretor da franquia que funciona na QI 9 do Lago Sul.

Segundo ele, a importadora “vem fazendo uma grande revisão no seu portfólio desde o final do ano passado, de forma a torná-lo cada vez mais representativo da diversidade do mundo dos vinhos e hoje trabalha com cerca de 1.300 rótulos”.

Sotaque lusitano

Fundada em 1998 em Buenos Aires, a Grand Cru já teve mais de dois mil rótulos de todo o mundo. Chegou ao Brasil quatro anos mais tarde se estabelecendo em São Paulo e depois veio a Brasília, onde em 2005 inaugurou loja no Brasília Design Center, numa noite memorável regada a notas de tintos e de tangos. No começo, o foco eram vinhos argentinos e os grandes rótulos de Bordeaux vendidos nas lojas e restaurantes de alta gastronomia. Atualmente, a marca atua em mais de 78 pontos de venda de Manaus a Porto Alegre.

A novidade é o lançamento da emblemática vinícola portuguesa Niepoort no cardápio da importadora. Trata-se de uma empresa familiar há cinco gerações de origem holandesa, cujo dirigente Dirk Niepoort é um dos mais celebrados produtores portugueses conhecidos mundo afora. Autodidata, o enólogo não tem problemas em admitir que na própria empresa ” tem pessoas que tecnicamente sabem mais de vinho do que eu”.

Crédito: Grand Cru/Divulgação. Dirk Niepoort

Formado em economia na Suíça, o carismático Dirk comanda a vinícola há 30 anos e insiste na importância de regressar ao passado para aprender com os mais velhos, daí deter uma exclusiva coleção de velhas “colheitas” – tawnies de uma única safra, envelhecidos durante pelo menos sete anos em barrica de madeira. São mais de 150 anos que a Niepoort produz os tradicionais vinhos do Porto com conhecimento passado de geração em geração.

Para Fernando Rodrigues, que tem diploma de sommelier pela ABS, “a chegada da Niepoort traz vinhos portugueses aclamados em todo o mundo por combinarem a tradição das regiões vinícolas, em especial a do Douro, com leveza e sofisticação e menos teor alcoólico.” Em 2012, Dirk realizou o sonho de produzir vinhos no Dão e é de lá que chegam novidades inéditas até então no Brasil, como o Dão Conciso (R$ 249,90), cujo nome justifica “a tentativa de fazer um grande Dão”, comentou Dirk, em recente live de apresentação dos seus mais recentes rótulos para a imprensa especializada.

Um deles, o Conversa é assinado pelo cartunista brasileiro Carlinhos Müller, que se inspirou no tema futebol discutido por torcedores. Elaborado com diversas castas do Douro, o tinto tem estilo jovial e fácil de beber. Sai por R$ 129,90 e apresenta uma curiosidade: exportado para sete países, em cada um o rótulo ostenta no nome a palavra conversa no idioma local e vem ilustrado por um artista do país. Em Portugal, o vinho se chama Diálogo.

Outro bom rótulo da Niepoort, que antes chegava aqui pelas mãos da Mistral, é a linha Redoma, nascida no Douro. O Redoma Branco 2018 guarda toda a complexidade que um branco possa ter. Custa R$ 279,90. “Há muita sinergia entre a Grand Cru e a Niepoort, seja no estilo de negócio como na filosofia de ver os vinhos”, diz Massimo Leoncini, sommelier da Grand Cru, que ao lado de Marino Levy, sócio diretor da importadora, trabalharam muito para conquistar a vinícola portuguesa.

Liana Sabo

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