A gastronomia no setor hoteleiro anda se reinventando. Após o período de isolamento, começa a busca por soluções criativas que consigam driblar o efeito perverso da quarentena imposta na cidade devido à pandemia do novo coronavírus. Quem encontrou um jeito novo de movimentar o serviço de hotel, com restaurante ainda fechado, foi o Grand Mercure, que acaba de lançar o chamado room dinner.
Por ele, você tem acesso a um quarto do hotel transformado em sala de jantar com a mesa no lugar da cama, onde poderá desfrutar de uma refeição muito bem elaborada, sentado com conforto num espaço exclusivo. “Funciona nos moldes do “day use”, sistema pelo qual são cobradas diárias de clientes que só precisam usar o hotel durante o dia, por algumas horas”, explica a gerente Adriana Pinto.
A ideia surgiu no Dia dos Namorados, “quando houve uma enorme demanda de casais que se hospedaram aqui para comemorar a data degustando o menu oferecido no room service”, lembra o paraense Nilson Favacho, que está completando um ano no posto de chefe executivo do Grand Mercure. A refeição é preparada por ele e servida no quarto por um garçom, que fica disponível o tempo todo.
São seis apartamentos, tipo luxo, para duas pessoas, transformados em sala que recebem tratamento especial de higienização e desinfecção após o uso com intervalo de 48 horas para reutilização. Além desses, há uma suíte para receber até seis pessoas desde que sejam da mesma família. “Nós procuramos oferecer segurança e conforto necessários nesse momento de pandemia”, esclarece a gerente, que preside a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF).
Pegada asiática
Bastou uma vivência de um ano na Índia para o cozinheiro brasileiro, nascido em Castanhal do Pará, absorver o toque asiático com o qual tempera alguns dos seus pratos de destaque, como o camarão Bangcoc que é extremamente delicioso na composição do crustáceo VG cozido ao leite de coco, abacaxi, pimenta calabresa e cebolinha. Acompanha arroz de coco queimado. O prato é a primeira opção do menu, que começa com creme de abóbora com gengibre ou então uma saladinha refrescante de abacate com muçarela de búfala.
Outra opção é o medalhão de filé-mignon au poivre, tal como inventaram os franceses com molho denso, picante e saboroso, servido com batata sauté. Rivaliza ainda no principal pescada amarela grelhada envolta em crosta de castanha-do-pará, farinha panko e ervas escoltada de legumes salteados. Na sobremesa, a escolha se dá entre bavaroise de café com coulis de chocolate e maçã verde com sorvete de creme ao molho toffee de caramelo e nata.
O cardápio é todo ele de autoria do chef Nilson Favacho, que trabalhou 12 anos no restaurante Oliver até ano passado, quando se candidatou à vaga no hotel. “O processo seletivo no Grupo Accor foi bastante rígido”, revela o chef-executivo, que até a pandemia, tocava o restaurante Capim Dourado instalado no primeiro andar. Ele tem no encargo o room service com destaque para o café da manhã no qual o delicioso pão francês vem de Paris. “Depois de elogiarem o pão, as pessoas sempre se surpreendem quando digo que vem congelado num container e a gente assa aqui”.
Pode levar vinho
O room dinner, que em inglês significa “um salão criado para jantar”, funciona de segunda à sábado no almoço, das 12h às 15h e no jantar, das 19h às 23h. Você é quem marca o horário em que quer ser servido. Embora o hotel disponha de uma carta variada, o cliente pode levar o vinho mediante pagamento da taxa de rolha de R$ 40.
O menu completo — entrada, principal e sobremesa — custa R$ 210 para duas pessoas mais uma taxa de R$ 70 pelo “quarto”. Quem está hospedado fica isento da taxa de quarto. Reservas pelo telefone 3424-2000.
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