Indian House tem explosão de sabores indianos

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Desenvolvida em uma cultura de mais de cinco mil anos, a culinária indiana é repleta de aromas, sabores e cores, daí ser chamada “comida de temperos”. Quem afirma é o indiano Deepak Raykwar, de 29 anos, que largou um curso de cinema nos Estados Unidos para ser empresário em Brasília, primeiro vendendo roupas confeccionadas na Índia, depois vendendo comida tal qual é feita em Nova Delhi, onde nasceu. Aberto em 2017 no bloco A da 109 Norte, o Indian House deu tão certo, que menos de quatro anos depois, Deepak se lançava em nova empreitada, desta vez na Asa Sul.

Mais amplo e confortável que o primeiro, o segundo estabelecimento de mesmo nome é uma espécie de consulado gastronômico da Índia em Brasília. Foi inaugurado em maio pelo próprio embaixador Sureh Reddy, que chegara poucos meses antes ao Brasil. Decorado com simplicidade, o restaurante ocupa uma única loja a do Bloco B da 313 Sul, com 60 lugares distribuídos em três ambientes. Nas paredes, fotos de ingredientes e pratos indianos e do Taj Mahal, uma das sete maravilhas do mundo antigo e orgulho da Índia, construído por um imperador, como memorial para a sua esposa falecida, Mumtaz Mahal.

Apesar de muito procurado por diplomatas não só indianos, mas de outros países que apreciam o sabor picante da culinária, “69% dos clientes são brasileiros”, observa o proprietário já bem adaptado na capital. Nem sempre foi assim, Deepak enfrentou dificuldades “depois que o dinheiro acabou”, lembra ele, que veio com uma namorada brasiliense que conheceu nos Estados Unidos, onde foi apreender técnicas de cinema, graças a uma bolsa de estudos conquistada quando estava na Índia. A solução foi vender roupas nas feiras até obter recursos para abrir o restaurante, incentivado pela família indiana conhecedora dos segredos culinários, como o do preparo de samosa, primeira sugestão do Indian House no cardápio comum às duas casas.

Temperos e rosas

Semelhante a um pastel, samosa é uma especialidade de origem indiana, feita de massa de farinha de trigo, frita e com um recheio condimentado de feijão, batata, ervas aromáticas, vegetais ou até frango. Na opção vegetariana, duas unidades saem por R$ 10 e quatro, R$ 18. Recheado de frango sai por R$ 13, duas unidades, e R$ 20, quatro. De tão universal, a receita se espalhou pelo mundo, como em Portugal, vinda de Goa através da culinária indo-portuguesa que a denominou chamuça. Lá porém, a iguaria é recheada de carne bovina ou suína – dois ingredientes ausentes da gastronomia da Índia por razões religiosas. Indiano não come carne de porco, nem de vaca.

A cada dois anos, Deepak troca o chefe de cozinha de seu restaurante, que é o prazo que estrangeiro pode ficar no Brasil, a não ser que se candidate a um trabalho permanente que exija outras providências. “Muitos voltam, mas alguns ficam, abrem restaurante e concorrem comigo”, comenta o empresário, que gosta de usar adereços, como dois anéis de ouro, além de pulseira e corrente no pescoço

Fotos: Liana Sabo/ CB/ DA press

No cardápio, há pratos muito deliciosos como o camarão korma, que vem no molho de iogurte, creme e castanha servido com arroz e o pão indiano (naan) feito no tandoor e salpicado de alho, daí chamar-se garlic naan (R$ 59). Outra pedida é butter chicken, frango assado, refogado em molho de tomate com castanha de caju, creme de leite, manteiga temperada e especiarias. Do mar, há algumas sugestões como o filé de peixe cozido em molho de cebola, tomate, tamarindo e leite de coco. A principal proteína animal, porém, vem do cordeiro – uma carne muito apreciada pelos indianos que a preparam com bastante temperos, dos quais o mais comum é o garam masala.

Garam significa quente e masala, mistura de especiarias. Sua composição pode variar conforme a região, mas em geral leva pimenta preta, pimenta branca, louro, cominho, canela, cardamomo, noz moscada e sementes de coentro. O ideal é que entre do meio ao final do cozimento, como no Mutton Rogan Juice, prato de pernil de cordeiro ao molho de cebola e garam masala (R$ 45). De sobremesa a sugestão é Gulab Jamun, que são bolinhos fritos semelhantes aos de chuva, airados feitos de semolina e leite em pó, mergulhados em calda de rosas. Uma delícia!

Funcionam todos os dias na 109 Norte, Bloco A, telefone: 3256-7204 e 313 Sul, Bloco B, telefone: 99811-1108.

Liana Sabo

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Liana Sabo

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