Prato de liguini ala marinara. Crédito: Liana Sabo/CB/D.A Press
Sem ter mais a presença do fundador, conhecido por Ninny, o tradicional restaurante homônimo de comida italiana, surgido há mais de um quarto de século na 309 Norte, vai fechar por alguns dias em janeiro, tempo suficiente para se submeter a uma reforma estrutural no espaço e no cardápio, que contará com menu executivo apresentado em três etapas: entrada, principal e sobremesa.
Os novos planos foram anunciados por Luca, herdeiro e filho único do siciliano Antonino Di Giovanni, cujo apelido deu nome à casa inaugurada no dia 5 de novembro de 1999. Nascido quatro meses mais tarde, já neste século, o brasiliense Luca Di Giovanni, de 25 anos, é formado em administração em Miami, e vive em São Paulo, de onde volta agora interessado em recuperar o prestígio e o brilho que a casa tinha nos áureos tempos em que Ninny, de avental, comandava sua própria cozinha.
“Para mim, esta casa é uma jóia da gastronomia de Brasília, tem muita história vivida por clientes fiéis, que já chegam a duas gerações e casais que se conheceram aqui, por isso precisa ser reabilitada”, anunciou Luca, numa de suas vindas a Brasília.
O atendimento próximo e afetivo sempre foi a marca da casa, que se tornou conhecida não só pela culinária italiana artesanal, mas também pelo carisma e acolhimento. Ninny ensinou os segredos para o cozinheiro Baiano, nascido no Ceará, que replicou o passo a passo tal como fazia o siciliano, uma pessoa alegre que gostava de compartilhar histórias com o público formado de políticos, jornalistas, empresários e famílias oriundas de diversos locais da cidade.
Massas tops
Para começar a focaccia crocante com alecrim dá o tom do repasto, que pode trazer o que há de melhor em frutos do mar preparados no molho que dá sabor às pastas tagliatelle, papardelle, linguine ou espaguete. A porção individual (R$ 159) é muito farta e pode até ser compartilhada. Outras opções são o prato duplo por R$ 229 e a tigela de R$ 279, que serve de três a quatro pessoas. São também muito pedidos a lasanha, o nhoque e o ravióli recheado de ricota e espinafre, além do penne.
Com oito tipos de massa e mais de uma dezena de molhos, o top da casa é a pasta ao molho marinara, que leva lula, mexilhão, camarões pequenos e grandes em redução de vinho branco. De extremo sabor, pode vir com linguine ou espaguete.
A carta de vinhos assinada pela Decanter é bem enxuta e permite que você desfrute de apenas uma taça, se quiser. Tanto o branco português frutado Tamara Trincadeira, como o Tempranillo espanhol Rey de Copas da Bodega Lozano saem cada um por R$ 35, a taça. Na garrafa, tem até Barolo de Montalcino.
Carreira solo
Nascido em Agrigento, cidade conhecida pelo grande número de templos gregos, Antonino Di Giovanni foi criado em Palermo, capital da Sicília. Ainda jovem morou em Londres e Bolonha, de onde voltou para a ilha natal no Mediterrâneo. Lá conheceu a brasileira Gianna Sagazio, descendente de italianos, de quem se tornou amigo. Ninny se formou em jornalismo e economia e chegou a trabalhar em televisão, embora a culinária estivesse sempre presente na veia.
Quando Gianna, economista de profissão, voltou ao Brasil, Ninny decidiu emigrar de vez e veio, como sempre dizia, atrás “do amor”. Em 1997, ele abriu aqui com outro siciliano Adriano Lentini, o restaurante I Siciliani, na 109 Norte, onde ficou apenas um ano. Casado e com um filho por nascer, depois de ter vendido sua parte no restaurante, Ninny partiu para o voo solo, onde viveu até o fim de seus 57 anos.
Exuberante e dono de gestos largos e voz alta, típicos da etnia italiana, o proprietário da casa almoçava todos os dias em seu restaurante, sob a direção do gerente Nelio Bezerra. No dia 12 de maio deste ano, ele se sentiu gratificado de ver a casa cheia no Dia dos Namorados. Dia seguinte, consagrado a Santo Antônio, o siciliano Antonino Di Giovanni não voltou mais ao Ninny. Vítima de um mal súbito foi encontrado sem vida em casa.
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