Categoria: livro
O leitor do século 21 é uma espécie de sobrevivente. E também um salvador. Cabe a ele salvar o ato de ler. O escritor argentino Alberto Manguel não é exatamente um otimista nesse campo, embora seja um Dom Quixote da leitura, com sua biblioteca de 30 mil livros no interior da França. Leitores e escritores como Manguel estão em extinção, por isso vale a pena prestar atenção nas comparações e alegorias que costumam usar. Em O leitor como metáfora, Manguel investiga os significados simbólicos da leitura para concluir que há três tipos de leitores.
Você pode nunca ter sido demitido, pode já ter passado por isso algumas vezes (imagino que uma ou duas, no máximo, caso tenha nascido nos anos 1980) ou pode viver a expectativa disso há anos. E, com certeza, conhece alguém que já passou pela situação de ser dispensado. O fato é que você vai se identificar imediatamente com a personagem criada pela carioca Julia Wähmann nessa preciosidade que é o Manual da demissão. Então preste muita atenção quando colocar as mãos nesse livrinho: ele vai conversar diretamente com você e sim, vai fazer você rir de tão trágico o drama narrado. E ter algum carinho pela situação dolorida de ser dispensado.
Já fez sua lista de leitura para 2018? Veja aqui o que as editoras lançam este ano
Quer preparar a lista de leitura para 2018? Tá na hora. O ano mal começou e ainda dá tempo de planejar o que ler. O Leio de tudo preparou uma seleção pinçada entre as previsões de lançamentos das editoras. Veja o que vem por aí.
Vamos falar sobre essa moça, essa Rupi Kaur, nascida na Índia, de nacionalidade canadense, detalhe importante para os versos que ela escreve. Você já deve ter ouvido falar dela. Rupi ficou famosa nas redes sociais com poeminhas feministas, versos curtos, ora contundentes, ora simplórios e infantis demais, o que já rendeu boas críticas por aí. Milk and honey, publicado no Brasil como Outros jeitos de usar a boca, vendeu um milhão de cópias e saiu no Brasil em 2015. A nova edição da Planeta vem com capa dura e os poemas em inglês, língua original da escrita da autora. Falando de traumas, sobrevivência, dor e cura, mas também de amor, raça e relacionamentos, a poesia de Rupi causa uma certa emoção mesmo naqueles que não compartilham sua origem sofrida e complicada.
Lacração, apropriação cultural, racismo e linchamento nas redes em novo livro de Francisco Bosco
O que o clipe de Mallu Magalhães, o caso do turbante de Thauane Cordeiro, as marchinhas de carnaval e o episódio da cantora baiana Marcia Castro têm em comum? Todos ganharam enorme repercussão graças ao que o filósofo Francisco Bosco chama de “novo espaço público brasileiro”. E todos representam uma nova maneira de lidar com as lutas identitárias. Foi para refletir sobre esse espaço e qual seu impacto na sociedade que Bosco escreveu A vítima tem sempre razão?.
O amor romântico acabou? O que vai substituí-lo? O individualismo trouxe uma intolerância aos sacrifícios, mas como isso afeta os relacionamentos? Novas tecnologias, novas formas de organização social, novos modos de encarar as relações, tudo isso interfere na maneira como as pessoas encaram amor e sexo e é sobre isso que a psicanalista Regina Navarro Lins fala em Novas formas de amar.
Adoção, drogas e racismo pontuam novo romance de Bernardo Kucinski
Pretérito imperfeito tem apenas 150 páginas. É o suficiente para o acerto de contas de Bernardo Kucinski. O terceiro romance do escritor paulistano é forte candidato às listas de premiação de 2018 e traz uma narrativa impossível de ser abandonada até a leitura da última frase. É sobre a dor de um pai esta história que tem início com uma carta cujo propósito é expulsar o filho da sua própria vida. É um início duro, mas não há inícios doces na escrita de Kucinski.
Eric Hazan nem sabe direito como teve a ideia de escrever A invenção de Paris, mas lembra de achar curioso que os amigos se interessassem pelas histórias contadas durante passeios pela cidade. O fato é que Hazan é um historiador compulsivo e Paris, um assunto irresistível. A combinação foi perfeita para esse livro que chega agora ao Brasil em uma edição caprichada da Estação Liberdade.
Listas de filmes, de músicas, de discos, de bandas, de atores. Listas de coisas a fazer, de músicas para escrever, de atuações geniais, de livros lidos ou a serem lidos. Renato Russo adorava listar e fez isso praticamente a vida toda, por isso os editores Sofia Mariutti e Tarso de Melo encontraram um pequeno tesouro no conjunto de mais de […]
Dropz poderia muito bem ser um disco. Tudo o que Rita Lee escreveu nesse livro de contos, que chega depois da polêmica e sincera autobiografia, rende música simplesmente porque a cantora/compositora/escritora é uma narradora de primeira, seja na ficção, seja na canção. Rita é, ainda, excelente em transformar coisinhas do cotidiano em textos que nos prendem por conterem a dose certa de ironia (autodirigida, muitas vezes), indignação, humor e crítica. Dito assim, os ingredientes de Dropz vêm de um cardápio que sempre esteve presente nas músicas da autora.