Ele já visitou Flamengo, Cruzeiro, Fluminense e Corinthians: o intercâmbio do técnico catalão Fernando Jubero no Brasil

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Enquanto uma legião de técnicos brasileiros investe nas expedições rumo à “Meca” que se tornou Pep Guardiola, um promissor catalão, com passagem pelas divisões de base do Barcelona, faz o caminho inverso. Aos 44 anos, Fernando Jubero Carmona excursiona há uma semana em solo verde-amarelo trocando ideias — e postando fotos — ao lado de profissionais brasileiros como Abel Braga, Mano Menezes e Fabio Carille.

Fernando Jubero optou por ser feliz na América do Sul. Especificamente no Paraguai. Em 2015, levou o Guarani à semifinal da Libertadores. Na fase de mata-mata, desbancou o Corinthians e o Racing. No ano passado, faturou o Torneo Apertura pelo Libertad. Além disso, chegou às semifinais da Copa Sul-Americana contra o Independiente, carrasco do Flamengo na decisão do título. Em 2016, foi vice do Apertura pelo Olimpia.

Um problema na coluna tirou Fernando Jubero de combate em dezembro de 2017. Operado no início do ano, ele decidiu voltar ao batente no segundo semestre de 2018. É um dos candidatos a assumir a seleção do Paraguai. Tem como forte concorrente o argentino Gerardo “Tata” Martino. Ao que parece, Jubero está disposto a abrir as portas no mercado do futebol brasileiro. Chegou a ser cogitado como possível treinador do Flamengo. Na verdade, foi ao Rio tão somente para trocar conhecimento com o diretor de futebol rubro-negro Carlos Noval, especialista, como ele, em trabalhos com as divisões de base.

O intercâmbio de Fernando Jubero com os técnicos brasileiros começou em 6 de abril, quando conversou com Luiz Felipe Scolari no Bilbao International Football Summit. De lá, retornou a Assunção até comprar as passagens para um tour pelo Brasil. Na quarta-feira passada, deu uma passadinha na concentração do Cruzeiro. Falou com o técnico Mano Menezes e com o auxiliar do ex-técnico da Seleção Brasileira, Sidnei Lobo. Satisfeito, escreveu nas redes sociais. “Conversa enriquecedora”.

Intercâmbio com o técnico do Cruzeiro, Mano Menezes, e com o auxiliar Sidnei Lobo, no Rio

O catalão também apareceu no Fluminense. Nas Laranjeiras, foi recebido pelo técnico Abel Braga e fez questão de uma foto ao lado dele. No último sábado, o carrasco do Corinthians nas oitavas de final da Libertadores de 2015 pintou no centro de treinamento do Timão. Trocou figurinhas com o o técnico Fabio Carille e o gerente de futebol Alessandro Nunes. No dia seguinte, acordou cedinho para se infiltrar no bando de loucos. Da arquibancada, viu a matinê entre Ceará e Corinthians pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.

Na passagem pelo Rio de Janeiro, Fernando Jubero trocou ideias com o técnico Abel Braga

Fernando Jubero é um peregrino. Quando deixou a Catalunha, era analista dos adversários do Barcelona B. Topou o convite da empresa Aspire Soccer Dreams para descobrir talentos na África, na Ásia e na América Central. Viveu no Vietnã. Nas andanças pelo mundo da bola, ancorou em Assunção. Conheceu a esposa, Elva, e teve um herdeirinho, o menino Ferrán.

Psicopedagogo, Fernando Jubero tem alguns princípios nos clubes por onde passa. Diz que o jogador de futebol é, antes de tudo, um ser humano. “Devemos conhecer o que há por trás da máscara de um atleta para fazê-lo render o máximo. Trabalhar a questão dos valores, da solidariedade, do esforço, trabalho em equipe, responsabilidade compartilhada, acomodar os objetivos pessoais aos coletivos, usar uma linguagem simples, que todos entendam”.

Troca de ideias com  Carille na véspera de Corinthians x Ceará

O treinador é da terra de Pep Guardiola, passou pelo Barcelona, mas tem como maior referência um espanhol que fez história justamente na América do Sul. Xabier Azkargorta é o ídolo dele. O treinador classificou a Bolívia para a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Foi o responsável pela primeira derrota do Brasil na história das Eliminatórias — aquele 2 x 0, na altitude de La Paz, com show de Marco Etcheverry e um inesquecível frango do goleiro Taffarel, no Estádio Hernando Siles.

Inquieto, Fernando Jubero gosta do 4-4-2, mas não é escravo do sistema. Na recente passagem pelo Libertad, usou o 5-3-2, 5-4-1, 4-4-1-1 e o 4-2-3-1. Também curte montar suas equipes com três zagueiros. Fez isso, por exemplo, no Guaraní, na fase de grupos da Libertadores de 2015. Nas semifinais, recorreu ao 3-4-3 diante do River Plate e vendeu caro a vaga para a decisão continental.

Portanto, não se assuste se Fernando Jubero pintar um dia desses no seu clube.

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Marcos Paulo Lima

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