Em vias de extinção, Copa das Confederações desafia Catar a reinventar eventos-teste para o Mundial 2022

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O iminente fim da Copa das Confederações desafia o anfitrião da Copa 2022 a reinventar os chamados eventos-teste. Em circunstâncias normais de temperatura e pressão, o ensaio para o Mundial ocorreria em junho e julho de 2021, no Catar. No entanto, a competição não será disputada no pais devido ao calor insuportável. A outra opção seria de novembro a dezembro, período em que a Copa será disputada em 2022. No entanto, bagunçaria o calendário do futebol mundial, principalmente o europeu, por dois anos seguidos. Uma das alternativas da Fifa é realizar a Copa das Confederações 2021 em outra nação asiática. A China é favorita. Os regulamentos das copas continentais como Eurocopa, Copa América, Copa da Ásia, Copa Ouro e Copa Africana de Nações, por exemplo, preveem vaga aos campeões.

Usar o torneio como ensaio para a Copa começou a virar tradição em 2001, no Japão e na Coreia do Sul. Pegou de vez em 2005, na Alemanha; e ajudou o Brasil (2013) e a Rússia (2017) a dar os últimos retoques na operação do megaevento. O primeiro país árabe a receber o Mundial não terá esse privilégio e foi obrigado a reinventar eventos-teste. Nesta sexta-feira, por exemplo, o Catar será anfitrião da Supercopa da África entre Espérance, da Tunísia, campeão da Champions League da África em 2018; e Raja Casablanca, do Marrocos, vencedor da Copa das Confederações da África — carrasco do Atlético-MG na semifinal do Mundial de Clubes 2013.

Controle rigoroso na entrada do Estádio Al Gharafa, em Doha. Foto: Marcos Paulo Lima

A partida não será em uma arena da Copa 2022, mas o Comitê Organizador usará o confronto para testar o aprendizado dos colaboradores e simular a implementação do padrão Fifa no Estádio Thani bin Jassim, do Al Gharafa. “Precisamos ganhar experiência na organização de eventos. Todos os funcionários que vão trabalhar na Supercopa da África estavam na Rússia aprendendo a teoria Queremos vê-los na prática. Nos últimos 10 anos, o Catar recebeu muitas competições importantes. Temos experiência, mas é sempre fazer mais”, justificou o diretor de Marketing da Associação de Futebol do Catar, Khalid Mubarak Al-Kawari, durante encontro com jornalistas brasileiros aqui em Doha.

“Nós estudamos todos os eventos que acontecem no mundo. Recebemos muitas ofertas de confederações para organizarmos eventos. Se forem interessantes para nós, sim, vamos organizar. Se recebermos ofertas da Conmebol para organizar a final da Libertadores ou do Brasil para a Supercopa, nós vamos analisar”

Khalid Mubarak Al-Kawari, diretor de Marketing da Associação de Futebol do Catar

A caça aos eventos atraiu também a final da Copa da Tunísia. Espérance e Bizertin decidirão o título nacional na segunda-feira, no Catar. A demanda por competições é um indicativo de que o assédio pode chegar, em breve, à América do Sul. Questionado pelo blog sobre o interesse em torneios como a Libertadores e a Supercopa do Brasil, que voltará a ser disputada a partir de 2020, Al-Kawari confirmou que as duas competições estão no radar dos xeques.

Voluntários cataris colocam em prática o que aprenderam na Copa da Rússia. Foto: Marcos Paulo Lima

“Nós estudamos todos os eventos que acontecem no mundo. Recebemos muitas ofertas de confederações para organizarmos eventos. Se forem interessantes para nós, sim, vamos organizar. Se recebermos ofertas da Conmebol para organizar a final da Libertadores ou do Brasil para a Supercopa, nós vamos analisar”, respondeu.

No fim do ano passado, o Catar entrou forte na disputa com Madri e Paris para hospedar a tumultuada final argentina da Libertadores entre River Plate e Boca Junior. No fim das contas, Madri levou a melhor. Recentemente, o país recebeu duas decisões da Supercopa da Itália. Em 2014, a Juventus derrotou o Napoli. Dois anos depois, a Velha Senhora superou o Milan. Dinheiro não falta. Interesse em eventos nem se fala…

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Marcos Paulo Lima

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