Com um número de candidatos a deputados federais e estaduais chegando à casa dos 1,5 mil, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, decidiu que nenhum centavo sai dos cofres do fundo eleitoral do partido sem que tenha a rubrica dele na liberação. Valdemar é presidente, tesoureiro, conselheiro e… paciente. Embora não tenha gostado de Flávio Bolsonaro dizer que o partido só deve repassar recursos a quem fizer campanha para Bolsonaro, Valdemar está cumprindo esse “pedido”. É até uma forma de economizar nesses dias para ter dinheiro ao final.
Em tempo: Enquanto o PL crescia a olhos vistos com a entrada de parlamentares, foi prometido a cada um R$ 1 milhão. Como o tempo de campanha está reduzido, a pressão por recursos é grande. Mas a cúpula do partido e o senador Flávio Bolsonaro, que coordena a campanha do pai à reeleição, estão irredutíveis. Como o leitor da coluna já sabe, só receberá recursos quem fizer campanha para o presidente Jair Bolsonaro.
Agora, lascou
A denúncia de um ex-assessor de André Janones (Avante-MG) de que o deputado ficava com parte do salário de funcionários tira de cena qualquer aceno para ele ser candidato a presidente da Câmara no caso da eleição de Lula. Era uma esperança do deputado mineiro que, agora, foi para o ralo. Ainda que o parlamentar tenha desmentido, ficou ruim.
Já estava lascado
Na verdade, o caso da “rachadinha” do qual Janones é acusado soa mais como uma desculpa. No fundo, o PT sabe da dificuldade de apoiar alguém de fora do partido. Embora os aliados de Lula digam que um presidente da Câmara não deva ser do PT em caso de vitória de Lula, isso não é consenso na legenda. Mas ninguém tratará disso agora para não tumultuar a eleição. Afinal, antes é preciso saber quem será deputado.
Pule uma casa
O PT decidiu deixar as ruas no Sete de Setembro para os bolsonaristas. No máximo, haverá um pronunciamento do ex-presidente Lula nas redes sociais ressaltando a Independência do Brasil. A ordem é passar a data na paz, sem atitudes que sirvam de desculpa para violência por parte dos adversários.
Ensaio para hoje
Se os entrevistadores do JN fizerem alguma menção aos escândalos que marcaram o governo do PT, a intenção do partido é que Lula responda dizendo que nenhuma gestão da Polícia Federal teve mais liberdade de atuação do que nos governos petistas.
Enquanto isso, na campanha de Bolsonaro…
O tempo que Lula falar ao longo dos 40 minutos será medido milimetricamente. Há uma revolta na campanha, porque, conforme as medições de assessores, o presidente só falou por 24 minutos do total da entrevista, enquanto Ciro Gomes falou por 30 minutos.
A espera de cada um/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não confirmou sua participação no debate do pool Band/TV Cultura/Uol/Folha no domingo porque quer saber se Lula vai. Lula, embora sua assessoria confirme a participação no debate, diz em conversas reservadas que pretende esperar passar a entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira.
Debater é preciso/ No PT, porém, há quem diga que não dá para se dizer democrata e faltar a um debate promovido por um pool de empresas justamente porque os candidatos pediram que fosse reduzido o número de encontros para garantir a presença de todos.
Compensa aí/ Com apenas 52 segundos de propaganda eleitoral na tevê aberta, Ciro Gomes (PDT) quer compensar com a TV Ciro, que estreou na internet. Só tem um probleminha: a internet é bolha e não entra na casa das pessoas naquele horário, entre o jornal e a novela ou o programa de auditório.
Brito eterno/ A família de Orlando Brito, ícone do fotojornalismo brasileiro falecido em março, lançou nesta semana o novo portal do fotógrafo: www.orlandobrito.com. Lá, os interessados podem comprar fotos e livros que registram a história e a arte de momentos marcantes da vida política do país e de seus personagens.