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Presidente do PSL comemora possível ida de Eduardo Bolsonaro para embaixada
Coluna Brasília-DF/Por Leonardo Calvacanti
A indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos Estados Unidos, em Washington, não preocupa o presidente do PSL, Luciano Bivar. Pelo contrário. A pessoas próximas, ele confidencia que vê até com bons olhos. Não é para menos. Para ser embaixador, o filho de Bolsonaro precisaria se desfiliar.
Com isso, os recursos do fundo partidário que seriam destinados a ele ficariam com o partido. Se o Congresso aprovar a ampliação prometida para o fundo, o partido terá quase R$ 500 milhões para as eleições de 2020. Cálculos internos apontam que os votos de Eduardo correspondem a 20% do fundo.
Como esta coluna já mostrou, as chances de aprovação de Eduardo Bolsonaro, tanto na Comissão de Relações Exteriores quanto no plenário, são enormes. As duas votações são por maioria simples. Há poucas possibilidades de os senadores recusarem um pedido pessoal do presidente — a crise aberta teria proporções inimagináveis.
O custo político da aprovação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada e da reforma da Previdência no Senado vai implicar mudanças na diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão subordinado ao Ministério da Educação, com orçamento de cerca de R$ 55 bilhões. No Congresso, as informações são de que o PP tem as digitais nesse processo. As indicações contam com o sinal verde do DEM, que preside as duas Casas no Parlamento.
Olho nas bases
Boa parte dos deputados do PSL está nas respectivas bases eleitorais. Isso porque o partido se prepara para um dia nacional de filiações, em 17 de agosto. O problema é que parlamentares criticam a desorganização. O evento ocorrerá em diversos estados e em diferentes municípios numa mesma unidade da Federação, como no próprio Rio de Janeiro, que terá mais de um evento no estado.
Chamada final
O prazo para a apresentação de emendas à reforma tributária da Câmara termina logo no início de agosto. Com isso, há uma corrida contra o tempo para bolar sugestões de aperfeiçoamento do texto. No entanto, diferentemente da reforma da Previdência, a atenção é bem menor. Bom para aqueles que defendem o mínimo de modificações na proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2019.
CURTIDAS
Generais // Em 5 de agosto, uma segunda-feira, os generais Alberto Cardoso e Eduardo Villas-Boas abrirão o ciclo de diálogos do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. O tema do evento é a “Construção do pensamento político do Brasil” e ocorrerá na sede do instituto a partir das 19h. Villas-Boas é ex-comandante do Exército, e Cardoso, ex-chefe do GSI.
Prêmio // Os vencedores do 16º Prêmio Engenho de Comunicação serão conhecidos em 5 de setembro durante cerimônia na Embaixada de Portugal, em Brasília. Criada em 2004, a premiação é destinada a jornalistas e veículos de comunicação da capital federal. “Os jornalistas de Brasília merecem uma premiação que destaque os serviços que prestam a todos do país”, diz a presidente do Prêmio Engenho e criadora da premiação, Kátia Cubel.
Debate // O Correio realizará, em 6 de agosto, das 9h às 14h, o debate Como fazer os juros caírem no Brasil. O evento reunirá alguns dos maiores especialistas no assunto. Para participar, basta se inscrever, gratuitamente, pelo site: www.correiobraziliense.com.br/correiodebate/juros. As vagas são limitadas.
Colaborou Rodolfo Costa
Situação de policiais na Previdência deixa PSL entre a cruz e a espada
Coluna Brasília-DF
A oposição planeja explorar a aposentadoria dos policiais no seu kit obstrução, de forma a tentar jogar o desgaste da reforma previdenciária para cima do PSL do presidente Jair Bolsonaro. O partido presidencial, aliás, está disposto a fechar questão em torno da proposta aprovada na Comissão Especial.
Significa que, se não houver um acordo para aliviar a situação dos policiais, retirando-os da reforma para colocá-los num texto à parte, quem votar contra corre o risco de punição. E quem votar a favor, será atacado pela oposição. É a bancada da bala entre a cruz e a espada pela primeira vez.
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Entre os pesselistas, pegou muito mal a atitude do deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que foi para as redes sociais se apresentando como alguém que ficou ao lado dos policiais e exibindo fotos dos votos de seus colegas de partido que votaram com o governo, ou seja, contra mudanças no texto a favor da categoria. O futuro de Frota no partido é incerto. Ou ele vota com o partido, ou pode ficar sem legenda.
O “sim” da Previdência
Quanto à reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não quer conversa. Sua intenção é resolver agora e não deixar esse tema pendurado na Casa no segundo semestre. Em agosto, Maia quer discutir e votar a reforma tributária.
Deixa quieto
Maia tem pedido, inclusive, que os deputados não façam pressão sobre o governo por emendas e cargos nessa votação da reforma previdenciária. Depois, quando for algo de interesse exclusivo do Planalto, e não do país, aí sim, quem quiser que cobre uma fatura.
Fechou, mas…/ O PSB fechou questão contra a reforma da Previdência. Mas não decidiu que tipo de punição fará a quem votar a favor: “As consequências sempre vêm depois”, diz o líder do partido, Tadeu Alencar.
Santo de casa/ Funcionários da Câmara que trabalham desde pequenos com salários modestos e estão na faixa dos 45 anos estão com medo da reforma e, nas últimas horas, começaram uma campanha entre os deputados pedindo que não aprovem o texto.
QG/ Havia mais deputados ontem à tarde na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do que no plenário. É ali que os últimos ajustes da reforma que irá a votos hoje.
Começou/ Ontem mesmo, no início da noite, o deputado Fábio Henrique (PDT-SE) colocou na roda o discurso da oposição: “Amanhã, vamos ver quem faz parte da bancada da segurança pública ou a defende só no gogó”.
O desafio de unir o PSL após Bolsonaro ser chamado de “traidor”
Coluna Brasília-DF
A manifestação dos policiais em frente ao Planalto terminou chamando o presidente Jair Bolsonaro de “traidor” e fez balançar o apoio do PSL à reforma previdenciária. O esforço daqui para frente será no sentido de unir o partido a votar o texto integral. Afinal, a legenda à qual o presidente é filiado tem que dar o exemplo para as demais.
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A coluna registrou, há meses, que o governo de Jair Bolsonaro teria com o seu partido o mesmo problema que o ex-presidente Lula teve com o PT, quando a Previdência esteve em debate. Nos tempos petistas, Heloísa Helena e um grupo de deputados deixaram a sigla e formaram o PSol. Resta saber o que farão os integrantes que não concordam com as propostas do governo.
Por onde passa boi…
Senadores pressionam o governo sobre cargos, porque começaram a ver dois pesos e duas medidas nas indicações. A direção da Sudeco, por exemplo, contou com o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Agora, muitos consideram que a porteira está semiaberta. Ainda não passa boiada, mas…
Por falar em Bolsonaro…
Ele abriu a reunião dos ministros, ontem, citando o caso de Marcelo Álvaro (Turismo). “O governo tem que ser um só. Se o governo não ficar junto, o próximo pode ser qualquer um. Qualquer coisinha, a imprensa vem para cima. Hoje é o Marcelo, o Moro. Querem atingir a mim, ao governo”, disse o presidente, segundo relatos de ministros.
… ninguém sai
A forma como ele se referiu ao ministro do Turismo deixou gente na sala com a certeza de que Bolsonaro vai seguir à risca o que disse anteriormente: só demite o ministro do Turismo se houver alguma prova cabal contra ele. Para completar, o ministro pediu licença para não integrar a lista dos que iriam ao jogo do Brasil, porque tem de ir a Mato Grosso do Sul lançar o Investe Turismo.
O climão na Casa
Levantamento da consultoria Arko Advice com 113 deputados de 24 partidos: a maioria, 76,1%, acredita que a reforma será aprovada. Metade prevê que a economia ficará entre R$ 800 bilhões e R$ 1 trilhão. São 513 deputados, apenas 113 foram ouvidos. Porém, a sensação geral é de aprovação, inclusive entre parlamentares de oposição.
Curtidas
Heleno pulou fogueira I/O PT bem que tentou convocar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para que ele explicasse aos senadores por que foi à manifestação de apoio a Sérgio Moro, que teve, entre um dos focos, a defesa da intervenção militar e o fechamento do Congresso.
Heleno pulou fogueira II/ O único partido que apoiou foi a Rede. Os demais não viram necessidade sequer para um convite. “Ele estava lá como cidadão e não como ministro”, defendeu o senador Major Olímpio, com apoio dos partidos de centro e até de alguns da oposição.
Artistas na luta I/ Um grupo de músicos foi ao Senado para pedir encarecidamente que o novo plano nacional de turismo não isente hotéis e motéis do pagamento de direito autoral por música nos quartos. “As pessoas precisam entender que as músicas têm autores e que eles vivem disso”, afirma a cantora Sandra de Sá.
Artistas na luta II/ O projeto ainda não está em votação no plenário, mas é certo que o tema vai esquentar no segundo semestre. Sandra pergunta: “Será que os hotéis vão baixar a diária ou deixar de cobrar dos compositores?”
Disposto a deixar para trás o mais rápido possível a crise envolvendo o quase ex-ministro Gustavo Bebianno, o presidente Jair Bolsonaro foi buscar as mazelas da área de educação. Lá, o ministro Ricardo Velez encontrou 2 mil processos de credenciamento de cursos sob suspeita. Além deles, o governo colocará uma lupa em contratos e convênios do FNDE, no ensino a distância, e nos programas Universidade para Todos (Prouni) e o Nacional de Acesso ao Ensino técnico e Emprego (Pronatec). Estima-se malfeitos em, pelo menos, R$ 4 bilhões.
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A guerra entre a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior, que cuida das universidades privadas, e o ministério está aberta. Segundo relatos, chegou ao ponto de o presidente da ABMES, Janguiê Diniz, no início de uma audiência com o ministro, ainda nas apresentações de praxe, ouvir de Velez sem a menor cerimônia: “Já te conheço, sei a sua biografia, foi o senhor que pediu audiência, então, fale”. Constrangido, um dos presentes deixou a reunião. É nessa área que Bolsonaro vai agir para mostrar que não compactua com corrupção. Daí, post de sábado (16/2), no Twitter, onde anunciava: “Daremos início à Lava-Jato da educação”.
Atualização: A ABMES diz que o clima na reunião foi muito cordial e não houve constrangimentos. O Fórum das Entidades Superior Particular divulgou nota de apoio à iniciativa do governo de “apurar indícios de corrupção, desvios e outros tipos de atos lesivos à administração pública no âmbito do MEC e suas autarquias nas gestões anteriores”. A nota diz ainda que “o documento assinado pelos ministros Vélez Rodrigues, e, ainda, o da Justiça, Sérgio Moro,; da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário; e pelo Advogado-Geral da União, André Mendonça; representa também o interesse das instituições particulares de ensino superior em todo o Brasil de combater ilícitos e defender a transparência na gestão dos recursos públicos”.
Onde vai pegar
A “Lava-Jato da Educação” e a constrangida reunião do ministro com o presidente da Associação das Mantenedoras prometem criar problemas para o governo no Congresso. Se for investigar o período do governo Temer, vai desgastar politicamente o DEM, que comandava a pasta, e comprar briga com o ex-ministro do partido Mendonça Filho, a quem Janguiê Diniz é ligado.
PSL, o alvo da semana
Calma, pessoal. Nada a ver com o laranjal. É que o partido do presidente será o primeiro ao qual o secretário de Previdência, Rogério Marinho, e o presidente Jair Bolsonaro vão se reunir para explicar a reforma a ser encaminhada ao Congresso. A ordem é dizer aos governistas que, se for para jogar a reforma nas redes sociais, que seja para elogiar.
Tem que aguentar o tranco
Ainda que os seguidores dos parlamentares governistas reclamem do texto, caberá a cada um defender a proposta e deixar claro que o país precisa mudar a Previdência, sob pena de não conseguir mais pagar as aposentadorias no futuro. O problema é de que já tem muito economista nas redes dizendo que a reforma trabalhista não gera empregos, e de que o primeiro passo é mexer nos impostos, algo que o governo pretende deixar para depois por causa do deficit previdenciário. O debate será produtivo.
CURTIDAS
Vai ferver/ A quebra de sigilo do escritório Mariz de Oliveira, do advogado do ex-presidente Michel Temer, resultou num manifesto dos advogados, que até sábado à tarde já reunia 213 assinaturas, muitos de renome, como Roberto Podval, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias e Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
Laranja-Lima/ Explica-se por que os partidos não fizeram muita marola até agora com a história do laranjal de candidaturas. Quem tem experiência de campanha afirma que há três tipos de candidatos laranjas. O mais comum é lançar mulheres sem voto, apenas para cumprir a cota.
Laranja-Pêra/ O outro tipo de laranja que tem a colheita na safra eleitoral é aquele apenas para evitar que candidatos inconvenientes do mesmo partido conquistem uma vaga. Se o “laranjito” perder, mas tirar votos daquele que não é muito afeito à cúpula partidária, está valendo.
Laranja-Bahia/ O último tipo é o funcionário público. Muitos partidos recorrem a candidaturas de servidores, porque eles ganham uma licença e viram mão de obra barata para a legenda no período eleitoral, nem que seja por meio expediente. Laranjas à parte, o que não pode é o dinheiro do fundo destinado a campanhas terminar em gráficas que não apresentam comprovante de execução do material. Aí, é caso de polícia.
Entre “empoderar” o filho vereador Carlos Bolsonaro, demitindo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, ontem mesmo, e dar todo o respaldo ao ministro, deixando Carlos constrangido, o presidente Jair Bolsonaro tentou, inicialmente, optar pela equidistância da crise. Mas os laços familiares e os discursos de Bebianno nas últimas 48 horas falaram mais alto. Assim, a ideia de deixar o ministro no cargo, defendida por militares e parlamentares, ruiu. A conversa ontem entre o presidente e Bebianno terminou com o ministro demissionário e enfraquecido, com o desfecho oficial marcado para as próximas horas. Com a instantaneidade das redes sociais, está prestes a sair oficialmente do Planalto o único do ministro do PSL. O ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, não é filiado. E Onyx, da Casa Civil, é deputado federal pelo DEM, partido aliado, porém, mais independente de Bolsonaro. Diante dessa realidade, o PSL se prepara desde já para reivindicar o cargo.
Quanto ao filho, levando-se em conta os novos tuítes, parece que entendeu a mensagem do pai e dos militares. Não xinga ninguém, faz propaganda das boas ações do governo e menciona as ações no Rio de Janeiro. Melhor assim, comentam os políticos. A saída de Bebianno, porém, o fortalece. Nesse sentido, resta saber se Carlos permanecerá na linha, exercendo o mandato de vereador, deixando que o pai exerça o papel de presidente da República, ou vai insistir em ter protagonismo no governo, para irritação de muitos dentro do próprio Planalto.
Respingou geral
A crise envolvendo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, provocou uma corrida de diplomatas estrangeiros atrás de informações sobre o que estava acontecendo. Alguns mandaram o seguinte recado ao governo: quem quer investimentos não pode ficar fazendo marola.
Onde pegou
O que levou o presidente Jair Bolsonaro a querer demitir o ministro foi o fato de Bebianno dizer em alto e bom som que não sairia. Afinal, diziam ontem alguns aliados de Bolsonaro, se o vereador Carlos não pode se intrometer em assuntos de governo, ministros também não podem dizer que não saem e ponto. O correto é: “O cargo pertence ao presidente da República”. #ficaadica.
Advogados versus Justiça
A quebra de sigilo do escritório do advogado Antônio Cláudio Mariz, que atende o ex-presidente Michel Temer, abriu guerra entre os advogados e a Justiça. Vem aí um pedido de habeas corpus assinado por vários profissionais para que o sigilo do escritório seja preservado.
Briga antiga
Não é a primeira vez que a Justiça quebra sigilo de um advogado. Mas foi a primeira vez que essa quebra atingiu um dos grandes escritórios do país. A sensação entre os advogados é de que há uma tentativa de silenciá-los.
Ensaio & erro/ Quem acompanha o dia a dia do Planalto considera que esse governo inovou até nisso: nunca antes na história do país os filhos do presidente da República quiseram ter tanto protagonismo no Poder Executivo, ao ponto de disputar espaço com o próprio pai.
Melhor de três/ Diante das confusões criadas por Carlos, há quem diga que Eduardo Bolsonaro, que era o mais polêmico, virou “Eduardinho paz e amor”. Flávio, considerado o mais calmo e cordato, também está mais discreto no Senado.
Kicis e Toffoli/ A mesa destinada à deputada Bia Kicis (PSL-DF, foto) e ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, continua rendendo. Ela conta que o comentário não foi “Se ele sentar aqui, vai ter briga” e, sim, uma pergunta: “Ele está com medo de briga, por isso não vai se sentar aqui?”. Dito e feito, Toffoli não se sentou.
É só o aquecimento/ O governo com ministros enfraquecidos, sem que as reformas ou o PT tenham entrado na arena da política. Nos bastidores, há quem diga que, em vez de brigarem entre si, o governo — e, de quebra, os filhos do presidente — deveriam se concentrar nas reformas e guardar energia para o confronto com a oposição.
Investigação sobre Gilmar Mendes e a esposa une ministros do STF
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg
Até o início deste mês, havia dois grupos de ministros no Supremo Tribunal Federal, um mais simpático ao PT e outro independente. Agora, os grupos se uniram na defesa do STF e do Poder Judiciário. Até aqueles que não gostam muito de Gilmar Mendes ontem estavam solidários a ele, depois da divulgação da reportagem sobre a investigação da Receita Federal na qual um relatório sai da área técnica e entra em tipificações penais como, “lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio”, e outros.
Foi isso que irritou Gilmar e uniu os ministros. Afinal, dizem eles, pode até haver algum erro de contabilidade no Imposto de Renda. Mas tipificar de saída como crime num relatório técnico, antes mesmo de qualquer investigação, é visto pelos ministros como um “arbítrio”. E, se tem algo que o STF está disposto a manter, é o estado de direito.
Essa investigação, envolvendo Gilmar Mendes e sua esposa, dona Guiomar, foi vista como uma tentativa de intimidar os ministros de uma forma geral. Como dizia ontem um dos integrantes da Suprema Corte: “Jabuti não sobe em árvore, ou é enchente ou é mão de gente”.
Se for seguir o livrinho…
…A CPI do Judiciário pedida por Alessandro Vieira (PPS-SE) tem tudo para parar na gaveta. Diz o artigo 146 do Regimento Interno do Senado: “Não se admitirá comissão parlamentar de inquérito sobre matérias pertinentes: I – à Câmara dos Deputados; II – às atribuições do Poder Judiciário; III – aos estados”.
Premonição
O secretário da Receita, Marcos Cintra, havia telefonado ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, na semana passada pedindo para marcar almoço ou jantar. Era uma conversa para estabelecer a política da boa vizinhança. Agora, será de busca da pacificação.
“Assim se formam as milícias”
Do ministro Gilmar Mendes, sobre o relatório da Receita que cita sua esposa, dona Guiomar, como suspeita de ter cometido lavagem de dinheiro. Ele disse ainda que se há algum erro na declaração de renda, pode ter sido algum problema na contabilidade, que pode acontecer com
qualquer um.
Pragmáticos
O PSDB fechou mesmo um bloco com o Podemos e o PSL. Mas o senador Izalci Lucas garante que não haverá alinhamento automático com o governo de Jair Bolsonaro: “Fechamos para ter mais espaço nas comissões técnicas, mas ideologicamente, é cada um na sua”, diz o tucano do DF.
Brumadinho I/ O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal, se reuniu no Rio de Janeiro com representantes da comunidade científica para debater as possíveis causas do rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Vidigal é ex-juiz federal, especialista em direito regulatório. Não chegaram a uma conclusão definitiva.
Brumadinho II/ Estavam lá dirigentes e técnicos da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Nacional de Engenheiros, do COPPE/UFRJ, do CREA, e outros especialistas em geologia e física. Não faltaram sugestões para melhorar a regulação do setor, com aplicação imediata, sem a necessidade de grandes alterações legislativas. Afinal, todas as vezes em que é preciso mudar a legislação, as mudanças chegam tarde.
O lado amargo da política/ Desde que vazaram as informações de seu sigilo bancário, quebrado no processo de suspeita de caixa dois de campanha, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) vive um pesadelo. Os dados de sua conta acabaram caindo nas mãos de pessoas mal-intencionadas. Houve até clonagem de cheques. Ela já pediu providências ao Ministério Público.
Menos um/ Com o arquivamento feito pelo ministro Edson Fachin (foto) nesta semana, o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves Filho pode se considerar ficha limpa. “Não existem mais processos ou investigações contra ele”, comemora o advogado Erick Pereira, que representa Garibaldi no STF. Só tem um probleminha: agora já passou a eleição. Colaborou Renato Souza
Em reuniões com partidos, Bolsonaro tenta evitar isolamento do PSL na Câmara
As reuniões do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com partidos, nesta semana, foram vistas como um movimento que vai muito além da simples discussão das reformas. Ele passou a trabalhar para tentar conter a articulação anunciada pela coluna em 17 de outubro, que busca criar um terceiro polo na correlação de forças da Câmara, isolando as duas grandes legendas: PSL e PT.
A formação de um bloco com partidos de centro-direita e esquerda ganhou corpo, nesta semana, com reuniões que atraíram PP, PRB e PSD a discussões travadas desde outubro por legendas como PDT, PPS, PSB, PCdoB, DEM, PHS, MDB, PTB e Solidariedade. Se a ideia do bloco vingar, o sonho do PSL de conquistar presidências das comissões técnicas vai para o espaço. E é justamente para buscar aproximação com as legendas que Bolsonaro deflagrou essas reuniões. Até fevereiro, quando serão escolhidos os futuros comandantes da Câmara, outros movimentos virão.
Balança para ver se derruba
A onda de desgaste pela qual atravessa Onyx Lorenzoni vai se formar em breve em torno do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Pelo menos é o que se comenta no fundo do plenário da Câmara.
O tempo é de esperar…
… para colher. Nos bastidores das reuniões partidárias prevalece a antiga fórmula de que, para apoiar um governo, o deputado gosta de se sentir “parte”, ou seja, indicar cargos. As excelências parecem não entender que Jair Bolsonaro foi eleito para fazer diferente e consideram que dá para esperar o momento certo para apresentar as faturas.
O medo dos temeristas
Aliados de Michel Temer têm sido unânimes em afirmar que, se não for respeitado o que chamam de “devido processo legal’, há o risco de o presidente ter o mesmo destino do ex-presidente Lula, quando deixar o cargo.
Pau pra toda obra
Até aqui, o único partido que anunciou apoio formal ao futuro governo foi o PR, liderado por José Rocha (BA). Os demais estão na linha de independência. A amigos, Rocha tem dito que o PR é o único que tem “coragem”.
Irmão é parente I/ O fato de o diretor da Empresa de Planejamento e Logística Maurício Malta, irmão do senador Magno Malta, ter trocado o trabalho na equipe de transição por uma viagem à Europa custeada pelos cofres da empresa foi mais um motivo para que o parlamentar ficasse longe do primeiro escalão.
Irmão é parente II/ A viagem de Maurício veio a público, ontem à tarde, em reportagem de Patrick Camporez, no site do jornal O Globo. A turma da transição, para a qual Maurício está nomeado sem remuneração, já sabia da “excursão” à Itália e a Portugal desde novembro. A escolha do diretor da EPL foi vista como um descaso para com o trabalho da transição.
Férias sem barulho/ Assim que terminar o governo de Michel Temer, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, vai passar 60 dias em Portugal, de “calça jeans, camiseta e tênis”, passeando com os filhos. O chefe direto dela, o ministro Eduardo Guardia (foto), vai para a praia, assim como o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
Humor não falta/ Ao receber prefeitos do Vale do Ribeira, o presidente Michel Temer brincou: “Aqui, o cafezinho não está frio nem a água está quente, podem beber”, brincou.
Colaboraram Hamilton Ferrari e Rosana Hessel