Não há folga, alerta especialista sobre teto de gastos no Orçamento de 2021

Sinal vermelho no Planalto
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O Orçamento de 2021 entregue ao Congresso não traz margem de manobra e ainda calcula uma despesa aquém daquela que o governo realmente terá. Primeiro, o Renda Brasil, discutido pelo presidente Jair Bolsonaro, ministros e líderes partidários, não foi previsto. Para completar, a despesa previdenciária, alerta o comandante da Instituição Fiscal Independente (Ifi), Felipe Salto, está inferior ao que foi projetado, por exemplo, na Ifi. Em relação ao teto de gastos, não há folga, “o que deixa o governo numa armadilha de ter de cortar despesa em caso de gasto adicional”, alerta Salto.

Diante da dificuldade, Salto não vê saída para o Poder Executivo que não seja resolver logo o impasse do teto de gastos. Pode ser, inclusive, algo semelhante ao que foi adotado em 2018 em relação à regra de ouro (não poder gerar dívida para pagamento de despesas correntes). Foi possível gerar dívida para as despesas correntes, desde que mediante aprovação do Congresso. O que não dá, diz o próprio Salto em artigo publicado em O Estado de S. Paulo, é discutir o Renda Brasil distante dos números. “Se prevalecer a tese de que não é preciso aumentar receita e/ou cortar despesa para custear o aumento de novas despesas, terá vencido o populismo fiscal. É preciso barrar essa ameaça”.

Escândalo da “rachadinha” na roda eleitoral

Candidata oficial do PSL à prefeitura de São Paulo, a deputada Joice Hasselmann estreou jogando aos sete ventos o escândalo das “rachadinhas” — desvio de recursos de funcionários de gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A afirmação “não quero sentar ao lado de quem cometeu rachadinha”, numa referência ao senador Flávio Bolsonaro, foi vista por aliados do Planalto como um constrangimento desnecessário a Jair Bolsonaro.

Ou ela, ou ele

A avaliação geral é a de que com Joice Hasselmann, no papel de candidata no maior colégio eleitoral desta temporada — e falando do escândalo das “rachadinhas” —, não haverá clima para o presidente e seus filhos dentro do PSL.

Tudo cronometrado

Relator do pedido da defesa do governador Wilson Witzel para suspensão do afastamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, calculou tudo direitinho: ao dar 24 horas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) responder e, depois, consultar a Procuradoria Geral da República, o desfecho no Supremo tende a ficar para a mesma quarta-feira, em que a Corte Especial do STJ avaliará a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves. Há quem diga que, logo ali na frente, o recurso ao STF estará prejudicado.

A oposição vai deitar e rolar

O presidente Jair Bolsonaro que se prepare: o Orçamento de 2021 será um prato cheio para os oposicionistas. Tem salário mínimo de 2021 em R$ 1.067, sem aumento real, recursos de investimento concentrados na área de Defesa, e redução orçamentária em áreas importantes, como a Educação. O fato de o governo recuar e aumentar os recursos da Educação para o mesmo nível da Defesa aliviou, mas não resolveu.

Curtas

Ganha-ganha/ Governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (foto), encontrou lastro político para a renovação do regime de recuperação fiscal do estado na pessoa do senador Flávio Bolsonaro. Resta saber se pagará com a escolha de um procurador-geral de Justiça camarada, em dezembro.

Premissa/ Antes de prometer qualquer alento ao senador enroscado no escândalo das rachadinhas do tempo em que era deputado estadual, o governador Cláudio Castro terá que cuidar da própria defesa, uma vez que também foi alvo da operação que afastou Witzel do cargo. Até aqui, a torcida para que Castro consiga sobreviver está grande dentro do governo federal.

Mudança de hábito/ Com 120 mil mortos por covid-19 no Brasil, convidados e autoridades presentes na solenidade do Dia Nacional do Voluntariado no Palácio do Planalto usavam máscaras. Muito diferente da posse de Fábio Faria como ministro das Comunicações, onde havia pessoas sem o acessório, inclusive o advogado Frederick Wassef. Naquele 17 de junho, o Brasil estava com 45.241 mil mortos pela covid.

Ação do Facebook abre nova frente sobre atuação de bolsonaristas nas redes sociais

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Brasília DF – Carlos Alexandre de Souza

A decisão do Facebook de banir contas e páginas de bolsonaristas abriu uma nova frente sobre a atuação do clã presidencial e de apoiadores nas redes sociais. Mais de 70 contas foram desativadas, por infringirem as regras de conduta estabelecidas pela gigante da tecnologia. Acusado de ter uma postura permissiva em relação ao discurso do ódio, o Facebook justificou a desativação como medida necessária para coibir “comportamento inautêntico”, leia-se a criação de contas falsas e outras artimanhas para aumentar a presença digital. Especula-se, em Brasília, se os procedimentos e as investigações da empresa de Mark Zuckerberg podem ter algum vínculo ou implicação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral. Fake news, ameaças a autoridades e mensagens antidemocráticas são algumas das ações sob investigação. A atitude corretiva do Facebook é mais um indício de como é preciso olhar com atenção o que acontece na sociedade virtual do século 21, com desdobramentos na vida real. Esse é precisamente o propósito dos poderes Legislativo e Judiciário ao se debruçarem sobre o fenômeno das fake news.

As estatísticas mostram como as redes sociais são a plataforma política do bolsonarismo. Pesquisa realizada pela FSB Congresso indica que os três parlamentares que mais influenciam nas redes pertencem ao grupo aliado do presidente. A campeã das mídias é Carla Zambelli (PSL-SP), envolvida em episódios explosivos do governo Bolsonaro e da política nacional. Basta lembrar a saída de Sergio Moro e as operações da PF contra governadores suspeitos de corrupção no enfrentamento da covid-19. A deputada Bia Kicis (PSL-DF) assumiu a segunda posição, ultrapassando Eduardo Bolsonaro. Kicis é investigada, no Supremo, nos inquéritos que apuram a produção de fake news e a promoção de atos antidemocráticos.

Sem suspeição

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, manteve o ministro Alexandre de Moraes na relatoria do inquérito que investiga ações criminosas contra a democracia. Toffoli negou pedido apresentado pela defesa de Sara Giromini, extremista que cumpriu prisão temporária em Brasília e hoje está de tornozeleira eletrônica.

Vem pra cá

Roberto Jefferson, aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, convidou o presidente a se juntar às fileiras do PTB para a eleição de 2022. Seria o retorno à legenda da qual o ex-capitão fez parte entre 2003 e 2005. Em 2018, o então candidato disputou a eleição pelo PSL, mas se desligou do partido no ano seguinte. Os dissidentes formaram o Aliança pelo Brasil, que busca ser reconhecido pela Justiça Eleitoral.

 

Bicada tucana

O PSDB respondeu em alto tom à declaração de Paulo Guedes de que, se o Plano Real tivesse sido tão extraordinário, o PSDB não teria perdido quatro eleições seguidas. Paulo Guedes tem uma mágoa antiga dos tucanos por não ter participado da criação do plano econômico que salvou o Brasil da hiperinflação. Em carta, o partido afirma que o Posto Ipiranga do governo tem se notabilizado como o ministro “da semana que vem”, aquele que muito anuncia e pouco entrega.

CURTIDAS    

 

Choque de renda / Estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE), divulgado ontem, detalha o impacto da crise econômica provocada pela covid-19 no bolso do trabalhador. O rendimento médio dos informais caiu de R$ 1.302,71 para R$ 288,98 na pandemia. Eles receberam, portanto, 22% da renda habitual. É precisamente esse público que o programa de auxílio emergencial busca socorrer.

Grana curta / Trabalhadores formais apresentaram redução de renda, observa a SPE. Os empregados domésticos com carteira assinada, por exemplo, receberam 81% do seu rendimento habitual depois que foram afastados das casas dos patrões devido à quarentena. E os demais empregados formais do setor privado, 75,2%.

Exceção / No comparativo elaborado pela SAE, somente servidores público e militares não sofreram queda significativa de renda na pandemia. Essas categorias receberam ao menos 90% dos rendimentos originais nesses tempos de pandemia.

Vulneráveis / A Câmara aprovou um auxílio de R$ 1,5 bilhão para socorrer a população mais vulnerável na pandemia. Os recursos, oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, vão beneficiar crianças, adolescentes, vítimas de violência e outros brasileiros em situação crítica. O texto, de autoria da deputada Flávia Arruda (foto), do PL-DF, segue para sanção presidencial.

Colaboraram Rosana Hessel e Marina Barbosa

Inexperiência política fará PSL perder presidência da CCJ

Bia Kicis PSL
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A Câmara vai começar 2020 escanteando o grupo mais ligado ao presidente Jair Bolsonaro, leia-se a deputada Bia Kicis (PSL-DF), da presidência da comissão mais importante da Casa. O PSL havia fechado um acordo para que ela comandasse a Comissão de Constituição e Justiça, no sistema de rodízio. O entendimento dos demais partidos do bloco que definiu a distribuição das comissões em 2019 é o de que o acordo para o rodízio é de partidos e não de pessoas dentro da mesma bancada.

Comeu mosca

O PSL, tão envolto nas brigas internas e com líderes recém-chegados às manhas de linguagem do poder, não perguntou à época aos demais partidos que tipo de rodízio era. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem dito inclusive que o PSL só ficou com a CCJ no primeiro ano, por causa do acordo de revezamento entre as legendas. Agora, terá que se contentar com um espaço menor. Em política é assim: Quem entende e pode mais chora menos.

Causa perdida

Bia Kicis ainda vai tentar disputar pelo PSL levantando a bandeira do presidente Jair Bolsonaro. Porém, com as outras legendas fechadas no acordo do bloco, a chance de sucesso é zero. Nesse rodízio, há quem diga que restará ao PSL uma fatia de “pão de alho”. E fria.

MP do governo pretende enfraquecer o MST

MST
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A Medida Provisória do Programa de Regularização Fundiária, a ser lançada hoje, com direito a solenidade no Palácio do Planalto, tem tudo para se transformar no maior programa social do governo. Pelo menos, essa é a aposta dos seus idealizadores.

A MP simplifica o processo de entrega de títulos de propriedade a quase um milhão de famílias colocadas em assentamentos de até 2.500ha em todo o Brasil por sucessivas administrações, sem que conseguissem o tão sonhado título da terra.

Se a MP funcionar da maneira como espera o Planalto, o Movimento dos Sem Terra perderá seu poder de mobilização e até filiados. Afinal, se o objetivo final do movimento era a titularidade da terra, uma vez concedido o título e a capacidade de produção, o MST perderá o sentido. Não é à toa que cada vírgula do projeto será lida com toda a atenção pela cúpula do movimento.

Melhor assim

Citada no início do ano como principal requisito para as novas regras da regularização fundiária, a tal autodeclaração está fora do programa e da MP. Aqueles que quiserem o título terão de ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR), apresentar toda a documentação em dia, não ter pendências trabalhistas e ter ocupado a terra até 5 de maio de 2014, data do decreto do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O campo é vasto I

Hoje, apenas 15% dos assentados têm título da terra. Fora da Amazônia Legal, o governo estima que existam 36 mil áreas a serem regularizadas e 150 mil que precisam de revisão.

O campo é vasto II

Na Amazônia Legal, estima-se 270 mil áreas a serem regularizadas em glebas da União, ou seja, serviço não falta. Em tempo: terras em litígio, indígenas e de unidade de conservação estão fora
do programa.

PSL fica com o dinheiro

Ainda que seja acolhido, pela Justiça Eleitoral, o pedido dos deputados do PSL para deixarem o partido por “justa causa”, isso não significa que eles vão levar o fundo partidário e o tempo de tevê. Porém, se ganharem as ações, nada impede que, no futuro, busquem respaldo para a tese de que, se a causa foi justa, o direito ao fundo e ao tempo de tevê também deveria ser.

Ou tudo ou nada/ Última semana de agenda cheia no Congresso e uma avalanche de projetos em pauta, a prioridade do Senado promete ser a segunda instância e, na Câmara, o marco regulatório do saneamento. O pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, o mais popular da Esplanada, tende a ficar em banho-maria até 2021.

Cinema…/ A velha guarda da política tem encontro marcado hoje, às 18h30, no Espaço Itaú do CasaPark, para uma sessão especial do filme José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo, de Mário Lúcio Brandão Filho.

…com história/ Maria Estela Kubitschek, filha de JK, que comemorou seus 18 anos no ano da inauguração da capital, está de aniversário hoje e vem especialmente para dois compromissos. Além de conferir seu depoimento no longa-metragem, ela tem reunião marcada com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, em que levará sua experiência com a gestão de artesanato.

… e mais histórias/ Maria Estela lembra que, no dia em que completou seus 18 anos, pediu ao pai para tirar carteira de motorista. No carro de Geraldo Ribeiro, ela saiu pelos eixos da recém-inaugurada Brasília e passou na prova, garantindo a carteira de habilitação número 38 emitida na capital.

Depois de fala de Eduardo, deputados mandarão recado à família Bolsonaro

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Coluna Brasília – DF

O puxão de orelhas que Eduardo Bolsonaro recebeu do presidente Jair Bolsonaro por cogitar um novo AI-5, no caso de uma hipotética radicalização da esquerda, não será suficiente para resolver sua situação na Câmara dos Deputados. A ideia de muitos no Congresso é aproveitar o episódio para mandar um recado à família, de que não pode haver retrocessos no sistema democrático brasileiro e qualquer flerte com o autoritarismo deve ser repudiado. O grau dessa punição, entretanto, deve cair para uma advertência.

Da parte das esquerdas, a frase despertou a vontade de testar as forças nas ruas, com a convocação de uma manifestação “Basta de Bolsonaro”, para 5 de novembro, por parte da União Nacional dos Estudantes (UNE). A aposta dos mais experientes é de que não terá apelo. Afinal, a economia começa a dar sinais de melhora, e muitos consideram que ainda não é o momento para protestos.

O que vem por aí

Em conversas reservadas, partidos de centro olham com uma certa desconfiança para a reforma administrativa que o governo enviará ao Congresso. O Planalto pretende incluir o fim da estabilidade e da licença-capacitação para quem ingressar no serviço público. Há quem se preocupe com a possibilidade de a grita dos servidores ser usada pela oposição como massa de manobra para inflar manifestações.

Durou pouco

O PSL voltou a se unir a Jair Bolsonaro no meio da semana, quando se verificou que a casa do presidente, na Barra da Tijuca, havia sido citada de forma equivocada como um dos locais visitados por um suspeito do assassinato de Marielle Franco. Agora, depois da frase infeliz de Eduardo Bolsonaro, a turma que se aproximava desistiu de seguir nesse caminho. Se 03 for levado ao Conselho de Ética, não contará com esse grupo.

Por falar em PSL…

O grupo bivarista se reuniu e decidiu reduzir as falas e as manobras contra os aliados do presidente da República. No ritmo que vai, diz a turma de Bivar, o grupo ficará isolado no Parlamento.

Veja bem

O pedido de desculpas de Eduardo vai dar discurso aos poucos aliados que ele tem na Casa, no sentido de evitar uma punição. É nessa direção que todos vão trabalhar nas próximas horas, a fim de chegar à segunda-feira com o episódio no rol dos resolvidos.

Não é com eles/ Os militares não soltaram qualquer nota a respeito da fala do deputado Eduardo Bolsonaro.

Muda o enredo/ O líder do governo, Eduardo Gomes, trabalhará nos próximos dias para tentar virar a página das crises e evitar maiores estragos depois da fala: “Ressaca eleitoral já deu. Vamos para frente. A reforma da Previdência está aprovada. O ambiente tem que ser de trabalho e crescimento”.

Sigam o primogênito/ O recado do líder vale também para 02 (Carlos Bolsonaro), que vive de provocações na internet, e para 03 (Eduardo). O senador Flávio Bolsonaro, o 01, tem centrado sua energia na pauta do Senado.

Cola neles!/ Luciano Huck foi aconselhado a ouvir os políticos mais experientes que, mesmo sem mandato, se mantêm atentos a tudo o que acontece no cenário político. No topo da lista, o ex-senador e ex-deputado ulyssista Heráclito Fortes

A briga de mais de R$ 1 bilhão do PSL

PSL
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Aliados do presidente Jair Bolsonaro fizeram as contas e decidiram continuar brigando pelo PSL. Isso porque, somados os recursos a que o partido terá direito nos próximos três anos, chega-se a mais de R$ 1 bilhão, considerando-se o que vem do fundo partidário, e os das eleições de 2020 e de 2022.

É muito dinheiro para deixar nas mãos de Luciano Bivar. Portanto, a ideia é só acabar com a briga quando o atual presidente do partido não tiver mais acesso a esses recursos. Ou seja, até a Justiça dar o veredicto, a luta continua. Com Bolsonaro dentro ou fora da legenda.

É o que tem para hoje

Aliados de Bolsonaro vão baixar em peso hoje, na CPI das Fake News. A ordem é tentar constranger o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP). Alguns vão dizer que, quando surfou nos votos do PSL bolsonarista, o hoje tucano não reclamava de nada. No mais, é ouvir e torcer para que o parlamentar não tenha como provar nada do que disser.

Campanha do etanol

Na 19ª Conferência Internacional Datagro, que teve como tema o protocolo de 40 anos do etanol, ficou patente que vem por aí uma campanha do setor na reforma tributária. É preciso manter a diferença de tarifação entre a gasolina e o álcool combustível. Afinal, trata-se de uma energia limpa que precisa ser valorizada e incentivada.

Fatiado, ficava mais fácil

Advogados experientes dizem que a defesa do ex-presidente Lula errou ao pedir tudo de uma vez ao TRF-4, ou seja, a anulação de todo o processo relativo ao sítio de Atibaia, e não apenas a ordem das alegações finais. Foi esse pedido que terminou por suspender a decisão ontem. Se tivessem ficado apenas na análise da ordem das alegações finais na primeira instância, poderiam chegar ao resultado da anulação de todo o processo por partes. Agora, ficou tudo a perder de vista.

Depois das hienas…

No governo e fora dele, o veredicto é apenas um: Bolsonaro precisa se aproximar mais do governo tocado pelos técnicos, leia-se Paulo Guedes, Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina, e deixar de lado a parte beligerante protagonizada pelos filhos e pelo PSL.

… o dim-dim

Os deputados estão convencidos de que não precisam mais tanto assim do governo. Isso porque, com as emendas impositivas para as bancadas, e os cargos mais importantes entregues apenas aos mais próximos, não sobrou muita coisa.

No melhor dos mundos/ O presidente do PSD, Gilberto Kassab, é quem está mais confortável nesse período pré-eleitoral. Seu partido pensa em lançar Ratinho Júnior pré-candidato a presidente da República e esperar decantar para ver onde estará a onda boa.

Maré & peixe/ Assim, com um candidato próprio, embora esteja hoje com João Dória, o PSD de Kassab poderá aguardar para ver quem vai surfar na hora certa – Dória, Luciano Huck ou o próprio Bolsonaro.

Por falar em Dória…/ O governador fez uma festa ontem em seu gabinete para lançar o livro do presidente chinês Xi Jinping. Depois da visita de Bolsonaro à China, é mais um lance no sentido de tentar empatar o jogo com um dos maiores parceiros comerciais do Brasil

Bolsonaro cogita ficar sem partido

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O presidente Jair Bolsonaro confidenciou a amigos que não tem pressa em escolher uma legenda, caso o resultado da crise do PSL lhe seja desfavorável. A avaliação dos bolsonaristas hoje é a de que o atual presidente do partido, Luciano Bivar (PE), só perde se quiser. Ele tem o controle da legenda, do conselho de ética e também de outros colegiados decisórios.

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Bivar, aliás, repete o que fez outro pernambucano, quando confrontou filiados. No final de 2013, assim que começou a montar sua pré-campanha a presidente da República, o então governador Eduardo Campos levou vários deputados para o PSB. Depois, com a sua morte, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, encontrou um jeito de tirar os “liberais” da legenda. Quem votasse a favor da reforma trabalhista, por exemplo, seria punido. Foi o caso da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Agora, a história se repete no PSL.

Nada é para já

Bolsonaro considera que só precisa definir um novo partido quando faltar um ano para a eleição. Assim, se o governo estiver bem, terá um leque imenso para escolher.

Tudo é para ontem

O presidente não está contando, entretanto, com as manobras dos partidos médios. Como antecipou ontem esta coluna, tem um grupo interessado em transformar a janela dos vereadores, que estará aberta no ano que vem, na única possibilidade de troca de legenda antes das eleições de 2022.

Isso é urgente

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) tem dito aos quatro ventos ter provas das declarações que fez a respeito da rede de milícia virtual instalada no bolsonarismo. Vai ser chamada a confirmar o que disse nos fóruns competentes, CPI das Fake News e já tem gente preparando ações na Justiça.

O resultado do STF…

Em conversas reservadas, os aliados do ex-presidente Lula ainda apostam num placar favorável à mudança de posição do Supremo Tribunal Federal, em relação à prisão em segunda instância. Isso, apesar dos três votos favoráveis e um contra registrados ontem.

… e a modulação

Apesar do otimismo em relação ao resultado, estão todos meio descrentes com a perspectiva de liberdade do ex-presidente Lula. A aposta geral é a de que haverá alguma modulação para manter o petista na cadeia.

Depois da Previdência…

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) aposta em aproveitar o embalo para aprovar o pacto federativo ainda este ano. Falta combinar com os independentes, maioria nas duas Casas.

Curtidas

Joice e Maria do Rosário / Joice Hasselmann (foto) ganhou a solidariedade das deputadas de vários partidos no grupo de WhatsApp da bancada feminina. Segundo relatos, ela disse que está mapeando todos os endereços que lhe atacam e que não vai “dar mole”. Maria do Rosário (PT-RS), que teve confrontos com Bolsonaro e já ouviu poucas e boas da colega de Congresso, sacou uma postagem em que Joice dizia que ia lhe dar “uns tapas” e rebateu: “Nada como um dia depois do outro para que as pessoas amadureçam”.

Foi mal/ A ex-líder do governo tentou consertar, dizendo que era uma “piada”, um programa de humor, e coisa e tal, e que era para rir ou não achar graça, algo simples assim. E, em seguida, conforme comentam deputadas de outras legendas que acompanharam a discussão no grupo, Joice disse que se arrependeu e que não faria de novo, nem por brincadeira.

Bate-rebate/ Rosário não encerrou a conversa ali. Respondeu que não queria polemizar, mas não poderia deixar de fazer o registro. E, para completar, ainda citou uma frase que, em política, é usada desde os tempos em que o então presidente Fernando Collor dava suas corridinhas nos arredores de casa, com recados nas camisetas: “O tempo é o senhor da razão”. Verdade maior, realmente, não há.

Gilmar, Sepúlveda e Sig/ Ao abrir o XXII Congresso Internacional de Direito Constitucional, o ministro Gilmar Mendes e o ex-ministro Sepúlveda Pertence ressaltaram o valor da democracia e de pontes entre governo e oposição, uma das qualidades do ex-deputado Sigmaringa Seixas. Falecido em dezembro passado, Sig foi homenageado com uma placa de prata entregue à viúva, Marina. Gilmar encerrou sua fala com uma mensagem aos jovens: “Quando vejo jovens se dizendo saudosos da ditadura, só me vem o Evangelho: ‘Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem””. Hoje tem nova homenagem na OAB, onde o valor da democracia será mais uma vez reforçado.

A disputa da semana no PSL: afastar o deputado Delegado Waldir

A disputa da semana no PSL
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Os aliados do presidente Jair Bolsonaro percorrem o plenário em conversas com outros deputados, no sentido de formar maioria para afastar o deputado Delegado Waldir (GO) do cargo de líder do partido na Câmara. A avaliação do grupo é a de que ele passou dos limites ao obstruir a votação da medida provisória da reforma administrativa e, de quebra, ainda tirou o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (GO), da comissão especial que analisa a aposentadoria dos militares.

A ordem é tentar obter o controle da legenda na Câmara. E, se possível, até mesmo conquistar o comando do partido de Luciano Bivar, no embalo da operação da Polícia Federal de ontem, que teve o presidente do PSL como alvo. Se não for possível, aí sim aproveitam a “visita” da PF a Bivar para deixar a legenda. Mas nada é para já. A data-limite estabelecida pela Justiça para que Bivar apresente as contas partidárias dos últimos cinco anos é a próxima segunda-feira, quando Bolsonaro já estará em viagem à Ásia. Até lá, a guerra continua.

Preparem o espírito

Quem conhece a cabeça dos juízes da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal aposta que a tendência é a condenação de Geddel Vieira Lima e de seu irmão Lúcio, por lavagem de dinheiro e associação criminosa, por causa dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento em Salvador.

Empacou de vez

Senadores estão cada vez mais resistentes a aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington. Essa visão começa a contaminar também a perspectiva de trocar o nome de Eduardo pelo do atual chanceler, Ernesto Araújo. Nos bastidores, afirmam que esse preço vai subir tanto quanto o do petróleo.

R$ 500 verde a amarelo

O que levantou o governo do presidente Jair Bolsonaro na pesquisa da XP Investimentos, divulgada ontem, foram as ações na economia, mais precisamente a liberação de R$ 500 das contas do FGTS.

Pinta de candidato

A entrevista do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao programa CB.Poder, segunda-feira, foi lida pelos adversários como um ensaio de quem deseja concorrer ao GDF. A preços de hoje, a centro-direita irá dividida. Há quem diga que, se o PT for inteligente, deve trabalhar o apoio ao socialista.

Comparações/ Quem pergunta ao senador major Olímpio como está o PSL, ele responde de bate-pronto: “Uma maravilha. Melhor que isso, só pão com b…”.

Por falar em PSL…/ O senador Flávio Bolsonaro aos poucos vai se soltando. Ontem, foi à tribuna do Senado falar sobre o projeto de cessão onerosa dos recursos do pré-sal e agradecer aos colegas pelo tratamento dado ao Rio de Janeiro na distribuição dos valores. Aproveitou para fazer os comerciais do presidente Jair Bolsonaro: “Ele é generoso, não quer o poder pelo poder”, disse, aplaudido por alguns.

O pacificador/ Hélio Lopes, também conhecido por Hélio Bolsonaro, tomou a frente das conversas para tentar pacificar o partido. Ontem, puxou Felipe Franceschini num canto do plenário para um longo bate-papo. Há quem diga que está realmente aprendendo a fazer política.

Livro & eleições/ O consultor político Osmar Bria lança hoje, às 16h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, o livro A fórmula do voto – Vença a eleição com Inteligência Emocional. Especialista em programação neurolinguística, Bria revela em sua obra estratégias emocionais para treinar pré-candidatos a mandatos eletivos, algo que já deu o que falar na eleição passada. Vale a leitura.

Deputados do PSL querem pente-fino nas contas do partido

Deputados do PSL
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Deputados do PSL se preparam para ingressar na Justiça Eleitoral exigindo um pente-fino nas contas do partido nos últimos cinco anos. Em conversas reservadas, alguns dizem que o dinheiro público recebido pela legenda não é de seu presidente e, sim, do eleitor. Se essa ação for levada a cabo nos próximos dias, estará declarada uma guerra sem data para terminar.

O presidente Jair Bolsonaro está na linha do quem não deve não teme. A amigos, esses parlamentares têm dito que eles e o presidente foram eleitos sem precisar de Fundo Partidário ou mesmo do Fundo Eleitoral. O que eles não querem perder é o apoio das redes sociais, que está em sintonia com a cobrança de mais transparência e regras de compliance.

Nem milagre junta/ Presidente do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, será cobrado na próxima semana para que dê uma posição oficial sobre essas conversas de filiação de Luciano Huck ao partido. Conforme antecipou a coluna ontem, a cobrança virá dos evangélicos.

Nem milagre junta II/ “Se isso for confirmado, teremos muitas dificuldades em permanecer, por causa da marca global do Huck. Para nós, evangélicos, é muito ruim. Estariam nos convidando a se retirar”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

Só milagre une/ Os deputados baianos Nelson Pellegrino (PT) e Elmar Nascimento (DEM) viajaram no mesmo voo da FAB para a cerimônia de canonização de irmã Dulce neste domingo, no Vaticano.

Que tristeza/ A chegada da mancha de óleo a Arembepe (BA), onde está localizada uma das estações do projeto Tamar, deixou os ambientalistas de cabelo em pé. A área é a que concentra maior desova de tartarugas marinhas. E estamos justamente nesse período.

Briga entre Flávio Bolsonaro e Major Olímpio incomoda o Planalto

Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) conversa com o senador Major Olimpio (PSL-SP).
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A iminente debandada do PSL na Câmara, tratada anteriormente pela coluna, é motivo de preocupação para o Planalto. Porém, em termos de base parlamentar, nada incomoda mais do que a briga do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP). Eles trocaram insultos e palavrões por telefone antes de Flávio embarcar para a China.

E o reflexo da discussão, por causa da CPI da Lava-Toga, arrisca deixar o PSL com apenas um senador. A senadora Selma Arruda já deixou o partido rumo ao Podemos. Soraya Thronicke é mais ligada, hoje, à bancada do agronegócio do que às discussões internas do partido. Flávio está cada vez mais sozinho. E o PSL, cada dia menor.

Deu água I

Naufragou o movimento do ex-senador Pedro Simon para fazer com que o líder na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), desistisse da candidatura a presidente do MDB. O lançamento oficial ocorreu nesta quarta-feira, numa reunião no Lago Sul em Brasília, que contou com praticamente toda a bancada do MDB na Câmara.

Deu água II

Sem consenso em torno do nome da senadora Simone Tebet (MS), a avaliação geral é a de que ela não será candidata. A eleição está marcada para 6 de outubro. Afinal, Baleia Rossi já recebeu também apoio de senadores como Marcelo Castro (PI) e conta também com o apoio do ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Só vai na pressão

A decisão da Câmara de restaurar partes das regras eleitorais retiradas do texto pelos senadores promete mexer ainda mais com o prestígio dos políticos. Os movimentos pela ética na política, que buscam mais transparência no jogo eleitoral, prometem estampar as imagens de quem for favorável à volta de partes do projeto original.

Ajudinha providencial

A Caixa Econômica antecipou o pagamento de dividendos de R$ 7 bilhões para ajudar o governo federal a desbloquear verbas para áreas fundamentais, como educação. Nos próximos dias, o banco deve colaborar novamente com aproximadamente o mesmo valor.

E não tem almoço grátis

A Caixa aproveita essa mudança para ressaltar a importância do banco público, que, aliás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pensa em privatizar. “Isso demonstra a importância do banco público que, além de cumprir uma missão social, na qual está inserido o estímulo do mercado interno e a ajuda no equilíbrio das contas públicas, ainda gera lucros diretos para sociedade”, afirma Anna Cláudia de Vasconcellos, presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa (Advocef).

CURTIDAS

Botão errado/ O deputado Marcos Feliciano (PR-SP) andou reclamando na Câmara que foi bloqueado no WhatsApp pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (foto). Vai ver que foi sem querer.

Acomodação / Aos poucos as coisas vão se ajustando na PGR, em especial com a volta do grupo da Lava-Jato às funções. A impressão geral é a de que passou o estremecimento da troca de comando, que pareceu um terremoto a balançar a procuradoria.

Nada a ver com o PT…/ …Nem, tampouco, com os republicanos, nos Estados Unidos. A Oracle praticamente trocou a cor de sua marca. Sai a predominância do vermelho. Entra o cinza e cores pastéis. Porém o botão com o “O” em forma de elo de corrente continuará em vermelho.

Por falar em Estados Unidos e Oracle…/ Em Washington, a jovem sueca Greta Thunberg mobiliza corações e mentes em prol de atitudes que reduzam as mudanças climáticas e seus impactos. Em San Francisco, Larry Ellison, da Oracle, encerrou um dos maiores eventos de tecnologia do planeta com anúncio de bases integradas de aplicativos na nuvem que vão facilitar ainda mais a vida de seus clientes e lhes dar mais segurança. No Brasil, a discussão é mais rasa.