PSB deve perder lugar com possível nomeação de Lewandowski para Justiça

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski fez chegar a aliados que precisa montar a própria equipe. Até agora, está garantida a permanência do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e deve ficar o secretário de Defesa do Consumidor, Wadih Damous. Rodrigues deve seu cargo ao próprio Lula e já faz planos para este ano. Damous foi deputado federal pelo PT e é considerado um dos juristas do partido que tem boa relação com o ex-ministro.

A turma do PSB, o secretário-executivo Ricardo Cappelli, o secretário nacional de Justiça, Augusto Botelho, e o de Segurança Pública, Tadeu Alencar, não está garantida. E o que “pega” agora, segundo informações no Planalto, é arrumar uma vaga para esse grupo.

Os trabalhos de Marta

Afastada do secretariado do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, Marta Suplicy tem traçado os próximos passos para se acomodar bem no papel de candidata a vice-prefeita, na chapa de Guilherme Boulos (PSol). O primeiro é sentar-se à mesa com o deputado e definir seu papel na
pré-campanha.

Discurso ensaiado…

A ideia é estabelecer que qualquer assunto relativo à atual administração da prefeitura seja tratado diretamente pelo candidato. Assim, Marta estaria preservada de falar mal do ex-chefe.

… e estudado

A função de Marta será dar visibilidade aos seus programas na prefeitura. Como os Centros de Ensino Unificados (CEUs). E reforçar a polarização com Jair Bolsonaro, dizendo que não poderia estar no mesmo palanque que o ex-presidente — que ganhou no estado de São Paulo, mas
perdeu na capital.

Pacheco e governo ganham tempo

Ainda que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não devolva a MP da reoneração da folha de salários, a perspectiva é de derrubada do texto na comissão especial logo depois do feriado de carnaval. Portanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem um mês para tentar chegar a um acordo com os congressistas sobre o tema.

Pacheco espremido/ O presidente do Senado está entre a cruz e a espada. É que Efraim Moraes (PB), líder do União Brasil, partido que o ajudou — e muito — a chegar à Presidência da Casa no primeiro mandato, defende com fervor a devolução da medida provisória que reonera a folha de pagamentos. E a turma do governo, onde está o PSD, tem uma ala favorável à negociação.

Roteiro/ O anúncio da volta de Marta Suplicy ao PT tende a ocorrer no mesmo ritmo que foi a chegada de Geraldo Alckmin ao papel de candidato a vice na chapa de Lula. Primeiro, alguns encontros reservados. Depois, o público, no jantar do Prerrogativas de 2021. Por fim, a oficialização do convite para ser vice.

A preocupação de Celina/ Enquanto estava no STF acompanhando a solenidade de lançamento da exposição sobre o 8 de janeiro, a governadora em exercício Celina Leão (foto) ficou ao fundo do saguão, avaliando as imagens das chuvas torrenciais que haviam caído na véspera. “A chuva é o nosso maior desafio neste momento. Não podemos deixar as pessoas desamparadas”, disse à coluna.

Por falar em Celina…/ Depois das duras declarações de Lula sobre o governador Ibaneis Rocha, exibidas no documentário da GloboNews sobre o 8 de janeiro, a governadora em exercício é a ponte mais forte do GDF com o governo federal.

… ela não para/ Hoje, Celina dá posse aos novos conselheiros tutelares, às 15h, no Museu da República.

 

Caso Daniel Silveira gera tensão no 31 de março

Daniel Silveira
Publicado em Política
Independentemente do desfecho do caso do deputado Daniel Silveira (sem partido-RJ) e o uso de tornozeleira determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o fato de um deputado ter ficado “ilhado” no Parlamento deixa este 31 de março sob alerta. Nesta data, grupos radicais costumam se movimentar e há quem esteja com receio de que a situação do parlamentar sirva de pretexto para novos ataques ao STF, nos moldes do que já se viu no passado recente.
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Da parte do Planalto, porém, a ideia é ficar bem distante daquele Sete de Setembro em que foi preciso o ex-presidente Michel Temer servir de ponte entre Jair Bolsonaro e Moraes. O presidente já foi aconselhado, inclusive, a ficar longe dessa briga. Agora, quem o conhece, garante que ele não deixará de defender o deputado. Prova disso, foi a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao lado de Silveira na Câmara.
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Deu ruim
A história do relógio Piaget de Lula ainda vai render. O ex-presidente disse que ganhou a peça de presente quando estava no Planalto. Não disse quem deu. Um servidor público não pode receber presentes de valor superior a R$ 100. No caso dos presidentes da República, há exceções, por exemplo, objetos de uso pessoal. A oposição aos petistas já pegou as declarações de Lula no evento do PSol.
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Sem meio-termo
Quem conhece o andar da carruagem do Congresso em casos de confronto com o STF, garante que se chegou a um ponto em que a Câmara dos Deputados cassa o mandato do parlamentar ou o defende até o fim. Até aqui, Arthur Lira (PP-AL) optou pelo caminho do meio. Determinou que o plenário é inviolável, mas decisão judicial também.
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Nem vem
Lira sabe que sua função ali é defender a inviolabilidade dos mandatos, sob pena de não conseguir convencer a Casa a lhe dar mais dois anos no comando, a partir de 2023. Obviamente ainda falta muito tempo, Lira precisa se reeleger deputado para se candidatar novamente à Presidência da Câmara. Mas, em conversas reservadas, muita gente diz que, daqui para a frente, tudo contará a favor ou contra esse projeto.
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Se correr o bicho pega…
Lira, aliás, está com um grande problema em mãos: a oposição pressiona para que ele leve logo ao plenário a suspensão de Daniel Silveira por seis meses. Os bolsonaristas querem a defesa incondicional do parlamentar. Ao decidir atender a um grupo, Lira perderá o outro.
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Sejam pragmáticos/ O PT não desistiu de ter o PSB na federação que reunirá os petistas aos integrantes do PV e do PCdoB. A aposta é a de que a bancada terminará convencendo a cúpula partidária, especialmente agora que alguns deputados deixaram o PSB e foram para o PV em busca de uma aliança que ajude a reeleição. Os lulistas querem uma ampla aliança logo na largada da campanha presidencial.
Montes na Agricultura/ A fim de evitar briga entre os partidos aliados, Bolsonaro acolheu a sugestão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), e nomeará o secretário-executivo do ministério, Marcos Montes. A transmissão de cargo está marcada para as 15h.
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Muita calma nessa hora/ De Americana, onde acompanha as últimas filiações no PSDB paulista, o deputado Wanderlei Macris (SP) avisa: “Eduardo Leite ficar no PSDB é bom, o que não pode é solapar as prévias e uma decisão democrática do partido”.
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Por falar em PSDB…/ Mais um deixou o partido. O deputado Otávio Leite (RJ), suplente que está no exercício do mandato, foi para o União Brasil.

Indeciso, PSB adia reunião que definirá alianças

Publicado em Eleições 2018

Gabriela Vinhal

Na noite de terça-feira (24/7), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, decidiu remarcar a reunião do Diretório Nacional que ocorreria na próxima segunda (30/7), em Brasília, para o final da semana que vem.

Para ganhar tempo antes de bater o martelo quanto às alianças, Siqueira e caciques da sigla decidiram adiar o encontro para uma data mais próxima da convenção partidária da legenda, em 5 de agosto. A ideia é dar um pouco mais de tempo para as negociações.

Tendências

O PSB está rachado, ainda sem conseguir chegar a um consenso sobre as coligações nacionais. Forte, a bancada de Pernambuco quer apoiar o PT, enquanto outros dirigentes querem marchar ao lado de Ciro Gomes (PDT), como o Rio de Janeiro, Espírito Santo e o próprio Distrito Federal, com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

A neutralidade é o terceiro caminho possível para a sigla. Diretórios que, para evitar o mal estar entre os colegas, preferem deixar os estados livres para fazer as próprias coalizões. A exemplo de São Paulo, com o governador Márcio França (PSB-SP), que prefere que os diretórios sigam com as próprias pernas.

Neste ano, França não escondia as aproximações com o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Ele argumentava em favor do tucano, mas por ser uma decisão impopular na legenda, prefere que o partido fique neutro.