A direita quer saber quando Bolsonaro largará o osso

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Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 14 de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Em almoços e jantares paralelos aos eventos da “semana brasileira” em Nova York, os políticos começam a apostar quando o ex-presidente Jair Bolsonaro vai dizer que não concorrerá à Presidência da República e, por tabela, indicará um nome para representar o bolsonarismo. Essa é, na avaliação dos conservadores, a maior incógnita rumo a 2026. Num café entre os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, que se lançou candidato, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com alguns aliados, ficou claro que Tarcísio não tem como deixar o cargo para concorrer ao Planalto e, dada a instabilidade de Bolsonaro, não é possível deixar a função de governador em abril para esperar que o ex-presidente defina um caminho. Até aqui, a maioria joga as fichas na hipótese de Bolsonaro só “largar o osso” no ano que vem.

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Veja bem/ A avaliação geral é de que, se Bolsonaro indica um nome para concorrer, sua campanha em prol da anistia ou algo que lhe permita se livrar dos processos relativos ao 8 de Janeiro perderá força. Portanto, seus mais fiéis escudeiros, no caso, os filhos, querem que ele permaneça como candidato. E ao que tudo indica, estão sozinhos nessa avenida.

Para bons entendedores…

Ficou muito claro para a plateia política do 14 Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, que o presidente da Câmara, Hugo Motta, se referia à anistia ao 8 de Janeiro quando mencionou que não pretende levar adiante “pautas tóxicas”.

Depois do PCC…

O enviado especial do governo Trump para a América Latina, Maurício Claver Carone, deixou o secretárioexecutivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, para lá de constrangido, durante o Diálogo Esfera, em Nova York. Carone disse com todas as letras que a resistência a investimentos no Brasil se deve a três “cês”: “Corrupção, crime e currency (moeda)”.

… a realidade

Durigan, que estava no palco com Carone, rebateu e afirmou que o país é um bom lugar para investimentos. Porém os empresários presentes concordaram com o americano: “É a dura realidade do nosso país”, comentou Flávio Rocha, dono da Riachuelo.

CURTIDAS

O tempo de Gilvan/ Quem entende de legislação eleitoral e prazos acredita que Gilvan Máximo (RepublicanosDF) consegue se manter no mandato até agosto, quando devem se esgotar os recursos da decisão que recalculou as sobras de votos e fez com que ele ficasse atrás de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que assumirá o mandato. Gilvan Máximo, no entanto, não ficará na chuva. O governador Ibaneis Rocha o acomodará em algum cargo.

Por falar em acomodação…/ A prioridade hoje de alguns aliados do governador é definir espaços para garantir que todos os partidos aliados a Ibaneis apoiem a candidatura de Celina Leão ao GDF.

Alô, João!/ Quem ligou para João Doria esta semana foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Só para dizer que havia visitado a Sinovac, a empresa de vacinas que o ex-governador de São Paulo buscou em 2020, ano em que o Brasil viveu o #fiqueemcasa, por causa da covid. Foi um gesto de resgate à ação do ex-governador, importante para fazer com que o governo federal, então gerido por Jair Bolsonaro, corresse atrás das vacinas.

Date romântico/ A coluna flagrou Michel Temer e a esposa, Marcela Temer, saindo para almoçar, de táxi, após o evento do Lide, sem seguranças, o que é uma raridade na vida do casal.

Arthur, o pragmático

Publicado em Câmara dos Deputados

Blog da Denise publicado em 5 de setembro de 2024, por Denise Rothenburg 

O discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira, para, em breve, anunciar o seu apoio ao líder do Republicanos, Hugo Motta, está praticamente pronto. A ideia é dizer que, se fosse para escolher um amigo, escolheria Elmar Nascimento. Mas, para isso, precisaria construir 257 votos e, até aqui, isso não foi possível. Em termos de viabilidade eleitoral, Hugo Motta, a preços de hoje, tem mais condições políticas e já atraiu o Republicanos, o MDB, o PP do senador Ciro Nogueira e de Lira, o PT e mais uma parte da oposição.
Chega com ares de favorito e com poucos problemas e arestas.

Nesse sentido, Arthur Lira caminha para jogar com Motta e evitar derrota. Do alto de quem preside a Câmara, Lira não pode sair derrotado da eleição para presidir a Casa. E é isso que procurou explicar ao União Brasil nas últimas 24 horas. Elmar, porém, apostará primeiramente numa tentativa de virar o jogo.

Um problema para Hugo

O veto do Planalto ao líder do União Brasil, Elmar Nascimento, para presidir a Câmara soa como o único discurso que o deputado baiano ainda pode se agarrar para tentar salvar sua candidatura à Presidência da Casa. Os aliados dele vão tentar seguir por aí para tentar empurrar a Hugo Motta a tarja de candidato do governo e, assim, buscar a oposição. Esse será um dos temas que o União Brasil discutirá em reunião da bancada marcada para segunda-feira.

A aposta de Elmar

Integrantes do União Brasil consideram que, se conseguir seguir por esse caminho, ainda tem jogo, uma vez que faltam quatro meses e meio para a eleição. Caso contrário, não restará alternativa a não ser desistir, seguindo os passos de
Marcos Pereira.

A vacina de Hugo

Em tempo: Hugo Motta sabe que o União Brasil pode optar por esse movimento de busca à oposição. E, justamente por isso, logo no primeiro dia de sua pré-campanha, foi ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O jeitoso líder do Republicanos vai tentar unir os dois polos da política. E caminha para conseguir.

O script da oposição

A apresentação do manifesto pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta semana, não foi mero acaso. É que, se houver uma parcela expressiva de manifestantes na Avenida Paulista neste sábado contra Moraes e o STF, estará criado o discurso de que o impeachment tem apoio popular.

Emenda & clima

Diante da maior seca do país, vem um ultimato aos parlamentares. Ou eles indicam emendas para mitigar os efeitos desse clima extremo ou virão fotos de todos aqueles que não auxiliam na mudança de hábito a fim de atenuar os efeitos da emergência climática.

Deus ajuda…/ Relator da PEC da autonomia do Banco Central, o senador tucano Plínio Valério, do Amazonas, (foto) foi o primeiro a chegar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na quarta-feira. Tudo para ver se conseguia emplacar a proposta extrapauta. O presidente da comissão, Davi Alcolumbre (UB-AP), surpreso com a chegada de Valério tão cedo, desconversou e foi falar com Jaques Wagner (PT-BA).

…quem cedo madruga, mas…/ Nem tanto. O senador baiano foi contra a inclusão da proposta em pauta. Agora, o tema deve ser discutido juntamente com a sabatina de Gabriel Galípolo para presidência do BC.

O nó de Pacheco/ Ao marcar a votação do nome de Galípolo em plenário logo na primeira semana depois do primeiro turno da eleição municipal, o presidente do Senado obriga a Comissão de Assuntos Econômicos a votar logo. Caso contrário, puxará para o plenário.

Hoje tem debate/ O Correio Braziliense e Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), promovem o debate Segurança Jurídica e competitividade na mineração brasileira, um tema estratégico para o país. O evento, presencial para convidados, começa a ser transmitido pontualmente às 9h.