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Governador do Pará defende pesquisa sem ideologia na margem equatorial

Por Eduarda Esposito — O governador do Pará, Helder Barbalho, declarou durante o evento Dialogando Sobre o Brasil do grupo Esfera Brasil no último painel “Potências regionais, desafios nacionais”, sobre a pesquisa na margem equatorial por parte da Petrobrás e declarou que o nome dado à região dá a ideia errada do que irá acontecer. “Quando se coloca o nome bacia amazônica, se busca dar uma conotação como se a exploração da margem equatorial acontecesse dentro da floresta. Estamos falando de uma área de pesquisa que está a 540 km da foz do rio Amazonas, em mar aberto, portanto, em águas profundas e que nesta mesma bacia outros países já estão em plena exploração”, enfatizou.
Para Helder, o assunto precisa ser tratado “no campo da honestidade da informação”. “Precisamos compreender que o Brasil, neste momento, não pode abrir mão para a manutenção do desenvolvimento do nosso país. Não é querer ou não querer, é necessitar e nós precisamos disso. O que está em pauta neste momento é o direito da Petrobrás de pesquisar e ela já atua neste ramo como referência global e não há nenhum incidente em modalidade de pesquisa offshore semelhante ao que está sendo solicitado”, relembrou.
O governador relembrou ainda que ocorre exploração de petróleo a 200 km da praia de Copacabana, mas que não há discursos proibitivos nesse sentido. “Eu disse outro dia que não posso crer que seja razoável que não se pode pesquisar a 540 km da foz do Amazonas se tem ou não tem petróleo, se a 200k da praia de Copacabana tem uma perfuração de campos. Quer dizer que em Copacabana pode e lá na amazônia nós não temos direito de ver as nossas riquezas serem transformadas em melhoramento social. Nós estamos fadados a ser refém da nossa riqueza”, questionou.
O governador relembrou ainda que o Brasil está em desenvolvimento e o dinheiro da exploração de Petróleo pode ajudar, não somente no desenvolvimento do país, como também financiar a transição energética. E destacou que a ideologia de proteção não está “premiando a região”. “A Amazônia é a que mais contribui e ao invés de nos premiarem por sermos os que mais contribuíram pro meio ambiente tem que ter o pior IDH do Brasil, taxa de desenvolvimento humanos precários, desemprego elevado, escassez e acesso a qualidade de vida. O que desejo é pesquisa, ciência, menos ideologia e a decisão programática para que a gente possa desenvolver o Brasil. Acho que existe uma contaminação ideológica por quem deveria se pautar exclusivamente pela análise técnica. odos os vizinhos estão explorando e tendo o maior crescimento de PIB do mundo explorando a riqueza nessa mesma bacia”, defendeu.

Pará também é agro
Barbalho ainda destacou a potência na agropecuária que o estado tem e como a região equilibra a criação de gado com a preservação da floresta. “Um estado que consegue congregar no seu território 75% de floresta nativa amazônica e nos 25% de área com manejo de solo conciliar algumas estratégia econômicas, devo ressaltar a de alimentos, hoje somos o segundo maior rebanho bovino do Brasil, e temos cada vez mais impulsionando a produção de alimentos como importante vocação de emprego, renda e desenvolvimento. E a mineração, junto com Minas Gerais, somos as duas maiores províncias minerárias, inclusive o Pará este ano exercendo o papel de maior província minerária do país.
O governador também explicou que o estado tem se tornado protagonista como rota de escoamento de grãos e tem uma grande perspectiva de crescimento no PIB brasileiro. “Além do contexto das oportunidades econômicas, estamos posicionados em um corredor logístico que consolida o estado como profundamente atrativo pela sua posição dos portos do norte do Brasil que escoa os grãos do Centro-Oeste brasileiro e tendo o porto que mais cresce no percentual de carga no Brasil pela proximidade com a Europa, Ásia e com o Norte. Portanto, com esta diversidade econômica, o estado vive um momento extremamente especial de sua economia, o Pará tem a terceira maior perspectiva de crescimento no PIB, portanto nós temos buscado fazer a convocação das oportunidades do desenvolvimento sustentável como exemplo para o Brasil mostrando que é possível produzir com preservação e preservar com produção”, comemorou.
Por fim, Helder ainda afirmou que sediar a COP 30 é uma oportunidade de mostrar como é possível preservar e produzir e usar a produção agropecuária como financiamento de desenvolvimento sustentável. “É possível nós conciliarmos o uso do solo, agora também é necessário aproveitar do protagonismo de ser sede do maior evento climático do planeta para fazer um chamamento para a construção de uma valorização de uma floresta viva, em pé, com a perspectiva do mercado de carbono como nova commoditie de construção das soluções das neutralizações de emissões, a oportunidade de financiamento climático advindo da natureza para que possamos encaminhar para que o Brasil seja líder da agenda da sustentabilidade no mundo a partir do Pará”, ressaltou.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
Mais uma vez, um evento de proporção global evidencia as deficiências do Brasil no campo econômico e político. A guerra na Ucrânia escancarou a fragilidade da posição brasileira no mercado mundial de petróleo e de fertilizantes. Temos, por um lado, uma empresa do porte da Petrobras, um gigante avaliado em aproximadamente US$ 70 bilhões, capaz de produzir 2,8 milhões de barris por dia. Por outro lado, somos conhecidos como o celeiro do mundo, em razão da nossa extraordinária produtividade no campo. Esses predicados, no entanto, escondem precariedades da nossa economia e, por extensão, da nossa política.
Como sabemos, o Brasil já enfrentava uma alta de combustíveis antes da crise na Ucrânia. Parte do problema são as falhas no processo de refino de petróleo, o que obriga o Brasil a importar derivados. Há, ainda, o impasse tributário, que se arrasta há meses sem entendimento entre os entes da Federação, particularmente no Congresso Nacional.
Problema semelhante ocorre em relação a fertilizantes. Existe, no Brasil, uma lacuna na fabricação desses itens. Falta investimento em infraestrutura para evitar, ou ao menos diminuir, a dependência do mercado externo. Somos campeões da exportação de commodities, mas precisamos importar produtos agregados para viabilizar nossa produção.
Investimentos
Houvesse uma política de investimento nas cadeias produtivas essenciais para nossa economia, o Brasil não estaria em posição tão vulnerável. E quem mais sofre com essas carências é a população de baixa renda, que sente com mais força a carestia provocada pela crise internacional.
Na pandemia também
A fragilidade brasileira ante choques externos também ocorreu em 2020, com o advento da pandemia de covid-19. Surpreendido pelo novo coronavírus, o Brasil viu-se na angustiante situação de não contar com insumos próprios para a produção de uma vacina. Dependia da boa vontade de países que investiram na indústria farmacêutica. A essa dificuldade estrutural somou-se o negacionismo do governo federal, recalcitrante na aquisição de imunizantes.
Mais transparência
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu aumentar o número de urnas eletrônicas auditadas antes das eleições. A mudança foi aprovada em sessão administrativa nesta quinta-feira e representa mais um esforço para ampliar a transparência do pleito em meio aos ataques ao sistema de votação. A resolução aprovada mantém o percentual anterior, de 3% das urnas, como o mínimo dos aparelhos a serem auditados, e passa a estabelecer um limite de 6% do contingente preparado para cada zona eleitoral.
Boletim expresso
O TSE ainda aprovou um ajuste na etapa de totalização dos votos. A disponibilização dos Boletins de Urna, que eram compartilhados até três dias após o encerramento da contagem, passarão a ficar disponíveis praticamente em tempo real no portal da Corte Eleitoral.
Crime de fôlego
Pesquisa encomendada pelo Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNPC) aponta que 48% dos cigarros consumidos no Brasil — o equivalente a 53,1 bilhões de unidades — têm origem ilegal. Os dados são relativos a 2021. Boa parte dessa mercadoria é proveniente de contrabando do Paraguai, mas é expressiva a quantidade de fábricas nacionais que operam na clandestinidade.
Combate estruturado
“O combate ao mercado ilegal exige ações de longo prazo. “O combate ao cigarro do crime não pode depender de fatores externos, como a alta do dólar, que aumenta o preço do ilegal, reflexo de um cenário atípico e circunstancial. Reprimir o ilegal é também incentivar e apoiar quem produz dentro da lei”, defende Edson Vismona, presidente do FNCP.
Prioridades
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), está colhendo assinaturas para votar, em regime de urgência, o projeto de lei que autoriza a mineração em terras indígenas. Essa é a solução defendida pelo presidente para enfrentar o iminente desabastecimento de fertilizantes provocado pela guerra na Ucrânia. Enquanto isso, 544 processos para exploração de potássio, elemento chave para produção de fertilizantes, tramitam na Agência Nacional de Mineração.



