Bolsonaristas estão desconfiados com crescimento do presidente nas pesquisas

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg

Os bolsonaristas se mostram tão desconfiados com as pesquisas de opinião que já tem gente nos grupos de WhatsApp dizendo que esse crescimento do presidente foi milimetricamente encomendado para que, no futuro próximo, os aliados de Jair Bolsonaro não reclamem se o presidente voltar a cair.

Paranoia geral

Da parte dos petistas, a desconfiança é a de que as pesquisas apresentam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estacionado porque muita gente não quer ver o petista dono da situação. Ou seja, ninguém acredita em mais nada.

Foi pouco

O PT não engole Deltan Dallagnol. “O valor da condenação é pequeno perto do dano que ele causou ao presidente Lula”, disse o secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), em entrevista à Rede Vida, na semana passada.

Páscoa, momento de união

Que nos traga paz, muitas alegrias e boas energias para enfrentar a difícil eleição que está por vir.

União é de todos: apoiadores serão livres para defender presidenciáveis diversos, de Lula a Bolsonaro

Publicado em Política

As filiações ao União Brasil nos últimos dias foram feitas mediante o compromisso de liberdade para que os novos partidários possam escolher quem quiser para presidente da República. A legenda terá em seus palanques pelo Brasil afora apoiadores de presidenciáveis dos mais variados credos, de Bolsonaro a Lula, passando ainda por João Doria e quem mais chegar.

No DF, por exemplo, a intenção do senador Reguffe, mais novo filiado e pré-candidato ao GDF, é manter distância regulamentar da campanha presidencial, já que seu eleitorado está distribuído por várias matizes ideológicas. No Ceará, os deputados do União também planejam cuidar da própria vida. Na Bahia, conforme o leitor da coluna já sabe, já se desenha o “Luneto” — Lula e ACM Neto, que concorrerá ao governo estadual.

Duplo objetivo

A filiação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao Republicanos, tira mais uma legenda da órbita do governador de São Paulo, João Doria, e da base de apoio do vice-governador Rodrigo Garcia na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio ainda buscará outros apoios no entorno dos tucanos. Ele quer ampliar seu tempo de exposição na tevê aberta para tentar chegar ao segundo turno. Se conseguir, será a primeira vez que um governador de São Paulo, candidato à reeleição, ficará fora da rodada final.

Dupla vitória

A Frente Parlamentar de Energia Renovável comemorou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de cassar a liminar que dava às térmicas a óleo o direito de participar do leilão de dezembro. “Foi uma vitória e tanto. Servirá também de argumento para questionar os jabutis incluídos na privatização da Eletrobras com relação à compra de energia das térmicas a gás”, diz o presidente da Frente, deputado Danilo Forte (PSDB-CE).

Lula com Khalil

Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Khalil, conversou com Lula esta semana. O apoio do PT às pretensões eleitorais do mineiro está cada vez mais perto.
Vai você
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Dos deputados federais presentes aos eventos do presidente Jair Bolsonaro no Ceará — gente do calibre de Domingos Neto e Capitão Wagner, os mais votados —, o escalado para falar foi um suplente de 10 mil votos, Jairo Bezerra. É que nenhum dos outros quer acoplar a imagem ao presidente na terra onde Ciro Gomes e Lula têm a preferência do eleitorado. Jairo, porém, cumpriu a missão e arrancou gargalhadas da plateia ao dizer que seguiria Bolsonaro até se fosse para a Ucrânia.
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Até aqui, todos iguais/ A pesquisa desta semana foi vista pelos presidentes dos partidos como um sinal de que a tal terceira via ainda não tem um candidato que obrigue os demais a sair do páreo. E a contar pela posição, não dá para desprezar Sergio Moro (foto) como opção viável para representar este segmento.
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Por falar em Doria…/ Os 2% que ele apresenta na pesquisa do Datafolha desta semana reforçam a tese do grupo que tenta apeá-lo da disputa presidencial. Afinal, como governador de São Paulo e comandante de um governo bem avaliado, deveria estar melhor.
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Esperteza não/ O presidente do MDB, Baleia Rossi, e Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República, jantaram com Doria e deixaram claro que não é hora de falar em vice ou algo que o valha. Definição mesmo só lá para final de maio, início de junho. Quem for afoito para tratar qualquer coisa nesse sentido desde já, vai terminar isolado.
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Marília Arraes e Lula/ Em Pernambuco, a deputada Marília Arraes se filiou ao Solidariedade, mas não abandonou o candidato petista ao Planalto. Suas imagens de pré-campanha mostram uma foto dela ao lado de Lula, informa o site de Ricardo Antunes. Só tem um probleminha: os petistas acenam com o apoio a Danilo Cabral (PSB) e, se for formalizada a coligação, ela não poderá usar a imagem do ex-presidente.

PT marca data para desfile de Lula e Alckmin

Publicado em Lava Jato, Lula
A largada de Lula-Alckmin
Com Geraldo Alckmin filiado ao PSB, os petistas já marcaram o 1º de maio, Dia do Trabalho, para o desfile, Brasil afora, de Lula e do escolhido para vice. Inicialmente, haverá um ato na Avenida Paulista, a ser transformado numa espécie de ensaio geral do programa de governo para os trabalhadores. Até aqui, tudo deu certo para os planos do PT em relação a Lula, o primeiro pré-candidato que, hoje, já tem chapa completa.
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Em tempo: Lula quer antecipar tudo o que for possível, obviamente, sem ferir a legislação eleitoral, porque sabe que, quando o jogo começar oficialmente, o PT será cobrado dos escândalos que abalaram seus governos. E, quanto mais apoios o petista angariar antes que isso aconteça, melhor.
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Discurso anti-CPI
O pedido de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem um objetivo prioritário: dar discurso à base aliada do governo para evitar a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito. É que, neste momento pré-eleitoral, qualquer investigação com plateia e transmissão ao vivo pela tevê é desgaste certo.
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Melhor ficar do que abrir uma guerra
O presidente Jair Bolsonaro, conforme o leitor da coluna já sabe, não pretende substituir Milton Ribeiro. Com isso, quer evitar uma disputa pelo posto. A bancada evangélica reduziu o tom das cobranças em relação ao ministro, mas, se a vaga abrir, vai reivindicar o cargo. O Centrão, idem.
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Perde, mas ganha…
Márcio França foi aclamado por seu partido como candidato a governador de São Paulo. O PT queria o PSB ao lado de Fernando Haddad, mas, depois de fazer as contas, acha melhor que os socialistas concorram ao governo do maior colégio eleitoral do país.
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… no final
Os petistas calculam que a tendência é de Márcio França tirar votos do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato ao governo paulista. Assim, conforme as contas feitas pelo PT, o segundo turno em São Paulo tem tudo para ser entre Haddad e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que deixa o cargo na próxima semana para se apresentar como candidato a governador com a bandeira de Jair Bolsonaro. Nesse cenário desenhado pelo PT, França apoia Haddad no segundo turno e, quem sabe, ainda vira ministro de Lula, se o ex-presidente for eleito.
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Noves fora…/ A 10 dias do fim do prazo de filiação partidária, quem mais ganhou deputados foi o PL do presidente Jair Bolsonaro. Sinal de que ele não está morto eleitoralmente, como espalham seus adversários.
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Novela tucana/ O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (foto), hoje está no modo permanência no PSDB. Ele já esteve com os dois pés no PSD de Gilberto Kassab, mas os apelos dos tucanos fizeram a balança pender para que ele fique no partido. O PSD, porém, ainda não desistiu de levá-lo.
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Efeito Matarazzo/ Os tucanos têm usado como argumento junto a Eduardo Leite o caso de Andrea Matarazzo. Em 2016, Matarazzo foi para o PSD como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. Em julho, virou candidato a vice na chapa encabeçada por Marta Suplicy, postulante do MDB.
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Por falar em PSDB…/ A contar pela entrevista do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ao CB.Poder (veja íntegra nas redes sociais do Correio Braziliense), o governador de São Paulo, João Doria, não terá uma pré-campanha sossegada. A pressão para que desista de concorrer será enorme, com ou sem Eduardo Leite no partido.

Eduardo Leite está fadado a encontrar um partido dividido

Publicado em Política

Jogada de risco

Independentemente da decisão que tomará nos próximos dias, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está fadado a encontrar um partido dividido. O esforço de um grupo do PSDB para que ele permaneça no partido fez ressurgir o clima de guerra que antecedeu a prévia de novembro. A contar pelos discursos de bastidores das duas alas, nada levará os tucanos a se aglutinarem em torno de um nome, seja João Doria, escolhido candidato da legenda, seja Leite.
Para completar, no PSD, onde há um grupo simpático a Jair Bolsonaro e outro interessado em apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, a união também não será tão fácil, embora haja uma vontade do presidente do partido, Gilberto Kassab, em conseguir ampliar esse apoio. Nesse sentido, qualquer decisão que Leite tomar hoje será arriscada. Porém, na política, vale o ditado: “Quem não arrisca não petisca”. A contar pelos telefonemas que recebeu, Leite decidiu reavaliar seu ingresso no PSD e vai aproveitar esses 10 dias para refletir.

Pressão por reajustes, o maior desafio

A prevalecer o reajuste dos policiais previsto para este ano, o governo terá que encontrar, ainda, recursos para atender as categorias que se mobilizam para garantir a correção inflacionária. Na lida, estão os servidores da Receita Federal, que fazem um ato, hoje, em Brasília, os do Banco Central e outros.

Mais um tijolinho

De grão em grão, João Doria trabalha para tentar tornar sua candidatura irreversível dentro do PSDB. Na filiação de Alessandro Vieira ao partido, por exemplo, o senador mencionou a necessidade de cumprir “compromisso”. Entre os tucanos paulistas, a declaração foi vista como um recado ao gaúcho: foi feita uma prévia, ele foi escolhido e brigar com o PSDB de São Paulo não fará bem a ninguém que pretenda representar o partido numa corrida presidencial.

A dupla missão do general

No papel de candidato a vice numa chapa encabeçada por Jair Bolsonaro, o quase ex-ministro da Defesa, Walter Braga Neto, terá dupla função: primeiro, manter a comunidade militar fechada com a reeleição do presidente da República. Em segundo, garantir que, independentemente do desenrolar de um possível futuro governo Bolsonaro, não terá impeachment pela frente.

Conservadores divididos em Goiás

O apoio de Bolsonaro à candidatura do deputado Vitor Hugo (PL-GO) ao governo goiano deixa o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) com a missão de unir os demais partidos de centro em torno do seu nome. Até aqui, essa unidade não se confirmou.
Briga alagoana respinga no Congresso/ Pegou mal o fato de o senador Renan Calheiros (MDB-AL) respaldar as críticas de Lula ao Parlamento. Renan, porém, tem uma meta para este ano: derrotar Arthur Lira em Alagoas. O senador fará tudo o que estiver ao seu alcance para derrubar o adversário. Até criticar o Parlamento do qual faz parte, com os canhões voltados para a Câmara dos Deputados.
Terreno no céu I/ Assim os petistas se referem à possibilidade de o PT apoiar Guilherme Boulos (PSol) para a Prefeitura de São Paulo, em 2024. Se nem quando o PT estava mal nas pesquisas o partido desistiu, não será agora que tem esperança de eleger Lula presidente mais uma vez.
Terreno no céu II/ Desde que Boulos anunciou que não correrá ao  governo de São Paulo este ano, circula no PSol a notícia de que Lula teria oferecido apoio do PT para que Boulos concorra à Prefeitura, daqui a dois anos. O ex-presidente, porém, só se esqueceu de combinar com o diretório paulistano de seu partido, que é quem decide sobre a candidatura local.
A volta de Delcídio/ O ex-senador Delcídio Amaral (foto) circulou por Brasília dia desses. Num passeio pela cidade, foi parado para tirar as tradicionais selfies. Absolvido, no ano passado, de todas as acusações relacionadas à suspeita de organização de fuga de Nestor Cerveró, Delcídio é candidato a deputado federal pelo PTB de Mato Grosso do Sul.

PT tropeça nas próprias pernas

Lula discursa no Congresso Nacional do PT
Publicado em Eleições, Lula, Política
A liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas não é sinal de que está tudo às mil maravilhas no PT. Dos seis maiores colégios eleitorais do país, em quatro o partido enfrenta dificuldades em organizar a vida. Corre o risco de perder, ou já perdeu, aliados no plano estadual — em alguns locais, perde até mesmo no plano nacional. São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia estão nessa conta. Quem acompanha de perto, Pernambuco está na mesma situação.
Na Bahia, por exemplo, onde o PT comanda há 16 anos, o lançamento de uma candidatura própria tirou o PP da aliança e — como o leitor da coluna já sabe — fez jus à fama de que os petistas não são generosos na relação. Em São Paulo, o PSB não vai apoiar Fernando Haddad. No Rio de Janeiro, há dificuldades em fechar a chapa entre PT e PSB. Para completar, em Pernambuco, embora Humberto Costa tenha desistido da candidatura ao governo, ainda não está tudo resolvido.
O vice-governador da Bahia, João Leão, fechou o apoio a ACM Neto (União Brasil) ao governo estadual, e promete continuar apoiando Lula ao Planalto. Na prática, porém, muita gente duvida que esse apoio se mantenha ao longo da campanha, caso Lula sofra alguma queda nas pesquisas. Afinal, faltam sete meses para a eleição e muita gente lembra que, na campanha de 1994, por essa época do ano, Lula era favorito e os ventos mudaram. Mas nada garante que não possam mudar novamente este ano.
Não por acaso, Jair Bolsonaro estava ontem na Bahia. Sabe como é: onde o PT apresentar problemas, os adversários de Lula vão investir ainda mais pesado.
Nem vem
No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a defasagem do preço do combustível está zerada, uma vez que houve redução do preço do barril e o valor dos combustíveis foi reajustado. Logo, para o curto prazo, o governo não quer saber de novos aumentos.
Missão difícil
As conversas do PSDB — leia-se a ala de Aécio Neves — com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para que ele permaneça no partido, são vistas pelos gaúchos como o oferecimento de “terreno no céu”. Isso porque o governador de São Paulo, João Doria, com a responsabilidade de gerir um estado grande, ainda não conseguiu colocar os dois pés na pré-candidatura presidencial que conquistou nas prévias do partido.
Se for viável, ganhará o apoio
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, que já abriu a porta para o ingresso de Eduardo Leite no papel de candidato a presidente da República — e ontem reforçou o convite —, tem apostado entre amigos que se o governador gaúcho emplacar, a turma do PSDB o apoiará. Assim como o MDB.
Sempre dividido I/ O MDB, todas as vezes que lançou candidato a presidente e não subiu nas pesquisas, largou-o no meio do caminho. De Ulysses Guimarães, em 1989, a Henrique Meirelles, na última eleição, o MDB jamais foi totalmente fiel a seus presidenciáveis.
Sempre dividido II/ O deputado Aécio Neves (MG) lembrou, esses dias, a vários políticos, que abriu mão da candidatura presidencial em 2010 para unir o partido em torno de José Serra. Ele não conta, porém, que o PSDB não se uniu. Em alguns estados, a campanha presidencial tucana só aparecia nas ruas quando o candidato tucano
visitava o estado.
O teste de Mourão/ Pré-candidato ao Senado pelo Republicanos, o vice-presidente Hamilton Mourão (foto) se filiou ao Republicanos sem a presença do ministro da Cidadania, João Roma, que estava na Bahia com Bolsonaro. O ministro Onyx Lorenzoni, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, compareceu.
Ônibus lotado/ Presidente do PL do Distrito Federal, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, está com dificuldades de atender aos pedidos de filiação de deputados distritais. A nominata já está praticamente fechada.

Flávio Bolsonaro anuncia o tom da campanha

Publicado em coluna Brasília-DF

A fala do senador Flávio Bolsonaro no ato de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL foi propositalmente colocada depois do discurso presidencial com o objetivo de apresentar a linha que seguirá a campanha reeleitoral do ano que vem. O tratamento que será dado aos dois adversários que os bolsonaristas consideram perigosos está definido: o ex-juiz Sergio Moro é apresentado como o traidor, que, na visão de Flávio, humilhou Carla Zambelli, de quem foi padrinho de casamento, e não descobriu quem mandou matar o presidente Jair Bolsonaro; e Lula, “um ex-presidiário, preso por roubar o povo brasileiro”.

O contraponto ao discurso de que o presidente não se preocupou com a saúde dos brasileiros na pandemia também está posto: o governo Bolsonaro, conforme anunciou Flávio, forneceu todas as vacinas que protegeram os brasileiros contra a covid-19. Para completar, em plena pandemia, o país conseguiu gerar empregos, quando, no governo Dilma, houve demissões. Agora, com o alívio que recebeu, ontem, do Supremo Tribunal Federal, Flávio estará cada vez mais solto na pré-campanha do pai.

Os incomodados que se retirem

Ex-presidente do partido e ex-ministro dos governos Dilma e Lula, o ex-senador Alfredo Nascimento foi direto quando a coluna quis saber se ele apoiará o PT de seus antigos chefes: “Eu estou com Bolsonaro. No PL, quem não apoiar o presidente está fora”.

Os 12 do Senado
Com Flávio Bolsonaro, eram 12 os senadores presentes à filiação de Bolsonaro. O PL, porém, tem apenas cinco. Os planos, agora, incluem levar os demais para o partido, por exemplo, o líder do governo, Eduardo Gomes (MDB-TO), e Fernando Collor (PTB-AL). Se vingar, ficará do tamanho do PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), outro pré-candidato a presidente da República.

Moro escreve I
Chega às livrarias o livro de memórias de Sergio Moro, Contra o sistema da corrupção, da editora Sextante. Ali, ele tenta resgatar o serviço que a Lava-Jato prestou ao país, lembra que o Supremo Tribunal Federal autorizou a prisão de Lula e aborda, de forma crítica, a decisão da Corte de soltar o petista: “É difícil entender que o STF venha, posteriormente, dizer que a execução (da sentença) não deveria ter ocorrido e que o ex-presidente não teve direito a um julgamento justo”, escreveu.

Moro escreve II
O ex-ministro conta o episódio do Coaf, que, retirado do Ministério da Justiça, terminou no Banco Central. Moro lembra que jamais tratou do mérito das investigações contra o senador Flávio Bolsonaro e relata conversas com Paulo Guedes, ministro da Economia; e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, para salvar o Coaf: “O que não se poderia admitir era a destruição do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro com o propósito de salvar o filho de alguém, mesmo sendo ele o filho do presidente da República”.

E o Lula, hein?/ A proximidade que ele busca com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é para entrar na seara de votos da terceira via, fundamental para derrotar Bolsonaro, se a polarização for mantida. Lula tem sido muito direto nas conversas com antigos adversários: “Os meus (aliados e votos), eu já tenho. Quero que você traga os seus”.

Só em março/ O deputado Eduardo Bolsonaro disse à coluna que se filiará ao PL quando houver a janela para troca de partido. “Se eu sair agora, eles podem pedir o meu mandato”, disse ele, que continua no PSL.

Ele não vai/ Muito assediado por apoiadores de Bolsonaro no auditório do ato de filiação ao PL, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou à coluna que não vai se filiar a partido político. “Minha área é técnica”, avisou.

Ômicron e recursos/ Quinze capitais já cancelaram suas festas de réveillon por causa do risco da nova cepa da covid-19. Obviamente, os prefeitos não querem ser acusados de promover aglomerações e, mais à frente, ver o aumento do número de mortes, mas o fator econômico também contou. À exceção de Brasília, que não teve eleição no ano passado, muitas cidades enfrentam problemas de caixa.

Com Moro, Lava-Jato entra na campanha contra Lula e Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

A chegada de Sergio Moro à arena da política leva a memória da Lava-Jato para a campanha presidencial de 2022, gerando um constrangimento tanto para o PT de Lula — que ensaia um discurso sobre não ter havido corrupção na Petrobras — quanto para Jair Bolsonaro, que hoje marcou seu ingresso no PL, de Valdemar Costa Neto, para 22 de novembro. No caso do presidente, os constrangimentos irão mais além, uma vez que o ex-ministro tem a simpatia do vice Hamilton Mourão, que definia o ex-juiz como “uma reserva moral do governo”. Na Polícia Federal, Ministério Público e militares, segmento nos quais Bolsonaro reinou em 2018, os ventos dos votos tendem a soprar para Moro. O ex-juiz não está a passeio.

Simone, a vice dos sonhos

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é vista no Podemos como um nome a ser procurado para vice de Moro. Além de atrair o eleitorado feminino, reforça o ex-juiz no Centro-Oeste, onde o presidente Jair Bolsonaro é forte.

Implodiu…

O União Brasil foi lançado com o desafio de eleger parlamentares no Distrito Federal praticamente cumprido, uma vez que a fusão do DEM com o PSL lhe daria Bia Kicis (PSL), Alberto Fraga e Luís Miranda (ambos do DEM). O grupo, porém, vai esfacelar. “Eu já tenho candidato a presidente, mas ainda não tenho partido”, disse Miranda à coluna.

… e encolheu

Bia Kicis vai esperar a filiação de Bolsonaro ao PL para definir seu destino. No União Brasil não ficará. Resta Alberto Fraga, que está decidido a concorrer a um mandato de deputado federal.

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Alckmin quer união/ O ex-governador Geraldo Alckmin voltou a conversar com o União Brasil, onde a conversa de vice de Lula não está nos planos. Alckmin, hoje, tem a certeza de que o PSD o apoiará ao governo de São Paulo, em qualquer hipótese. O União Brasil já avisou que o quer como candidato ao governo, mas apenas se ele estiver filiado à legenda. As conversas voltam depois das prévias do PSDB, onde Alckmin trabalha por Eduardo Leite.

Novo balança/ O partido Novo, que não se uniu em torno da candidatura do Luís Felipe D’Ávila à Presidência da República, marcou presença forte na filiação de Sergio Moro ao Podemos. Os deputados Marcel Van Hatten (RS), Alexis Fonteyne (SP) e a distrital Júlia Lucy fizeram questão de ir até o Centro de Convenções dar um abraço no ex-juiz.

Discretíssimo/ O procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, que integrou a força-tarefa da Lava-Jato e, hoje, é advogado especialista em compliance, fez questão de ir à filiação de Moro ao Podemos. Porém, preferiu ficar bem distante do palco. “Sem a mudança do sistema político, o Judiciário não consegue impor a lei aos poderosos. As grandes empresas e os empresários estão preocupados e não se envolvem mais. Agora, se não seguirmos em frente com mudança na política, voltará ao que era antes”, disse à coluna.

João Roma na lida/ Quem não saiu do Congresso nos últimos dias, cabalando votos, foi o ministro da Cidadania, João Roma. A todos dizia que votar contra a PEC dos Precatórios era votar contra os R$ 400 do Auxílio Brasil. Fará o mesmo discurso no Senado.

A conta de Gilberto Kassab: primeiro, unir Minas

Publicado em coluna Brasília-DF

“Estou no projeto. O que Rodrigo Pacheco precisar, eu faço”, comentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, assim que terminou a solenidade de filiação no Memorial JK. A frase de Delgado é música para os ouvidos de Kassab, que já anunciou Pacheco como candidato a presidente da República. As contas do partido são as seguintes: em 2018, Minas Gerais somava 10,65% do eleitorado do país. Se conseguir unir os mineiros em torno do seu nome, Pacheco entra na disputa ao Planalto com capacidade de atrair outras forças políticas e gerar um movimento capaz de lhe dar a pole position do mar de pré-candidatos que pretende quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.

A contar pela presença de líderes mineiros na filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, essa missão, de começar unindo Minas Gerais, está quase cumprida. No Memorial JK, estavam representantes de praticamente todos os partidos de centro, e da esquerda, estava Júlio Delgado. Até aqui, Minas surge como o único dos maiores colégios eleitorais com chance de sair mais coeso em torno de um projeto eleitoral.

PSD receberá outros
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) perguntou ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, se conversariam em Minas ou em Brasília. A filiação é esperada para breve. Do PP, que espera o presidente Jair Bolsonaro, estão de saída o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), líder da maioria na Câmara, e a irmã dele, a senadora Danielle Ribeiro (PB). E é só o começo.

Vice? Nem pensar
Lula, que fez aniversário ontem, justamente na data de filiação de Pacheco ao PSD, adoraria ter o senador como seu vice. Sonha, PT. O presidente do Senado chegou para ser protagonista, e não coadjuvante.

Dossiê na área?

Depois de assistir ao vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro sai da entrevista ao Pânico por causa de uma pergunta do humorista André Marinho, o empresário Paulo Marinho, pai de André, mandou o seguinte recado ao chefe do Executivo: “Capitão, quando o senhor estiver chorando no banheiro do Palácio, lembre-se de Gustavo Bebbiano. Ele não o esqueceu”. Bebbiano era braço direito de Bolsonaro na campanha eleitoral e há quem diga que deixou informações preciosas com Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro.

Anderson longe de Dilma
Quem circulou incógnito, no meio dos pessedistas que se aglomeraram no palco do auditório do Memorial JK para cumprimentar Rodrigo Pacheco assim que terminou a solenidade, foi Anderson Dornelles, que, por 19 anos, assessorou a ex-presidente Dilma Rousseff. Anderson contou que será “candidato a deputado federal” e, presidente do Avante do Rio Grande do Sul, foi dar um abraço em Rodrigo Pacheco.

Olho na numerologia
Presidente do PSD do Distrito Federal, Paulo Octavio tratou a filiação de Pacheco como o renascimento do partido, uma vez que se deu exatamente 56 anos depois que o Ato Institucional 02 da ditadura militar extinguiu o PSD de JK.

“Não sou eu. Você acha que eu, sozinho, teria condições de travar uma sabatina?”
Do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, já saindo de fininho, ao responder à coluna por que ainda não pautou a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal

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“Malandrinho” na área/ Quem ficou a cargo da execução do Hino Nacional no Memorial JK foi o grupo de choro Malandrinho, de Diamantina. A música “Peixe vivo”, marca de Juscelino Kubitschek, foi o pano de fundo quando a neta do fundador de Brasília e presidente do Memorial JK, Anna Christina Kubitschek, colocou o pin do PSD na lapela de Pacheco. Na plateia, alguns deputados cantavam a versão “como pode um homem livre viver sem democracia”.

Amigos, amigos, projetos à parte/ Amiga do governador de São Paulo, João Doria, a neta de Kubitschek e esposa do ex-governador Paulo Octavio, ligou para Doria para dizer que o Memorial seria anfitrião da filiação de Pacheco ao PSD. Doria disse que, mais à frente, estarão todos juntos.

E os precatórios, hein?/ Virou questão de honra para o presidente da Câmara, Arthur Lira, entregar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios — que parcela as dívidas judiciais do governo — aprovada e o mais breve possível. Seria mais fácil, porém, se o Auxílio Brasil estivesse incluído no texto. E ainda tem outro probleminha: há uma gama de empresários desesperada para receber as dívidas.

Lula não quer saber do impeachment de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Embora o PT tenha convocado o ato em prol do impeachment do presidente da República, Lula tem dito em suas conversas mais reservadas com petistas que não quer saber da saída antecipada do presidente. Aliás, essa foi a leitura feita por nove em cada 10 políticos, depois que Lula não compareceu ao ato do último sábado. Aliás, amigos do presidente repetem diariamente que não é porque um presidente vai mal, que ele deve sofrer impeachment. Essa seara cabe ao eleitor decidir nas urnas.

O discurso de Bolsonaro para 2022

Ainda que não consiga levar adiante a retomada da economia, o presidente Jair Bolsonaro tem pronto o roteiro que levará para a sua campanha reeleitoral, caso seja candidato. Como repete hoje, ele reforçará que a situação ficou ruim por causa do #fiqueemcasa promovido pelos governos estaduais e prefeituras. E só não ficou pior porque o governo deu o auxílio emergencial e o financiamento às empresas.

Página virada
Quanto à CPI e à gestão da pandemia, o presidente e seus aliados acreditam que, até a eleição, com toda a população vacinada, esse tema estará superado. Aliás, na avaliação dos políticos, a chave já virou: a economia está falando muito mais alto do que o medo do vírus.

Moro na pista…
O ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro ampliou as conversas sobre uma candidatura à Presidência da República. Assim que terminar a prévia do PSDB, em novembro, voltará a se sentar com os partidos. O leque inclui Podemos, Cidadania, DEM/PSL e até uma composição com o PSDB.

…e com discurso
A avaliação dos fiéis escudeiros de Moro é a de que a bandeira de combate à corrupção foi para o limbo depois das suspeitas sobre os filhos de Bolsonaro e a aliança do presidente com partidos enroscados em escândalos recentes, como o Petrolão.

A hora da caça
O adiamento da votação da Lei de Improbidade não significa que a Câmara dos Deputados tenha sérias dificuldades em aprovar o texto. Ao contrário: tese de que, se não houver a intenção de dolo, estará tudo bem, agrada e muito à maioria dos políticos.

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Saldo/ Das conversas de Lula com o PSB e o PSD, saiu a certeza de que uma aliança com os socialistas dependerá dos acordos estaduais. Já com o partido de Gilberto Kassab, a investida deu água. Kassab está convencido de que o melhor caminho para a sobrevivência nesse cenário incerto é a candidatura própria.

Plano A e plano B/ Kassab dá como certo que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se filiará ao partido e será candidato. Se chegar ao segundo turno, ótimo. Se não chegar, o PSD estará inteiro. Afinal, se optar por qualquer um dos polos de hoje num primeiro turno, o partido racha ao meio e não chegará a lugar algum.

Questão de honra/ A cúpula do PSB coloca como prioridade, por exemplo, os candidatos aos governos de Pernambuco, do Espírito Santo e o do … Rio de Janeiro. No Rio, o PSB já apresentou nome de Marcelo Freixo, oriundo do Psol, e hoje filiado ao partido. E quer também a candidatura ao Senado para o líder da minoria, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Se colar, colou/ O PSB quer mais à frente discutir a candidatura a vice na chapa de Lula. O petista, porém, prefere um nome do empresariado, tal qual o ex-senador José Alencar.

Lula faz cálculos políticos com o IR

Publicado em coluna Brasília-DF

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o PT a votar a favor da reforma do Imposto de Renda de olho no que espera ser uma “cesta de três pontos” lá na frente. O partido consegue taxar dividendos, uma pauta antiga da turma do “chão de fábrica”, e coloca o mercado e parte do setor produtivo de mau humor em relação ao governo. E o terceiro ponto, que depende ainda do eleitor que votar em 2022, é permitir que o governo eleito usufrua dos recursos, sem o desgaste de precisar aprovar a legislação. É que a arrecadação decorrente desse projeto só deve engrossar o caixa da União em 2023.

Longo prazo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), avisou aos governadores que o Código Eleitoral dificilmente terá condições de ser analisado pelos senadores dentro de um tempo hábil, a fim de valer para as eleições de 2022. Porém, há o compromisso de analisar a proposta ainda este ano.

Restará a tese
Há uma simpatia de parte do Senado pela quarentena para juízes, procuradores e policiais. E os senadores estão convencidos de que, se deixar para o futuro, não ficará parecendo que foi um artigo feito sob encomenda para barrar uma candidatura do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. Alguns parlamentares recorrem, inclusive, à famosa frase das regras não escritas das negociações políticas, sempre repetida pelo ex-vice-presidente, ex-senador e ex-ministro Marco Maciel, já falecido: “Não vamos fulanizar”.

A ira de Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, está preocupadíssimo com o Senado. Acha que houve um cochilo dos líderes na votação de quarta-feira, em que os senadores derrubaram a MP da minirreforma trabalhista para contratação de jovens sem carteira assinada. O receio, agora, é de que os senadores derrubem ainda mais as alíquotas previstas no texto das mudanças do IR aprovado na Câmara.

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Discretíssimo/ O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não falou muito na reunião dos governadores com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. “Como sou coordenador, prefiro ouvir”.

Depois eu ligo, talquei?/ Os governadores saíram de Brasília sem uma resposta do Planalto a respeito de uma possível reunião conjunta entre eles e o presidente. Bolsonaro, aliás, vai ingressar no STF para que os governos estaduais cobrem o ICMS da gasolina sobre o valor inicial do combustível, quando sai da refinaria, e não sobre o valor da bomba.

Por falar em Bolsonaro…/ O presidente vai começar a repetir pelo país afora que deu o “golpe” na indústria do carro-pipa, por causa da perfuração de poços artesianos, e também em balseiros, no Acre, onde a travessia de balsa perdeu público depois da inauguração de ponte.

… o modo paz e amor está ligado/ A semana se encerra com um tom mais light nos discursos presidenciais. E, há quem diga que, se o presidente quiser ajuda dos demais Poderes, terá que se manter nessa toada.

“O Brasil está em paz. Ninguém precisa temer o Sete de Setembro”
Do presidente Jair Bolsonaro, modulando o discurso, a fim de reduzir a tensão para o Dia da Independência