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Senadores já fizeram as contas e concluíram que a Casa será um ponto de preocupação para o futuro governo. Ali, Jair Bolsonaro não terá maioria. As contas indicam, pelo menos, 39 independentes, 24 de tendência mais oposicionista e apenas 18 mais afinados com o governo. No quesito “pau para toda obra” só mesmo os quatro do PSL.
As dificuldades do governo no Senado, ao que tudo indica, não serão resolvidas pelo esquema tático em gestação na Casa Civil, onde só há ex-deputados. A esperança, comentam alguns muito atentos à formação da área política do governo, está na Secretaria de Governo, onde o general Santos Cruz deverá construir a ponte com o Senado.
Até aqui, entretanto, nada foi feito. E, sem essa interlocução, os adversários e independentes vão organizando o jogo longe do Poder Executivo. Vale lembrar que foi ali, entre os senadores, que o governo Lula, em 13 de dezembro de 2007, perdeu a CPMF, o imposto do cheque.
A novela Coaf está só começando
A movimentação financeira de Fabrício de Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, é vista na transição como o maior ponto de desgaste que o presidente eleito enfrenta antes da posse. Se vai estancar ou não, depende das explicações do ex-assessor, que, até agora, não deu entrevistas.
Fio da meada
Uma das linhas de investigação sobre a movimentação de depósitos na conta de Fabrício Queiroz se refere a descontos nos salários dos servidores. Até aqui, entretanto, nada está provado. A única explicação, aliás, quem deu foi o presidente eleito, que mencionou um empréstimo a Queiroz, no valor de R$ 40 mil, que o ex-assessor do filho pagou em parcelas.
Visões dos fatos
O vazamento do relatório, aliás, foi lido por alguns mais próximos do presidente eleito como uma retaliação pelo fato de Bolsonaro ter dito que mudaria tudo por ali.
Chá de camomila nele
A irritação de Onyx Lorenzoni ontem, em São Paulo, durante entrevista que encerrou depois de discutir com um repórter, causou certa preocupação a alguns integrantes da transição. Já tem gente dizendo que, ou Onyx desliga o modo bélico, ou vai
ficar difícil.
CURTIDAS
Pregação no deserto/ O fato de o PSL ter nomeado um porta-voz não vai apaziguar a bancada. Há quem diga que, depois do “barraco” no WhatsApp, o partido vai ficar “pequeno demais” para Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro. Já tem gente apostando que Joice seguirá para o PSDB, se o governador eleito de São Paulo, João Dória, conseguir dominar o partido.
WhatsApp e Tancredo Neves/ Depois do “barraco” no grupo do PSL entre Joice e Eduardo Bolsonaro, os mais experientes recorrem a Tancredo Neves para aconselhar mais parcimônia no uso das palavras na rede social. Dizia Tancredo: “Telefone serve no máximo para marcar encontro. De preferência no lugar errado”.
O jovem Alckmin/ O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin (foto), gasta a maior parte do tempo, hoje, preparando-se para voltar a dar aulas na área de anestesiologia. Também pretende se dedicar à acupuntura. Dizem que parece um adolescente entrando para a faculdade.
O velho Alckmin/ Aficcionado pelo cafezinho na padaria, ele tem repetido o ritual diariamente em São Paulo, até mesmo nos postos de gasolina. Não são poucas as pessoas que param para falar com ele. Já tem gente apostando que o ex-governador não vai largar a política.
Em reuniões com partidos, Bolsonaro tenta evitar isolamento do PSL na Câmara
As reuniões do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com partidos, nesta semana, foram vistas como um movimento que vai muito além da simples discussão das reformas. Ele passou a trabalhar para tentar conter a articulação anunciada pela coluna em 17 de outubro, que busca criar um terceiro polo na correlação de forças da Câmara, isolando as duas grandes legendas: PSL e PT.
A formação de um bloco com partidos de centro-direita e esquerda ganhou corpo, nesta semana, com reuniões que atraíram PP, PRB e PSD a discussões travadas desde outubro por legendas como PDT, PPS, PSB, PCdoB, DEM, PHS, MDB, PTB e Solidariedade. Se a ideia do bloco vingar, o sonho do PSL de conquistar presidências das comissões técnicas vai para o espaço. E é justamente para buscar aproximação com as legendas que Bolsonaro deflagrou essas reuniões. Até fevereiro, quando serão escolhidos os futuros comandantes da Câmara, outros movimentos virão.
Balança para ver se derruba
A onda de desgaste pela qual atravessa Onyx Lorenzoni vai se formar em breve em torno do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Pelo menos é o que se comenta no fundo do plenário da Câmara.
O tempo é de esperar…
… para colher. Nos bastidores das reuniões partidárias prevalece a antiga fórmula de que, para apoiar um governo, o deputado gosta de se sentir “parte”, ou seja, indicar cargos. As excelências parecem não entender que Jair Bolsonaro foi eleito para fazer diferente e consideram que dá para esperar o momento certo para apresentar as faturas.
O medo dos temeristas
Aliados de Michel Temer têm sido unânimes em afirmar que, se não for respeitado o que chamam de “devido processo legal’, há o risco de o presidente ter o mesmo destino do ex-presidente Lula, quando deixar o cargo.
Pau pra toda obra
Até aqui, o único partido que anunciou apoio formal ao futuro governo foi o PR, liderado por José Rocha (BA). Os demais estão na linha de independência. A amigos, Rocha tem dito que o PR é o único que tem “coragem”.
Irmão é parente I/ O fato de o diretor da Empresa de Planejamento e Logística Maurício Malta, irmão do senador Magno Malta, ter trocado o trabalho na equipe de transição por uma viagem à Europa custeada pelos cofres da empresa foi mais um motivo para que o parlamentar ficasse longe do primeiro escalão.
Irmão é parente II/ A viagem de Maurício veio a público, ontem à tarde, em reportagem de Patrick Camporez, no site do jornal O Globo. A turma da transição, para a qual Maurício está nomeado sem remuneração, já sabia da “excursão” à Itália e a Portugal desde novembro. A escolha do diretor da EPL foi vista como um descaso para com o trabalho da transição.
Férias sem barulho/ Assim que terminar o governo de Michel Temer, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, vai passar 60 dias em Portugal, de “calça jeans, camiseta e tênis”, passeando com os filhos. O chefe direto dela, o ministro Eduardo Guardia (foto), vai para a praia, assim como o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
Humor não falta/ Ao receber prefeitos do Vale do Ribeira, o presidente Michel Temer brincou: “Aqui, o cafezinho não está frio nem a água está quente, podem beber”, brincou.
Colaboraram Hamilton Ferrari e Rosana Hessel
Governo Bolsonaro tentará aprovar Previdência em partes e terá delicada negociação com deputados
A decisão de fatiar a reforma da Previdência está tomada no governo de transição e, a julgar pelo primeiro contato direto do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com as bancadas dos partidos, a relação será projeto a projeto. Bolsonaro disse aos deputados que não tem partido dono de ministério. E ouviu dos deputados que não tem “efeito manada nas bancadas” — quando o governo fecha um texto e manda os deputados filiados a partidos com cargos no governo apertarem o botão “sim” na hora de votar as propostas de interesse do Executivo.
A “independência” declarada da maioria dos partidos em relação ao governo levará o presidente eleito a negociar cada votação e a ter de manter um contato muito mais próximo com os parlamentares, a fim de evitar dissabores de última hora. Aliás, há quem diga dentro da transição que caberá aos filhos de Bolsonaro, deputado Eduardo e senador Flávio, o papel de prestar atenção no humor das bancadas na hora de cada votação. É um novo desenho, que nem os Bolsonaros sabem como funcionará. Só sabem que o modelo do toma lá dá cá está falido.
O caldo do Judiciário
A vida do único poder que não se renova com eleição promete não ser fácil. Primeiro, a troca do fim do auxílio-moradia pelo reajuste. Depois, o Ministério Público reage, a favor desse auxílio. Ontem, foi a reação do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski de mandar prender o rapaz que o admoestou dentro do avião. O desgaste do poder está num crescente. E, ao que tudo indica, a deputada eleita Bia Kicis (PSL-DF), que ensaia um discurso de cobrança ao Judiciário, não estará sozinha.
A fila dos partidos
Depois do quarteto desta semana (MDB-PRB-PR-PSDB), Bolsonaro planeja conversar com o PSC, do Pastor Everaldo. A legenda deve ter um representante no Poder Executivo. Samuel Coelho de Oliveira, que preside a ala jovem do partido, está cotado para a Secretaria Nacional de Juventude.
Só os índios, por favor
Bolsonaro inverteu totalmente a relação com os partidos. Até aqui, tucanos e petistas conversavam com presidentes e líderes, deixando a massa de deputados para um convescote no Alvorada. O presidente eleito quer evitar o contato direto com caciques partidários. Romero Jucá e Valdemar Costa Neto nem pensar.
Contagem regressiva
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal tem só mais uma reunião este ano. Significa que, pelo andar do trenó na Corte, Lula pode se preparar para passar o Natal na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
CB.Poder
Hoje, o programa recebe o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ao vivo, às 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio Braziliense.
Sinais/ O presidente eleito, Jair Bolsonaro, cumprimentou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho, do MDB-MG, chamando-o de “meu presidente”. Em política, todo gesto vai além de um simples movimento. Houve quem saísse da reunião certo de que Bolsonaro prefere Ramalho na disputa de 2019.
Comes & bebes/ Fabinho Liderança, como o vice-presidente é conhecido entre os colegas, levou pé de moleque e dois queijos para o presidente eleito: um parmesão artesanal do Sul de Minas e outra variedade típica da Serra da Canastra.
E o Moro, hein?/ O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, dispensou a camisa preta que costumava usar. Agora, só tem usado camisa de cor clara. Há quem jure que a mudança é para que as más línguas não o vinculem aos “camisas negras” da Itália, indumentária que marcou o grupo ligado ao fascismo de Benito Mussolini.
Por falar em Moro…/ O futuro ministro anda tão desconfiado das pessoas que todas as vezes em que vai falar ao celular chega a colocar o aparelho de um jeito que quem está ao seu lado não possa ver com quem ele está falando ou o que escreve. Na Espanha, chegou a passar a alguns a impressão de que o sempre elegante, educadíssimo e preparado embaixador Pompeu Andreucci estava de olho no seu celular. Pompeu jamais faria isso. Moro é que está desconfiado até da própria sombra. Não perdeu alguns tiques dos tempos de juiz da Lava-Jato.
Equipe de Bolsonaro mapeia universidades para tentar influir na escolha de reitores
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg
Universidades na mira
A equipe de Jair Bolsonaro está mapeando os mandatos dos reitores das universidades federais. A ordem é tentar influir na composição das listas tríplices que saem das comunidades acadêmicas, para que o presidente da República escolha os novos reitores, e não deixar essas instituições como foco de manifestações contra o futuro governo, antes mesmo de o presidente eleito começar a governar.
Quando houve a troca de comando na Universidade de Brasília (UnB), que ontem viveu um novo dia de manifestações contra e a favor de Bolsonaro, o presidente Michel Temer foi aconselhado a não escolher a primeira da lista, Márcia Abrão. Porém, seus principais assessores o aconselharam a não mexer “em casa de marimbondo”. Resta saber, agora, se Bolsonaro, recém-eleito e com a caneta carregada de tinta, adotará a mesma postura. Até aqui, conforme a coluna apurou, ele não decidiu o que fará nessa seara. Mas as datas de substituição dos reitores já estão no radar.
O que o PT separou…
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta quarta-feira o julgamento em plenário da liminar que a ministra Cármen Lúcia concedeu no último sábado, a fim de garantir a livre manifestação nas universidades públicas. A ideia é acolher a decisão da ministra por unanimidade.
…Bolsonaro vai unir
Conforme já foi dito aqui, será a forma de os ministros do STF reforçarem a defesa dos preceitos democráticos. Para um plenário onde os ministros só faltaram partir para os sopapos, a reunião desta quarta-feira promete ser um momento histórico.
O livre mercado vem aí
A Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) levará uma carta ao governo de transição pedindo o que chamam de “portabilidade da conta de luz”. A ordem é adotar o mesmo que é feito hoje na telefonia. No caso do DF, a distribuição continuaria com a CEB, mas a geradora de energia poderia ser escolhida.
Deixa decantar
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não terá o apoio automático do PSL à reeleição. Afinal, Jair Bolsonaro não quer brigar com aliados de outros partidos que postulam o cargo. A ordem é esperar e ver quem agrega mais apoios. Afinal, se entrar errado nessa disputa, a ampla base que ele espera montar não vai durar seis meses.
Deixa decantar II
O primeiro teste de Maia, aliás, será a reforma previdenciária, que Bolsonaro pretende começar a votar ainda este ano.
CURTIDAS
O corpo fala/ Quem conhece o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e acompanhou as entrevistas dele às redes Record e Globo, ontem à noite, percebeu que ele não consegue disfarçar incômodos. Na Record, o capitão reformado respondeu a perguntas semelhantes, de forma leve. Na Globo, o mal-estar foi percebido no olhar.
Enquanto isso, no PT…/ A nota que Ciro Gomes (foto) divulgou nas redes sociais foi vista como um recado de que, por enquanto, não há clima para o PT formar um bloco com o PDT na Câmara.
… a hora é de curar as feridas/ Porém, não sem disputa interna. Embora muitos deputados tenham se referido a Fernando Haddad como um novo líder no partido, as alas que abrigam nomes como o de José Guimarães e o da atual presidente, Gleisi Hoffmann, não vão abrir espaço de poder.
Muita calma nesta hora/ Quem vê o PT nessa tristeza e o perigo de retomada da disputa interna não deixa de mirar o exemplo do PSDB, que deixou o governo em 2003 e se prepara para viver a sua maior crise interna. Há receio de que o mesmo ocorra com o partido de Lula.
Equipe de Bolsonaro discute legalização de cassinos no Brasil
Por Denise Rothenburg
Uma das propostas em discussão pela equipe de Jair Bolsonaro é a legalização dos cassinos no Brasil, mas não dentro de um “liberou geral”. A intenção é mapear as áreas onde é possível gerar mais empregos e promover a arrecadação de impostos.
Até aqui, o candidato não tem falado muito a respeito, porque ainda não fechou totalmente o projeto. Além disso, não quer gerar polêmica com o eleitorado evangélico antes da hora.
Na equipe, há quem diga que a bancada da Bíblia terá que entender que essa é uma das formas de gerar emprego e renda no país.





