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Movimentos da oposição são classificados como ‘Os sem-bandeira’
Os movimentos da oposição nos últimos dias foram classificados pelos próprios oposicionistas como erros, tanto na estratégia como na forma. A reclamação do trabalho aos domingos, por exemplo, levantada como bandeira na sessão que analisou a Medida Provisória da Liberdade Econômica, não obteve 75 votos, e é controversa, uma vez que, em viagens internacionais, a maioria desses deputados elogia o fato de tudo funcionar aos domingos em alguns países.
A Marcha das Margaridas, que tinha entre as reclamações a votação da reforma da Previdência, parou Brasília na manhã de quarta-feira, mas chegou na hora errada, uma vez que a reforma previdenciária já foi votada na Câmara e, no Senado, as discussões sequer esquentaram. Logo, houve muito esforço por nada. Nesse ritmo, ganham destaque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governo.
Limites legais
Depois da Vaza-Jato, os tribunais redobraram a atenção com pedidos do MP. Em Brasília, um pedido do Ministério Público do Distrito Federal está deixando desembargadores e assessores do Tribunal de Justiça de cabelo em pé. Um dos endereços para busca e apreensão oferecidos pelos procuradores é de uma embaixada, que goza de inviolabilidade em razão da convenção de Viena (1961) e imunidade diplomática. A trapalhada gerou um desconforto geral.
E agora, Alcolumbre?
Quando conquistou a Presidência do Senado na polêmica disputa contra o senador Renan Calheiros, Davi Alcolumbre disse em alto e bom som que aquela seria a última votação secreta da Casa. Vários senadores mostraram seus votos. Agora, entretanto, em relação à escolha de embaixadores, uma parte da turma que defendia o voto aberto emudeceu.
Quem ganha
A avaliação, na ala mais governista do Senado, é a de que o voto secreto ajudará a guindar Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador do Brasil em Washington. O sujeito pode perfeitamente dizer que deveria ser outro nome e coisa e tal, mas votar a favor do deputado, sem soar incoerência.
Enquanto isso, na Saúde…
O ministro Luiz Henrique Mandetta trouxe números alarmantes para o Seminário sobre Alimentação Saudável, no Correio.Debate: 12,9% das crianças de 5 a 9 anos são obesas no Brasil, e 18,9% da população adulta padecem do mesmo mal. Vem por aí uma briga para advertências em alimentos ultraprocessados. Tal e qual foi a de inclusão de advertências nas embalagens de cigarros.
Espiões
Cientes das possibilidades de uma nova onda em prol das advertências nos rótulos, grandes indústrias de ultraprocessados mandaram assessores ao seminário para acompanhar de perto as discussões e sugestões.
E o abuso, hein?
O clima na Câmara, no início da tarde de ontem, para a votação do projeto de abuso de autoridade, conforme antecipou a coluna Brasília-DF de ontem, era do tipo “vamos nos vingar” do Ministério Público.
Em família
Dedicado a cuidar dos votos para conseguir ver seu nome aprovado para embaixador nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro passou algumas horas reunido com o irmão, o senador Flávio Bolsonaro (foto): 01 será os olhos e ouvidos de 03
entre os senadores.
Ajuste de foco na economia
Enquanto a população se distrai com as citações polêmicas e escatológicas do presidente Jair Bolsonaro, a economia entra em recessão técnica, com queda da bolsa de valores e alta do dólar.
Maratona
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desceu do carro no Eixo Monumental, próximo ao Palácio do Buriti, e foi andando até a sede do Correio Braziliense para chegar a tempo de abrir o seminário e, de quebra, seguir
com o presidente Jair Bolsonaro para o Piauí.
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro e o da Câmara, Rodrigo Maia, começam a se entender. No último fim de semana, Bolsonaro ligou para o deputado e os dois ficaram de marcar uma “pizza” para os próximos dias. O presidente sabe que precisa de uma boa relação com o comandante da Câmara para empreender uma agenda positiva ao país. E Maia, homem de diálogo, sabe que a conversa ajuda na estabilidade política e, consequentemente, dá mais confiança aos investidores. A data da pizza ainda não foi marcada. Os agentes políticos que fizeram essa ponte entre os dois esperam que seja em breve, antes que novas declarações de um ou de outro azede a massa.
Promessas & compensações
Senadores que desejam votar a favor de Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington têm procurado o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para saber o que vão ganhar para compensar o desgaste junto à opinião pública. Por enquanto, a resposta tem sido: algo virá.
Por falar em Eduardo…
O senador Cid Gomes (PDT-CE) já avisou que não votará a favor da indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador. E não é pelo fato de Eduardo ser filho do presidente da República. É que o senador não considera o deputado preparado para a função, que, na avaliação do pedetista, exige conhecimentos que vão muito além da relação direta com o presidente Donald Trump.
Governar é solitário I/ O presidente Jair Bolsonaro tem reclamado a alguns amigos da “solidão do poder”. Quando está no Rio, não consegue caminhar na orla. E, em Brasília, também não consegue um espaço reservado para conversar com os amigos.
Governar é solitário II/ Nos últimos tempos, Bolsonaro tem recebido alguns numa sala reservada em seu closet no Alvorada. É a maneira de conversar sem ser interrompido e ou ter alguém em volta ouvindo a conversa.
Na área I/ Quem esteve ontem no Parlamento foi o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, que continua preso na Papuda. Mais magro e sem perder a fleuma. Foi visitar os amigos.
Na área II/ Outro que passou pelo Congresso foi o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), cada dia mais consultado sobre os temas que interessam ao país e ao governo. O senador Fernando Bezerra Coelho, aliás, foi seu vice-líder no passado.
E continua ouvindo os conselhos de quem sabe de cor e salteado como a banda toca no Senado.
CB. Debate/ Hoje tem seminário sobre alimentação saudável no auditório do Correio Braziliense. A saúde é o maior tesouro a ser preservado.
Coluna Brasília-DF
A declaração do presidente Jair Bolsonaro de que a prioridade do governo é a reforma tributária — e que o pacote anticrime vai ter que esperar — foi vista como mais um chega pra lá no ministro Sérgio Moro. O ex-juiz, que ingressou no governo disposto a ampliar os mecanismos de combate à corrupção e ao crime organizado, passa por um processo de desidratação dentro do governo, desde que começou a aparecer como o super-homem nos gramados do Congresso.
Por falar em desidratação…
Bolsonaro passa a alguns aliados a ideia de que age como o ex-presidente Lula em relação a potenciais futuros adversários dentro do seu campo político. Finge que dá aquela força, mas não deixa o sujeito ganhar fôlego na política às suas custas. No grupo bolsonarista raiz, prevalece o seguinte raciocínio: se o governo servir para ajudar algum candidato a presidente da República, que seja à reeleição.
Aprovação de Eduardo para embaixada é o grande teste de Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Com o retorno dos trabalhos no Congresso e a reforma da Previdência com perspectivas de aprovação esta semana na Câmara, os senadores governistas aconselharam o presidente Jair Bolsonaro a mapear e acompanhar de perto os 41 votos necessários para aprovar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador em Washington. É que essa votação já vem sendo tratada com o mesmo peso do voto de confiança presente nos regimes parlamentaristas. E uma derrota soará como uma desconfiança ao próprio presidente. Por isso, 03 não pode perder.
Vai um combo?/ Numa roda de café, um senador foi direto, quando perguntado se seria fácil aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro para embaixador nos Estados Unidos. Seriamente, respondeu: “Olha, se for um combo, passa fácil”, diante da expressão de desentendimento geral, eis que ele completa: “Se mandar o Carluxo para a Coreia do Norte, está tudo certo”.
Vai um combo? II/ Referia-se ao vereador Carlos Bolsonaro, o 02. É que na Coreia do Norte não tem Twitter, WhatsApp, Facebook e por aí vai. Esses senadores voltaram bastante afiados no quesito humor.
Recado sutil
O “aquecimento” para continuidade da votação das reformas, na casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, teve apenas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Muita gente sentiu falta do futuro articulador político, o ministro da Secretaria de Governo, general Eduardo Ramos.
O interlocutor
Alcolumbre já disse, certa vez, a amigos, que sua relação política é com o Onyx Lorenzoni e não pretende mudar. Ou o general se desloca e pede para ter a preferência, ou a bola no tapete azul do Senado continuará na troca de passes entre Lorenzoni e Alcolumbre.
Enquanto isso, no balneário…
Numa breve temporada de férias no Rio de Janeiro, a coluna contou dia desses 35 apartamentos com faixa de vende-se na avenida Atlântica em Copacabana. O número de lojas fechadas também é visível por toda a Zona Sul.
Onde mora o perigo
No Brasil, o percentual daqueles que se declaram endividados, medido pelo último levantamento da Confederação Nacional do Comércio, chegou a 64,1% em julho, cenário parecido ao de maio de 2013, que antecedeu a onda de manifestações pelo país contra o governo da então presidente Dilma Rousseff.
Orai e vigiai
Ninguém no mundo da política considera que o presidente Jair Bolsonaro está na situação da Dilma de 2013. Ele tem hoje, no mínimo, um terço da população ao seu lado e, reza a cartilha dos especialistas em pesquisas, quem considera o governo regular não costuma ir para a rua reclamar.
Balanço do recesso / De todas as declarações do presidente Jair Bolsonaro ao longo do período de férias parlamentares, a que mais incomodou os congressistas foram aquelas relativas ao desaparecimento de Fernando Santa Cruz, o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Causa & consequência/ Não vai atrapalhar as reformas, mas deixou no ar a sensação de que o presidente da República desconhece limites no trato com adversários.
Coluna Brasília-DF/Por Leonardo Calvacanti
» A escalada de declarações agressivas do presidente Jair Bolsonaro tem hora e lugar para ocorrer, pelo menos desde o início da semana. Desde segunda-feira, o capitão reformado tem embicado frases no mínimo controversas sobre as circunstâncias da morte de um pai nos porões da ditadura, trabalho escravo, legalização de garimpo em terras indígenas — além dos ataques constantes ao Partido dos Trabalhadores. Em comum, as coletivas foram feitas de maneira improvisada na frente do Palácio da Alvorada, entre as 8h30 e 9h, todos os dias da semana.
» Os quebra-queixos — como são chamadas no jargão jornalístico as entrevistas improvisadas, geralmente com a repórteres e autoridades em pé — ocorrem na primeira camada da segurança, onde populares se posicionam para acenar para o presidente. Em média, 10 eleitores de Bolsonaro se revesam ao longo do dia no Alvorada. O ritual, iniciado na última segunda-feira, é seguido à risca pelo presidente. Próximo à saída, ele pede para o comboio parar, cumprimenta os populares e espera as perguntas dos jornalistas. Entre uma e outra pergunta, puxa conversa com os eleitores, que filmam toda a cena.
» Se, no início da semana, o pessoal mais próximo ao presidente ficou cabreiro com as declarações, depois foi obrigado a aceitar os arroubos de Bolsonaro. Na prática, o capitão reformado trabalha com a mesma estratégia da campanha eleitoral e joga para o leitor raiz, aquele que optou por ele desde o primeiro turno. Não à toa, por mais que a popularidade do presidente tenha caído em seis meses, ele tem o mesmo número de apoiadores daquela época.
» Em tempo: as declarações de Bolsonaro pela manhã mudaram até a rotina de jornalistas que cobrem o dia a dia do presidente.
CURTIDAS
Pequisa // O Instituto Locomotiva fez um estudo que revela o perfil do consumidor brasileiro em tempos de crise e a sua relação com o varejo. Entre os principais dados, alguns chamam a atenção, como sonhos de consumo. As categorias de produtos que lideram na intenção de compra para o próximo ano são móveis, eletrodomésticos e carro, seguido de smartphone. Segundo a pesquisa, 43% da população não se identifica com nenhuma marca de varejo.
Pergunta de um milhão // Técnicos que participam da reforma tributária governista dizem que o texto está pronto. Não sabem, contudo, o que falta para, enfim, apresentar o texto aos articuladores no Congresso. A ideia, dizem, ainda é de encaminhar a proposta ao Senado, pelo senador Flávio Bolsonaro. O governo foi avisado de que, se apresentar o texto na Câmara, a tendência é de apensar a matéria à PEC 45.
Desconforto // A demora do governo na apresentação da reforma tributária está incomodando os empresários. Representantes de entidades dos setores de comércio e serviços estão ouvindo todas as propostas, e avaliam que o melhor caminho para o país é dividir o texto em dois. Primeiro, se unifica apenas os impostos federais, e, depois, promove a união do ICMS e do ISS. O problema, reclamam, é que o Executivo não apresentou nada.
Prêmio // No próximo 13 de agosto, às 19h, será entregue o Prêmio Marco Maciel — Ética e Transparência entre o Público e o Privado. O evento ocorrerá no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, e é uma iniciativa da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
Celebração // O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle participam amanhã da cerimônia em comemoração dos 25 anos da Igreja Fonte da Vida. O evento é gratuito e terá a participação da banda gospel Pedras Vivas. O início das comemorações será às 10h, na sede da igreja em Brasília.
Clima no STF esquenta após revelações de que Dallagnol teria incentivado investigação contra Toffoli
Coluna Brasília-DF/ Por Leonardo Calvacanti
» O clima esquentou no Supremo Tribunal Federal após as revelações de que o procurador Deltan Dallagnol teria estimulado integrantes do Ministério Público a investigar o ministro Dias Toffoli. Até a reportagem do Intercept de ontem — que revelou a ação do chefe da Lava-Jato ainda em 2016 contra o magistrado —, parte da Corte esperava que a própria Procuradoria-Geral da República ou o conselho nacional da categoria resolvesse a situação, estabelecessem limites e até mesmo uma eventual sanção para Dallagnol.
» Os diálogos revelados ontem — que envolvem inclusive familiares de outros ministros, como a mulher de Gilmar Mendes — levaram integrantes do Supremo a defender uma reação mais firme da Corte. A avaliação interna é de que o Supremo não pode ficar inerte diante dos movimentos de Dallagnol. Pelo menos dois ministros pediram que o assunto seja incluído no inquérito aberto para apurar ataques contra os ministros e demais membros do Supremo. De qualquer forma, a pressão agora recai sobre a procuradora-geral Raquel Dodge.
» Pelo menos duas ações de ontem dos ministros do Supremo podem ser interpretadas como freios e contrapesos na visão deles em relação à força-tarefa da Lava-Jato. A primeira foi a determinação de Alexandre de Moraes de suspender a investigação na Receita sobre 133 contribuintes, entre eles Mendes, e de mandar afastar dois servidores do órgão federal.
» A segunda foi a liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, determinando que os registros de diálogos hackeados a partir de celulares sejam preservados. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, havia avisado a políticos que as mensagens seriam inutilizadas. Os próprios magistrados da Corte reagiram na semana passada a tal ideia, ato confirmado por Fux a partir de um pedido do PDT para que os diálogos, incluindo do próprio Moro, fossem conservados. O movimento de Fux tem caráter provisório e precisa ser conformado pelo plenário do STF.
» Em tempo: a imagem de Moro entre os integrantes da Corte se desgasta a cada dia.
Curtidas
A volta da polarização/ Os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao PT na cerimônia do lançamento do programa Médicos pelo Brasil não surpreenderam auxiliares governistas. Depois de focalizar as últimas polêmicas no presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, o diagnóstico feito por assessores é de que seria preciso uma nova estratégia para mudar o disco e calibrar o discurso no que, efetivamente, levou o atual governo ao poder: a polarização. O balanço feito por governistas é de que o presidente acertou nas palavras, algo raro nos últimos dias.
Otimismo comedido/ Conselheiros dizem que é cedo para comemorar, mas celebram que Bolsonaro esteja evitando algumas polêmicas. Ontem, por exemplo, absteve-se de comentar as críticas proferidas pelo deputado do PSL de São Paulo Alexandre Frota (foto) e de associar — ao menos abertamente — as informações sobre crescimento do desmatamento divulgadas pelo Inpe a uma ligação entre o diretor da instituição, Ricardo Galvão, e partidos da oposição.
Na bronca/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está insatisfeito com a letargia do governo em apresentar, de vez, a reforma tributária. Bolsonaro diz a todos que apresentará uma reforma que unifique impostos federais sobre consumo, mas, até agora, o discurso está só no papel. A pessoas próximas, Maia avalia que falta engajamento. Reclama que, para discutir uma reforma impopular, como a da Previdência, o governo foi rápido. E que, para discutir uma reforma com apelo popular, sente falta de engajamento.
Descontração/ O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, e o secretário de Desenvolvimento do Distrito Federal, Ruy Coutinho, conseguiram se entender durante o Fórum Latino Americano de Infraestrutura. No evento, foram discutidos projetos estruturantes para Brasília, como o Gasoduto Brasil Central, hub de carga do Aeroporto JK e a privatização de empesas estatais.
Coluna Brasília-DF/ Por Leonardo Calvacanti (interino)
Por mais desastrosa que a declaração de Jair Bolsonaro sobre nordestinos possa ter sido, a ausência do governador da Bahia, Rui Costa (PT), na inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, levou estrategistas do Planalto a comemorarem.
A estratégia do pessoal que entrou em campo para gerenciar a crise aberta pelo próprio capitão reformado foi posta em prática na manhã de ontem e se limitava ao contraponto entre Bolsonaro e os chefes dos executivos regionais de oposição.
Como ficou ao lado de aliados e de uma claque de convidados, e sem a presença de Costa, o presidente tentou se defender. Ganhou espaço nas tevês e na internet.
Agora, é esperar as pesquisas de opinião para avaliar qual o tamanho do desgaste com a declaração de Bolsonaro.
A avaliação no núcleo do PT — incluindo aí o senador Jaques Wagner (BA) — é a de que Costa delimitou espaço e isolou o presidente.
A popularidade do petista está em alta no estado, a ponto de um vídeo postado por ele para explicar a ausência ter ganhado visibilidade nas redes.
Costa acusou o Planalto de ter selecionado os convidados, deixando a população de fora do evento. Também exaltou as administrações passadas, como a de Dilma Rousseff, responsáveis pela maior parte das obras.
Verificação I
Segundo monitoramento da Levels Inteligência em Relações Governamentais, nas redes sociais, as mensagens geradas por grupos favoráveis a Bolsonaro representaram 57% do monitoramento; em usuários únicos, esse número se manteve estável, 55%.
A narrativa de maior abrangência na rede traçou críticas genéricas aos grupos que estariam se opondo ao presidente, 35%.
Mensagens em defesa das críticas dele a governadores nordestinos ocuparam 10%, e repercutiram principalmente tuítes do próprio presidente e de sua equipe de governo, com destaque para o ministro Sérgio Moro.
Verificação II
As narrativas contrárias à declaração do presidente repercutiram em 43% da rede monitorada. Quando analisada em usuários únicos, a porcentagem desse grupo subiu para 45% da rede. A rede critica o chefe do Executivo por sua relação com o Nordeste.
Para 28%, ele apresenta um histórico de suposto descaso com a região, tendo em vista que sua primeira viagem oficial ao Nordeste ocorreu em maio, cinco meses após a posse.
As postagens enfatizaram o caráter preconceituoso das falas do capitão, 4%, e questionam se esta polêmica pode dificultar a aprovação da reforma da Previdência, que será votada em segundo turno em agosto.
Alertas
Segundo os analistas da Levels, a estratégia de comunicação do presidente é assertiva em mobilizar sua rede, mas perpetua a forte polarização que tem marcado o debate político, além de não fortalecer a narrativa de que governadores de oposição têm prejudicado o desenvolvimento do Nordeste.
“Nesse sentido, as visões regionalistas têm maior abrangência, destacando o caráter preconceituoso das falas do presidente, dificultando ainda mais a entrada de Bolsonaro na região.”
O problema… // Bolsonaro vai ter que se esforçar mais para ganhar o prestígio de lideranças do Nordeste do que os afagos dados na cerimônia de ontem, na Bahia.
A estratégia do presidente em construir apoio na região esbarra não apenas na resistência de parlamentares da oposição, mas, também, de partidos de centro.
Deputados da região dizem que o governo não vai ter suporte na base de agrados, que dirá no discurso de radicalização.
… é mais embaixo // O problema em construir apoio passa pelo Nordeste, mas vai além. Afinal, a construção da base governista no Parlamento está nos líderes.
Na Câmara, tirando a oposição, oito partidos são liderados por deputados nordestinos que, juntos, comandam 184 deputados.
São os casos do PSC, Cidadania, PP, PL, PSD, Solidariedade, DEM e PTB. E, por ora, é baixa a disposição para compor com o governo. O líder do Cidadania, Daniel Coelho (PE), por exemplo, garante que não há nenhuma pretensão do partido em “ser governo”.
Opções contra greve I //O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, tenta encontrar soluções adicionais para os problemas dos caminhoneiros.
Em contato com líderes da categoria, ele se dispôs a estudar o cumprimento da fiscalização da chamada Lei do Descanso.
Prometeu que pediria para a equipe técnica da pasta comandar estudos que apontem para a eficácia da proposta.
Opções contra a greve II // O governo atribui os problemas do baixo custo do frete à oferta muito maior de caminhões do que a demanda pelos serviços. Caminhoneiros trabalham em média 16h por dia, o dobro das 8h diárias previstas na Lei do Descanso.
Parte das lideranças da categoria sustenta que uma fiscalização dura o suficiente para punir quem descumpre a legislação pode, na ponta, equilibrar a oferta e demanda.
Coluna Brasília-DF/ Por Leonardo Calvacanti (interino)
Se o pai, Jair Bolsonaro, mantiver a indicação do filho Eduardo (PSL-SP) e se o deputado não escorregar na sabatina de maneira imperdoável até mesmo para os governistas, as chances de ele ser aprovado, tanto na Comissão de Relações Exteriores como no plenário do Senado, são cada vez maiores.
A sensação no Legislativo é de que não se vetaria um pedido pessoal do presidente sob pena de um desgaste em dimensões únicas — seria um recado direto ao capitão reformado. Mas as votações, na comissão e no plenário, são por maioria simples e secretas, o que facilita a vida de Eduardo e do pai.
“Só um governo completamente incompetente perde uma votação por maioria simples”, provocou um parlamentar governista, numa referência à gestão Dilma Rousseff, que teve vetada, por um voto, a indicação do embaixador Guilherme Patriota para a Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2015. Enquanto a situação de Eduardo não é definida, restam as piadas.
Levantamento da Levels Inteligência em Relações Governamentais mostra que a viralização de memes satirizando a suposta falta de capacitação de Eduardo para o cargo ocupa a maior parte da rede monitorada (cerca de 33%). A afirmação de que teria fritado hambúrguer no período em que fez intercâmbio nos EUA é o principal alvo dos internautas. Os dados foram coletados no final da semana passada.
Meu garoto…
Mesmo com a decisão de indicar o filho, o presidente Bolsonaro aguarda uma melhor avaliação sobre as chances efetivas de Eduardo ser aprovado no plenário, dado o fato de que a Comissão de Relações Exteriores do Senado vale apenas para a sabatina.
Com os parlamentares de férias no Congresso, é quase impossível medir a temperatura e a quantidade de votos do atual deputado. Assim, o Planalto tenta ganhar tempo para cravar a indicação.
…Meu papai
Por mais que a aprovação de Eduardo Bolsonaro seja dada como certa na Comissão de Relações Exteriores, há um claro constrangimento até mesmo dos senadores ligados ao Planalto. “O mais impressionante é que essa não é uma pauta nem do governo nem da oposição”, disse à coluna um parlamentar que preferiu não se identificar.
O voto secreto facilita a vida dos envergonhados em votar a favor do filho do presidente.
Entrou por uma perna de pinto…
O PT estuda pedir para que a votação da indicação de Eduardo Bolsonaro seja aberta, tanto na comissão como no plenário. O partido usa, assim, a tática dos oposicionistas ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), quando o alagoano disputou a presidência da Casa. Renan, inclusive, é um dos suplentes na Comissão de Relações Exteriores.
Saiu por uma perna de pato…
A oposição não deve partir para questionamentos sobre o nível de inglês ou mesmo sobre questões envolvendo geopolítica durante eventual sabatina de Eduardo Bolsonaro. A avaliação geral é de que o tiro pode sair pela culatra.
Faltaria aos senadores da oposição mais cancha com assuntos internacionais, por mais preparados que venham a ser por assessores. “A saída da oposição será pela política, por questões envolvendo símbolos como o nepotismo ou a relação de subserviência a Donald Trump”, adiantou um parlamentar petista
Moro em baixa
Os vazamentos dos diálogos entre os procuradores da força-tarefa do Ministério Público, chefiada por Deltan Dallagnol, e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, estão no radar dos parlamentares no recesso.
Um sinal de que, no segundo semestre, o tema estará na pauta do Congresso. Uma má notícia para o ex-juiz é que, segundo deputados do Centrão, Moro ficou menor com o episódio. O pacote anticrime, assim, perde força na largada.
Churrasco
Habituè das churrasqueiras do Clube do Congresso, no Lago Norte, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, convidou o chefe da pasta da Cidadania, Osmar Terra, e assessores do Planalto para o almoço de domingo.
Toda a arrumação do local, das cadeiras de plástico recolhidas no jardim do clube à toalha da mesa, foi feita pelo próprio Lorenzoni com a ajuda da mulher, Denise. Em tempo: o ministro é reconhecido pelos pares como um bom churrasqueiro.
Colaborou Rodolfo Costa
Se indicar Eduardo à embaixada, Bolsonaro arrisca colocar o prestígio pessoal em jogo no Senado
Coluna Brasília-DF
Ao não descartar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington, o presidente Jair Bolsonaro arrisca colocar o prestígio pessoal em jogo no Senado. É que, nunca antes na história do país, um presidente indicou o próprio filho para um cargo tão importante. Ainda que 03 seja inteligente, fale inglês e tenha boas relações com a família do presidente Donald Trump, não é da tradição da diplomacia brasileira.
Risco
Se decidir mesmo indicar o filho, o presidente assume a responsabilidade de não poder perder essa votação no Senado, onde a base é incerta e o voto para escolha de autoridades é secreto. Alguns senadores não engolem a frase de 03, ainda na campanha, sobre bastar um carro-tanque e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. E, nos Estados Unidos, não se brinca com a máxima democracia acima de tudo.
Exceção
O último embaixador fora da carreira diplomática nos Estados Unidos foi Juracy Magalhães, em 1964, no governo do marechal Castelo Branco. Ele sucedeu Roberto Campos, diplomata e economista, que havia sido nomeado por João Goulart.
Situação de policiais na Previdência deixa PSL entre a cruz e a espada
Coluna Brasília-DF
A oposição planeja explorar a aposentadoria dos policiais no seu kit obstrução, de forma a tentar jogar o desgaste da reforma previdenciária para cima do PSL do presidente Jair Bolsonaro. O partido presidencial, aliás, está disposto a fechar questão em torno da proposta aprovada na Comissão Especial.
Significa que, se não houver um acordo para aliviar a situação dos policiais, retirando-os da reforma para colocá-los num texto à parte, quem votar contra corre o risco de punição. E quem votar a favor, será atacado pela oposição. É a bancada da bala entre a cruz e a espada pela primeira vez.
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Entre os pesselistas, pegou muito mal a atitude do deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que foi para as redes sociais se apresentando como alguém que ficou ao lado dos policiais e exibindo fotos dos votos de seus colegas de partido que votaram com o governo, ou seja, contra mudanças no texto a favor da categoria. O futuro de Frota no partido é incerto. Ou ele vota com o partido, ou pode ficar sem legenda.
O “sim” da Previdência
Quanto à reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não quer conversa. Sua intenção é resolver agora e não deixar esse tema pendurado na Casa no segundo semestre. Em agosto, Maia quer discutir e votar a reforma tributária.
Deixa quieto
Maia tem pedido, inclusive, que os deputados não façam pressão sobre o governo por emendas e cargos nessa votação da reforma previdenciária. Depois, quando for algo de interesse exclusivo do Planalto, e não do país, aí sim, quem quiser que cobre uma fatura.
Fechou, mas…/ O PSB fechou questão contra a reforma da Previdência. Mas não decidiu que tipo de punição fará a quem votar a favor: “As consequências sempre vêm depois”, diz o líder do partido, Tadeu Alencar.
Santo de casa/ Funcionários da Câmara que trabalham desde pequenos com salários modestos e estão na faixa dos 45 anos estão com medo da reforma e, nas últimas horas, começaram uma campanha entre os deputados pedindo que não aprovem o texto.
QG/ Havia mais deputados ontem à tarde na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do que no plenário. É ali que os últimos ajustes da reforma que irá a votos hoje.
Começou/ Ontem mesmo, no início da noite, o deputado Fábio Henrique (PDT-SE) colocou na roda o discurso da oposição: “Amanhã, vamos ver quem faz parte da bancada da segurança pública ou a defende só no gogó”.