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Coluna Brasília-DF
O governo não terá apoio dos congressistas quando seus projetos tiverem relação direta com corte de benefícios sociais. Essa é a mensagem inserida na derrubada do veto que permitirá o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a idosos e pessoas com deficiência em famílias com renda de meio salário mínimo per capita.
… e de Bolsonaro ao Congresso
Porém, em tempos de Orçamento Impositivo, a tendência do governo é devolver a bola e ir até ao Supremo Tribunal Federal, se for preciso. Se for para pagar o BPC a mais famílias — com o veto de Bolsonaro a ideia era restringir o BPC a famílias que recebem 1/4 do mínimo per capita —, o Congresso deverá indicar a fonte de receita. O governo não pagou, porque considerou que não havia dinheiro suficiente para isso. Agora, deputados e senadores podem, se quiserem, ajudar retirando recursos das tais emendas que o Poder Executivo é obrigado a atender.
Vem mais
Antes de o Congresso derrubar o veto do BPC, parlamentares no cafezinho tentavam se mobilizar para derrubar o veto parcial do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. A intenção é derrubar todos os dispositivos vetados.
Para antes que caia tudo!
A suspensão da sessão evitou novas derrotas do governo. Ou seja, ao que tudo indica, as notícias de que o presidente Jair Bolsonaro desistiu de fazer acordo com o Congresso terminou prejudicando o Poder Executivo no Congresso.
CURTIDAS
E o PT, hein?/ Parte do PT não desistiu de ter Fernando Haddad como candidato a prefeito de São Paulo. Só tem um probleminha: Haddad já repetiu, reiteradamente, que não quer. Dia desses, conversou até com Lula a respeito. O ex-presidente, porém, desconversou.
Por falar em PT…/ Quem andou por Brasília foi o governador da Bahia, Rui Costa, dedicado a fazer com que o Tribunal de Contas da União apurasse por que a inclusão no Bolsa Família foi maior nas regiões consideradas mais ricas do país. Costa é considerado um dos nomes do partido de Lula para concorrer à Presidência da República em 2022.
Mandetta e Guedes/ Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, viraram uma dupla afinada. Mandetta leva a mensagem de que é preciso apenas lavar as mãos e evitar aglomerações, ou seja, precaução. Guedes, por sua vez, pede o mesmo ao mercado: muita calma nessa hora e celeridade nas reformas.
Por falar em aglomerações/ Um dos empresários presentes à Lide dizia, para quem quisesse ouvir, que é preciso ir à manifestação de domingo para que o Congresso pare de “atrapalhar” o governo e reclamou que eles (os congressistas) “mudam tudo”. Na China e na Venezuela, respondeu outro, é assim que funciona.
Coluna Brasília-DF
A atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, está uma arara com Bolsonaro. Em conversas reservadas, a fala do presidente sobre fraude nas eleições foi vista como mais uma forma de atacar o Poder Judiciário nas manifestações de domingo.
Fica fria, Rosa
Aliados de Bolsonaro na seara eleitoral irão a campo para tentar esclarecer a alta corte eleitoral de que o presidente não teve a intenção de criticar o TSE, mas apenas alertar para a necessidade do voto impresso, algo que sempre reivindicou. Aliás, ele e o falecido ex-governador do Rio Leonel Brizola.
Até aqui…
A bandeira de paz hasteada pelos aliados de Bolsonaro aos ministros do TSE não funcionou. Até porque o presidente disse que tinha provas. Agora, os ministros querem saber que provas são essas. Por ali, no TSE, tem gente apostando que tudo foi criado para dar combustível aos bolsonaristas nas redes sociais e ver se os internautas esquecem o PIB de 1,1% e as projeções previstas para 2020, que já foram revistas.
Bolsonaro precisará decidir se atende os caminhoneiros ou o PIB
Coluna Brasília-DF
Na reunião de hoje com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux para discutir a lei do tabelamento do frete, os empresários chegam dispostos a fechar um acordo em torno do valor pago aos caminhoneiros, desde que não haja tabelamento. Os caminhoneiros, por sua vez, vão determinados a cobrar o cumprimento da lei do frete.
Logo, tem tudo para haver um impasse, se a categoria não ceder. “Estamos desenhando um novo modelo de contratação direta dos caminhoneiros, mas qualquer mudança só vai adiante se o tabelamento do frete cair”, antecipa à coluna o presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga, Luiz Henrique Baldez.
Até aqui, tanto a equipe econômica do governo quanto as confederações empresariais se posicionaram contra o tabelamento. Logo, se ninguém ceder, o presidente Jair Bolsonaro enfrentará mais uma encruzilhada: ou atende os caminhoneiros, ou o PIB. Com a crise econômica despontando no horizonte, há quem diga que a situação para os caminhoneiros está chegando ao ponto de “ou pegar, ou largar”.
Governo contra governo
O acordo entre Executivo e Legislativo em torno dos projetos de lei orçamentária (PLNs), enviados na semana passada, teve validade menor do que a de um iogurte. A orientação de muitos governistas, hoje, será no sentido de votar contra a proposta.
Ninguém pisca
Às vésperas do movimento de 15 de março, a expectativa geral no Congresso é de que ninguém consiga muita coisa em termos de diálogo para sair da barafunda de dólar alto e bolsas caindo. O ano, que deveria começar depois do carnaval, agora, só após 15 de março.
Confiança, ativo em falta
A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre confiança na política econômica de Paulo Guedes terá vários testes este mês: de caminhoneiros a envio das reformas. São assuntos que, na avaliação de aliados do presidente no Congresso, chegaram à hora da verdade.
Vem briga aí
Os problemas enfrentados pelo governo não tiraram o presidente Jair Bolsonaro da pole position de 2022. E, nesse cenário, vai ter partido brigando pela vice. Em especial, MDB e DEM.
Curtidas
Criança, a saída/ A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) têm um ponto em comum: a criação do Ministério da Criança. “Um dos grandes sonhos que a Damares compartilha comigo é criarmos, um dia, o Ministério da Criança”, disse Paula, durante encontro com a ministra. Investir na criança, afirma Damares, “economiza em tudo, no sistema socioeducativo e prisional, na saúde, em tudo”.
Ele tem razão/ Num ponto, todos os políticos concordam com o presidente Jair Bolsonaro: nessa atividade, quem tem medo de rua, melhor buscar outra função.
O tempo, senhor da razão/ Em Brasília, políticos apostam quanto tempo Regina Duarte aguenta ficar no governo: os mais otimistas calculam seis meses.
Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
A ala de senadores que, invariavelmente, apoia a maioria das propostas do governo rachou. Uma, liderada pelo senador Álvaro Dias (Podemos-PR), é hoje mais fiel ao ministro da Justiça, Sergio Moro, do que ao presidente Jair Bolsonaro. E que ninguém se surpreenda se, daqui a alguns meses, Dias se lançar candidato a presidente da Casa, uma vez que o Podemos hoje é a segunda bancada, saltou de cinco para 10 senadores, e tenta ainda arrebanhar para esse projeto a maioria do grupo Muda Senado.
Dias tem história na Casa e é considerado a ponte entre os reformistas e parte dos senadores mais antigos. E, nesta Legislatura, se mostra um player com projetos presentes e futuros. Esse movimento do Podemos ajudou a levar o MDB a buscar uma aproximação maior com Bolsonaro. Com os dois líderes do governo, o partido estará em qualquer projeto que não inclua o ex-juiz. Até mesmo com o presidente que, no passado, era visto com desprezo pelos emedebistas. Como dizia, dia desses, um atento observador dos movimentos emedebistas, nem Gabigol é tão profissional em campo como o MDB na hora de armar seu jogo.
Advogados irados com Fux
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux conseguiu provocar os advogados pelo país afora –– em especial, os de seu estado, o Rio de Janeiro. É que ele convocou uma audiência pública para discutir a lei que instituiu o juiz das garantias e chamou 35 representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público e apenas 11 dos advogados.
Barrados
Ficaram de fora instituições tradicionais e que sempre participam de audiências públicas por causa da qualidade de seu trabalho, caso do Instituto dos Advogados do Brasil, do Instituto de Direito de Defesa e da Sociedade dos Advogados Criminais do Rio de Janeiro.
Partido fala mais alto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é cobrado a apoiar um representante do DEM para sucedê-lo no cargo. É que o partido corre o risco de não conseguir manter a presidência do Senado e, para completar, o nome preferido por Rodrigo para a Câmara –– o do líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ––, não consegue garantir o apoio de todo o PP, onde quem tem a maioria é Arthur Lira (AL).
O desafio de Alcolumbre
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), está com vários problemas a resolver. O primeiro deles é que o grupo de senadores que o apoiou não se sente prestigiado na Casa. E, agora, com o MDB reivindicando a relatoria do Orçamento, vai ficar pior. É quase que adeus à reeleição.
Cheque em branco, não
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu que os movimentos sociais saiam em defesa das reformas na manifestação de 15 de março. Só tem um probleminha: ele ainda não disse o que fará, nem na administrativa e nem na tributária. Assim, a pauta do ato do próximo dia 15 será mesmo única: apoio a Bolsonaro.
STJ libera Niemeyer/ O ministro João Otávio Noronha (STJ) determinou a reabertura da Avenida Niemeyer, no Rio. A decisão é de caráter imediato, atendendo ao pedido da cidade. Pelo menos, essa o prefeito Marcelo Crivella ganhou.
Sem unanimidade/ A filiação do jornalista José Luiz Datena ao MDB balançou a unidade partidária. Bastou alguém gritar na plateia “presidente do Brasil” para que o governador do DF, Ibaneis Rocha, mostrasse um semblante de desconforto. O governador, a depender da performance no governo local, pode se colocar como uma das apostas para empunhar a bandeira do partido na sucessão presidencial.
Trotes não cessam/ Os parlamentares dos mais diversos partidos têm sofrido com trotes. Dia desses, foi a vez do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) receber a ligação de um homem que mencionava uma festa do ministro Paulo Guedes, que precisava de dados pessoais e coisa e tal. Como ex-policial, Daniel foi direto: “Sei… Festa… Paulo Guedes… Ô meu irmão, sou policialll! Você acha que eu caio nessa???!!!” O sujeito desligou na hora.
8 de março/ Índices elevados de feminicídios, agressões físicas, verbais e tanto desrespeito nas redes sociais. Ainda assim, há o que comemorar. Em especial, a nossa luta por dias melhores e respeito entre homens e mulheres. Desistir, jamais! Feliz Dia Internacional da Mulher.
Bolsonaro iria para protesto se não houvesse manutenção de vetos
Coluna Brasília-DF
Agora está mais calmo, mas… Chegou aos ouvidos de deputados e senadores que, no auge da disputa entre governo e Congresso pelos recursos orçamentários, Bolsonaro chegou a dizer que iria para a rua se não houvesse a manutenção dos vetos. E ele não estava blefando.
Acordo entre Bolsonaro e Alcolumbre tem vetos em troca do respeito aos Poderes
Coluna Brasília-DF
A conversa entre Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), ficou mais ou menos assim: o Congresso mantém os vetos às leis orçamentárias, que davam um poder quase imperial ao relator da proposta, e, em troca, o presidente da República se desdobrará em mensagens de respeito à independência dos poderes, e jogará para colocar a manifestação de 15 de março num tamanho ajustável. Ou seja, em defesa do governo e não em ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional.
Falta, obviamente, combinar o jogo com a ala radical dos bolsonaristas e com os congressistas. É isso que será feito hoje, até a hora da votação. A manutenção do veto é vista como um ponto nevrálgico para se distensionar o ambiente político, e passar à discussão das reformas de que o país necessita. Num ano curto por causa do período eleitoral, a tensão só reduzirá ainda mais o tempo de se agarrar no serviço de tentar salvar alguma coisa, em termos de crescimento econômico.
Suspeitas
Nos bastidores do Congresso, há quem diga que toda a tensão na política vem sob encomenda para que a população não perceba que o governo federal, até agora, não entregou o serviço prometido — leia-se, um crescimento econômico sustentável. No Planalto, porém, a ordem é “deixa falar”, porque “a data-limite” para essa entrega é o fim do mandato, que, nos cálculos palacianos, é 2026.
Heleno na mira
A distensão com Bolsonaro não significa que o Congresso esteja disposto a esquecer a forma como foi tratado, numa conversa vazada, pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Se for ao Congresso, entretanto, o general terá a chance de acenar a bandeira branca. Afinal, o conflito hoje não interessa a ninguém.
O que eles pensam
Os líderes do governo fazem a seguinte conta para a votação de hoje: “Na Câmara, a derrubada do veto balança. No Senado, essa possibilidade está morta”.
Onde mora o perigo
O Projeto de Lei 550/19, conhecido como a nova lei de segurança de barragens, provocou um último apelo do setor, no que se refere à remoção obrigatória dos rejeitos. Em Minas Gerais, houve vários alertas aos parlamentares, no sentido de
lembrá-los de que mexer em barragens que estão consolidadas pode aumentar o risco geotécnico. Isso sem contar o desemprego. É melhor aumentar a segurança do que mexer no que está feito.
Vem mais/ Paralelamente ao projeto para incluir as milícias como organizações criminosas, e aumentar as penas dos crimes desse segmento, senadores estudam algo parecido para as milícias digitais patrocinadoras das fakes news, que estão na mira da CPI presidida pelo senador Ângelo Coronel (PSB-BA)
É só o começo/ Não se espante, caro leitor, se Ciro Gomes (foto) passar a polemizar quase que diariamente com o ministro da Justiça, nas redes sociais. Há quem diga que o ex-ministro, ex-governador e ex-deputado cearense sonha com Sérgio Moro no papel de seu adversário, na próxima eleição presidencial.
Em movimento/ Considerado um adversário por Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Dória, trabalha incansavelmente na busca de parcerias com outros estados. Ontem, por exemplo, esteve com o governador Romeu Zema, de Minas Gerais, para troca de experiências na área de defesa civil, a fim de buscar saídas conjuntas para as tragédias provocadas pelas fortes chuvas que castigam Minas e São Paulo.
Mês da mulher/ A forma como as redes sociais se referiram à primeira-dama Michelle Bolsonaro e à deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), no último domingo, reforçam a imagem de um país mal-educado, dividido e desrespeitoso. Triste Brasil.
Aliados de Bolsonaro querem Eduardo na presidência da Câmara
Coluna Brasília-DF
Nas rodas políticas ao longo do carnaval no Rio de Janeiro, aliados do presidente Jair Bolsonaro falaram em lançar o deputado Eduardo Bolsonaro para o comando da Câmara, de forma a evitar que os mais fiéis terminem ajudando a eleição de um candidato apoiado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia. Nas esferas congressuais, entretanto, há quem diga que, se o presidente da República optar por esse caminho, estreitará ainda mais suas pontes com o Legislativo. Dilma Rousseff, por exemplo, seguiu nessa trilha e deu no que deu.
Em tempo: Eduardo, o 03, passa esta semana nos Estados Unidos, na CPAC (Conservative Political Action Conference), maior evento do pensamento conservador no mundo. E não pensa, no momento, em concorrer à Presidência da Câmara. Ele, aliás, falou, na sexta-feira, no CPAC, sobre os prejuízos do socialismo para a América Latina.
A briga velada
Os militares já perceberam que, com o Orçamento impositivo, dificilmente conseguirão aumentar suas verbas. Daí, a discordância com essa fórmula que conta com o apoio da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Guedes sempre defendeu que o Congresso tem que ser responsável na hora de lidar com a peça orçamentária.
Cobrem dele…
Parlamentares da Comissão mista de Orçamento olham com descrédito para as redes bolsonaristas que tentam transformar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em vilão do Orçamento. Rezam as normas internas da Casa que as sessões do Congresso são presididas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
… e deles
Quem negociou a votação do texto que terminou vetado pelo presidente Jair Bolsonaro foram o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e os líderes no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho. Ou seja, foi um ato com o apoio do governo.
Como se não bastasse o coronavírus…
A imagem de insegurança jurídica para negócios no Brasil tem crescido na região de Washington, nos Estados Unidos. A JVL International, transportadora marítima com sede em Baltimore, tem apresentado reclamações em seu país e no Brasil sobre a falta de efetividade de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Nem mesmo a corte superior conseguiu que a Easylog, uma ex-sócia brasileira da JVL, pagasse uma dívida que, no fim do processo de 13 anos, foi fixada em mais de R$ 3 milhões pela ministra Nancy Andrighi. A execução, que ainda não ocorreu, está a cargo da juíza Ana Sganzerla Truccolo, em Itajaí.
Apoios de peso
Os americanos anexaram ao processo um parecer favorável a eles escrito pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Do outro lado, a Easylog também tem apoio importante, porque representa no Brasil a suíça Ceva Logistics, líder mundial do transporte oceânico. Em 2019, com a parceria, a Easylog exportou 11 mil contêineres.
Curtidas
Dele, não/ O pedido de impeachment que o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) pretende apresentar contra o presidente Jair Bolsonaro ainda não é um dos hits da temporada. “Não tem o meu apoio. Isso é dor de cotovelo”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Por falar em impeachment…/ Os atos de 15 de março servirão para o presidente Jair Bolsonaro mostrar ao Parlamento e ao Judiciário que é melhor não dar vazão a essas propostas de apeá-lo do cargo. Afinal, ele tem apoio popular.
… o vento é pró-Bolsonaro/ Nem a oposição hoje deseja o afastamento do presidente. Ninguém se sente seguro de optar por esse caminho, em especial o PT. Afinal, depois de dizer que o impeachment de Dilma foi um golpe, um contra Bolsonaro não seria diferente.
Militares querem que Bolsonaro faça as pazes com o Congresso
Coluna Brasília-DF
Em conversas reservadas, militares têm dito que caberá ao presidente Jair Bolsonaro buscar os políticos e arrefecer os ânimos em torno da manifestação convocada para 15 de março. Afinal, os problemas decorrentes do coronavírus, seus reflexos na economia, indicam que a tensão já estará alta demais para que a política venha a balançar ainda mais a árvore chamada Brasil.
Alguns militares de alta patente e próximos ao presidente consideram, inclusive, que o melhor para Bolsonaro seria resolver as questões do Orçamento na base da conversa e não levando seu pessoal às ruas em manifestações contra as instituições. Que saiam às ruas, mas em apoio ao presidente e não contra as instituições.
Hoje, no próprio Congresso, tem crescido o entendimento de que não dá para o relator da proposta orçamentária ter o poder de decidir a destinação de quase R$ 30 bilhões e que as emendas impositivas já estão de bom tamanho. Porém, se o presidente insuflar manifestações contra o parlamento, esse apoio, em vez de crescer, pode minguar. O momento é de muito calma nessa hora.
O papa está chamando
O papa Francisco convocou dois mil economistas, a maioria até 35 anos e de várias partes do mundo, para discutir um projeto econômico capaz de reduzir as desigualdades sociais. No convite aos profissionais para um encontro em Assis, no fim de março, ele diz que “não há razão para haver tanta miséria”. “Precisamos construir caminhos.”
Tutti buona genti
Entre os convidados especiais, o indiano Amartya Sen, 86 anos, ganhador do prêmio Nobel em 1998 e um dos criadores do IDH, e Jeffrey Sachs, 65, autor de O Fim da Pobreza. Dos jovens brasileiros, um dos convidados é Henrique Delgado, doutorando na Universidade de Denver, nos Estados Unidos.
Paz, porém…
… não com todos. O presidente Bolsonaro tem dito a seus aliados que não quer briga com os governadores de um modo geral. A principal exceção dessa lista é Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, onde o presidente faz política.
Versões
O chefe do Executivo recebe hoje de manhã, em audiências separadas, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e, logo depois, o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambos foram a Fortaleza conferir a paralisação dos policiais e tentar acabar com a greve. Ele quer ouvir o que cada um tem a dizer sem que combinem as impressões sobre o conflito.
Presidente na lida/ Bolsonaro avalia apoiar alguns candidatos a governos municipais, ainda que o Aliança pelo Brasil não tenha saído do papel. É coisa para a partir de julho, quando a campanha começar a esquentar.
Agora, vai!/ Brasileiro faz piada com tudo. Ontem, um gaiato num restaurante de Brasília falava alto. “Quem vai conseguir que a turma não gaste dinheiro no exterior é o ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta). E só precisou citar um vírus”. É, pois é.
Novo escritor na área/ Felipe Dantas, um jovem brasiliense de 14 anos, lança, neste sábado, seu primeiro livro, A Vila dos Magos, com sessão de autógrafos na Leitura do Terraço Shopping, a partir das 16h.
Novo escritor na área II/ Desde pequeno, Felipe sempre dizia que sua profissão seria “escritor de livro grosso”. O primeiro chega às livrarias com 204 páginas e conta a história de quatro amigos que caem numa cilada ao entrar numa casa velha, embarcando num mundo mágico. Brasília chega aos 60 anos com seus jovens filhos em franca produção. Que venham outros!
Partido de Bolsonaro tem 500 mil assinaturas e só depende da Justiça Eleitoral
Coluna Brasília-DF
O que dependia diretamente dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro já foi feito para a formação do Aliança pelo Brasil — ou seja, a coleta de mais de 500 mil assinaturas. Porém, eles não vão parar com essa busca como forma de demonstrar força na largada. Falta, entretanto, a parte mais difícil, a conferência desses apoios na Justiça Eleitoral. Essa parte foi, inclusive, a que evitou a formação do partido de Marina Silva a tempo de colocar a ex-senadora como candidata na eleição de 2014 — o que a levou a optar pela vice de Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha.
Gestos que falam alto
A presença do chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no feriadão de carnaval, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi um recado direto àqueles que pretendem culpar o ministro pelas agruras governamentais no Congresso. A mensagem é: “não mexam com Ramos, ele é leal”.
Fim de festa
A reforma administrativa que o governo prepara será mais profunda do que se divulgou até agora. Ou seja, não vai se restringir à extinção de carreiras em desuso por causa da tecnologia.
Na encolha
Juntos no carnaval, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, têm interesse na corrida presidencial, mas vão apostar algumas fichas na reeleição. Afinal, se Bolsonaro estiver popular no final de 2021, ninguém vai arriscar entrar no confronto direto contra o capitão.
Pragmatismo eleitoral
Entre os bolsonaristas, há a certeza de que o maior adversário de Bolsonaro é ele mesmo. Porém, se a economia apresentar bons resultados, as palavras que o presidente solta aqui e ali serão esquecidas pela maioria do eleitorado.
Espuma para entreter
É assim que os bolsonaristas mais sensatos veem as manifestações de protesto contra o presidente nas escolas de samba do Rio, de São Paulo e no carnaval de rua pelo país. Numa democracia, são válidas. Mas, abertamente, nenhum bolsonarista fará esse discurso. Faz parte do show manter a polêmica em alta.
Eduardo na lida/ Enquanto a maioria curte o carnaval, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está em Washington para participar da CPAC (Conservative Political Action Conference), a maior conferência dos conservadores do mundo, algo que ele planeja trazer para o Brasil a fim de dar embasamento teórico e planejamento estratégico para o conservadorismo brasileiro.
Eduardo no discurso/ O deputado brasileiro fala em dois painéis: O primeiro deles “CPAC exile: The Unshackled Voices of Socialist Regimes” — em tradução livre,”CPAC exílio: As vozes destemidas dos regimes socialistas”. O segundo, é “CPAC: The World is Watching” — “O mundo está assistindo”.
Eduardo no planejamento/ O deputado pretende trazer o know how do evento para o Brasil, para tentar construir uma “sociedade mais esclarecida sobre os malefícios do socialismo e as iscas que eles jogam para pescar apoios e eleitores”. A ideia é formar centros de reflexão (think tanks) em todo o país. “É um trabalho hercúleo, mas todo o verão começa com uma andorinha”, diz Eduardo. A CPAC nos Estados Unidos vai até sábado.
Eduardo na plateia/ O evento terá um painel específico sobre a China, tratada como “o perigo presente”, e vários sobre a luta contra as fake news (sim, eles também reclamam desses abusos). Os pontos altos são as palestras do presidente Donald Trump, do vice, Mike Pence, e a exposição do secretário de Estado, Michael Pompeo. Pompeo falará no jantar da sexta (com ingressos a US$ 250 ou para aqueles que compraram os pacotes premium de todo o evento, com preços entre US$ 1.200 e US$ 5.750). Os palestrantes na CPAC, obviamente, são convidados.
Possibilidade de não disputar as eleições deste ano leva tensão ao Aliança pelo Brasil
As notícias de que o presidente Jair Bolsonaro deixará o Aliança pelo Brasil fora das eleições deste ano começam a incomodar os aliados. O deputado Doutor Luiz Ovando (PSL-MS) distribuiu vídeo nas redes sociais alertando para o risco de dispersão dos apoiadores. “Precisamos do Aliança, até porque o mandato dos nossos parlamentares corre perigo. Nosso presidente precisa de um partido para se fazer presente nas ações políticas no Congresso Nacional, exercitar-se na eleição de 2020 com candidaturas a prefeito, vereadores e vice-prefeito. Time que não joga não tem torcida, e a física da política não tolera espaço vazio, sendo necessário firmar alicerces e plantar raízes para a reeleição presidencial e parlamentar de 2022”, cobrou o deputado.
Cardiologista e entusiasta do projeto do presidente Jair Bolsonaro, o deputado lembra que, desde 21 de novembro, data da convenção de fundação do novo partido, há um trabalho organizado e estratégico para a formação da legenda, e que o certo seria consolidar já o Aliança pelo Brasil. A pressão promete aumentar depois do carnaval. Afinal, os aliados de Bolsonaro querem que o seu maior líder tenha lado em 2020. Resta saber se ele atenderá ao chamado ou se manterá em cima do muro.
Senado pretende segurar
A depender das contas dos líderes do governo, os senadores têm tudo para evitar a derrubada dos vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Seria uma forma de distensionar o ambiente.
Última esperança
O grupo Muda Brasil tem reclamado da presença do MDB, no caso, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PE) e Eduardo Gomes (TO), líderes no Senado e no Congresso, respectivamente. As reclamações, entretanto, não fizeram eco no Planalto. A turma ali, inclusive o presidente, sabe que, se eles não conseguirem segurar o Orçamento, não são outros líderes que o farão.
“Está na hora de todos colocarem a cabeça no lugar e serenarem os ânimos”
A frase do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que se referia ao caso do motim policial no Ceará, vale para diversas situações da política atual.
Depois do samba, do frevo e do axé
Com os mercados no mundo em polvorosa por causa dos novos alertas da Organização Mundial de Saúde sobre o coronavírus, a equipe econômica passa o feriado em alerta. A ordem é se preparar para um novo solavanco na economia e novo pulo no valor do dólar.
Vai que é tua, Camilo!/ O governo federal foi a Fortaleza dar uma força, mas não se envolveu nas razões do conflito entre os policiais e o governo do Ceará. O governador Camilo Santana que resolva. Afinal, a força policial é tarefa do governo estadual, e qualquer gesto dos ministros nesse campo poderia ser interpretado como interferência indevida.
Ninguém sai, ninguém sai/ No elevador da Justiça Federal, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann,, o deputado Paulo Pimenta (RS), e um grupo de assessores discutiam, dia desses, qual o melhor caminho a seguir para chegar ao carro. Abriu o elevador, um deles afirmou: “É só virar à direita”. Eis que Gleisi se sai com esta: “Então, vamos ficar aqui. Tem que ser à esquerda sempre”.
Exemplo/ O trabalho dos militares e das autoridades de saúde no caso do grupo resgatado na China por causa da epidemia do coronavírus é citado nos bastidores do governo como um modelo a ser seguido em outras áreas. Profissional, sem estresse.
Então ficamos assim/ Com o cenário de 2022 completamente nebuloso e o presidente Jair Bolsonaro ainda liderando as pesquisas — só perde num segundo turno contra o seu ministro Sérgio Moro —, os governadores de São Paulo, João Dória, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se aproximam, mas não avançam o sinal. Estão na linha do “vamos ver quem estará melhor lá na frente, mas, até lá, vamos conversando”.