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O cumprimento de Jair Bolsonaro ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demorou porque o capitão queria esperar a saída de Donald Trump. Agora, até Biden ler a carta no estilo “bandeira branca” enviada pelo presidente, levará algum tempo.
Antes de ler as linhas traçadas pela ala mais “muita calma nessa hora” do governo brasileiro, Biden, conforme avisam diplomatas, reajustará a relação com os países europeus e se juntará às pressões para que o Brasil proteja suas florestas.
Diante dessa nova realidade, Bolsonaro, se deixar as bravatas de lado, terá a chance de apostar na preservação ambiental e tentar se colocar na cobrança pelos créditos de carbono e economia verde. Se quiser permanecer no discurso do valentão sobre “saliva e pólvora” para agradar seus apoiadores mais aguerridos nas redes sociais, ficará falando sozinho.
Para quem não se lembra, em novembro, quando Biden foi eleito, Bolsonaro fez um discurso sobre as cobranças pela preservação ambiental, dizendo que, “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”. Pelo visto, a munição acabou.
Estado de defesa e os EUA
Quanto mais autoridades brasileiras usarem expressões do tipo “militares decidem se um povo terá democracia ou ditadura”, como fez Jair Bolsonaro, ou “calamidade é antessala do estado de defesa”, como fez o procurador-geral Augusto Aras, mais o Brasil estará longe do novo governo dos EUA. Vai ficar mesmo é bem perto do sistema venezuelano, regime que o presidente tanto critica.
Quem avisa…
Estudioso do Orçamento da União há décadas, o deputado Júlio César (PSD-PI) avisou a Bolsonaro que o governo precisa escancarar o quadro de dificuldades fiscais para tentar reduzir a pressão sobre a continuidade do auxílio emergencial. “A situação das contas públicas é crítica, porque a dívida está na casa dos 91% do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o parlamentar.
… amigo é
Júlio César não entrou na discussão sobre estender o auxílio por mais alguns meses, porque considera ser um tema do Ministério da Economia. Porém, deixou claro que a renovação do benefício representará R$ 20 bilhões/mês, num cenário em que houve queda de arrecadação. Bolsonaro concordou que as dificuldades existem, porém, não entrou em detalhes.
Se vira, Brandão!
No Banco do Brasil, segue a tensão. Bolsonaro garantiu que não haverá fechamento de agências, mas uma turma da área técnica espera que essa garantia seja igual àquela de que não compraria a CoronaVac.
Vexame atrás de vexame/ As autoridades manauaras podem se preparar para um futuro a la Wilson Witzel ou Marcelo Crivella. Além da questão de falta de oxigênio, que levou à morte de várias pessoas, agora, a revolta é com as filhas de um megaempresário, médicas nomeadas para cargos comissionados na prefeitura, que foram vacinadas e não estão na linha de frente do combate à covid.
Só tem uma saída/ A prefeitura será chamada a colocar as duas na linha de frente dos hospitais, que, aliás, clamam por pessoal.
E o Ernesto, hein?/ Os parlamentares não engoliram as afirmações do chanceler Ernesto Araújo de que está tudo bem com o governo da China e com o da Índia no quesito vacinas. Se faltar imunizante, depois de aplicada essa primeira leva, vai respingar no Itamaraty parte das ações judiciais em estudo.
Por falar em vacinas…/ Furar a fila da vacinação deveria ser crime inafiançável. Pelo menos, já tem deputados interessados em preparar projetos nesse sentido.
Com a posse de Biden, cresce a pressão pela demissão de Araújo
Coluna Brasília-DF
Com a posse do democrata Joe Biden, hoje, nos Estados Unidos, crescem as pressões em parte da base do governo para que Bolsonaro troque o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A avaliação de alguns é a de que o chanceler apostou tanto no governo de Donald Trump que, agora, é preciso dar uma guinada na política externa. Até no Itamaraty não são poucos os diplomatas a dizer que o governo errou feio na relação com a China, país do qual o Brasil depende para a vacinação contra a covid-19.
… mas o presidente, não
Ernesto Araújo seguiu exatamente a cartilha recomendada por Bolsonaro, e o capitão não dá o menor sinal de que pretende substituir o ministro. Aliás, o presidente acredita que tanto no caso do chanceler quanto em relação ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles é uma “perseguição” ao seu governo.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)
A ida de apoiadores do bolsonarismo para outras redes sociais, em resposta às medidas adotadas por gigantes da tecnologia que decidiram limitar a ação de extremistas, após a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, reproduz uma espécie de jogo de gato e rato no mundo virtual. Não faltará espaço para que os simpatizantes de Jair Bolsonaro, Donald Trump ou outros políticos conservadores manifestem suas ideias. As redes sociais permitiram que pessoas, antes dispersas na sociedade real, se aglutinassem na internet a partir de afinidades ideológicas de modo sistemático e seletivo. Nesse novo modelo de associação política estimulada por algoritmos, prevalece o sectarismo, e não o respeito ao próximo, princípio elementar de uma democracia. Está claro que militantes bolsonaristas e trumpistas encontrarão outras maneiras de se manifestar.
A intervenção de empresas como Facebook e Twitter, banindo milhares de usuários de suas redes, constitui uma medida perigosa e tardia. Perigosa porque adota critérios generalistas, entendendo com risco para a sociedade as postagens de milhares de usuários, como uma espécie de tribunal de exceção virtual. E tardia porque, há anos, políticos e simpatizantes de extrema direita atacam, ameaçam e ofendem cidadãos, políticos e instituições, em todo o planeta. Apesar de todos os alertas contra a desinformação e a violência nas redes sociais, a tolerância no mundo virtual tornou-se muito além do aceitável. Até arrombar a porta do Congresso norte-americano.
Antes, tudo bem
Após faturar bilhões, durante anos, com o tráfego gerado por figuras de enorme influência digital como Donald Trump, as megaplataformas decidiram tomar um posicionamento político. Esquecem-se, no entanto, de que o republicano recebeu 74 milhões de votos, incitou uma multidão a afrontar um símbolo da democracia norte-americana e deixou o mundo em calafrios com seu poder político. Se adoradores de Trump e do radicalismo ficaram grandes demais, foi por leniência de gigantes da tecnologia da informação que, sob o verniz de liberdade de expressão, permitiram o ovo da serpente vir ao mundo.
Tribunal virtual
Há um problema evidente em questão. Gigantes de tecnologia não são tribunais. Não representam a Justiça. Tampouco ficam bem ao assumir posição partidária, sob o risco de se imiscuírem no jogo político. Volta-se, então, a questionamentos antigos. Quem controla as redes sociais? Os mecanismos de autorregulação adotados pelas plataformas são suficientes? Cabe a elas o papel de impedir excessos da política? Quem definirá o limite do que pode ou não ser publicado? Quais redes sociais são toleradas, ou não?
STF em campo
Nesse sentido, ganha relevância o inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra atos democráticos urdidos no Brasil. Reconhecido legitimamente como um os pilares do sistema democrático, o Poder Judiciário tem mostrado que a liberdade de expressão não é um direito absoluto; pode configurar crime quando representa uma ameaça à integridade das pessoas e à ordem pública. O STF tomou uma providência que, agora, de maneira equivocada, gigantes da tecnologia procuram adotar.
Pas de deux
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) rebateu os novos ataques do presidente francês, Emmanuel Macron, contra a soja brasileira. Em nota, a entidade informa que a produção brasileira do grão é submetida, desde 2008, a um controle ambiental reconhecido internacionalmente. E que se trata de mais um discurso de Macron para fazer média com os produtores franceses, que recebem generosos subsídios. É mais um capítulo da contenda que pode dificultar a ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Assédio nunca mais
No último domingo, o Conselho de Ética do Cidadania paulista recomendou a expulsão do deputado estadual Fernando Cury, flagrado apalpando o seio da colega Isa Senna, na Assembleia Legislativa de São Paulo. A questão foi encaminhada para o diretório nacional do partido, onde também é dado como certo o voto pela expulsão. A decisão de expelir Cury tem apoio da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF). “Não podemos mais permitir esse tipo de atitude. O assédio é inaceitável nas ruas, nos parlamentos, em qualquer lugar.” Cury pode ser alvo, ainda, de uma ação penal e de cassação de mandato.
Siga o dinheiro
A 79ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada ontem (12/1) e batizada de Vernissage, investiga cerca de R$ 12 milhões pagos em propina que envolvem contratos com a Transpetro. Um dos investigados é Márcio Lobão, filho do ex-ministro Edison Lobão. Telas de Volpi, Beatriz Milhazes e Adriana Varejão fazem parte do acervo sob suspeita, segundo o G1.
Ampliação do Bolsa Família: Governo precisa escolher um caminho entre dois abismos
Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
A ampliação do Bolsa Família como alternativa ao auxílio emergencial é um debate em curso no governo federal e no Congresso Nacional, mas sem saída satisfatória à vista. Considerando as possibilidades orçamentárias, um reforço no programa assistencial conseguiria agregar 300 mil famílias ao contingente de 14,2 milhões já atendidas – um acréscimo pouco superior a 2%. É preciso levar em conta, ainda, as limitações do Bolsa Família ante a desigualdade estrutural na sociedade brasileira. Como salientou o economista Marcelo Neri ao Correio, o governo precisa escolher um caminho entre o abismo social e o abismo fiscal. Especialistas recomendam que o reforço do Bolsa Família passa necessariamente pelo corte de gastos, redução de privilégios e revisão de prioridades na política social. Está colocado, portanto, mais um desafio para este início de ano. De resto, a discussão está atrasada, pois ainda em 2020 havia preocupação sobre o cenário seguinte ao estado de calamidade pública, findo em 31 de dezembro.
Fome
A inflação dos pobres acumulada em 2020, de 6,3%, foi a mais alta dos últimos oito anos, segundo divulgou a Fundação Getulio Vargas. O preço dos alimentos é o maior responsável pelo pique inflacionário. A situação se torna mais dramática para quem dependia de auxílio emergencial. Segundo o Datafolha, em 2020, mais da metade dos beneficiados concentrou a maior parte da ajuda recebida do governo na compra de alimentos.
Manifesto
O Conselho Federal da OAB e outras entidades ligadas ao exercício da advocacia divulgaram nota conjunta de desagravo à Justiça Eleitoral, em reação aos sucessivos ataques que põem em suspeita a lisura das eleições no Brasil. Graças à Justiça Eleitoral, alegam os advogados, o país conseguiu interromper as sucessivas fraudes ocorridas desde a República Velha. As urnas eletrônicas e a biometria durante o processo eleitoral garantem, segundo as entidades, uma “organização impecável, com resultados imediatos e verificados, com ampla fiscalização de todos os interessados, especialmente os partidos e a imprensa”, argumentam.
Bico de pena
Criada em 1932, a Justiça Eleitoral procurou eliminar práticas nefastas, como o conhecido voto de cabestro. Até então, como descreve Victor Nunes Leal no clássico “Coronelismo, enxada e voto”, eleitores eram conduzidos à seção eleitoral para assegurar a vitória dos protegidos dos coronéis. Em caso de votação desfavorável, cabia aos mesários adulterar os resultados. Com o avanço da tecnologia, as urnas eletrônicas puseram fim a esse flagelo eleitoral. E, até prova em contrário, mostrou-se um equipamento seguro para garantir o sigilo e a segurança do voto.
Destempero
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), foi às redes sociais para, mais uma vez, criticar duramente o presidente Jair Bolsonaro. O deputado chamou o chefe do Executivo de “covarde” por atribuir, segundo a revista Veja, ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a responsabilidade pela demora no programa de vacinação. “Bolsonaro: 200 mil vidas perdidas. Você tem culpa”, escreveu, ainda, Maia. “Não vou dar palanque para ninguém”, rebateu o presidente, em rápida declaração.
“Bolsolira”
Padrinho da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara, Rodrigo Maia também partiu para cima de Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo Planalto. O demista disse ouvir cada vez mais o parlamentar ser chamado de “Bolsolira”, tal o compromentimento do candidato com o Executivo. É uma reação aos ataques de Bolsonaro contra Maia. Na véspera, o presidente criticou a aliança entre Maia e PT, dizendo tratar-se de “duas coisas muito parecidas”
Outros poderes
A refrega entre Maia e Bolsonaro, tendo como pano de fundo a eleição para a presidência da Câmara, também procura envolver outros Poderes. Durante a semana, Maia afirmou que as críticas de Bolsonaro à legitimidade das eleições constituem um “ataque gravíssimo” ao Tribunal Superior Eleitoral.
Momento grave
A tensão em Brasília só aumenta, em um momento delicadíssimo. A pandemia ultrapassou os 200 mil mortos. Estados como o Amazonas enfrentam um colapso sanitário. Busca-se uma saída para atender os milhões de brasileiros desassistidos após o fim do auxílio emergencial. O orçamento de 2021 ainda não foi aprovado, e a economia ainda está extremamente fragilizada. Mais do que nunca, é
preciso entendimento ao invés de conflito.
Sempre elas
Na semana em que o Instituto Butantan deu prova do nível de excelência do trabalho de pesquisa no Brasil, vale lembrar um dado importante: 71% do corpo científico da instituição é formado por mulheres.
É quase a eficácia da CoronaVac.
A nata do Poder Judiciário está de olho na formação da lista tríplice para a vaga do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deve ter o edital lançado, nos próximos dias, pelo presidente da Corte, Humberto Martins. Até aqui, há mais candidatos ao tribunal, na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do que à Presidência da República, em 2022.
As movimentações, até o momento, colocam em primeiro plano o desembargador Ney Bello, do TRF-1, que é amigo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre; e Aluísio Mendes, do Rio de Janeiro, terra do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Ambos buscam apoios e tentam passar longe da guerra entre Fux e o ministro Gilmar Mendes.
A principal vitrine do DEM
Dos 26 prefeitos, o do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, concentra a maior parte das atenções do mundo da política nesta largada de 2021. Se transformar a cidade em “referência nacional de transparência, integridade e combate à corrupção”, conforme prometeu no discurso de posse, será o cartão de visitas do Democratas, que tem planos de carreira solo para 2022.
O “caso hipotético”, segundo Bolsonaro
Em sua última live de 2020, o presidente Jair Bolsonaro deu a entender que sabe mais do que disse. Lá pelas tantas, logo depois de comentar sobre a prisão domiciliar de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o capitão comenta: “Ministério Público do Rio. Preste bem atenção, aí. Imagine se um dos filhos de autoridade do Ministério Público do Rio de Janeiro fosse acusado de tráfico internacional de drogas? O que aconteceria? Vocês aprofundariam ou mandariam o filho desse… dessa autoridade para fora do Brasil e mandariam arquivar o inquérito? Que fique bem claro que é um caso hipotético”.
Aí tem
Bolsonaro não costuma mencionar nada em suas lives por mero acaso, até por isso, segue um roteiro e vai marcando os temas que abordou. O MP do Rio, hoje, investiga o caso das rachadinhas. 2021 realmente promete muitas hipóteses.
Bolsonaro nada de braçada/ A passagem de Bolsonaro pelo Guarujá, com direito a um pulo de barco e braçadas para se aproximar dos banhistas, indicou que ele ainda tem popularidade. Só tem um probleminha: a cada aglomeração que provoca, um outro grupo se afasta. O resultado dessa mistura ainda é imprevisível.
Por falar em popularidade… / A forma como o presidente bate em João Doria em suas lives indica que o governador de São Paulo é o nome que o bolsonarismo escolheu para tentar jogar para baixo nesta largada do ano pré-eleitoral. O PT, tradicional adversário, não tem, hoje, um gestor que assuste o presidente, conforme avaliam aliados do Planalto.
Sem pausa I/ O senador Rodrigo Pacheco, do DEM-MG, não terá descanso em janeiro. Semana que vem já, é esperado em Brasília para retomar os contatos e a corrida para a Presidência do Senado. No comando da campanha, Davi Alcolumbre e o presidente do DEM, ACM Neto.
Sem pausa II/ No MDB, a única diferença é que ainda não há um candidato definido, embora o nome mais forte, no momento, seja mesmo o do líder da bancada, Eduardo Braga (AM).
É bem assim/ Mudou o ano, mas as disputas são as mesmas. É o incessante jogo pelo poder, sem trégua na história da humanidade. Mesmo em tempos de pandemia, quando a prioridade deveria buscar atendimento à população, formas de evitar que a doença se alastre, remédios e vacinas, as excelências estão mais interessadas mesmo é em nadar de braçada junto ao eleitorado.
Bolsonaro circula com cautela para recuperar poder no Senado
Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Protocolos I
Protocolos II
Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Muitos políticos ficaram meio cabreiros com a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele mandou uma mensagem direta àqueles que cogitarem qualquer pedido de impeachment. Ao dizer que não podia lançar o país numa aventura e que lutou muito para chegar ao Planalto, o presidente foi direto: “Tudo tem limite. Não tenho sangue de barata, lutei para chegar aqui, me livrei da morte naquela facada (…) e jamais vou aceitar, se aparecer um dia algum movimento conspiratório. Me tirar daqui de qualquer jeito, sem motivo, não vai mesmo. Ou para escravizar o nosso povo”, disse o presidente.
A complementação à essa colocação foi “por decreto, ajudamos muita gente a comprar armas e munições”. Para bons entendedores, a mensagem está dada: Bolsonaro chamará os seus para defendê-lo em caso de qualquer processo. Desde que não seja em caso de um resultado eleitoral desfavorável daqui a um ano e 10 meses, está tudo certo.
A semana de aposta no PT
O candidato do bloco “Câmara Independente” à Presidência da Câmara, Baleia Rossi, aproveita o fim de semana para mapear o apoio da oposição-raiz ao governo federal. Dos governadores, por exemplo, tem o apoio de Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Em tempo: ambos defendem que o partido siga em frente e evite o que consideram pior, ou seja, a eleição de Arthur Lira, aliado de Bolsonaro.
Ciúme de político…
… Reza a lenda, é pior do que ciúme de mulher. Não foi bem recebido, no MDB, o almoço do presidente Jair Bolsonaro com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No governo, porém, há quem diga que o presidente adotou apenas uma “cortesia” com Davi Alcolumbre que nunca deu motivos para não receber um bom tratamento por parte dos inquilinos do Alvorada.
O pulo de Alcolumbre
O atual presidente do Senado pretende fazer com Rodrigo Pacheco tal e qual agiu em 2019, quando oficializou a sua candidatura no último minuto. Só tem um probleminha: desta vez, o candidato do DEM não concorrerá contra Renan Calheiros, que foi para a campanha desgastado. Os nomes do MDB que estão na roda têm condições de derrotar o atual comandante do Senado.
Saúde e economia andam juntas
Até aqui, o turismo, no final do ano, não correspondeu às expectativas, o número de casos de covid-19 voltou a subir e muitas cidades se viram obrigadas a apertar as medidas de isolamento para tentar evitar o pior. Desse jeito, avaliam os economistas, a ideia do governo de cuidar da saúde e da economia terá que ser revista, porque funcional, aos trancos e barrancos, apenas para a segunda.
Um homem, dois discursos/ No quase monólogo que o presidente Jair Bolsonaro transmitiu em suas redes sociais, em 24 de dezembro, faltou espírito natalino e sobraram críticas às vacinas. Muito diferente do pronunciamento que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e tevê, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Por falar em discurso…/ A contar pelo discurso de João Amoedo (Novo) em entrevista ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro perdeu seu apoio no segundo turno. Porém, há um senão: desde que o adversário não seja o PT.
Lei Viviane/ A morte da juíza Viviane Vieira Arronenzi, covardemente assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das filhas, é mais uma mostra de que ainda estamos longe de garantir proteção às mulheres ameaçadas por ex-companheiros. A Associação Nacional dos Desembargadores (Andes) e a Andes-Mulher vão pedir novas leis para aumento da pena para casos de violência doméstica contra magistradas e mulheres que atuam na área de segurança e Justiça.
Aliados tentam convencer Bolsonaro a prorrogar estado de calamidade pública
Brasília-DF, por Denise Rothenburg
A esperança permanece
Números positivos
MDB vai reforçar bancada no Senado
Vai vendo
Rodrigo Maia, o não-candidato, dá o tom e chama governo a votar reformas
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é agora um não-candidato, em busca de um sucessor e de uma pauta para encerrar seu mandato com chave de ouro, chamado o governo a ajudar na aprovação de reformas cruciais que o país precisa. Esse é recado mais imediato da entrevista que concedeu há pouco à GloboNews, a primeira depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 a 5 que nem ele e nem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser candidatos à reeleição para esses cargos no ano que vem.
Ele acusa o governo de não aprovar a PEC Emergencial no Senado, prometida para em dezembro de 2019, como forma de aliviar o caixa e dar sinais positivos para o mercado. Maia considera que “acabaram as desculpas” para não votar essa matéria e diz com todas as letras: “A eleição já passou, não sou candidato a presidente da Câmara. Podem até derrotar um movimento pela independência da Câmara, mas é preciso avançar na pauta econômica”
Ao mesmo tempo em que cobrou uma postura mais ativa do governo em relação às reformas — ele cita ainda a reforma tributária —, ele lança a campanha “Câmara livre” para buscar um nome que represente seu campo da politica na troca de comando na Casa.
Maia terá o desafio de construir um candidato em oposição a Arthur Lira, que hoje é visto com o nome que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos da Câmara livre de interferência de outros poderes, de uma candidatura que seja a favor do Legislativo”, diz Maia, citando alguns nomes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), entre outros, tomando o cuidado de manter a ordem alfabética no elenco.
Ele menciona que não tinha a intenção de ser candidato e, justiça seja feita, nunca disse que seria. Antes da decisão do STF, tomou inclusive o cuidado de se manter equidistante daqueles que se apresentavam para concorrer à Câmara, de forma a poder ajudar e trabalhar a construção de um candidato depois que o STF desse seu veredicto. “Se esse campo que eu e muitos representamos chegar lá, não será a derrota do governo, será a vitória de uma agenda que moderniza o estado e a economia, a vitória da Câmara”, diz.
Ao mesmo tempo que elenca as pautas em curso e a sucessão para presidente da Câmara, Maia lembra ainda que, para 2022, se os campos da centro-esquerda e da centro-direita conseguirem se unir em torno de um nome têm tudo para soarem favoritos. E ele inclui nesse rol de Ciro Gomes (PDT) a João Dória (PSDB).
Quando ao presidente Jair Bolsonaro, ele menciona a questão adas vacinas como algo em que o governo pode perder o controle, uma vez que a população deseja as vacinas. A politica entra agora na fase de construção nos bastidores, algo que requer olho vivo e acompanhamento diário.
E, seja para perder ou ganhar, o não-candidato Maia é um personagem a ser acompanhado bem de perto nos próximos dois anos, porque, além de um nome para a Presidência da Câmara, estará dedicado à construção de uma candidatura de centro em oposição a Bolsonaro, caso o presidente não consiga agregar uma parcela expressiva desse campo político.
Bolsonaro manterá distância de Lira após notícia sobre “rachadinha”
Coluna Brasília-DF
Diante das notícias que envolvem o deputado Arthur Lira (PP-AL) em rachadinhas (desvio de salários de servidores), na Assembleia estadual de Alagoas, o mínimo que os pepistas vão cobrar do governo é o benefício da dúvida que é dado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente jair Bolsonaro.
Aliados de Lira dizem que o deputado já andou muito em sua pré-campanha para recuar agora, quando começa o jogo. Se desistir, sairá com cara de derrotado e condenado. A tendência de Bolsonaro, porém, é manter uma distância regulamentar.
Afinal, se Lira perder musculatura por causa das denúncias, o presidente sempre poderá dizer que não se envolveu diretamente na eleição congressual. No entorno dele, há quem diga que, desde que Rodrigo Maia (DEM-RJ) não saia vitorioso, está tudo certo para o governo. Se, no caso de Flávio, que é filho, Bolsonaro tenta manter uma certa distância, imagine com Lira, com quem apenas tem uma relação política.
Um nó para o Planalto
Há quem diga que o governo entrou cedo demais na candidatura de Lira a presidente da Câmara. Assim, se o DEM sacar mesmo a candidatura de Fernando Coelho Filho (PE), Bolsonaro estará numa saia justa. Fernando é filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer.
Olha o nível
A forma como os deputados estão conduzindo a disputa para presidente da Câmara indica que será na linha do voto para derrotar o candidato A ou B, ou seus respectivos padrinhos, e não voto em favor de B ou A.
Vacina, o embate da hora
Bolsonaro e João Doria vão entrar no ano pré-eleitoral de 2021 numa guerra em torno da vacina contra covid-19, e as apostas são as de que os dois correm o risco de perder. O presidente, por causa da resistência ao imunizante. O governador, devido aos anúncios de vacinação em massa que ainda não está assegurada do ponto de vista técnico-científico.
Por falar em vacina…
A aprovação dos R$ 2 bilhões para vacinas contra a covid-19 no Congresso deixa deputados e senadores prontos para chamar o governo de incompetente, se a vacinação não funcionar a contento. Afinal, não vai poder dizer que foi por falta de autorização do Parlamento.
“Deputérica” é a &#@*?/ Se a sessão fosse presencial, com casa cheia, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não conseguiria deixar o plenário da Câmara, ontem, depois de chamar as deputadas de “histéricas” e se vangloriar de criar o neologismo “deputéricas”. Algumas esperaram Nunes na saída do plenário, pois não sabiam que o discurso tinha sido feito por videoconferência.
Por falar em videoconferência…/ A última das excelências é fazer o pronunciamento de dentro do carro. Capitão Wagner (Pros-CE), por exemplo, parou o veículo num acostamento, na hora em que chegou a vez de falar. Um jovem, no banco de trás do carro, tratou de se esconder quando percebeu que aparecia no vídeo.
Etanol, a nova fronteira I/ Com o ESG (sigla em inglês para meio-ambiente, inclusão social e governança) cada vez mais forte no mundo, o etanol surge como uma saída mais prática para a questão energética no país, muito mais do que os carros elétricos europeus.
Etanol, a nova fronteira II/ “Na Europa, os carros elétricos pretendem levar a uma emissão de 62 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto o etanol está abaixo de 60 gramas, com 56 por quilômetro rodado” diz Evandro Guzzi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), que hoje estará no CB.Agro, 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio.












