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Depoimento de Dimas terá função de desmentir Pazuello e aglutinar o G-7
Depois da divisão do G-7 da CPI da Covid, por causa da convocação dos governadores, o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, chega com duas funções: a primeira é ajudar o grupo majoritário da comissão de inquérito a obter provas de que o governo negligenciou a compra de vacinas no ano passado; a segunda é ajudar a recompor a unidade e a parceria entre seus integrantes.
Covas vem preparado para dizer que o governo federal poderia ter ajudado o Butantan a comprar mais vacinas para o Brasil, em meados do ano passado, mas não quis. Assim, praticamente encerra o capítulo das vacinas, embora ainda tenha audiências previstas com representantes da Janssen e da Sputnik V.
Não vou, talkey?
O pedido de convocação de Jair Bolsonaro à CPI da Covid é mais uma jogada política, que não irá para frente no colegiado. Não será aprovado. Ainda que fosse, o presidente avisou que, se for convocado, não comparecerá. Afinal, tem a prerrogativa de responder por escrito.
Patriotas continua com a força
Junto ao núcleo mais próximo de Bolsonaro, continuam altas as apostas de que ele e o filho, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), irão para o Patriotas. O presidente só mudará esse rumo se perceber que precisa estar filiado a um partido grande. Neste caso, a escolha será pelo Progressistas do senador Ciro Nogueira (PI). A volta ao PSL está descartada.
Trampolim, não!
O PSL saiu da lista de prioridades porque o presidente não quer servir de combustível para auxiliar a reeleição da deputada Joice Hasselmann (SP) e outros ex-aliados. Aliás, 2022 desponta como uma eleição que testará o bolsonarismo.
Aliança carioca
A presença do presidente na filiação do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, ao PL, foi um sinal de que os dois estarão juntos em 2022. O PL e o Progressistas, ambos “centrão-raiz”, são hoje os maiores lastros de Bolsonaro.
Feliz feito um vacinado/ A ala governista nunca foi tão feliz na CPI da Covid. Com a convocação dos governadores, eles consideram que está instalado o vírus da discórdia entre os integrantes do colegiado.
Dito e feito/ Os governistas têm razão de estar contentes. Em conversas reservadas, os integrantes do G-7 já dizem com todas as letras que o presidente Omar Aziz (PSD-AM, só faz o que quer. Ontem, por exemplo, aprovou apenas uma parte do que estava combinado.
Reação à venda da Eletrobras/ Mais de 20 mil pessoas se manifestaram contra a privatização da Eletrobras no e-Cidadania, no site do Senado. Elas votaram na ideia legislativa “Proibir a Privatização da Eletrobras”, uma iniciativa dos empregados da estatal, em contraponto à medida provisória que abre caminho à venda da empresa. Com a adesão, a proposta foi convertida na Sugestão Legislativa 13/2021, que passou à fase de consulta pública, tramitando na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
Enquanto isso, no Banco do Brasil… / Depois da saída de José Maurício da Previ, o fundo de pensão da instituição, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil está de olho na troca de comando do fundo de pensão. “O Banco tem o direito de trocar, ninguém questiona isso, mas é preciso que seja por um funcionário de carreira. Sabemos que um funcionário de carreira é comprometido com o patrimônio que a Previ representa, não representará um partido político”, diz o presidente da Anabb, Augusto Carvalho.
Bolsonaro pode ter que pagar por segurança em ato de domingo
Não é só o general Eduardo Pazuello que terá dor de cabeça por causa do ato de domingo, no Rio de Janeiro. Ainda sem partido, Jair Bolsonaro corre o risco de ter que arcar com as despesas de sua segurança na aglomeração do final de semana. Afinal, o país ainda não está em temporada eleitoral e a manifestação não faz parte da agenda oficial. Como ele ainda está sem partido, advogados de algumas legendas quebram a cabeça para ver como deve ser cobrada a diária dos seguranças que o acompanham, nos quais há, inclusive, o uso de helicóptero oficial.
Os atos políticos de presidentes anteriores eram custeados por seus respectivos partidos, que, ao longo das campanhas, ressarciam o poder público pelos gastos. Agora, de concreto, há um anúncio do líder do PT, Elvino Bohn Gass (RS), junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), para verificar se o presidente deve mesmo ressarcir os cofres públicos. Há outros advogados estudando ações junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela campanha fora de época.
Filhos fiéis escudeiros
Por onde Bolsonaro viaja, sempre um de seus filhos o acompanha, com ares de segurança. Às vezes, dormem, inclusive, no mesmo quarto do pai. A família tem medo de que algo ocorra ao presidente. E, quanto mais perto de 2022, maior será esse cuidado.
Bolsonaro tem a força
A polêmica sobre Pazuello deixou em segundo plano o tamanho do ato de apoio a Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Muitos políticos aliados e oposicionistas ficaram com a certeza de que, ao contrário do que muitos dizem por aí, o presidente tem força e apoio para 2022. A guerra eleitoral está apenas começando.
12 x 4
Por enquanto é esse o placar dentro do Alto Comando do Exército sobre a participação de Pazuello no ato em favor de Bolsonaro, no final de semana. Dos 16 generais de quatro estrelas, quatro querem que o ex-ministro da Saúde seja preso.
Múltipla escolha
A participação de Pazuello fere várias normas do Estatuto Militar, que, no artigo 45, diz: “São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”. No artigo 28, inciso IV, está escrito: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes” — o que, na visão de muitos, inclui o respeito às regras sanitárias.
Um mês de CPI
Até aqui, as principais apostas da CPI da Covid são as de que Bolsonaro e seu grupo mais próximo seguiram a seguinte receita: buscar a imunização de rebanho e um medicamento, no caso a cloroquina, que curasse aqueles que apresentassem sintomas.
Erro de cálculo
A morte de aproximadamente 450 mil brasileiros, muitos por falta de atendimento médico e insumos básicos, como oxigênio, não estava no script. Tanto é que o governo sempre deu maior visibilidade ao número de recuperados pela covid-19, hoje na casa de 14,4 milhões dos 16 milhões de casos registrados.
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Dimas x Pazuello/ A CPI espera concluir o capítulo vacinas nesta quinta-feira, com o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. A expectativa é a de que ele detalhe a negociação e o recuo do governo federal em relação aos 46 milhões de doses da CoronaVac, cujo acordo Pazuello fecharia, no ano passado, e Bolsonaro ordenou que não se comprasse.
DNA para localizar/ O Ministério da Justiça e Segurança Pública lança, hoje (25/5), a primeira campanha nacional para estimular parentes de pessoas desaparecidas a doarem DNA para compor o Banco Nacional de Perfis Genéticos. Assim, quando alguém for encontrado, esse cruzamento de dados poderá agilizar a identificação.
Cláudio Castro monta o time/ O governador do Rio de Janeiro desembarca em Brasília, amanhã (26/5), para se filiar ao PL de Valdemar Costa Neto. E esta semana anuncia, ainda, a mudança no secretariado, onde o partido terá assento. O ex-deputado Alexandre Valle, por exemplo, assumirá a Secretaria de Educação.
Vale ler e guardar/ Do Estatuto Militar: “Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal” — é o inciso I, do artigo 28, que trata da ética militar. Simples assim.
Governo vai liberar R$ 9 bilhões para emendas parlamentares ao Orçamento desde ano
Deputados e senadores ávidos pela liberação de suas emendas ao orçamento tiveram uma boa notícia nesta segunda-feira. A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, anunciou a liberação de R$ 9 bilhões para a execução dos pedidos dos parlamentares. Esse dinheiro era esperado especialmente por aqueles aliados do governo que certamente terão problemas eleitorais, caso aprovem medidas antipáticas à população, em especial, as reformas administrativa e tributária.
Coincidência ou não, esses recursos sejam justamente no momento em que o governo sofre problemas na CPI da Pandemia no Senado, com a pressão sobre o poder público federal e, na Câmara, tenta emplacar uma reforma tributária fatiada, que promete provocar muita polêmica até ser aprovada.
A ministra assinou a portaria assim que chegou ao estúdio da TV Brasil, para gravação do programa Sem Censura, comandado pela jornalista Marina Machado, que foi ao ar nesta segunda-feira. “São recursos que vão atender as emendas e ajudar a movimentar a economia dos municípios”, afirmou Flávia. A ministra defendeu ainda as emendas de relator, as RP9, aquelas em que os deputados e senadores vão aos ministérios dizer a quais municípios devem ser direcionados os recursos. Daí, a designação de “orçamento secreto” porém, não é secreto, está inscrito no Orçamento e pode ser rastreado. “São recursos legais, aprovados pelo Parlamento e que podem ser aplicados e fiscalizados normalmente”, afirmou a ministra.
Aliados de Bolsonaro querem que CPI da Covid ouça governadores
Terminada esta semana de depoimentos da CPI da Covid, os aliados do presidente Jair Bolsonaro virão com força total para tirar o governo federal da sala e colocar os estaduais. A ideia é começar pelo governador Wilson Lima, do Amazonas, mas, na roda, os governistas querem colocar ainda o do Pará, Hélder Barbalho, alvo de operação da Polícia Federal por causa da compra de respiradores. Convocar Hélder será como um “teste” para a imparcialidade do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Se der tempo, essa briga pela convocação do governador amazonense começa hoje, no embalo do depoimento de Eduardo Pazuello sobre a crise de oxigênio no estado. Alguns governistas dizem que é a oportunidade ideal para abrir logo essa porteira.
País quer vacina contra fake news
Pesquisa do DataSenado para a CPI da Covid aproveitou para captar o sentimento dos brasileiros sobre as notícias falsas divulgadas na internet. O levantamento mostrou que 92% dos brasileiros querem punição para aqueles que praticam fake news e, pelo menos, 58% já receberam em suas redes sociais alguma mentira relacionada à vacina contra a covid-19.
E a favor da vacinação
Apenas 12% dos entrevistados disseram que não vão se vacinar contra a covid-19. Desse grupo, 78% disseram não confiar nos imunizantes.
Ricardo Salles balança…
… Mas não cai. Diante da operação da Polícia Federal que investiga exportação ilegal de madeira, com direito a busca e apreensão envolvendo os endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente Jair Bolsonaro avisou que não vai demiti-lo por isso, e ainda pediu a parlamentares que deem uma ajuda ao ministro no campo político dentro do Congresso. Tudo o que o governo não quer é mais uma CPI na praça.
Por falar em CPI…
Os parlamentares consideram que passou a pressão por uma nova CPI do Orçamento. E o governo jura que Eduardo Pazuello foi muito bem na primeira parte de seu depoimento, porque preservou o presidente. E deu discurso para a guerra de narrativas sobre vacinas e cloroquina. O problema é que, hoje, tem mais um capítulo.
Tereza para o Senado/ Se não for candidata a vice-presidente, numa chapa pela reeleição de Bolsonaro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, será a aposta do DEM para uma vaga ao Senado, no ano que vem. Ela praticamente desistiu de concorrer ao governo do estado.
Recordar é viver/ Em 26 de fevereiro, esta coluna publicou a seguinte nota: “Vai sobrar, mas… O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é quem, na avaliação de aliados do presidente, terá de responder pela falta de vacinas, diante da situação que o país atravessa. Eles se esquecem de que, lá atrás, quando Pazuello quis comprar imunizantes do Butantan, Bolsonaro o desautorizou. Aos poucos, o presidente mudou o discurso, mas já era tarde para conseguir vacinas no curto prazo”.
O “pit bull da CPI”/ É assim que muitos senadores têm se referido ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), por causa da forma como ele tem reagido na CPI. Falta um triz para que a oposição coloque na roda a história do pagamento da casa de R$ 6 milhões, que até hoje não foi totalmente esclarecido.
Enquanto isso, na Paraíba…/ O líder do governo na Câmara Municipal de Campina Grande, Alexandre Pereira (PSD), fez o seguinte discurso dia desses: “Estão aqui fazendo uma testagem de todos os funcionários e eu que sou negativista (queria dizer negacionista), não vou fazer. Sou muito mais da ivermectina, azitromicina, chá de hortelã e limão galego. Quem quiser fazer testagem, pode fazer. Quem quiser tomar vacina na minha vez, pode tomar, e ocupar minha vaga aí na questão da testagem”.
Com o pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal, o governo pretende subsidiar o time na CPI da Pandemia com argumentos para evitar que o ex-ministro da Saúde preste depoimento na próxima semana. De quebra, a expectativa do Planalto é alegar que o governo só recorreu ao HC porque o senador Renan Calheiros quer emparedar o presidente Bolsonaro, e não apurar os fatores que levaram o país a chegar a 430 mil mortos por covid. O script está pronto, e a ideia é ver se será possível afastar Renan Calheiros da relatoria da comissão. Resta saber se será seguido.
Em conversas reservadas, vários senadores do G-7 têm dito que Renan Calheiros terá de manter a fleuma, para não dar discurso aos adversários. Nos últimos dias, avaliam alguns, com a viagem de Jair Bolsonaro a Alagoas, Renan mordeu a isca. Exagerou ao pedir a prisão de Fabio Wajngarten e ainda pode perder o depoimento de Pazuello.
Bolsonaro quer repetir Lula
Assim como o então presidente Lula agiu nas eleições de 2010 para derrotar Tasso Jereissati (CE), Arthur Virgílio (AM) e Heráclito Fortes (PI), o presidente Jair Bolsonaro vai jogar na próxima temporada para tentar extirpar os Calheiros (Renan pai e filho) e outros adversários na CPI. Só tem um probleminha: Renan tem mais quatro anos de mandato no Senado.
Questão de honra
O governador Renan Filho não descarta, inclusive, permanecer no cargo até o final do mandato a fim de trabalhar para eleger um sucessor e evitar que Arthur Lira eleja um aliado. Com Bolsonaro apostando as fichas no grupo do presidente da Câmara, a eleição ali em 2022 terá ares de guerra de titãs.
Um vídeo para o exército de Bolsonaro
O governo prepara um pequeno vídeo para explicar, passo a passo, a negociação com a Pfizer e rebater a narrativa de que desprezou intencionalmente a vacina da farmacêutica no ano passado. A peça vai explicar que o registro só foi pedido em novembro e as questões jurídicas pendentes solucionadas apenas em fevereiro deste ano, por legislação aprovada no Congresso. O que importa, na visão do governo, é que agora há 100 milhões de doses dessa vacina já contratadas e outros 100 milhões a caminho.
Nem vem
A CPI, por sua vez, considera que a narrativa não cola, porque a vacina de Oxford/AstraZeneca teve o acordo de compra de produto fechado antes da aprovação do imunizante pela Anvisa.
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Bahia, a outra fronteira/ Jair Bolsonaro vai jogar tudo o que puder para comprometer os planos do presidente do DEM, ACM Neto, de concorrer ao governo do estado. O presidente da República só se refere ao ministro da Cidadania, João Roma, como a mais nova liderança política do estado.
Jogo calculado/ A intenção do presidente, ao ascender o ministro João Roma neste momento, é tentar atrair ACM Neto para a sua base. Até aqui, o Democratas, institucionalmente, tem estimulado o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta a se apresentar como uma opção para o futuro.
Há vagas/ Após o anúncio da saída de Eduardo Paes do Democratas, o partido abriu as conversas com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, além, como já foi dito, de Geraldo Alckmin, em São Paulo.
Pinato fez escola/ Depois de o deputado Fausto Pinato (PP-SP) dizer que era preciso verificar se o presidente Jair Bolsonaro sofre de “grave doença mental”, o PDT e, agora, um grupo de juristas encabeçado pelo presidente da Academia Paulista de Direito, Alfredo Attié Júnior, foram ao Supremo Tribunal Federal pedir a interdição de Bolsonaro por “incapacidade”. Mais um abacaxi para o Supremo descascar.
“Eu não vou mais atrás da China, se faltar vacina, Bolsonaro terá que ser afastado”
Em evidência desde ontem, quando lançou uma nota em que acusou o presidente Jair Bolsonaro de “grave doença mental” e pregou “a interdição civil” do capitão para “tratamento médico”, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China do Congresso Nacional, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), volta à carga nesta amanhã para avisar que o país caminha para ter problemas com os chineses, seja na questão dos insumos para a produção de vacinas, quanto ao agronegócio. “os chineses são pragmáticos e já estão se voltando a investimentos “Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma Pinato ao blog.
Pinato contou ao blog que, das outras vezes, quando Bolsonaro disse que não compraria a vacina chinesa, ou quando o deputado Eduardo Bolsonaro atacou a China nas redes sociais, Pinato fez a ponte com os chineses. No papel de presidente da Frente Parlamentar, instituição valorizada pelas autoridades chinesas, ele tentou explicar que era um fato isolado e não uma posição de governo. “Agora, não tenho mais cara para fazer esse papel. Bolsonaro já trocou dois, três ministros para melhorar essa relação e, agora, vai lá, ele mesmo, e faz insinuações de guerra química. Vai ser difícil renovar contratos no futuro, caso Bolsonaro não mude o discurso”, diz Pinato.
O deputado não vê mudança de comportamento do presidente no horizonte. Nesse sentido, ele vislumbra que não haverá solução.”Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma.
Pinato não é apenas um deputado do interior de São Paulo. É um dos principais aliados do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). São amigos e parceiros, inclusive na convivência social em Brasília. Pinato foi ainda um dos coordenadores da campanha e hoje é citado nos bastidores como aquele que dá os recados incômodos do Centrão, uma vez que, as falas anteriores dos filhos de Bolsonaro contra a Chin terminaram por afastar o deputado da convivência com o presidente. Outros aliados do presidente recomendam que é bom não desprezar tudo o que Pinato diz.
Discurso de Bolsonaro visa colocar seus apoiadores nas ruas contra a CPI
A “pólvora” de Bolsonaro
A fala de Bolsonaro na solenidade da Semana das Comunicações, em que insinuou “guerra química” detonada pela China, embora não tenha citado o país diretamente, e ameaçou um decreto para derrubar as medidas restritivas tomadas para tentar evitar a proliferação do vírus, foi vista como uma forma de tentar intimidar a CPI da Covid. Porém, aliados do presidente garantem que a mensagem é uma resposta aos manifestantes que foram às ruas em defesa do governo e que pediam a abertura total das atividades no país. Mas, há dúvidas se o discurso ajuda a tirar um pouco o foco da comissão parlamentar de inquérito, onde o governo perdeu de lavada até o momento.
A ideia de Bolsonaro, de se manter fiel ao seu público mais radical e àqueles que pedem a abertura geral de todas as atividades, sem restrições, é no sentido de poder contar com o apoio de uma parcela da população, se o resultado da CPI for um parecer totalmente desfavorável e que o acuse de omissão na pandemia. Na comissão, a estratégia do governo ali ainda não conseguiu quebrar o G-7, grupo de oposição e independentes, e, pelo andar da carruagem, não conseguirá.
Cavalo de pau na diplomacia
Com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à quebra de patentes de vacinas contra a covid-19, diplomatas brasileiros radicados no exterior apostam que a posição do Brasil será seguir por esse mesmo caminho. Até aqui, o Itamaraty tinha se manifestado contra a medida.
“Fios desencapados”
Assim, aliados de Jair Bolsonaro se referem ao ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e ao ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. Nenhum dos dois leva desaforo para casa ou engole sapo calado. Há quem diga que eles, agora, precisarão de treinamento regado a suco de maracujá e chá de camomila, antes da audiência, na próxima terça-feira.
Queiroga apresentará a correção de rumos
Em seu depoimento, hoje (6/5), aos senadores da CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá a missão de abastecer a base governista com tudo o que o ministério ajustou desde que ele assumiu o cargo. A estratégia é passar a ideia de que qualquer deslize ficou para trás.
Vacinas & protocolos
Falará do protocolo em curso para o tratamento dos pacientes, sem hidroxicloroquina, da compra de vacinas e da perspectiva de ter os brasileiros imunizados até o final do ano. É uma estratégia do tipo “vamos pensar no futuro e deixar o passado para lá”.
Não fez nem “cosquinha”
A reação dos secretários de Fazenda estaduais e municipais contra a extinção da comissão mista que analisou a reforma tributária não fará o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), mudar de posição. Ele está convencido de que é preciso começar a analisar a proposta fatiada na Casa para garantir votação este ano.
Lula na área/ É hoje a conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com José Sarney, o oráculo da política brasileira a que todos recorrem, inclusive Bolsonaro. Para completar, o petista pretende, ainda, um tête-à-tête com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), aquele que o DEM preserva a quatro chaves para ver se consegue transformá-lo em candidato a presidente da República, em 2022.
Olho nele/ Pacheco é considerado equilibrado, preparado, agregador. De quebra, pode sair bem de Minas Gerais, onde nada impede que arrume uma boa coligação para apoiá-lo. O nome do senador, aliás, começa a aparecer discretamente em pesquisas.
Ele vai insistir/ O governador de São Paulo, João Doria, já fez chegar à executiva do PSDB que defenderá a manutenção das prévias do partido para presidente da República, em 17 de outubro. “Quem quer adiar prévias não quer prévias”, afirmou.
Alvo & querido/ Os bolsonaristas colocaram o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) no radar dos ataques nas redes sociais e, por WhatsApp, distribuem vídeos do senador ao lado de Lula. Já o líder do DEM, senador Marcos Rogério (DEM-RO), é visto como o melhor da tropa de choque do governo.
E o Teich, hein?/ Cada grupo saiu com uma narrativa do depoimento do ex-ministro Nelson Teich. Os oposicionistas consideram que ele deixou claras as dificuldades de Bolsonaro em seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Já os governistas consideram que ouviram dele o principal: Bolsonaro nunca disse diretamente ao ministro que ele tinha que incluir a hidroxicloroquina no protocolo do Ministério. E segue o baile.
Enquanto a CPI da Pandemia vai aos poucos refrescando a memória dos brasileiros sobre o processo da tragédia de 411 mil mortes por complicações decorrentes da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula vão montando o tabuleiro para 2022. Bolsonaro, conforme adiantou a coluna, já tem fechados quatro partidos — PP, PL, PTB, Republicanos e o pequeno a que se filiará. Lula, por sua vez, tem o PT, o PCdoB e deve ter ainda o PSB e o PSol.
Quem está no papel de terceira via é o PSD. Ao fechar a filiação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente do partido, Gilberto Kassab, se coloca como gente grande neste jogo, uma vez que já tem em suas fileiras o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, reeleito com louvor no primeiro turno. Kassab, que estará com Lula esta semana, já avisou que pretende lançar candidato próprio.
CPI 2, governo 0
O governo acredita que o depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich vai se somar ao de Luiz Henrique Mandetta, num estado de puro desgaste para o Planalto. Caberá a Marcelo Queiroga a tarefa de tentar empatar o jogo.
Ponto fraco
No caso de Eduardo Pazuello, a avaliação geral é a de que, quanto mais tempo o general pedir para se explicar, pior vai ficar, por causa dos documentos que podem chegar à Comissão. É preciso esclarecer, por exemplo, as negociações de vacinas que Teich tentou fazer e Pazuello não conseguiu dar continuidade.
Os primeiros reflexos da CPI
Bem ou mal, a CPI da Pandemia já produziu efeitos positivos. Na Câmara, a reforma tributária é colocada no palco principal das discussões, ainda que não se saiba aonde vai chegar. E o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, corre no sentido de vacinar toda a população até ao final do ano.
Vem por aí
A ideia do governo é transformar a vacinação num atenuante ao desgaste que virá com a CPI. No Planalto, ministros estão convencidos de que, com a população vacinada, os brasileiros vão esquecer as primeiras falas de Bolsonaro contra a vacina chinesa e, também, o pronunciamento da “gripezinha”. A oposição, por sua vez, aposta que a CPI ajudará a refrescar a memória do brasileiro sobre o pano de fundo das 411 mil mortes até aqui.
Guedes e Wajngarten no alvo/ As discussões de hoje, depois do depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, vão girar sobre a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten.
Tchau, Aguinaldo/ O presidente da Câmara, Arthur Lira, promete levar a reforma tributária ao plenário, mas falta combinar com os líderes. O texto do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ainda não é consenso entre os líderes e se não for, não há como encaminhar direto. Há quem aposte que, se Arthur insistir, será mais um tema para o STF.
Enquanto isso, no Salão Verde…/ Um vídeo em que aparece a deputada Alê Silva (PSL-MG), no Tik ToK, dançando “Carpinteiro”, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, com dois assessores, viralizou nos grupos WhatsApp das excelências.
Doutor Ulysses de testemunha/ A gravação, na entrada do plenário, mostra ao fundo, a estátua do presidente da Câmara, Ulysses Guimarães. A cena inusitada foi criticada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) nas redes sociais: “A deputada bolsonarista Alê Silva não tem mesmo o que fazer na Câmara?! O Brasil com mais de 400 mil mortes por covid e essa criatura usa as dependências da Câmara para fazer dancinha?”
O governo considera esta terça-feira (4/5) praticamente perdida na CPI da Covid, mas, ainda assim, não vai entregar os pontos. A ideia é lembrar que o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta recomendava que as pessoas não procurassem atendimento logo nos primeiros sintomas e, além disso, tem pretensões políticas. O depoimento que mais preocupa, conforme antecipou a coluna no sábado, é o de Nelson Teich, o ministro que tentou colocar o Brasil na linha de frente dos testes das vacinas e saiu porque não quis incluir a hidroxicloroquina no protocolo de atendimento do Ministério da Saúde. A guerra de narrativas será voltada para Mandetta. Pelo menos parte dos governistas está disposta a tentar emparedar o ministro que, por sua vez, falará das dificuldades do governo em lidar com a pandemia.
Dia de estreia, olho neles
Os governistas do G-4 da CPI vão prestar atenção redobrada nesses depoimentos para ver quais senadores titulares são passíveis de aprovar um relatório paralelo, capaz de poupar o presidente Jair Bolsonaro. Até aqui, o G-7 não abriu uma brecha que assegure maioria para o governo.
Lula na área…
Um dos objetivos desta viagem do ex-presidente a Brasília é buscar apoio internacional para o Brasil no combate ao novo coronavírus. De quebra, mostrar para seus antigos apoiadores, que o abandonaram depois do petrolão, que ele não perdeu o respaldo lá fora.
… e na política
Já os gestos ao MDB vêm no sentido de marcar território e ajudar a aparar as arestas que ainda ficaram depois do impeachment de Dilma Rousseff. De integrantes da família Sarney, Lula ouvirá de pelo menos um deles que, em 2022, votará em quem for capaz de derrotar Bolsonaro.
O limite de quem manda
O presidente da Câmara, Arthur Lira, não gostou nada de ver o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deixar o relatório da reforma tributária para hoje (4/5), para apresentação na comissão mista, com participação de deputados e de senadores. A medida, que não tem amparo regimental, soou a alguns como algo do tipo, “Arthur é presidente, mas não manda em mim”.
Mudança de hábito/ Na entrevista ontem (3/5), no Planalto, o presidente Jair Bolsonaro não só colocou a máscara depois de sua fala, como ficou um pouco atrás, na hora das explicações técnicas da avaliação do Orçamento por parte do ministro Paulo Guedes e do secretário Carlos Costa. A maioria dos servidores do Planalto também usava o acessório.
A hora é de discrição/ Lula pretende evitar entrevistas em Brasília. A alegação é a de que, em tempos de pandemia, fica difícil. Quanto ao almoço com Sarney, ambos já estão vacinados.
Nem tanto/ A Câmara dos Deputados abriu a exposição sobre as maravilhas da tecnologia 5G em várias atividades, especialmente, na agricultura e pecuária. Alguns funcionários ficaram assustados. Afinal, será aglomeração na certa, e ainda não chegamos ao nível de transmissão da Nova Zelândia, onde até os shows já estão liberados.
Bateu, levou/ O ministro Ricardo Salles adota um estilo daqueles que não levam desaforos para casa. Depois de ouvir calado vários discursos de deputados na comissão de Meio Ambiente, respondeu às perguntas intercalando com ataques aos congressistas e ainda chamou o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) de “ambientalista de palanque”. O risco é ficar apenas com os bolsonaristas em sua defesa, na hora de aprovar os projetos governamentais nesta área.
Desde que ficou líquido e certo que o governo não teria maioria na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid-19, aliados do presidente Jair Bolsonaro acionaram “o mecanismo”. Consiste em procurar em todas as redes sociais vídeos e declarações que ajudem a diluir os problemas que o governo terá no colegiado. Entre o que já foi encontrado consta uma entrevista do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), dizendo que a polêmica sobre a hidroxicloroquina era desnecessária e que o medicamento poderia, sim, ser receitado pelos médicos. A imagem já foi, inclusive, enviada aos integrantes da CPI.
A aposta dos governistas é de que essa CPI será diferente das outras, porque a estrutura da informação — e, por tabela, a da desinformação — mudou. Sendo assim, a perspectiva de a comissão se transformar numa guerra de versões e narrativas já está no
radar do governo.
CPI internacionalizada
A situação global será parte integrante da estratégia do governo federal na comissão parlamentar de inquérito (CPI) para mostrar que a falta de vacinas ou atraso não é privilégio do Brasil. Uma prova disso é o processo que a União Europeia prepara contra a AstraZeneca, por causa do não cumprimento do contrato de fornecimento de 300 milhões de doses no primeiro semestre deste ano.
O que vem lá
Também entrará no rol do governo reações a algumas vacinas que apresentaram problemas em outros países. A avaliação do governo é de que, puxando percalços vividos em outras nações, será possível mostrar que a falta de vacinas não é culpa do presidente Jair Bolsonaro e, sim, um problema global.
Casamentos de conveniência
A CPI já tem como subproduto uma mexida nos blocos do Senado, que hoje são cinco. O Republicanos, do senador Flávio Bolsonaro, deixa o grupo com o MDB, mas não pretende ficar sozinho. O difícil será encontrar um bloco que acolha os dois senadores do partido.
O governo
A influência que Flávio Bolsonaro cobrou do MDB, por exemplo, uma consulta ao Republicanos sobre quem indicar para a CPI, não será levada em conta em nenhum dos blocos. Com dois senadores, o Republicanos será minoria em todos os grupos.
O final da fila
Se decidir formar um bloco com o PP de Ciro Nogueira, que tem sete senadores e também avalia abandonar o MDB, o novo grupo ficará menor que o PSD, partido de Gilberto Kassab, que tem 11 senadores e não participa de nenhum agrupamento na Casa.
Muda para aliviar / Há quem diga que não foi uma coincidência a conversa do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, na segunda-feira, e o anúncio de mudanças na equipe que cuidou do Orçamento — o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, e de Orçamento, Georges Soares. É para dar uma refrigerada. Há pressões pela substituição de Martha Seillier do comando do Programa de Parceria Privada de Investimentos (PPI), mas ela nega que esteja de saída.
Sai daí rapidinho!/ A participação de Flávio Bolsonaro na CPI foi considerada um desastre até por aliados do governo. Já tem senador disposto a pedir que ele fique calado e evite enfrentamento no colegiado. Afinal, a cobrança de isolamento social por quem defende a volta à normalidade com pandemia e tudo não cola.
Quem põe o guizo?/ Faltava definir, porém, quem ia dizer a Flávio Bolsonaro para ficar quieto, ou, pelo menos, não provocar e evitar declarações que passem uma certa arrogância. Os comentários em relação à combatividade das mulheres — “já foram mais respeitadas e indignadas” — e à ingratidão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, foram os piores momentos.
Explorar o passado/ O governo ainda planeja constranger a parceria entre o relator, Renan Calheiros; o presidente, Omar Aziz; e o vice, Randolfe Rodrigues. Há quem diga que o que os atuais governistas fizeram até hoje a Renan não foi 10% do que Randolfe “aprontou” com o alagoano no passado. Virão ainda tentativas de constranger o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, na terça-feira.
Por falar em parceria…/ Antes que venham dizer que ele é “negacionista” ou adversário da China, o ministro da Economia, Paulo Guedes, organizou uma coletiva para repor os pingos nos is e defender a parceria com a China. Ele explicou a “infeliz” frase de um “vírus da China” e pediu, inclusive, desculpas ao embaixador da China. Melhor assim. De confusão, já basta a tragédia da pandemia, a CPI, as dificuldades orçamentárias e por aí vai.










