Blog da Denise, publicado em 29 de agosto de 2024, por Denise Rothenburg
Mal o governo anunciava o nome de Gabriel Galípolo para a presidência da Banco Central, e o Centrão já imaginava o que fazer com a sua sabatina, ainda sem data para ocorrer. A contar pelas informações de bastidor, não será uma conversa de comadres. Ele terá de convencer o Centrão de que não comprometerá a sua carreira para atender o governo. Ontem, muitos citavam o receio de que ele repita Alexandre Tombini, o jovem indicado pelo governo Dilma Rousseff lá atrás, quando o BC não tinha independência. Agora, a cobrança de não dizer amém ao Executivo será bem maior.
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Veja bem/ Obviamente, a esta altura do campeonato, não existe uma “vontade” de rejeitar o nome de Galípolo, um técnico que, até aqui, não deu sinais de que será dependente das ordens do governo. Porém, num cenário de descontentamento por causa das emendas, tem muita gente interessada em dar um susto no Planalto.
De “carona”, não sai do lugar
A tentativa do governo de aproveitar a transparência das emendas para tentar obrigar os congressistas a aplicarem parte dos recursos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) travou o acordo pelas emendas. A ideia nas reuniões dos deputados é cuidar apenas do projeto relacionado à transparência.
Os replicantes
O crescimento de Pablo Marçal nas pesquisas de intenção de voto, a ponto de embolar a disputa em empate técnico triplo, mostrou aos aliados do bolsonarismo que o ex-presidente Jair Bolsonaro é “replicável” e não detém o controle dos seus eleitores. O receio dos bolsonaristas é que isso se repita lá em 2026, quando governos estaduais e a Presidência da República estarão em jogo.
E os originais
O conselho daqueles que entraram na política graças a Bolsonaro é que ele mergulhe de cabeça na campanha de Ricardo Nunes, para recuperar o seu eleitorado. O receio é de que Marçal, num segundo turno, se torne o nome da vez, tirando o ex-presidente de cena.
Preocupação geral
No PT, o fato de Marçal praticamente replicar o que Bolsonaro fez no início da campanha de 2018 também preocupa. É que qualquer nome que venha das redes sociais e tenha carisma suficiente para embalar o eleitor consegue chegar, sem necessariamente estar ligado, seja a Bolsonaro, seja a Lula, hoje os maiores líderes de seus campos políticos. São os replicantes chegando. E, acreditam muitos, para ficar.
À esquerda/ Se Pablo Marçal surpreende na direita como um novo player a ser observado, quem desponta no rumo oposto é o prefeito do Recife, João Campos (foto), do PSB. Chega para ocupar em breve um lugar no seleto grupo daqueles com chances reais de voos mais altos. Sua gestão daqui para a frente será acompanhada com lupa por todos os partidos e especialistas em marketing político.
Queimaram a largada/ A maioria dos deputados que veio a Brasília saiu da cidade logo na quarta-feira, sem qualquer notícia de sessão do Congresso, convocada no final da tarde. Nem toda a bancada gaúcha estará no plenário para votar o projeto que vai auxiliar na liberação de recursos para pessoas físicas e jurídicas no estado, a pauta única desta manhã, até o fechamento desta coluna.
Por falar em “largada”…/ Governadores pré-candidatos ao Planalto têm feito reuniões sistemáticas para estudar os cenários políticos e econômicos. Até aqui, consideram que as queimadas na Amazônia, que continuam a ponto de defumar o Brasil, é um tema, assim como as atitudes em relação à Venezuela.