A região em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera as pesquisas é vista pelo PT como prioritária para tentar consolidar os votos que faltam para garantir uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, conforme avaliam seus aliados. Os lulistas acreditam que se o ex-presidente melhorar a performance na região, a conta de chegada fecha e o partido pode conquistar a marca inédita em sua história. O trabalho, agora, será conquistar tudo o que for possível em termos de apoios e reforçar, no Sul, o discurso de ameaça à democracia. Lula irá ao Rio Grande do Sul com Geraldo Alckmin e, além desse tema, tentará organizar o palanque estadual e evitar que o PSB siga para Ciro Gomes (PDT).
Vale lembrar que, além do PT, quem vê o Sul com esperança de crescimento nas pesquisas é Simone Tebet, do MDB. Ela trabalha para levar o diretório gaúcho a apoiar a candidatura de Eduardo Leite a governador. Leite ainda não anunciou oficialmente que será candidato a mais quatro anos no Piratini. Simone aguarda apenas esse anúncio para tentar garantir a união de tucanos e emedebistas no estado.
Vai com calma
A pressa de alguns aliados de Lula em busca de declarações de apoio ao ex-presidente ainda no primeiro turno, por parte de adversários nos estados, é vista como um movimento que pode terminar prejudicando o próprio PT. Em São Paulo, por exemplo, os petistas não querem saber de conversa com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição. Apoio não se nega, mas os mais afoitos têm que entender que o lugar de Lula é ao lado de Fernando Haddad, avisam alguns.
Qualidade do gasto
Com dois presidentes na disputa ao Palácio do Planalto, a forma como os governos gastam o suado dinheiro dos impostos vai entrar na campanha deste ano. Os bolsonaristas vão lembrar dos financiamentos milionários ao porto de Mariel, em Cuba, e obras na África, além de aportes em projetos que não deram certo. Os petistas vão citar os gastos com as emendas de relator, que beneficiam os aliados do Planalto.
Memória
Os bolsonaristas, aliás, estão coletando todos os investimentos feitos nos governos petistas que terminaram dando em nada. Neste fim de semana, por exemplo, ao ler a entrevista do economista Marcos Mendes à Folha de S.Paulo, aliados do presidente já pediram a técnicos os gastos com estaleiros e sondas, inclusive caso da Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para exploração do pré-sal, que terminou servindo ao propinoduto desvendado pela Lava-Jato.
Água fria
A fala do secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, contra o projeto que limita a cobrança de ICMS sobre energia e combustíveis, terá reflexo no voto dos senadores. Salto dirigiu o Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado, e é respeitado por todos os partidos na Casa.
Mudança de hábito/ Bolsonaro fez a motociata em Goiás de capacete. A atitude veio depois que Genivaldo Santos foi parado pela Polícia Rodoviária Federal por estar sem o equipamento de segurança obrigatório e terminou morrendo depois de ser colocado dentro de uma viatura transformada em câmara de gás.
Neto na área/ Depois de saber que os adversários colocaram olheiros para acompanhar as andanças pela Bahia, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, decidiu fazer pirraça. Pede a todos os presentes que levantem as mãos e faz uma selfie num ambiente lotado. A presença dos olheiros, porém, é para tentar caracterizar as imagens como pedido de voto para ingressarem com ações na Justiça Eleitoral por campanha antecipada.
Sabatina do Correio/ O Correio Braziliense tem encontro marcado com os pré-candidatos à Presidência da República na terça-feira. Vamos ouvir as propostas que a maioria deles defenderá na campanha.
Últimas semanas/ Com as festas juninas logo ali Nordeste afora, e a campanha eleitoral aquecida, essas duas semanas antes do dia de Santo Antonio, em 13 de junho, são consideradas cruciais para debate presencial de temas importantes no Parlamento.