Mulheres e dinheiro

Publicado em coluna Brasília-DF

Presidentes do MDB Mulher em diversos estados ameaçam recorrer direto ao Supremo Tribunal Federal para garantir a distribuição mais equânime dos recurso de campanha. Em Minas Gerais, por exemplo, a campanha mal começou e o dinheiro destinado a elas está acabando.
As mulheres do MDB calculavam que teriam à disposição, pelo menos, R$ 70 milhões em recursos do fundo partidário e que, tirando o valor destinado à campanha de seis deputadas federais
(R$ 12 milhões), restaria uma parcela expressiva para distribuição entre os estados, proporcional ao número de eleitores em cada um deles. Porém, não foi isso que ocorreu. As emedebistas de Minas Gerais prometem desembarcar em Brasília nesta quinta-feira para cobrar os recursos.

Em tempo: é bom os partidos se prepararem. É voz corrente no Judiciário que, se as mulheres forçarem a porta do cofre, os partidos que não definiram regras de distribuição não terão saída senão entregar os 30% dos recursos. E mais: se conseguirem uma liminar que determine cofre fechado até a decisão final da Justiça, adeus campanha para muitos candidatos.

Vai sobrar para ele
O marqueteiro Lula Guimarães é quem mais sentirá a pressão de estagnação do candidato Geraldo Alckmin nas pesquisas divulgadas nesta semana. Por ora, não há recomendação de troca, mas há, dentro do PSDB, quem deseje colocar alguém para acompanhar Lula de perto.

Haddad sob pressão
A baixa transferência de votos do ex-presidente Lula para Fernando Haddad faz crescerem dentro do PT as pressões da ala Construindo um Novo Brasil (CNB) para que o ex-prefeito de São Paulo seja “mais militante”, com maior diálogo com movimentos sociais. Um outro grupo, entretanto, considera que, se Haddad for por esse caminho, vai terminar disputando votos apenas com Guilherme Boulos (PSol).

Adeus, união
Depois dos ataques de João Doria a Márcio França nesta semana, em que o candidato do PSDB acusou o governador de fazer campanha dentro do Palácio dos Bandeirantes, acabou qualquer possibilidade de união num segundo turno, caso um dos dois esteja fora da final.

Muito esquisito/ A história de Jair Bolsonaro não divulgar a agenda de campanha foi considerada estranha até por seus apoiadores. Sabe como é: se o sujeito não quer ser acompanhado de perto no período eleitoral, vai ser difícil exercer a Presidência da República, na qual a vigilância é quase que 24h.

Já estava na conta/ O desfile de Ciro Nogueira com o PT no Piauí e o de José Rocha, do PR, com os petistas na Bahia já estavam previstos pela coordenação da campanha de Geraldo Alckmin. O importante é segurar o resto.

O último a sair/ Deputados consideraram normal a saída de Marcio Lacerda (foto) da disputa ao governo estadual. Desde que o caso foi para a Justiça, ele estava como um “cavalheiro solitário”, sem apoios e sem aliados. A aposta geral é a de que, por lá, como, aliás, a coluna já havia antecipado, a eleição será decidida no primeiro turno, entre Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT).

Otavio Frias Filho/ A coluna se solidariza com familiares e profissionais da Folha de S.Paulo. Foi lá, sob o comando de Otavio Frias Filho, em São Paulo, e da dupla Gilberto Dimenstein e Josias de Souza, em Brasília, que comecei na profissão. Em 1986, era uma escola para ninguém botar defeito.