Maluf, o bode

Publicado em coluna Brasília-DF

A decisão unânime da Mesa Diretora da Câmara de cassar o mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi vista com alívio pela maioria dos parlamentares. Já tem gente dizendo nas bases que a Casa não compactua com malfeitos, tanto é que, em pleno período eleitoral, degolou Maluf. Só tem um probleminha: os outros casos que não foram analisados no Conselho de Ética, como o do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira Lima, vão ficar “dormindo” nos escaninhos durante esta temporada de campanha.
A ordem agora é a seguinte: quem se reeleger ganhará um “refresco” para que só precise responder no próximo mandato. Quem não se reeleger, poderá terminar o mandato sem ser incomodado, uma vez que o fim desta legislatura está logo ali.

É o que tem para hoje
Aos deputados e senadores preocupados com o desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas, um tarimbado político tem feito o seguinte apelo: “Em vez de reclamarem, peçam votos para o candidato e trabalhem por ele até o último dia. Ou é ele ou teremos Bolsonaro e o PT. É isso que vocês querem?”

Por falar em Bolsonaro…
Ao dizer que “qualquer um” derrota o candidato do PSL num segundo turno, Alckmin quer se colocar como o mais promissor para evitar que o PT retome a Presidência da República. Quem o acompanha diz que ele se convenceu de que o passe para o segundo turno é tirar votos do capitão da reserva do Exército, líder no cenário sem Lula, inclusive em São Paulo.

Desafios de Geraldo I
Em reuniões fechadas, os alckministas concluíram que o presidenciável precisa urgentemente colar a sua campanha à do ex-prefeito João Doria. É que, no estado de São Paulo, as pesquisas apontam um grande contingente dos eleitores de Doria votando em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. Lá, no estado que Alckmin governou, ele aparece em segundo lugar no cenário sem Lula, enquanto Doria lidera a disputa para o governo estadual.

Desafios de Geraldo II
Também é hora de dar uma atenção especial à Região Sul, onde Alvaro Dias é o segundo colocado e só perde para Bolsonaro. Aliás, no cenário sem Lula, o candidato do PSL só perde no Nordeste, onde está empatado com Ciro Gomes, ambos atrás de Marina Silva, da Rede.

Desafios de Haddad
O fato de ter dois ex-ministros de Lula — Ciro Gomes e Marina Silva — como adversários no seu campo deixou Fernando Haddad sem ter como criticá-los, a fim de atrair votos. Por isso, a ordem no partido é massificar o número 13 e esquecer do perfil do candidato.

Campanha indoor/ A falta de recursos praticamente tirou a campanha das ruas. Não há mais comícios nas praças. No máximo, uma caminhadinha ali, uma carreata acolá. A maioria está apostando nas reuniões fechadas, com setores produtivos. Há quem se refira à campanha como o “circuito do PIB”. Semana que vem, por exemplo, tem encontro na Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

A vitória de Temer/ A decisão da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que condenou o empresário Joesley Batista a pagar uma indenização de R$ 300 mil ao presidente Michel Temer (foto) por danos morais, virou mais um motivo para que os emedebistas peçam a Henrique Meirelles que defenda a imagem de Temer.

A cobrança do MDB/ Internamente, há quem diga no MDB que o partido aceitou a candidatura de Meirelles para que ele se apresentasse, mas também defendesse o presidente Michel Temer, o governo e o partido. Até aqui, o candidato do MDB só se apresentou. E não sai do 1%.

Renovação zero/ A contar pelas pesquisas de intenção de voto para o Senado em vários estados, o brasileiro pode se preparar para encarar velhos conhecidos. No Pará, por exemplo, lideram Jader Barbalho (MDB), 29%, e Mário Couto (PP), 20%.