Planetas distantes

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Planetas distantes

O PSDB, que há uma semana jogava uma boa parte de suas fichas em novas eleições, considera que está cada vez mais distante a hipótese de afastamento da presidente Dilma Rousseff via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que, se houver a saída, será por crime de responsabilidade, algo que também não ocorrerá tão cedo, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a análise das contas do governo para daqui a 15 dias, ou seja, ficou para setembro.

Com essas duas perspectivas bem longe do alcance das mãos do PSDB, restou à parcela tucana que aposta na saída da presidente recorrer às ruas neste domingo. Para completar, nem todos os tucanos partilham da tese de partidarizar o movimento do dia 16.  Resumo dessa ópera: Dilma respira, embora não tenha chegado ao ponto de dispensar os aparelhos.

Padilha, o imponderável

Não, não é o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e sim o empresário Hamylton Padilha, que tem deixado os políticos preocupados. Há quem diga que ele tem a senha para que a Operação Lava-Jato entre de vez no parlamento. No organograma do petroduto, Hamylton era visto como o superior de Fernando Baiano.

Tem para todos

Padilha, conforme avisam seus antigos interlocutores, levará consigo aliados do governo que hoje não são mais tão da base assim. Já o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apostam outros, tem tudo para atingir ainda mais o PT. Resta saber o que a Polícia Federal e o Ministério Público vão desovar primeiro.

Cunha e Renan

Pegou mal o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deixar a reunião com Michel Temer e já criticar o “Plano Renan”. A leitura foi a de que ele pode até baixar o tom no comando da Câmara, mas a postura pessoal de oposição permanecerá. Aliás, ele foi convidado para o almoço justamente para tentar tirar o PMDB da Câmara do isolamento e não dar ao governo a chance de medir quem lhe é realmente fiel na bancada. Apenas o futuro separará essas estações.

Novo alvo

Os auditores da Receita Federal abriram guerra contra o secretário Jorge Rachid. Tudo porque, na avaliação deles, Rachid não se empenhou pela inclusão dos auditores na Proposta de Emenda Constitucional nº 443, que equipara os vencimentos da AGU aos do Judiciário. Agora, além da campanha de valorização da carreira, os auditores agora pressionarão pela demissão de Rachid.

CURTIDAS   

Comida não falta/ Em meio à crise política, não faltam jantares promovidos por deputados e senadores para discutir cenários. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (foto), por exemplo, tinha 16 previstos em sua agenda. Só para ontem.

A hora dos verdes/ Na onda da Frente Parlamentarista lançada ontem na Câmara, o Partido Verde levará ao ar hoje, em seu programa de 10 minutos, a defesa do parlamentarismo como solução para a crise. A produção do vídeo é do marqueteiro Luiz Natal.

Eles não perdem o humor…/ O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) comentava com jornalistas que o movimento de domingo não deve ser tão grande quanto as manifestações de 2013 e, de repente, chega o deputado Hauly, do PSDB do Paraná e presidente da Frente Parlamentarista. Devanir brinca: “Lá estará cheio de coxinhas!”

…Mas não escondem arrependimentos/ Hauly retruca: “A culpa é de vocês, que fizeram essa bagunça aí”. Devanir, então, que é extremamente ligado a Lula, completa: “Nós tentamos evitar! Queríamos o terceiro mandato do Lula, mas ninguém topou”. Epa! Pelo visto, tem gente no PT que não anda lá muito satisfeito com Dilma. Faz parte.