Categoria: Política
Nos dias que antecederam o impeachment, a presidente Dilma Rousseff procurava trabalhar como se nada estivesse acontecendo, dando um ar de normalidade. É exatamente o que Michel Temer faz nesse momento, enquanto os aliados buscam saídas paaa crise e a Polícia Federal faz busca e apreensão na casa e nos gabinetes de Aécio Neves e de Zezé Perrela. É a Operação Patmos, a ilha grega onde São João teve a visão do apocalipse.
Edson Fachin pediu o afastamento de Aécio do mandato. A situação do mundo político tucano é delicada. Os senadores do PSDB têm reunião daqui a pouco para discutir o afastamento de Aécio da presidência do partido. O dia será longo.
Em 17 de março, quando a PF deflagrou a Operação Carne Fraca, com foco na JBS, o empresário Joesley Batista já havia gravado Michel Temer. O empresário considerou que a lupa sobre a sua empresa nào foi mera coincidência. Queriam sim tirá-
Dia desses, um interlocutor perguntava à presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, como ela estava lidando com as coisas. A resposta: “E eu nem posso lhe dizer que coisas”.
Agora, as “coisas” começam a surgir. Carmem Lucia é apontada como quem autorizou todas as investigações que hoje põem o governo em xeque. Ontem à noite, ninguém dava um vintém pelo governo de Michel Temer. O problema é saber quanto tempo o governo conseguirá fazer soar as trombetas da resistência.
O presidente Michel Temer é um homem que viverá os próximos dias envolto em aflições sem soluções fáceis. Na Câmara, a oposição prepara uma avalanche de pedidos de impeachment. No Ministério Público, um pedido de investigação por atos praticados no mandato. Se, por acaso, o presidente renunciasse hoje para escapar de tudo __ algo que ele não dá sinais de que fará __ iria para a jurisdição de Sérgio Moro Isso se o Supremo Tribunal Federal não considerar que ele e o deputado Rodrigo Rocha Loures devam ficar na mesma instância, ou seja, no STF.
Para quem não acompanhou o noticiário, Rocha Loures é acusado pelos donos da JBS de receber R$ 500 mil em uma mala. É um dos mais fiéis aliados de Michel Temer. Passou o início do governo Temer em um cargo de assessor especial no Planalto. Com a ida de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça, abriu-se a vaga para Rocha Loures assumir o mandato. O fato de Rocha Loures, suplente, ter assumido lhe garante agora o foro privilegiado para responder criminalmente no STF.
Tudo isso foi conversado nesta madrugada entre aliados do presidente Temer. Já há quem especule inclusive sobre a eleição de um presidente para cumprimento de um mandato tampão até dezembro de 2018.
O PT fez uma reunião há pouco e concluiu que o melhor para o momento é acelerar a Proposta de emenda constitucional que fala em eleição direta em caso de afastamento do presidente da República. Falta combinar com a base aliada de Michel Temer, um grupo que ainda não disse nem que sim nem que não. Vejamos os capítulos desta manhã daqui há pouco.
O deputado Silvio Costa (PTB_PE) acaba de pedir a renúncia do presidente Michel Temer. Na avaliação dele, o presidente “não tem mais condições de permanecer no cargo depois da divulgação das afirmações dos controladores da JBS, Joesley e Wesley Batista”. “Impeachment serão quatro meses. Ele precisa renunciar e convocar novas eleições”,defendeu o deputado.
O Jornal O Globo divulgou no início da noite em seu site que o presidente Michel Temer se reuniu com Joesley em março deste ano no Jaburu. O que Temer não sabia era que Joesley portava um gravador. Temer teria estimulado o empresário a continuar comprando o silêncio de Eduardo Cunha. “Tem que manter isso, viu?”
As afirmações não pararam por aí. O deputado Rodrigo Rocha Loures teria recebido uma mala de dinheiro. Aécio Neves teria pedido R$ 2 milhões. As afirmações e gravações feitas pelos do donos do frigoríficos fazem parte da tentativa de acordo de delação premiada por parte dos empresários. Eles são acusados de pagamento de propina a políticos e agora junta-se a essa denúncia o pagamento de mesada a Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato, para que eles permanecessem calados.
Na Câmara e no Senado as sessões terminaram mais cedo. A noite será longa.
Os petistas estão convictos de que o juiz Sérgio Moro vai condenar Lula. Consideram que o magistrado deu essa dica durante exposição em Londres, onde mencionou a hipótese de condenação de um político de envergadura, que muitos podem considerar injusta, porém, cabe a um juiz julgar de acordo com as leis e as provas. Partindo dessa premissa, o partido não descarta inclusive a hipótese de o ex-presidente concorrer com uma liminar em mãos, caso seja condenado também em segunda instância. Muitos prefeitos fizeram isso em 2016. E Lula pode perfeitamente repetir em 2018.
Porém, enquanto o partido tiver energia, a ordem será manter o discurso de que Lula é inocente e perseguido. Falta combinar com o eleitorado, onde o petista, apesar de líder nas pesquisas, está mais perto do piso que sempre
Renan, o exemplo I
O líder do PMDB, Renan Calheiros, pode até ter refluído em sua cruzada contra as propostas das reformas trabalhista e previdenciária. Mas os aliados, não. O senador Omar Aziz (PSD-AM) é direto: “No PSD não tem posição fechada em relação às reformas. Se até o líder do PMDB gravou um vídeo criticando, quem sou eu para conseguir unidade na minha bancada?”
Renan, o exemplo II
Ainda que muitos digam que Renan refluiu em sua campanha contra as reformas e coisa e tal, o movimento que ele provocou está num crescente. É que, se ele conquistou algo para Alagoas, outros agora querem obter o mesmo batendo o pé contra a reforma.
Marcha providencial
Caiu como uma luva a marcha dos prefeitos justamente no período em que o governo busca votos para aprovar a reforma previdenciária na Câmara. É que, desde segunda-feira, prefeitos dos rincões mais distantes têm feito a festa no Planalto e no Congresso. Ministros e assessores estão todos mobilizados para atender muito bem os deputados que chegam acompanhados de seus cabos eleitorais. É a hora de conquistar algum antes de registrar o “sim” no painel eletrônico de votações.
PSB em litígio
Os governadores do DF, Rodrigo Rollemberg, de Pernambuco, Paulo Câmara, e o vice-governador de São Paulo, Márcio França, têm encontro marcado hoje com o presidente do partido, Carlos Siqueira, o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, e o ex-deputado Beto Albuquerque. Vão discutir a reforma previdenciária. Será o duelo dos com mandato, a favor da reforma, e o dos sem-mandato, contra as propostas do governo Temer. O racha reflete exatamente
A queda de Lobão/ Os peemedebistas não estão numa fase muito boa. Primeiro, foi o ex-presidente José Sarney a sofrer uma queda. Depois, o presidente do Senado, Eunício Oliveira desmaiou. Agora, o senador Edison Lobão levou um tombo em casa e teve que se submeter a uma cirurgia na clavícula esquerda.
Tá explicado/ O plenário da Câmara fervilhava ontem à tarde. O quorum tinha sua razão: são os deputados querendo votar tudo de acordo com aquilo que o governo deseja para que seus prefeitos sejam bem atendidos nos ministérios.
O recado de Geraldo/ A entrevista do prefeito de Santos, Paulo Barbosa, uma espécie de porta-voz de Geraldo Alckmin, foi lida no mundo político como um recado do governador no sentido de que é candidato a presidente da República e não abre mão. Com ou sem Lava-Jato. À Folha de S.Paulo, Barbosa disse com todas as letras que o candidato tem que ser Geraldo.
CB.Poder/ O programa que sela a parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília recebe hoje, ao vivo, às 13h30, os deputados Evandro Gussi
(PV-SP) e Áureo Ribeiro (SD-RJ) para um debate sobre a reforma previdenciária.como está a bancada da Câmara em relação a esse tema, meio a meio.obteve do que do teto que um dia conquistou.
Em seu esforço pró-reformas, o presidente Michel Temer recebe agora os senadores do PSDB. Há quem diga que a reunião abodará o fim do imposto sindical, uma forma de evitar que as centrais, em especial a CUT, sirvam de sustentáculo a movimentos políticos do PT.
Policiais federais estão convictos de que alguém avisou os irmãos Joesley e Wesley Batista sobre a operação Bullish, que investiga os empréstimos do BNDES. Assim, eles puderam se organizar. Wesley, que ficou no Brasil, prestou depoimento. Agora, poderá preparar Joesley, que está em Nova York, sobre o tipo de perguntas que os investigadores farão e, ainda, orientar o depoimento, a fim de evitar contradições entre os dois.
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Em tempo: não foi a primeira vez que um alvo de operações da PF saiu de fininho às vésperas de ser fisgado. Um caso recente foi o de Eike Batista. A partir de agora, as operações ficarão ainda mais restritas para evitar que se levantem suspeitas de vazamentos.
Pressão sobre Palocci
Depois que os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura jogaram novamente o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci no centro do ringue, como “o homem do caixa dois”, não restou saída: ou Palocci colaborava logo com as investigações ou não sobraria muita coisa que levasse os investigadores a aceitar uma colaboração da parte do ex-ministro. Agora, ele falará sobre Lula e sobre os bancos.
Emprego garantido I
Deflagrada a operação Bullish sobre os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), o governo fez refluir todos os movimentos políticos para tentar trocar a presidente do Banco, Maria Sílvia Bastos. Agora é que ninguém mais vai mexer por ali.
Emprego garantido II
Outro que também está com carteirinha de permanência no governo, apesar da pressão de setores do PTB, é o ministro do Trabalho, Ronaldo Pereira. O trabalho dele foi visto como fundamental para aprovação da reforma trabalhista, apesar das críticas partidárias.
Ocupa Congresso
A perspectiva de o presidente Michel Temer apresentar propostas para simplificação da gama de impostos cobrada no país é vista por setores do Parlamento como uma forma de manter os deputados e senadores ocupados com uma agenda governamental forte e, assim, evitar as chamadas pautas-bombas que imperaram nos tempos de
curto-circuito entre o governo
Dilma e o Legislativo.
Disputado/ O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (foto), conversava com os ministros das Cidades, Bruno Araújo, e da Educação, Mendonça Filho, próximo à rampa que leva ao terceiro andar do Palácio do Planalto, quando, de repente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, grita do alto da rampa:
“Vou te dar uma gravata verde!
Prepare-se: O DEM é a sua casa”.
Decidido/ O ministro Fernando Filho apenas sorriu e, depois, comentou com a coluna: “Não existe isso de trocar de partido”, diz ele, hoje filiado ao PSB, onde também está o pai do ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho.
1 X 1/ Advogados que analisaram com uma lupa o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro consideraram que o ponto mais frágil do ex-presidente foi o encontro com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Quanto ao juiz Sérgio Moro, o ponto que “pegou” foi a apresentação de um documento apócrifo ao réu.
Acordo à frente/ Quem acompanha a disputa pela presidência do PT aposta todas as fichas na senadora Gleisi Hoffmann e ainda aposta num entendimento com o senador Lindbergh Farias.
Na semana passada, os procuradores Carlos Fernando e Deltan Dallagnol já tinham pronta a nova denúncia contra José Dirceu. Eles foram até o juiz Sérgio Moro pedir a prisão do ex-ministro da Casa Civil de Lula, pois já desconfiavam que o Supremo Tribunal Federal (STF) soltaria Dirceu. Moro recusou o pedido: “Não posso entrar nessa bola dividida agora. Não, nesse momento”, disse o juiz, segundo relatos dos procuradores a outros colegas.
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Para quem acompanha todos os lances da Lava-Jato está claro: o juiz recuou um passo para tentar avançar dois mais à frente. Aliás, quem tem acesso a ele diz que o lema de Moro é: não basta combater a corrupção. É preciso jogar para não deixar que a classe política acabe com as investigações.
Entregou
A rapidez com que os advogados de Antonio Palocci recorreram da decisão do ministro do Supremo Edson Fachin, de mandar o pedido de soltura direto para o plenário do STF, deu a muitos a sensação de que estava tudo acertado para que, depois de Dirceu, Palocci fosse o próximo a sair da cadeia. Agora, no entanto, as apostas são as de que ele continuará preso.
O jogo tucano
No PSDB tem torcida para que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, permaneça longe do governo. É que, assim, com os peemedebistas divididos, o presidente Michel Temer precisará mais dos tucanos e cederá mais espaço na distribuição do poder. O PSDB tem hoje a secretaria de Governo da Presidência da República e sonha com voos mais altos.
No bolso
O deputado Mario Heringer, que está de licença médica e acompanha o presidente da câmara, Rodrigo Maia, ao Líbano, avisa que suas despesas serão pagas por ele mesmo, sem diárias custeadas pela Câmara. Menos mau.
“Estamos felizes com o fato de o STF ter começado a romper com uma omissão de anos e coloque as coisas no lugar. São mais de 300 mil presos provisórios e preventivos no país. Isso tem que mudar. A prisão não pode servir de tortura para coagir os presos”
Do ex-ministro Gilberto Carvalho
CURTIDAS
Mãozinha/ O ex-ministro Gilberto Carvalho falou com o governador Rodrigo Rollemberg ontem no final da tarde. Ele pediu ajuda para que seja mantido um mínimo de civilidade nos arredores da casa do ex-ministro José Dirceu. Rollemberg prometeu auxiliar,
assim como o síndico do prédio. Depois das 22h, vai imperar a
lei do silêncio.
Os inocentes/ O que mais sensibiliza os amigos do ex-ministro é a filha pequena. Ontem, ela não saiu do lado do pai. Sereno, o ex-ministro avisou que não vai se mudar e porque não adiantaria. Seria apenas mudar os manifestantes de lugar.
Motivo nobre/ A instalação da Comissão Especial para tratar da
PEC do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) tem o objetivo de manter o parlamentar feliz.
Fala Vaccari!!!/ Até aqui, ficou a palavra do ex- diretor da Petrobras Renato Duque contra a de Lula e a de João Vaccari Neto (foto), o ex-tesoureiro do PT também preso pela Lava-Jato. Agora, o que um tesoureiro do PT, que deveria cuidar das contas do partido, queria saber sobre contratos da Petrobras é algo que chama atenção.
Uma das formas que os investigadores conseguiram chegar ao valor desviado pelo ex-gerente da Petrobras Márcio Ferreira, preso ontem em mais uma fase da Lava Jato, foi a análise dos R$ 48 milhões repatriados das Bahamas, incompatíveis com os rendimentos. Outros casos estão em averiguação. Vai ter muita gente boa chamada a explicar de onde veio tanto dinheiro, uma vez que muitos “repatriadores” não eram empresários com renda para justificar tanto dinheiro lá fora.
Em julho. E olhe lá!
Começa a haver um discreto movimento na Câmara para que a reforma da Previdência seja votada no plenário da Câmara apenas em julho. A ideia de alguns é aproveitar esse período para conseguir arrancar mais alguma benesse do governo.
Razões oficiais
A desculpa perfeita para essa demora é a ideia de esperar votar primeiro a reforma trabalhista no Senado para, depois, cuidar da Previdência no plenário da Câmara. E com o projeto passando em três comissões, antes de junho, a trabalhista não sai do Senado.
Vai dar problema
O fato de o deputado Mario Heringer estar em licença para tratamento de saúde e, ainda assim, acompanhar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, numa missão oficial, corre o risco de parar na Justiça. Já tem procurador estudando pedir informações à Câmara para saber se Heringer, em licença, teria direito a receber diárias da Casa.
Espero que esses marginais sejam punidos na forma da lei. Não é possível ficarmos nessa situação”
Do relator da reforma previdenciária, deputado Arthur Maia, referindo-se aos invasores do plenário da comissão especial que votava a proposta.
O drible de Cássio
O presidente em exercício do Senado, Cassio Cunha Lima, vai propor aos líderes a realização de audiências públicas sobre a reforma trabalhista no plenário da Casa, de forma a acelerar a tramitação do texto no plenário.
Plano B/ Familiares do ex-ministro José Dirceu estão muito preocupados com a exposição do endereço onde vai morar no Sudoeste. Além de plantões de jornalistas na quadra, o que mais incomoda são os panelaços e outras manifestações antipetistas justamente onde moram a filhinha pequena e a mulher. Há quem diga que ele poderá passar um tempo em outro local, só para tentar dar tranquilidade às duas.
Contagem regressiva/ O líder Renan Calheiros (foto) avisou aos senadores do PMDB que usará até o último minuto para indicar aqueles que vão compor a Comissão Mista de Orçamento. Terça-feira, às 14h30, é a última sessão que a CMO pode fazer sem essas indicações. Se Renan não indicar, o presidente do Congresso pode fazê-lo.
Por falar em Renan…/ Quem conhece o jeitão do líder lembra que nada em política é definitivo. O caso mais lembrado é o do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, que votou a favor da presidente Dilma no impeachment e hoje é ministro de Michel Temer.
Sondagem/ Dia desses, num evento social, o presidente Michel Temer se aproximou de alguns senadores e pediu ajuda para levar Renan de volta à base do governo. Se depender de muitos, que estão “por aqui” com o líder, o melhor seria ver Renan fora do PMDB. Michel Temer não crê que essa seja a melhor solução para o governo.
Mal saiu a notícia de que o Supremo Tribunal Federal decidira soltar o ex-ministro José Dirceu, o movimento Patriotas foi para a rua em Curitiba e Belo Horizonte protestar contra a decisão da segunda turma do STF. O slogan SOS STF, que marcava os atos públicos do grupo, foi substituído por uma faixa em que se lê #pqpSTF
Brasília-DF
Publicação: 02/05/2017 04:00
Petistas que monitoram o período que falta para o ex-presidente Lula depor perante o juiz Sérgio Moro estão preocupados com o adiamento para 10 de maio. É que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque será ouvido nesta sexta-feira e há, ainda no cardápio, uma possível delação do ex-ministro Antonio Palocci. Os depoimentos abrem espaço para o juiz tentar deixar o ex-presidente exposto a perguntas para as quais não terá respostas convincentes ou limitadas ao “por ordem dos advogados, não responderei”, o que, politicamente, é um estrago para quem pretende disputar
mandato eletivo.
Em tempo: Até aqui, todos os que estiveram perante Moro não têm intenção de concorrer a um novo mandato. Lula será o primeiro. Se não for bem, poderá enterrar uma candidatura presidencial, ainda que esteja em primeiro nas pesquisas de intenção de voto.
Exemplar, pero no mucho
O governo está convicto de que, se demitir todos os apadrinhados de quem votou contra a reforma trabalhista, pode deflagrar uma rebelião sem precedentes e perder de vez os 308 votos que precisa juntar — e ainda não tem — para aprovar a reforma da Previdência. Portanto, hoje saem alguns, mas nem todos.
Muito além das pesquisas I
Os tucanos olharam com alguma esperança para a pesquisa que apontou Lula em primeiro lugar e Jair Bolsonaro empatado com Marina Silva, na segunda posição na disputa à presidência. A esperança está nos 9% de João Doria, que, embora desconhecido, aparece no mesmo patamar de Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Ou seja, com um pouquinho de campanha e conhecimento, o prefeito pode emplacar.
Muito além das pesquisas II
Apesar de uma maioria da população resistir às reformas da Previdência e da legislação trabalhista, o governo vai insistir com a base dentro da seguinte tese: a única saída para os governistas terem votos é a aprovação das reformas, que são capazes de melhorar o ambiente econômico.
Rodrigo, a ética e a memória
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou ao Estadão que deputados só podem ser julgados no Conselho de Ética por crimes cometidos no exercício do mandato. Se fosse assim, o homem da motosserra Hildebrando Pascoal não teria sido cassado. Em 1999, a Câmara cassou o mandato do deputado pelo crime da motosserra cometido em 1997, quando ainda não era deputado federal.
Renan no comando // O líder do PMDB indicou o senador Hélio José (PMDB-DF) para relatar a CPI da Previdência. Uma das primeiras ações do senador será chamar o relator Arthur Maia, para esclarecer o parecer.
Santo de casa // O compliance de Furnas recusou, mas o da Eletrobras aceitou investigar a denúncia anônima envolvendo o diretor de novos negócios, Claudio Semprine. Uma das denúncias é usar empresas que têm negócios com a companhia para empregar familiares. Semprine é irmão do ex-superintendente da PF do Rio de Janeiro Mário Semprine.
Agora vai // O Supremo Tribunal Federal dirá esta semana se o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), pode ou não ser processado sem autorização da Assembleia Legislativa. Está cinco a quatro contra a autorização. Faltam os voos de Gilmar Mendes e de Alexandre Moraes.
Orações por Carlos Chagas // Aqueles que tiveram o privilégio de conhecer e conviver com o jornalista Carlos Chagas (foto) têm encontro marcado hoje, 18h30, na Paróquia São Pedro de Alcântara, no Lago Sul, onde será celebrada a missa de 7º dia pela morte do professor e exemplo de vida.


