Categoria: Política
Com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures preso, os deputados aliados ao presidente Michel Temer ameaçam transformar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara numa trincheira contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Lava-Jato. Eles querem saber, por exemplo, por que Fachin foi ao Congresso antes da sua sabatina acompanhado do executivo da JBS Ricardo Saud, hoje beneficiário do acordo de delação premiada que mais deu benefícios aos empresários envolvidos. Nos bastidores do Congresso, os políticos se mostram bastante incomodados com o fato de ministro ter sido acompanhado de Saud. Ok, que à época não se sabia da missa a metade. Porém, a parte da missa de uma empresa beneficiária de empréstimos bilionários e principal doadora da campanha de Dilma Rousseff já era conhecida. Portanto, dizem alguns, não caberia ao então ministro indicado circular com Saud da mesma forma que não seria de bom tom Temer receber Joesley. A discussão desse tema na CCJ está prevista para ocorre ainda hoje,. Ou seja, vem confusão ainda antes do julgamento da chapa Dilma-Temer.
Com o novo pedido de prisão de Rodrigo Rocha Loures, a aposta dos políticos é a de que agora ele não escapa da cela. É o grande imponderável em movimento.
O ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio, esteve sob pressão total nas últimas 48 horas. Na noite de segunda-feira, ministros e líderes do presidente Michel Temer fizeram um cerco ao peemedebista para que ele não saísse do governo. Porém, não adiantou. Serraglio sequer esperou a conversa olho-no-olho com o presidente Michel Temer. “Se o presidente não teve a elegância de conversar comigo antes de me demitir, não preciso esperar uma conversa com ele para recusar outro cargo”, comentou Serraglio, segundo relatos de amigos do deputado.
A volta de Serraglio para o Congresso está relacionada à forma com que ele foi afastado da Justiça e à recepção que o aguardava no Transparência, onde cartazes anunciam o “fora Serraglio”. Por isso, amigos do deputado deram conselhos a ele no sentido contrário, do tipo, “não aceite mais humilhação”.
Agora, resta ao governo saber o que fazer com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, flagrado recebendo uma mala de dinheiro. Há quem diga que onPlanalto agora está na fase cobre um santo ( põe um especialista em direito eleitoral na Justiça) e deixa outro a descoberto. A dúvida entre aliados do presidente é se o custo-benefício dessa troca de ministros será vista como positiva no futuro próximo.
A conversa que o presidente Michel Temer pediu ontem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati, foi no sentido de puxar os tucanos para o lado do governo. Temer avisou que não renuncuará ao mandato. A ordem hoje no governo é “resistir, resistir e resistir”, conforme relatam os ministros.
Por que tanta resistência? Temer considera que foi vítima de uma armação, quando seu governo ia muito bem, com redução de juros, de inflação e um número de votos, segundo o governo, suficientes para aprovar as reformas. Além disso, ainda que o presidente “se rendesse” àqueles que “armaram para afastá-lo do cargo e evitar as reformas”, não existe consenso sobre um nome, nem tampouco o país teria clima para retomar as reformas. Nesse cenário, a grande beneficiária seria a oposição, seja à esquerda, seja à direita. Em outras palavras, o governo está convicto de que “ruim com Temer, pior sem ele” e foi justamente esse o tom da conversa com o PSDB.
Falta entretanto combinar com a bancada do PSDB, que tem um número expressivo afoito para sair da base do governo. Porém, se Temer conseguir fôlego ara as reformas, há quem esteja certo de que o presidente é bem capaz de “ir ficando” até dezembro de 2018. E segue o baile.
Enquanto os black blocs testavam os limites do governo e do Congresso na Esplanada dos Ministérios e jogavam a isca para que houvesse a convocação do Exército ou da Força Nacional, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, começou a testar os limites da bancada. Para bons entendedores, ele cava uma porta de saída da legenda e abre a da chamada Frente Brasil Popular, capitaneada pelo PT. Ali, no partido de Michel Temer no Senado, desenha-se uma guerra de titãs. O primeiro embate público foi feito ontem, com Renan na tribuna fustigando Temer. Romero Jucá respondeu, desautorizando qualquer um que, em nome do PMDB, diga que o partido não apoia o presidente. E ainda se referiu ao discurso de Renan como “bobagens”.
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Em tempo: o que mais irritou o governo foi saber que Renan Calheiros participou do jantar na casa da senadora Kátia Abreu, na terça-feira, em que senadores do PT, do PTB, do PCdoB e alguns representantes do PMDB discutiram abertamente nomes para suceder um presidente que garante não renunciar. É o esgarçamento das relações políticas.
Rodrigo em campanha
O DEM jura que tudo o que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem feito é no sentido de ajudar o presidente Michel Temer. Porém, nos demais partidos, há quem aposte que a insistência em demonstrar poder de comando para votar as reformas faz parte da pré-campanha de Maia para ser o nome capaz de cumprir um mandato tampão até dezembro de 2018, se e quando Temer cair.
Tasso na lida
O presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati, conseguiu segurar a bancada de deputados, que pressionava por uma debandada do governo de Michel Temer. A contenção tucana tem um sentido: o apoio do PMDB é fundamental para o PSDB conseguir viabilizar uma candidatura numa
eleição indireta.
A visão deles
Manifestantes e o deputado Paulinho da Força (SD-SP) diziam no fim da tarde, antes de Michel Temer mobilizar as Forças Armadas, que o Governo do Distrito Federal falhou ao mobilizar um efetivo pequeno para acompanhar o protesto de ontem. Além disso, não atentou parar o ingresso de bombas caseiras na área da Esplanada. Os próprios manifestantes disseram que se a polícia quisesse teria contido o grupo de 40 mascarados que atrapalhou o protesto pacífico contra as reformas. “A polícia falhou, e muito”, diz Paulinho da Força.
“O gesto de grandeza do presidente Temer seria renunciar. Tenho medo de uma polarização Lula versus Bolsonaro em 2018. Será o populismo contra o autoritarismo”
Do senador Cristovam Buarque, no programa CB.Poder ontem, na TV Brasília. Confira a íntegra da entrevista no YouTube
Cerco ao TSE
Em todas as conversas que tem tido, o presidente Michel Temer tem sido incisivo sobre sua permanência no cargo e a necessidade de reformas. Por isso, conforme mostrou a coluna Brasília-DF na terça-feira, a saída em curso é mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), único lugar onde será capaz de construir o discurso de colocar a culpa na ex-presidente Dilma Rousseff e no PT.
Bateu, levou/ Ao saber que foi citado pelo senador Renan Calheiros como alguém que não poderia ter sido recebido por Temer como “emissário de Curitiba para nomear o ministro da Justiça”, o deputado Carlos Marun (foto) respondeu assim: “Se essa Lava-Jato agisse em conformidade com uma lista de prioridades, o senador Renan Calheiros teria sido o primeiro preso desse processo. O que não pode é termos de aceitar que a nossa bancada no Senado mantenha na sua liderança uma pessoa tão desqualificada e que pensa só nos próprios interesses”.
Por falar em Renan…/ Quando o líder do PMDB deixou a tribuna, foi se sentar ao lado da senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). Novos aliados.
… E em ministro da Justiça…/
O país nesta crise, Esplanada em chamas e ainda não se ouviu um pronunciamento do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.
Reinaldo Azevedo e d. Marisa/
Os petistas reclamavam ontem que o Supremo Tribunal Federal agiu rápido diante da divulgação dos diálogos do jornalista Reinaldo Azevedo com Andreia Neves, uma conversa que não fazia parte dos autos. Não fez o mesmo, entretanto, na conversa de d. Marisa com seu filho, outra que não tinha nada a ver com o foco das investigações.
Primeiro grupamento político a apoiar o presidente Michel Temer, a Frente Parlamentar de Agricultura (FPA) está coletando assinaturas a fim de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os negócios da JBS. Especialmente, os ganhos no mercado financeiro antes do vazamento do teor da gravação da conversa com o presidente Michel Temer. A FPA quer apurar também detalhes da negociação em torno do acordo de delação premiada, que garantiu liberdade total aos delatores, mediante o pagamento de R$ 250 milhões em multa.
Michel Temer mantinha três principais assessores políticos filiados ao PMDB no terceiro andar do Planalto: Rodrigo Rocha Loures, Tadeu Filippelli e Sandro Mabel. Loures carregava mala com dinheiro por aí. Filippelli preso hoje na Operação Panatenaico. Resta agora Mabel, ex-deputado por Goiás, que, em 6 de março, disse que havia pedido para sair do governo. Coincidentemente, véspera da conversa de Temer com Joesley. Temer, entretanto, pediu que Mabel ficasse mais seis meses. É o que resta agora de assessor político peemedebista no Planalto. Obviamente, Temer conta os ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco, também do PMDB. Mas a assessoria política foi reduzida em dois terços em sete dias. Vale lembrar que Rocha Loures só não está preso porque é deputado federal. E segue o baile.
Depois de mais de 7 horas de discussões, a Ordem dos Advogados do Brasil decidiu apresentar um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. A defesa do presidente Michel Temer ainda tentou apelar para que a Ordem esperasse o parecer da gravação feita por Joesley Batista na residência oficial de Temer em 17 de março, mas o pedido foi rejeitando por 19 votos a 7.
Em conversas reservadas, advogados criminalistas, que durante todo o dia apelavam à Ordem que não pedisse o impeachment com base numa gravação clandestina, consideram que a OAB adotou essa posição mais para se recuperar de período de Dilma Rousseff, quando a instituição não teve um protagonismo maior.
A OAB, entretanto, rejeita essa posição de tentativa de recuperar prestígio. O que pesou na discussão foi o fato de o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, ter pedido a investigação do presidente com base na gravação. Com isso, são, até gora, 12 pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer, uma investigação no STF e outra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não há registro de um presidente que chegasse a 12 meses de mandato com tantos processos em curso. Até entre os aliados do Planalto, ja há quem diga que, se Temer sobreviver a tudo isso, terá sido um milagre.
O governador Rodrigo Rollemberg acaba de divulgar nota sobre a reunião da Executiva Nacional do PSB, que hoje pediu a renúncia de Michel Temer, eleições diretas e respeito à Constituição. Prmeiramente, a nota do próprio PSB fala em respeito à Constituição, que prevê eleições indiretas em caso de vacância da presidência da Republica no último biênio, e, ao mesmo tempo, pede eleições diretas. Das duas uma: Ou o partido quer mudar a Constituição, para promover eleições diretas, ou quer seguir o que está escrito no texto constitucional, logo eleições indiretas.
Quanto ao governador, ele diz que acompanha o partido (que pediu eleições diretas) e menciona o respeito à Constituição, logo, eleição indireta.
Eis a nota do governador:
“Sou militante histórico do PSB e acompanhei as decisões emanadas de sua direção nacional. O país vive uma crise institucional sem precedentes e as forças políticas sociais e econômicas devem trabalhar no sentido de resolvê-la no menor prazo possível, sempre respeitando a Constituição.”
Temer: “Há quem queria me tirar do governo para voltar aos velhos tempos”
O pronunciamento do presidente Michel Temer hoje vem em dois sentidos: Dar discurso aos partidos da base que se mantêm firmes no apoio e aglutinar ao seu lado aquela parcela dos brasileiros que se mostram revoltadas com o fato de um delator gravar clandestinamente o presidente da República, deixar o país depois de corromper politicos e se aproveitar da delação para ganhar dinheiro e curtir a vida em nova York.
Temer. logo no início de sua fala, falou que a JBS “lucrou milhões e milhões de dólares”. E foi incisivo ao dizer que seu governo não atendeu os pedidos de Joesley, mandando antes um recado aos que pedem seu impeachment e/ou renúncia: “Estamos acabando com os velhos tempos das facilidades aos oportunistas. Há quem queira me tirar do governo para voltar aos tempos em que faziam tudo o que queriam com o dinheiro publico e não prestavam contas a ninguém”.
“Quebraram o Brasil e ficaram ricos. O autor do grampo relata suas dificuldades. Simplesmente, as ouvi. Nada fiz para que ele obtivesse benesses”, diz Temer, ao comentar que o Cade não concedeu facilidades ao empresário e hoje tanto o BNDES quanto a Petrobras têm presidentes que botaram “ordem na casa”.
Paralelamente à desqualificação do delator que ele recebeu no Jaburu e ao anúncio do pedido de perícia na gravação de Joesley, __ que Temer disse ter 50 edições, o presidente se colocou ainda como o fiador das reformas e da recuperação econômica. E não fez isso por acaso. Essa recuperação é algo que, diante da lama que engole toda a classe política, uma parcela expressiva da população coloca como a principal característica que deve balizar um governo. “O Brasil exige que se se continue no camknho da recuperação econômica. Estamos completando as reformas para
Para concluir os 12 minutos em que falou no Salão Leste do Palácio do Planalto, o presidente enfatizou: “O país não saírá dos trilhos: Continuarei à frente do governo”. Falta combinar com os demais atores do cenário politico.

