Categoria: Política
Com a marcação do julgamento dos embargos de Lula para a próxima segunda-feira, 26, os petistas passaram a planejar os atos em protestos pela prisão do ex-presidente. Eles calculam que Lula será preso na semana que vem. No Supremo Tribunal Federal, a discussão da segunda instância só se dará se o ministro Marco Aurélio Mello insistir em levar o tema à sessão plenária de hoje. Os demais ministros, ainda que sejam relatores de habeas corpus que tratam da prisão em segunda instãncia, não pretendem levar o assunto à baila justamente para não acirrar os ânimos na Suprema Corte. O STF tem uma reunião administrativa prevista para logo depois da sessão desta tarde, porém, a pauta não inclui esse tema. Pelo andar da carruagem, Lula enfrentará mesmo o cárcere. Por quanto tempo e que reflexo eleitoral isso trará são perguntas ainda sem resposta.
Por 17 votos a seis, a comissão executiva nacional do MDB dissolveu o diretório do partido em Pernambuco. Conforme prometido pelo presidente do MDB, Romero Jucá, o comando da legenda será entregue ao senador Fernando Bezerra Coelho, que saiu do PSB e ingressou no MDB para continuar apoiando o presidente Michel Temer.
Jarbas Vasconcelos disse ao blog que não vai deixar barato: “Vou à Justiça. Vou recorrer e extravasar toda a minha indignação”, comentou.
Quem leu a coluna Brasília DF em 11 de março sabe que o clima no STF não ia bem. Ali, sob o título “Litígio Supremo”, a coluna trouxe com exclusividade declarações do ministro Marco Aurélio Mello expondo suas divergências com a presidente, ministra Cármen Lúcia.
De lá para cá os conflitos entre os ministros se agravaram. O STF continua em chamas por causa da prisão em segunda instância. E, ao que parece, já extrapolou esse tema. Se não houver a reunião hoje à noite para acalmar os ânimos, a sessão de ontem promete ser aquele capítulo da novela que as pessoas se programam para assistir. Vamis aguardar. O Supremo, de onde deveria vir a serenidade, parece ter virado um palco de fortes emoções.
O primeiro ato de peso do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, foi substituir o diretor da Polícia Federal, Fernando Segóvia. A reunião que Jungmann teve há pouco a portas fechadas com Segóvia foi apenas para informá-lo da substituição. O governo concluiu que não dava para manter um diretor da PF que a Justiça manda ficar calado.
A decisão de substituir Segóvia foi tomada internamente no domingo e amadurecida na segunda-feira, com a escolha do secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogerio Galloro, para o cargo. No governo, há quem diga que Segóvia vinha se dedicando mais aos holofotes do que ao trabalho discreto que deve ter um diretor da PF. Ainda mais depois de, nesta segunda-feira, na posse de Jungmann, fazer ironias com jornalistas, dizendo que não falaria porque a Justiça não deixava.
A chegada de Galloro à direção da PF indica ainda uma mudança de direção nas investigações que agora devem se voltar mais ao comando do narcotráfico do que às apurações da Lava Jato. O governo, entretanto, nega que isso possa ocorrer.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, desistiu de participar da prévia para escolha do candidato tucano a presidente da República. A notícia, embora seja comemorada pelos aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, representará um problema a médio prazo. É que Alckmin não tem hoje um grande leque de alianças no Amazonas. Partidos como o PSD do senador Omar Aziz, por exemplo, hoje estão dispostos a fazer campanha para o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Existe no Amazonas uma grande disputa comercial em relação a São Paulo. Os amazonenses consideram que os paulistas são contra a Zona Franca de Manaus, pólo industrial importante para geração de empregos no Norte do país. A desistência de Virgílio pode ter tirado do governador paulista a oportunidade de apresentar aos eleitores do Amazonas uma visão diferente em relação à Zona Franca. Um debate franco e aberto poderia servir de aquecimento para Geraldo fora das divisas do estado de São Paulo. Além da oportunidade, Geraldo Alckmin perdeu um aliado importante para repicar a campanha no Amazonas. Terá agora que buscar outros aliados por lá, fora do PSDB. É um mau começo da pré-campanha na região Norte.
Virgílio disse ao repórter Paulo de Tarso Lyra que não sairá do PSDB, porém, não fará campanha para Geraldo. O governador paulista não se pronunciou. Nos próximos 40 dias, diz, estará dedicado a governar São Paulo. Talvez esse afastamento do prefeito faça com que Geraldo Alckmin tenha mesmo que correr atrás de mais votos em seu estado para compensar a falta do trabalho de Arthur Virgílio em prol da sua campanha.
A aprovação do decreto de intervenção na Câmara por 340 votos a 72 foi uma lufada de ar fresco no rosto de um governo que estava intoxicado com a fumaça provocada pela insistência em votar a reforma da Previdência. Seria derrotado na certa, se mantivesse o ambiente enfumaçado. Diante do risco, com o seu pessoal certo de que seria massacrado nas urnas, recuou. O que mais se ouvia na madrugada dos deputados da base governista que esperavam a hora de votar o decreto da intervenção era a sensação de alívio. Havia um grupo expressivo angustiado antes da decisão do governo, de desistir de votar a reforma. Ontem à noite, mais leves, admitiam aprovar o “mexido” da economia, os 15 itens que o governo apresentou como pauta prioritária, inclusive a autonomia do Banco Central.
Para o governo, o que interessa nesse momento é mais a simbologia de manter uma base coesa. Os 340 votos, diziam alguns, contra 72 do decreto presidencial pode até passar essa impressão (embora não seja uma matemática perfeita). É com a base aliada mais aliviada é que o governo tentará construir algum caminho eleitoral para atravessar em segurança a “pinguela” __ expressão que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou em 2016 para se referir ao governo do presidente Michel Temer. Com a pauta da Previdência mantida a fórceps, a pinguela corria o risco de ruir antes da hora, uma vez que a redução de apoio no Parlamento era visível.
A intervenção continuará a ocupar o noticiário, a Previdência continuará em discusão, mas sem muito estardalhaço. Enquanto isso, os congressistas acreditam que terão sossego para organizar o jogo rumo a outubro. O jogo começa agora. Sem a reforma e com uma pauta positiva do governo, apesar da Lava Jato. Até aqui, Temer conseguiu tirar um pouco do amargo do limão. Resta saber se a limonada vai continuar docinha até outubro, ou vai azedar no meio do caminho.
A lista de 15 propostas apresentadas ontem à noite pelo governo para
tentar compensar o adiamento da reforma previdenciária vem no sentido
de tentar preservar o discurso de continuidade de recuperação da
economia, a primeira aposta do presidente Michel Temer em busca de um
discurso eleitoral. Assim, com as medidas econômicas e a pauta da
segurança pública a partir da intervenção no Rio de Janeiro, o MDB espera construir uma plataforma para o lançamento de um candidato de centro que, se não for o próprio Temer, no mínimo renderá uma vaga de vice a alguém do partido. Sabe como é: nenhum governo com a possibilidade de concorrer a um segundo mandato presidencial pode ser desprezado. E Temer, embora o tempo seja curto, corre atrás dessa vantagem.
Olho nelas
As novas autoridades policiais estão orientadas a ficar de olho nas
igrejas neopentecostais, aquelas que são as únicas a não sofrerem um
arranhão na guerra do tráfico.
Melhor assim
Analistas de mercado financeiro já previam o adiamento da reforma
previdenciária. Eles têm dito que a reforma, não sendo derrotada, está
tudo certo. O importante é aprovar, ainda que seja em novembro, ou no
ano que vem.
Prepara-se
O descaso das autoridades com o Rio de Janeiro ao longo dos últimos
anos é uma conta que sairá do seu bolso e de todos os brasileiros que
pagam impostos agora e a partir de 2019. Seja quem for o governador
eleito, já está feito o pedido para que a União custeie as ações no
estado no ano que vem, de forma a dar sustentabilidade ao que vier a
ser recuperado a partir da intervenção.
“O Ceará tem números piores do que os do Rio. Quero intervenção. O
governador está cheio de pruridos. Não
é possível, num estado que não tem 50 helicópteros voando, matarem
traficantes atirando de dentro de um deles e ninguém saber quem foi”
Do deputado Danilo Forte (DEM-CE)
Discurso pronto
Pré-candidato ao governo do Rio e certo de que muitos emedebistas que
mandavam no estado passaram ou estão na cadeia, o deputado Índio da
Costa (PSD) desenha algo dessa ordem para tentar atrair eleitores: “A
situação do Rio só muda se houver alguém que não esteja comprometido
com o jogo do MDB”.
De saída/ Alessandro Molon (Rede-RJ) não vai esperar os últimos dias
da janela, início de abril, para mudar de partido. A decisão, dizem
seus aliados, deve ser anunciada em breve. O destino mais provável é o
PSB.
A rodada de Maia/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem
dito a amigos que, se for candidato à sucessão presidencial, já tem o
apoio do PP e do Solidariedade para a sua campanha. Se sentir
receptividade por parte do eleitor no périplo que fará pelo Brasil em
breve, ele vai.
Que sirva de lição/ Surpreendeu a muitos o fato de o ministro Luís
Roberto Barroso (foto), do STF, mandar incluir os esclarecimentos do
diretor da Polícia Federal nos autos do inquérito que investiga o
presidente Michel Temer. Para o governo, está claro que ninguém mais
deve abrir a boca sobre o caso.
E o PSDB, hein?/ Aos poucos, deixa de vez o governo. Com Luislinda
fora da pasta de Direitos Humanos, sobrou apenas o ministro de
Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que sai em abril.
Assim que for publicado o Decreto de intervenção no Rio de Janeiro, O estado terá dois governadores: Luiz Fernando Pezão cuidará da administração geral. O comandante militar do Leste, general Walter Braga Neto, ficará encarregado das áreas que abrangem a Secretaria de Segurança Pública e Penitenciária. Como “dono do pedaço”, nas palavras de um ministro, o general terá poder de demitir e nomear quem quiser nessa seara. Em caso de suspensão do decreto da intervenção, que será parcial, o general só não poderá demitir ninguém. Porém, para não interromper as ações, já está definido que a intervenção será transformada em GLO (Garantia da Lei e da Ordem) “expandida”. Em intervenção, ele pode demitir. Em GLO, não. Essa será a única diferença no desenho feito pelo Poder Executivo, conforme explicou um ministro ao Correio.
A intervenção começou a ser discutida no carnaval. Ali, disseram os ministros, chegou- se ao limite, com arrastões, tiroteios assassinatos na cidade vitrine do Brasil e as forças de segurança despreparadas, recomendando as pessoas que dispensassem o uso de celulares para evitar bandidos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que estava em Salvador na terça-feira, não participou de todas as discussões. Por isso, na reunião da noite de quinta-feira, gerou um constrangi,então, ao dizer que não iria nem discutir o tema, porque não havia sido chamado desde o inicio. A intervenção foi discutida inicialmente, entre o presidente Michel Temer, o governador Luiz Fernando Pezão, e os ministros da Defesa, Raul Jungmann; da Justiça, Torquato Jardim, e do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, além dos comandantes militares. A intervenção deve perdurar até 31 de dezembro.
Numa tensa reunião que terminou pouco antes da meia-noite, o governo do presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. O Exército pilotará as polícias, bombeiros, e serviços de inteligência. O interventor será o general Walter Braga Neto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não gostou. Chegou a se exaltar com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. Ambos são cariocas e têm um estilo franco de dizer o que pensam. Maia só cedeu quando o ministro disse que se a crise se agravasse, O deputado poderia terminar responsabilizado por não permitir uma solução mais radical, porém, considerada necessária pelos demais. Estavam na sala, ainda, o presidente Michel Temer, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Faezenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
O governo custou a chegar a essa solução, porque uma das consequências da intervenção é a proibição de mudanças na Constituição enquanto essa medida de exceção estiver em vigor. Para não comprometer a reforma, a ideia do governo é suspender os efeitos da intervenção no dia em que a proposta previdenciária for a votos.
A partir da edição do decreto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, no papel de presidente do Congresso, convocará as duas Casas Legislativas para que, em sessões separados, possam votar se aprovam ou rejeitam o decreto presidencial.
Como não é possivel mexer na Constituição enquanto um Estado estiver sob intervenção, a oposição e até integrantes da base do governo vão aproveitar para ver se tiram a reforma da Previdência de pauta. Porém, já está acertado no governo que, no dia da votação da reforma, a intervenção será suspensa. Agora, resta saber, se a cada suspensão, o Congresso terá que novamente ser convocado para revalidar a retomada da intervenção. Mais um tema para bagunçar o conturbado dia-a-dia da República. Porém, se trouxer segurança à população do Rio de Janeiro, dizem alguns, nada terá sido em vão.
Atualização: Pelo que já se sabe até agora, o Congresso terá que revalidar a intervenção, em caso de suspensão.
Se você leu a coluna Brasília-DF desta quinta-feira, já sabia o que agora Luciano Huck comunica oficialmente, via site O Antagonista: Não será candidato a presidente da República. Além da mulher, Angélica, os irmãos Marinho, donos do Grupo Globo, foram os primeiros a quem ele contou a sua decisão. Huck tinha muito a perder se continuasse na disputa. Entre patrocínios e salários tem algo em torno de R$ 20 milhões. Essa fonte iria secar da noite para o dia, uma vez que ele e a mulher estariam desempregados no momento em que ele anunciasse uma candidatura presidencial. E mais: Se derrotado, dificilmente voltaria para o seu amado Caldeirão, uma vez que as emissoras de tevê não deixam grades horárias a espera de apresentadores. Seria um caminho sem volta para ele e para Angélica, hoje bem situados na emissora e com um padrão de vida que a política não proporcionaria. Ao contrário: Qualquer viagem do casal seria acompanhada por um batalhão de jornalistas. Ou seja, adeus sossego.
Ainda que estivesse disposto levar uma vida constantemente acompanhada pela mídia com um ar muito mais crítico do que o dedicado hoje ao seu posto de celebridade, Huck não teria um caminho fácil. A conversa com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi, na verdade, um banho de água fria. HUck estaria competindo por um partido pequeno, o PPS. Não teria de saída um amplo leque de alianças. Em pleno carnaval, o prefeito de Salvador, ACM Neto, recebeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o prefeito de São Paulo, João Doria. Dali, saiu o recado que o DEM tem outros planos para a campanha presidencial, distantes de Huck. O PSDB, por sua vez, tem Geraldo Alckmin como o principal nome para a disputa presidencial e, ainda assim, Alckmin terá que enfrentar uma prévia contra Arthur Virgílio. Com a gentileza que lhe é peculiar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu a Huck que o partido o receberia com muita satisfação para ser candidato a governador do Rio de Janeiro. O apresentador murchou.
Como se não bastassem as dificuldades financeiras e partidárias, surgiu da boca do ex-presidente Lula uma pecha que Huck não pretendia carregar. O carimbo de “candidato da Globo”. A emissora tem dado um duro danado para corrigir a imagem que fez campanha pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Não deixa de dar notícia contra o governo do presidente Michel Temer. Ou seja, a vida ficou difícil. A de candidato. Sim, porque, a de apresentador, vai de vento em popa. E ainda pode continuar dando pitacos na política. Ou seja, Huck ficou com o melhor dos mundos. Resta saber como ficará o mundo do resto dos brasileiros que, a oito meses da eleição, ainda não têm um cenário claro de candidatos.

