Temer, Renan e o jantar

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O jantar que reunirá daqui a pouco o presidente Michel Temer e a bancada do PMDB no Senado foi vendido oficialmente como um encontro que tem o objetivo claro de tentar mostrar aos políticos que o governo é “parceiro” dos seus correligionários e que todos devem agir na mesma direção para manter a estabilidade política no país __ ferramenta crucial para discussão de reformas e temas importantes. Até aí, tudo certo. O jantar, entretanto, embora tenha sido combinado com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e com o líder da bancada, Renan Calheiros, visa reforçar o canal direto do presidente Temer com os senadores para não depender muito do líder, leia-se, Renan.

A hora do setor elétrico

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Com Lava-Jato e tudo, os políticos continuam brigando pelas indicações de diretores de empresas estatais. Depois dos novos diretores de Itaipu estampados no Diário Oficial de ontem, com o PSDB comandando a empresa e o PMDB, na diretoria financeira, a briga é em torno da Eletronorte. O grupo do ex-presidente José Sarney, que tem a capitania, está em pé de guerra com o senador tucano Flexa Ribeiro, do Pará, que se prepara para nomear seus apadrinhados na companhia.

Governo, o alvo

Os petistas comentavam ontem, no fim da tarde, que a maioria deles não terá muito o que se incomodar com a lista 2.0 de Rodrigo Janot entregue ao Supremo Tribunal Federal. Isso porque as manchetes devem ser ocupadas pelos ministros do presidente Michel Temer, que hoje estão na crista da onda. “O desgaste do PT já está precificado perante a população”, comentava um amigo de Lula.

É o que resta

Numa reunião para lá de reservada em Brasília, o ex-presidente Lula fez o seguinte comentário: “Ser candidato é a única saída que tenho para tentar salvar, não digo nem a mim, mas ao PT”.

Enquanto isso, na Câmara…

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), aproveitou que todo mundo estava de olho no listão do Janot 2.0 e criou a estrutura da Liderança da Maioria. Dizem que será “sem aumento de despesas”, mas vêm por aí servidores que vão precisar de sala, cadeira, computador, internet, luz acesa, água, café, telefone, e lá vai.

… até Cabral se deu bem

Além disso, entrou na pauta o projeto da “convalidação” da senadora Lúcia Vânia, já aprovado no Senado, que valida todos os incentivos que governadores deram a empresas dos mais variados setores, incluindo aí perdão de dívidas, sem a unanimidade do Confaz.. “Sérgio Cabral hoje tem o que comemorar. É o maior beneficiário, pois dava incentivos até a joalherias”, comentou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).

Liquida Lava-Jato!

Algumas conhecidas do mundo político que circulavam com bolsas de grife nos áureos tempos do PT pediram recentemente a amigas, gerentes de lojas chiques de um shopping da cidade, que ajudem a vender seus estoques de Prada, Chanel, Gucci e por aí vai. Sabe como é… O poder foi embora, mas as contas não.

CURTIDAS

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Foi imortal enquanto durou/ O senador Jader Barbalho (foto) e a deputada Simone Morgado, ambos do PMDB do Pará, estão separados. Porém, a deputada, quando pede audiência nos ministérios, ainda é tratada como a “esposa do Jader”.

Foi ele!/ Renan Calheiros passou o dia dizendo à boca pequena que a nomeação de Solange Almeida na nova Secretaria de Apoio à Mulher e ao Idoso do Rio de Janeiro tinha sido obra de Eduardo Cunha. No meio da tarde, o governador Luiz Fernando Pezão cancelou a nomeação.

Lista, que lista?/ Assim, a maioria dos políticos reagiu ao listão 2.0 entregue ontem ao STF. Renan Calheiros chegou a fechar a porta do gabinete na cara de uma produtora do SBT.

Em dia de Lava-Jato…/ A sessão do Senado terminou com um discurso do senador Wilder Moraes (PP-GO) protestando contra um livro infantil entitulado O diabo. distribuído nas escolas. “O livro diz que o capeta venceu a disputa com Deus. O capeta não venceu. Credito a Deus tudo o que conquistou. Um livro feito com dinheiro público, o capeta chama as criancinhas para brincar. Isso é absurdo! Estão fazendo apologia ao satanismo!”. É… a bruxa está solta. Antes de ele terminar o discurso, o sinal da TV Senado saiu do ar. Eu, hein…

Homens ao mar!! E eles vão providenciar a boia…

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Diante da avalanche de pedidos de inquéritos e políticos investigados e a investigar, o presidente Michel temer vai reunir os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Eunício Oliveira, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, para discutir a reforma no sistema eleitoral e, consequentemente, o financiamento de campanha. A sugestão foi do ministro Gilmar Mendes, que nos últimos dias se reuniu com Rodrigo Maia e conversou com Temer. A principal ideia sobre a mesa é a da criação de um fundo eleitoral para custear as campanhas. Outras sairão desse encontro na próxima quarta-feira. Afinal, se tem algo que toda a classe política procura hoje é uma tábua de salvação no oceano das denúncias de caixa dois e de pagamento de propina a título de doação eleitoral. Vejamos o que vem por aí

E a tensão impera

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A íntegra da delação premiada dos 77 executivos da Odebrecht não sairá tão cedo. Do Supremo Tribunal Federal vem a informação de que serão dois a três dias apenas para protocolar todos os pedidos de abertura de inquérito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve entregar ao STF nas próximas horas. Depois, o material seguirá para o ministro Edson Fachin. Ele terá que analisar tudo para despachar. Põe aí mais alguns dias. Por isso, há quem diga que o país só terá acesso à íntegra das delações daqui a 10 dias. Haja Rivotril para aqueles que têm certeza de que estão citados, mas seus nomes ainda não apareceram.

Área blindada

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O presidente Michel Temer já fez circular entre os principais aliados que a Casa Civil, joia da coroa capitaneada pelo ministro Eliseu Padilha, não está aberta a indicações externas, ainda que o atual titular da pasta se veja na situação de ter que deixar o governo. Ali é terreno do presidente da República, destinada a detentores da mais absoluta e estrita confiança de Temer. É daí que virá um eventual substituto do atual ministro.
O recado se justifica. Às vésperas da apresentação dos pedidos de abertura de inquérito contra políticos mencionados na delação da Odebrecht, os partidos se assanham em busca dos cargos que podem ficar vagos na Esplanada. Em especial, miram os ministros “da Casa”, ou seja, aqueles acomodados no Palácio do Planalto.

Negociação
nas alturas

Os três senadores da Paraíba — Cássio Cunha Lima, do PSDB, José Maranhão e Raimundo Lira, ambos do PMDB — aproveitaram a viagem ontem com o presidente Michel Temer para tratar da reforma da Previdência. Cássio foi logo avisando que terá dificuldades em votar o aumento da idade da aposentadoria rural. “Fui autor da emenda que reduziu essa idade e também do dispositivo que fixou um salário mínimo para o produtor rural.”

Terra chamando

Embora o presidente
tenha se mostrado sensível aos argumentos dos senadores, Temer foi enfático ao dizer
que tudo tem que passar pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e equipe.

Oi, mais prazo

A aposta do governo é de que vem por aí uma prorrogação do prazo de recuperação da Oi. Ainda que seja, pelo menos, metade dos 180 dias que vencem ainda este mês.

São Francisco, fase 2

Ok, o governo comemora o fim de parte das obras da transposição, faz festa e lá vai.
Só tem um probleminha: quem entende do Rio São Francisco calcula que se não houver um investimento pesado em recuperação do curso d’água
e da mata ciliar, a alegria vai durar pouco.

Reza forte/ O presidente dos Correios, Guilherme Campos, passou a sexta-feira em Trindade (GO), onde está a Basílica do Verbo Divino, ponto de romaria de católicos. Diante das dificuldades dos Correios, fez o “milagre” de inaugurar ali uma agência da empresa.

Morde…/ O que o líder do PMDB, Renan Calheiros, quer do governo de Michel Temer é “carinho e cuidado com os interesses dele, especialmente, em Alagoas”, define um ministro. Afinal, Renan, apesar do desgaste político provocado pela Lava-Jato, planeja concorrer a mais um mandato de senador por lá e, ao mesmo tempo, reeleger Renan Filho (foto) como governador.

…Não assopra…/ A entrevista de Renan Calheiros ao Jornal Nacional foi lida no meio político como um sinal de que o jantar entre Temer e o senador ajudou a desanuviar o ambiente, mas não resolveu os problemas do parlamentar com o governo.

…E nem vai assoprar/ Há quem diga que, enquanto a Casa Civil estiver em período de interinidade, Renan manterá a corda esticada.
O movimento é no sentido de afastar qualquer chance de indicação do grupo de Eduardo Cunha ao governo.

A batalha pela Pesca

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Embora o presidente Michel Temer tenha prometido ao PRB a transferência da Pesca do Ministério da Agricultura para o Ministério de Indústria e Comércio, a poderosa Frente Parlamentar do Agronegócio se mobilizará contra a mudança. A briga vai começar na comissão especial que tratará desse tema, seguindo depois para os plenários da Câmara e do Senado. Caberá ao governo tentar encontrar maneiras de evitar que o Planalto sofra alguma baixa na base aliada por causa dessa disputa.

Daiello fica na PF

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O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, se reuniu hoje à tarde com o diretor geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. Convidado oficialmente a permanecer no cargo, Daiello aceitou e ainda disse que “teria muito prazer em continuar na equipe de Serraglio”. Quem não gostou da conversa foi a turma que estava se movimentando para chefiar a PF, inclusive delegados ligados ao senador Renan Calheiros. Está explicada, pelo menos, em parte, a ira do líder do PMDB no Senado.

Renan e Temer

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Depois de acusar o presidente Michel Temer de ter cedido às chantagens do ex-deputado Eduardo Cunha, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, foi chamado para acompanhar Temer na viagem amanhã ao Nordeste. Renan faz jeito de difícil. “Ainda não decidi. Estou aqui cuidando da composição das comissões técnicas”.

Renan: “Se Padilha não voltar logo, Eduardo Cunha põe Gustavo”

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Numa entrevista na sala de café dos senadores, o líder do PMDB, Renan Calheiros, deu a entender que o presidente Michel Temer cedeu à chantagem do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba. “Estou apenas analisando os fatos. O governo está patrocinando a remontagem do Centrão, que levou a liderança do governo no Congresso e nomeou o ministro da Justiça. Há 20 dias, o juiz Sérgio Moro defendeu o presidente Michel das chantagens de Cunha. E, agora, em meio ao carnaval, vieram essas mudanças”, disse Renan ao blog. “Padilha deve voltar imediatamente, senão o Eduardo Cunha vai colocar o Gustavo Rocha na cadeira dele”, acrescentou.

Renan contou que disse tudo isso ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco. “Defendi o PSDB que qualifica muito mai so governo do que o Eduardo Cunha”, disse Renan, acrescentando que é preciso separar o PMDB do governo: “Eles (o grupo de Eduardo Cunha) querem tomar conta do governo. Depois, vão investir sobre o partido. Não fico num partido coordenado or Marun”, afirmou Renan, referindo-se ao deputado do PMDB Carlos Marun, que esteve em Curitiba para visitar Eduardo Cunha. “Depois que Marun esteve lá é que isso tudo aconteceu”.

Então Michel cedeu à chantagem? Resposta de Renan: “Eu não disse isso. Estou apenas analisando os fatos”.

O descaso impera

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O líder do governo no Congresso, deputado federal André Moura (PSC-SE), vai tentar nesta terça-feira um acordo no colégio de líderes para aprovar no plenário da Câmara, sem discussões nas comissões, o projeto de lei que prorroga o prazo para o fim dos lixões no país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a poluição ambiental, decorrente da disposição inadequada de resíduos, é responsável pela morte de dois milhões de crianças em todo o mundo anualmente, incluindo o Brasil. Há mais de 60 anos, conforme a Lei 2.312 de 1954, é proibido jogar lixo a céu aberto no país. Disposta a acabar com o descaso das prefeituras municipais nessa seara, a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 estabeleceu que os lixões deveriam ser extintos em 2014. Porém, três anos se passaram e, em vez de trabalhar para resolver o problema, o governo quer que o Congresso empurre esse prazo para 2021, sem qualquer perspectiva de uma solução concreta para o assunto, perpetuando a mentira e a falta de cuidados com a saúde pública e o meio ambiente.