Tá voando pena para todos os lados!

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Da mesma forma que a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer desgastou o PSDB em infindáveis reuniões para discutir o encaminhamento da votação, esta segunda denúncia consome o partido por causa do relator na Comissão de Constituição e Justiça. (CCJ). Esta tarde, estamos assim: Bonifácio de Andrada (PSDB_MG), o deputado escolhido para relatar a denúncia, avisou aos tucanos que não arredará o pé. Ainda que tenha que se licenciar do PSDB.

Bonifácio, entretanto, não é o único a erguer o bico. Os cabeças-pretas, como ficou conhecida a ala jovem tucana, pressionam o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, a expulsar Bonifácio do partido. Enquanto isso, os tucanos aliados de Michel Temer _ hoje, equivalente a metade mais um da bancada _ ameaçam destituir Ricardo Tripoli do posto de líder do partido, caso ele insista em tirar Bonifácio da CCJ. A medida, aliás, seria inócua, uma vez que outros três partidos já se ofereceram para dar ao relator da denúncia uma vaga de titular. Assim, o deputado mineiro permaneceria relator, mas não numa vaga do PSDB.

É nesse pé de bicadas para todos os lados que o PSDB chega a um ano da eleição de 2018. Com a energia jogada numa disputa que não une a bancada e só aumenta a divisão. Projetos para o país, que é bom, ninguém vê.

Fala, Ângelo!

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Aliados do presidente Michel Temer não conseguiam esconder a frustração por um adiamento da exposição do procurador Ãngelo Goulart Villela à Comissão Parlamentar de Inquérito da JBS. Villela é acusado de receber da JBS para manter a empresa informada sobre os passos da Operação Greenfield, que investigou os fundos de pensão. Seu depoimento estava previsto para esta quarta-feir. Ele alegou problemas de saúde de seu pai para não comparecer essa semana à CPI. O depoimento foi remarcado para 17 de outubro.

A expectativa dos aliados do presidente é a de que o procurador reforce o que disse em entrevista à Folha de São Paulo, ou seja, que o ex-procurador Rodrigo Janot queria tirar Michel Temer da Presidência da República e barrar a nomeação de Raquel Dodge para o cargo de procuradora-geral. Para os governistas, é importante que esse depoimento ocorra antes da votação da segunda denúncia contra Michel Temer no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Assim, se Ângelo Villela confirmar as declarações dadas anteriormente, haverá um reforço do discurso do governo.

De acordo com a previsão de integrantes da CCJ, a votação do parecer sobre a segunda denúncia deve ocorrer no dia 18, ou seja, um dia depois do depoimento do procurador à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. A votação no plenário da Câmara está prevista para 24 de outubro.

Bons companheiros, parte II

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A operação de hoje da Policia Federal, que envolve filhos e enteados do senador Romero Jucá foi vista pelos parlamentares como mais uma forma de cercar o PMDB de Michel Temer. Líder do governo e ex-ministro do Planejamento, Jucá é visto como um elo entre o grupo de senadores do partido e aquele que conhecido como do grupo da Câmara, do qual muitos já estáo presos.

Ao grupo da Câmara pertenciam originalmente Michel Temer, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Moreira Franco, para citar os mais emblemáticos há mais tempo. No Senado, o poder peemedebista há tempos se divide entre José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e Romero Jucá. De todos eles, Jucá foi quem sempre transitou com mais desenvoltura junto ao PMDB da Câmara.

A disputa entre os grupos se acirrou há alguns anos quando Eduardo Cunha chegou com sede de poder ao entorno de Henrique Eduardo Alves e, por intermédio de Henrique, ganhou seu lugar ao sol junto ao PMDB da Câmara.A chegada de Cunha e sua rápida ascensão abalaram os alicerces que sustentavam a convivência entre os dois grupos.

Quem sempre ajudou a evitar rupturas foi Jucá, o mais jeitoso de todos. Inteligente, organizado e trabalhador, Jucá sempre buscou acordos, pacificação e solução de conflitos internos, externos, politicos e até de projetos governamentais. Se ficar sob pressáo por causa dos familiares, não terá tanta energia e foco para trabalhar em prol do governo. Sarney já se diz aposentado, Jader também está mais afastado. Eunicio, embora tenha pertencido por um período ao grupo da Câmara e hoje comande o Senado, nunca foi o principal articulador de Michel.

Hoje, estáo presos Cunha, Henrique, Geddel. Rocha Loures nunca foi considerado um formulador do grupo. Moreira e Padilha são ministros e estáo sob pressão por causa dos processos. Padilha ainda tem as questões de saúde, que lhe tiram energia e ainda tem a parte administrativa do governo. Assim, Michel, presidente da República graças ao acordo com o PT no passado e pela queda de Dilma Rousseff, está cada vez mais sozinho. Se não recompor seu grupo com novos companheiros, ficará à deriva.

Os bons companheiros

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Cresce na base aliada do presidente Michel Temer no Congresso a certeza de que, se ele quiser realmente escapar com folga da segunda denúncia em análise no Congresso, terá que rever a coordenação política. Não dá para deixar esse núcleo restrito ao secretário-geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, e ao chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que já está sobrecarregado. Tampouco entregar tudo ao ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, que enfrenta um forte desgaste nos partidos do chamado Centrão.
O primeiro sinal da necessidade de mudança foi a votação da medida provisória que deu a Moreira Franco status de ministro. A proposta que manteve o status passou por um triz, 203 votos a 198 e sete abstenções. Deputados passaram o dia debruçados sobre o mapa de votação e concluíram que, se o presidente não ampliar seus interlocutores e o núcleo estratégico, surpresas desagradáveis virão em outras votações.

Os trabalhos
de Geraldo
O PSDB de São Paulo votou em bloco contra a permanência de Moreira Franco no papel de ministro de Estado. Há quem veja aí o governador Geraldo Alckmin balançando o partido no sentido de afastá-lo ainda mais do governo e do presidente Michel Temer, que recentemente fez acenos positivos em prol do prefeito paulistano, João Doria, o outro presidenciável de ponta hoje no ninho tucano.

Se arrependimento matasse…
Não é pequeno o número de senadores que se mostra disposto a enfrentar o Supremo Tribunal Federal (STF) e devolver a Aécio Neves o direito de exercer o mandato. Há muitos arrependidos do voto favorável à prisão do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) em novembro de 2015. E olha que, no caso de Delcídio, os próprios senadores consideraram que houve o flagrante da tentativa de promover a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O Fux da união
De todos os votos do caso Aécio no STF, o que mais incomodou os parlamentares foi o de Luiz Fux. “Soou como adversário político e não como ministro do STF”, comentavam alguns. O líder do PMDB, Renan Calheiros, atacou Fux publicamente, enquanto, no Planalto, o ministro também foi objeto de comentários. Fux conseguiu colocar Renan e Michel Temer no mesmo lado.

Corra, Temer, corra!
O governo reviu a estratégia de caminhar lentamente com a denúncia contra o presidente Michel Temer. A ordem agora é acelerar a tramitação, a começar pela decisão de não fatiar o texto, adotada ontem pela Comissão de Constituição e Justiça. Aliás, é ali que o governo terá a sua real batalha. O plenário não é considerado o maior problema.

Aposta tucana
O PSDB continuará dividido em relação ao presidente Michel Temer. Com ou sem Aécio, muitos acreditam que os votos serão praticamente os mesmos da primeira denúncia. Ontem, aliás, muitos tucanos não se cansavam de repetir que “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Em tempo: qualquer semelhança com a mesma frase dita no passado pelos petistas é mera coincidência.

A chuva chegou, mas…/ Atenção, autoridades! Moradores de bairros mais nobres da cidade, como o Lago Sul, começaram a ampliar a profundidade dos poços artesianos, muitos irregulares. A fonte de muitos secou.

Serra na articulação/ O senador José Serra (PSDB-SP) tem trabalhado nos bastidores a favor da devolução do mandato de Aécio Neves. Os argumentos usados nas conversas são as de que não houve flagrante, que Aécio está à disposição da Justiça e que é preciso fixar a separação de poderes.

Renan, o coerente/ Uma parcela do PT que hoje defende que o Senado devolva o mandato de Aécio votou no passado contra Delcídio. Um dos poucos que à época ficou ao lado do senador foi o então presidente da Casa, Renan Calheiros.

Nem todos/ O senador Cristovam Buarque (foto), do PPS-DF, avisava ontem que, antes de mais nada, é preciso definir o que o Senado vai votar. Ele é contra qualquer confronto direto com o Supremo Tribunal Federal. Esse enfrentamento, entretanto, já está instalado, dizem outros.

Depois da carta aos brasileiros…

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Em 2002, Antonio Palocci ajudou o então candidato Lula a escrever a Carta aos Brasileiros, aquela que soou como um carimbo no passaporte do futuro presidente da República. Foi a senha que deu ao país, em especial à classe média, a garantia de que o PT não romperia contratos se assumisse o poder. Agora, num tom duríssimo, Palocci praticamente recusa o visto para que Lula se candidate a um novo mandato. Sua nova carta praticamente desarma o discurso de Lula. A carta, certamente, será usada nas redes, no horário eleitoral e onde mais o ex-presidente se apresentar pedindo votos no ano que vem. Internamente, embora os petistas minimizem de público as críticas do agora ex-petista Palocci, há quem diga que o estrago está feito. Lula já estava cercado de dúvidas sobre uma nova candidatura em 2018. Agora, diante da carta de Palocci, a situação se complicou ainda mais. O PT, entretanto, vai cobrar provas de Palocci, assim como a Justiça. Se o Italiano tiver algum dado mais concreto de que tudo o que diz é a mais pura verdade, resta ao PT a leniência sugerida por Palocci. Será, então, a terceira carta. A do pedido de desculpas à Nação, algo que até agora o Partido dos Trabalhadores não fez. Aliás, nenhum deles. Vejamos os próximos capítulos.

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Temer e o WO

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Adiada mais uma vez esta tarde, a leitura da denúncia contra Michel Temer no plenário da Câmara terá agora mais público do que o governo contava. A oposição vibrou e está convocando os seus para uma série de discursos reforçando o pedido. O governo também não reclamou. A turma de Temer avalia que quanto mais perto da eleição, mais difícil será a base largar Temer para colocar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no comando do país e, 90 dias depois, eleger um presidente para cumprir o restante do mandato. Ainda que seja o próprio Maia, será muito difícil para qualquer presidente aprovar reformas em pleno ano eleitoral. E sentar-se à escrivaninha presidencial apenas para cumprir tabela é alto que a maioria dos políticos rejeita, especialmente, aqueles com chances eleitorais em 2018.

Além do calendário apertado, Maia é visto por muitos como alguém mercurial, ou seja, que não tem toda a frieza e paciência de Michel Temer para lidar com os colegas congressistas. Diante desse quadro, Michel vai ficando. Só sairá se vier um imponderável, como uma hipotética delação de Geddel Vieira Lima, que ainda na fase choro, aquela que primeiramente atinge quase todos aqueles recém-chegados ao sistema carcerário. Até concluir essa etapa, dizem alguns, já estaremos no ano eleitoral. E até se chegar a uma delação premiada de Geddel, a esperança dos governistas é a de que o Brasil já tenha um presidente eleito cuidando da transição e renovando as esperanças dos brasileiros. Por isso, muitos acreditam que Temer ficará ate´o final de seu mandato. Vejamos os próximos capítulos.

DEM VERSUS PMDB

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Jantar do DEM com Dória hoje em São Paulo: Não está descartado um convite para ingresso no partido

O DEM vai aproveitar essa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer para crescer. É por ái que deve ser lida a reclamação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em relação ao afã com que os peemedebistas correm atrás dos deputados que buscavam acordos para migrarem para o DEM, em especial os do PSB. O caso de Pernambuco é o mais emblemático. O DEM convidou o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, e o senador Fernando BEzerra Coelho para se filiarem ao partido. Na hora H, o senador fechou com o PMDB. Fernando Bezerra sabe que, no PMDB, tem mais tempo de tevê para seu projeto de concorrer ao governo estadual. Também sabe que no PMDB não existe “pacto de sangue” com um candidato a presidente da República. O partido sempre entrega os seus à própria sorte sem pestanejar.

O DEM, entretanto, que de bobo náo tem nada, joga a culpa da opção de Fernando Bezerra Coelho na cúpula peemedebista. Assim, evita que, logo ali na frente, o PMDB tente segurar qualquer outro movimento do partido.

Hoje, por exemplo, o DEM tem um jantar com o prefeito João Dória em São Paulo. O PMDB também já fez gestos de aproximação com o prefeito paulistano, movimento que contou com a ação direta do presidente Michel Temer. Hoje, será a vez do DEM e não está descartado um convite para que Dória se filie à sigla com vistas a uma candidatura em 2018. É esse movimento que a reclamação de Rodrigo Maia quer reforçar. O que Rodrigo Maia fala de público, nos bastidores tem a seguinte leitura dos próprios integrantes do DEM “PMDB, fica na sua e não nos atrapalhe no caminho para 2018. Afinal, PMDB, se Michel Temer terminar o seu mandato de presidente da República, para vocês já terá sido um feito e tanto”.

E, sabe como é, caro leitor, em tempos de denúncia contra Temer chegando na Câmara dos Deputados, o PMDB não tem outra saída, a náo ser recolher os flaps eleitorais e deixar que os aliados façam suas evoluções. Caso contrário, o prejuízo será muito maior. Por enquanto é esse o aviso do DEM, ávido por crescimento e de olho (no momento) apenas em 2018. Se isso vai mudar, dependerá das atitudes do PMDB. E segue o baile.

Daiello cancela férias e aceita convite para permanecer no cargo

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O diretor-geral da Policia Federal, Leandro Daiello, se preparava para sair de férias quando recebeu a indicação de que seria convidado a permanecer no cargo. Ele, então, desistiu de sair por uns dias e hoje o ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou que não haverá mudança na PF. Nos bastidores, há quem diga que uma troca nesse momento poderia passar a ideia de que o governo de Michel Temer estaria interferindo no trabalho da PF. Sabe como é: Com mais uma denúncia contra o presidente da República na roda, quanto menos marola, melhor.

Em todas as últimas trocas de comando no Ministério da Justiça se falou em mudanças na direção da Polícia Federal. Porém, com o governo enfraquecido diante das denúncias que não param de expor a cúpula do PMDB e os nomes ligados ao presidente Michel Temer, o governo não encontrou ainda uma “janela” para promover qualquer alteração. Assim, Daiello, vai ficando. Agora, diante e um convite formal para permanecer, há quem aposte em vida longa ao diretor no comando de uma das instituições mais prestigiadas no Brasil.

As armas de cada um

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Pronto. Rodrigo Janot fecha o pano de sua performance no comando da Procuradoria Geral da República com a nova denúncia contra o presidente Michel Temer, anunciada desde junho. Para reforçar, colocou no balaio os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Incluiu ainda os presidiários Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Eduardo Alves, além do delator que foi para a cadeia depois da delação (surreal, não é?), Joesley Batista e Ricardo Saud, que tiveram os acordos de delação suspensos pela PGR. A inclusão de Joesley e Saud nesse grupo é para ver se sensibiliza mais deputados a votarem pela licença para que Temer seja processado no STF. Para completar, vêm fatos desde 2006, ainda no governo do presidente Lula, no pós-mensalão, quando essa parcela do PMDB se aproximou do PT.

O Planalto, por sua vez, tenta há meses se preparar para apresentação dessa denúncia da mesma forma que as autoridades da Flórida se organizaram para receber o furacão Irma. Já sabiam que viria. Não previram, porém, o roteiro, por exemplo, a inclusão de Joesley e Ricardo Saud entre os denunciados, tampouco com fatos anteriores ao governo do presidente Michel Temer. Aliás, o fato de citar episódios antigos, é visto no Planalto como algo que pode ajudar Temer, porque o presidente só pode responder por ações dentro do mandato. Da parte dos congressistas, a ordem é votar essa denúncia até meados de outubro. Vem por aí, a segunda edição do discurso da perseguição do procurador ao presidente e também da melhora na economia. A avaliação inicial é a de que, se Temer venceu a primeira, com todo o impacto que houve à época, essa será mais fácil. Falta combinar com a base.

De furacões, malas e prisões

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Por aqui, quem sai por alguns dias de férias encontra uma terra tão arrasada quanto quem retorna para casa na Flórida depois da passagem do Irma. As imagens das malas e caixas de Geddel Vieira Lima martelam na cabeça, assim como o depoimento de Antonio Palocci, falando de pactos de corrupção como quem comenta que foi tomar uma cervejinha com um amigo das antigas. Hoje, Anthony Garotinho foi preso, Wesley Batista a caminho de fazer companhia ao irmão na prisão, Lula depondo frente a Sérgio Moro, José Dirceu mais uma vez na mira da Justiça. Até na Procuradoria Geral da República já se achou gente enrolada nessa sucessão de escândalos que parece não ter fim. A sensação que se tem diante das malas de dinheiro é a de que o furacão da corrupção que insiste em permanecer no solo brasileiro em categoria 5. Agora é rezar para que, diante da ação da Polícia, do MP e do Poder Judiciário, esse furacão da corrupção perca força. Bem, vamos ao trabalho!