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Partidos devem usar aprovação de reformas para negociar cargos
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg
Os parlamentares que liberaram a indicação de dirigentes partidários para cargos nas agências reguladoras estão de olho na segunda fase do governo Jair Bolsonaro. A aposta geral é que, na hora de aprovar as reformas no plenário, o governo precisará negociar com outros partidos que não têm representantes na Esplanada. Embora a lógica do governo não seja de negociação direta com as agremiações partidárias, os parlamentares veem os indicados, até aqui, como representantes dos partidos. Aliás, a manutenção do Ministério do Turismo e a escolha de Marcelo Álvaro (PSL-MG), conforme antecipou ontem a coluna, servirá para a classe política como um contrapeso à presença do DEM em pastas importantes, como Saúde e Agricultura.
Tem que olhar isso aí!
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, tomou um susto quando soube que o presidente do Senado pode devolver uma medida provisória, caso considere o texto inconstitucional. Agora, ele pediu a interlocutores que o mantenham informado sobre as articulações de bastidores. Embora não esteja disposto a entrar nessa batalha, vai acompanhar bem de perto. O filho Flávio Bolsonaro, senador eleito que já deu várias declarações contra a candidatura de Renan Calheiros, será o principal olheiro do presidente Jair.
A forcinha deles
Os ministros políticos anunciados ontem por Bolsonaro — Osmar Terra para Cidadania e Marcelo Álvaro, Turismo — terão a missão de ajudar na articulação dos votos para a aprovação das reformas, que o governo enviará ao Congresso em fevereiro.
Por falar em reformas…
Os parlamentares já fizeram chegar à equipe de transição que, se o futuro governo quiser ganhar tempo, é melhor ficar com o texto da reforma previdenciária que tramita hoje no Congresso. Ali tem igualdade entre o setor público e o setor privado, tem idade mínima e regra de transição.
Nada é para já
Quem trabalhou ativamente na separação da área de Segurança Pública do Ministério da Justiça considera que o governo vai levar, pelo menos, seis meses para juntar tudo. Ou seja, terá a máquina funcionando a pleno vapor só no final de 2019
PSDB diz não
Os tucanos decidiram manter cautela em relação ao futuro governo. Não terão alinhamento automático, nem tampouco oposição ferrenha. No ano que vem, um congresso do partido definirá as linhas programáticas do PSDB.
Lost in translation/ Nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro disse com todas as letras, em inglês, que o governo dará o melhor de si, mas talvez não consiga aprovar a reforma da Previdência. Ninguém gostou. Nem o pai, nem Paulo Guedes e muito menos o mercado. Na equipe de transição, muita gente considerava que a viagem do filho do presidente para conversas com investidores seria precipitada. Agora, essas pessoas têm certeza.
As cartas de Zema/ Quem recebeu carta-convite para ver se aceita ser secretário do governo de Romeu Zema, em Minas Gerais, foi o deputado Floriano Pesaro (PSDB-SP). Floriano foi secretário de Desenvolvimento Social de Geraldo Alckmin. Não se reelegeu, porém, é experiente nessa área e tem a ficha limpa. Sinal de que o Partido Novo quer mudar, mas não despreza os políticos que têm currículo.
Pura inveja/ Tinha parlamentar do PSL comentando à boca pequena que o presidente eleito já nomeou tanta gente do atual governo que só falta arrumar um canto para o próprio Temer e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Temer será, pelo menos, um conselheiro informal, quando e se for chamado.
Por falar em Temer…/ As férias dele terão menos de um mês. É que as aulas do filho mais novo, Michelzinho, começam no final de janeiro, em São Paulo.
Maioria dos partidos se diz contra reajuste salarial para deputados e senadores
Para surpresa de alguns, a maioria dos partidos políticos vai se posicionar contra a concessão de reajuste salarial para os deputados e senadores no ano que vem. Assim, avaliam alguns, o desgaste junto à opinião pública sobrará para o Judiciário. Na reunião em que o assunto veio à baila, cogitou-se ainda o fim do auxílio-moradia das excelências. Porém, haveria diferenças entre aqueles que ocupam o apartamento funcional.
A Câmara tem 380 apartamentos funcionais em uso, fora aqueles que estão em reforma. Cogitou-se, inclusive, cobrar aluguel da turma que ocupa esses imóveis. Mas, diante da confusão e da profusão de ideias mirabolantes no meio do caminho, fica tudo como está. E a Câmara deixa apenas de conceder reajuste salarial.
O tema foi discutido numa reunião onde os deputados faziam exercícios sobre a formação de blocos parlamentares. Só não estavam presentes representantes do PTB, do PSL e do PT. Os petistas, entretanto, avisaram que topam a não concessão do reajuste.
Vem aí o GCI
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já definiu o nome do órgão que irá acompanhar toda a parte de infraestrutura de dentro do Palácio do Planalto: Gabinete Central de Infraestrutura (GCI). Será uma espécie de coordenação dos ministérios desse setor:
Só muda o nome
Há quem diga que o GCI não será nada além da Câmara Setorial de Infraestrutura que funcionou no governo Lula, no qual os ministros eram chamados ao Planalto para definir prioridades e prestar contas. A coordenação era a cargo da Secretaria-Geral da Presidência.
Blocão pró-Maia
Embora ainda esteja em fase de construção, o megabloco em gestação no Congresso quer fechar o apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Quem estiver no bloco e não quiser seguir com Maia terá plena liberdade para sair candidato avulso a presidente da Casa. Pelo menos, até aqui, está caminhando nessa direção.
Balanço de todos
A combinação do fim do ano com o término de uma gestão faz com que esta época se torne ideal para que as administrações façam um balanço do que foi realizado. Seja o governo federal, seja o governo local, seja a Câmara Legislativa do Distrito Federal, cada um com estilo próprio, mas o importante é colocar no ar as prestações de contas para o cidadão.
CURTIDAS
Quem não tem reforma da previdência…/… Caça com a tributária. O governo de transição e o atual fecharam acordo para ler ainda hoje o relatório da reforma tributária, na comissão presidida pelo deputado Hildo Rocha (MDB). O problema é a falta de tempo para votar o texto de Luíz Carlos Hauly (PSDB-PR). Salvo raríssimas exceções, as excelências estão entrando no “modo natalino”.
O que eles pensam I/ Entre os congressistas, começa a cristalizar a ideia de que Bolsonaro pode até reduzir o número de Ministérios, mas a quantidade de novas secretarias indica que muitas estruturas vão continuar praticamente intactas, cortando apenas os carros com placa verde e amarela e o salário do secretário.
O que eles pensam II/ Os profissionais da política têm comentado em conversas reservadas que o primeiro ano do governo Bolsonaro será a vitrine para as ações do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na “Lava-Jato Executiva”.
Pegou muito mal/ Parlamentares, tarimbados na velha fórmula do “e o que eu ganho com isso?”, criticaram ontem o fato de o ministro Luiz Fux só aceitar revogar o auxílio-moradia depois da sanção do reajuste. Soou como um toma-lá-dá-cá. E é.
Renan Calheiros articula retorno de senadores ao MDB para não perder a presidência
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem dito que, se o MDB assim quiser, ela será candidata a presidente do Senado. Renan Calheiros, que sabe da importância de ser escolhido dentro da bancada, já está em campo para levar de volta alguns senadores para o partido e trabalha em duas frentes: o retorno de senadores ao MDB e, de quebra, o estímulo a potenciais adversários que hoje não têm condições de agregar uma maioria na Casa. Quando perguntado, por exemplo, sobre a candidatura do senador David Alcolumbre, do DEM do Amapá, Renan não titubeia: “Um excelente candidato”.
Os emedebistas que conhecem a fundo a expertise política dos Calheiros respondem com um sorriso maroto. A ordem é insuflar Alcolumbre para tentar inviabilizar as chances de Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, considerado um adversário perigoso.
Quem avisa amigo é
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já foi aconselhado a ficar fora da briga pelo comando da Câmara e do Senado. Ao não consultar partidos para a composição de seu governo, há quem diga que, onde ele decidir influir, o recado das duas Casas poderá ser uma derrota.E, sabe como é: melhor abraçar um vencedor alheio do que ser obrigado a conviver com um eleito ressentido, de uma campanha contra por parte do governo.
Dos males, o menor
No caso do Senado, houve quem dissesse a Bolsonaro que o melhor mesmo é torcer por Renan Calheiros. É que, com Renan Filho governador de Alagoas, o senador será o último a ficar contra o governo federal.
Ciro & Tasso, 20 anos
O jantar que reuniu o PDT do senador eleito Cid Gomes, e a Rede, do senador Randolfe Rodrigues, para trabalhar uma candidatura de Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao comando do Senado tem uma sementinha de longo prazo. Cid sonha repetir, em 2022, o que houve em 2002, quando Tasso Jereissati terminou apoiando Ciro Gomes para presidente da República.
O que incomoda o PSL
O que mais irrita os deputados do PSL é saber que os ministérios ocupados por deputados do DEM são justamente aqueles que dialogam direto com as bases. Afinal, foi na Saúde que o tucano José Serra montou sua campanha em 2002. O PT, no início, não abriu a vaga a ninguém. Da Agricultura, sai a conversa com o setor que movimenta o país. Farão tudo para evitar que a Educação e programas sociais caiam nas mãos de outros partidos.
Guedes, o poderoso/ Além de presidentes dos bancos públicos anunciados ontem, Paulo Guedes é quem dará a palavra final sobre os vice-presidentes das instituições. Há tempos ninguém concentrou tanto poder num governo.
Começaram as maldades/ Nos corredores do Parlamento, há quem diga que o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passou a dar uma força à candidatura de David Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado por motivos familiares. A esposa de Onyx, Denise Veberling, assumiu, em 2016, um cargo comissionado no gabinete do senador. Salário bruto de R$ 8 mil.
Corpo são, mente sã/ Quando Onyx conheceu a esposa, já estava separado havia tempo. Ela tinha sido indicada para personal trainer do então deputado.
Bolsonaro ainda não bateu o martelo para o comando da Infraestrutura, área crucial
Com mais da metade dos ministros definida, Jair Bolsonaro está com dificuldades de fechar uma área crucial para alavancar a economia: a Infraestrutura. Ao que tudo indica, ele vai deixar para anunciar mais ao final. Assim, quando o futuro ministro chegar, o desenho de estatais a serem preservadas e as que serão extintas rapidamente estará pronto. Nesse sentido, é bom muitos dos alinhados ao atual governo ficarem espertos, porque, quem for se mexer para determinadas estatais, pode terminar sem nada. A EPL, por exemplo, como aliás já foi dito aqui na coluna, está com os dias contados.
O jeitão de Rodrigo Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocou a necessidade de equilíbrio dentro do Poder Legislativo como principal bandeira de campanha. Assim, pretende atrair todos os partidos, em especial, os da oposição. Até aqui, as legendas que se reuniram ontem, PSB, PV, PPS, PDT e PCdoB, que não abandonou o bloco, admitem esse desenho.
Faltam os “russos”
O PT ainda não definiu. Seus líderes consideram que ainda é cedo para fechar qualquer apoio a candidaturas. Por enquanto, os petistas caminham sozinhos.
PSL resiste a Maia
A reunião do PSL, ontem, deixou transparecer a dificuldade do partido em apoiar a reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Significa que o deputado do DEM será, a cada dia, mais empurrado para o jogo com os partidos fora do governo Bolsonaro. Só tem um probleminha: Bolsonaro quer o DEM no chamado “núcleo duro” do seu governo. Logo, precisará fazer algum agrado à legenda, uma vez que a escolha de ministros não é considerada um gesto partidário. Gesto partidário se faz no Parlamento.
Turismo pressiona
A demora do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em definir os setores de Infraestrutura e de Indústria e Comércio fez aumentarem pressões para manutenção de alguns ministérios. Na área de Turismo, por exemplo, o Conselho Nacional do setor enviou uma carta ao futuro chefe de Estado com uma moção de apoio à permanência da atual estrutura com status de ministério. O documento diz ser um “retrocesso” extinguir ou fundi-lo com outra pasta uma área responsável pela criação de um a cada cinco empregos no mundo e que representa ainda 10,4% do PIB global.
Palacianos da “primeira fase”
Quem conhece bem o funcionamento da política aponta que dos ministros palacianos pelo menos um tem prazo de validade: Onyx Lorenzoni. Nos últimos 25 anos, nenhum ministro da Casa Civil permaneceu todo o período de governo no cargo. A exceção é nesse pequeno período de dois anos, Eliseu Padilha. Quanto ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e secretaria-geral da Presidência da República, a longevidade parece maior.
Noiva ilustre I/ Advogados e médicos com escritório no complexo Brasil XXI, no coração de Brasília, ficaram intrigados, dia desses, com a presença de uma noiva no heliponto do Hotel Meliá. Era Denise Veberling, que se casa, hoje, com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no Clube do Congresso.
Noiva ilustre II/ Denise não chegou de helicóptero. Advogados que foram pesquisar, descobriram que a noiva de Lorenzoni pediu e obteve autorização para usar o heliponto como cenário para as fotos com o vestido que usará no casamento. No local, ficaram apenas ela, o fotógrafo e um segurança. As fotos, aliás, dizem na transição do governo, estão guardadas a sete chaves. Afinal, o noivo não pode ver o vestido antes da hora.
Palácios do poder I/ A primeira-dama, Marcela Temer (foto), apresentou o Alvorada inteiro a Michelle Bolsonaro, porém, não mencionou por que preferiu morar na Granja do Torto, residência do vice-presidente. É que tanto Marcela quanto o presidente não gostaram da energia do local.
Palácios do poder II/ A alguns amigos, Temer contou que ele e Marcela ouviam barulhos estranhos na madrugada, como se o local fosse mal-assombrado. Eu, hein.
Hoje tem!/ A festa de premiação do prêmio Engenho de Comunicação, o dia em que o jornalista vira notícia. O Correio é finalista em várias categorias: melhor veículo impresso, melhor cobertura de Brasília, melhor coluna (com dois finalistas, Brasília-DF, assinada por mim, e Entrelinhas, assinada por Luiz Carlos Azedo). Esta 15ª edição do prêmio terá, ainda, uma homenagem especial à jornalista Liana Sabo, que comanda a coluna Favas Contadas e completa 50 anos de bom jornalismo nas mais diversas áreas. Aos jurados, nossos agradecimentos.
Para evitar uma nova Lava-Jato, presidente da Petrobras responderá diretamente a Paulo Guedes
Pelo andar da carruagem, vem por aí um esvaziamento do futuro ministro de Infraestrutura. A escolha do presidente da Petrobras antes do ministro de Minas e Energia, ou do de Infraestrutura, por exemplo, mostra que o setor de petróleo responderá diretamente a Paulo Guedes. Na primeira fase do governo Lula, para desgosto da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o presidente da Petrobras respondia direto ao Palácio do Planalto. Quando ela ocupou a Presidência, também deixou a Petrobras sob o comando palaciano. O resultado foi a Lava-Jato. Bolsonaro quer evitar isso. Além da Petrobras, empresas importantes devem responder direto à área econômica.
Núcleo duro
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, pretende fazer o comando estratégico político de seu governo com PSL, DEM e PRB. Só tem um probleminha: ainda não avisou aos presidentes
dos partidos.
Pior para Rodrigo
A escolha de Luiz Henrique Mandetta, do DEM, para ministro da Saúde representará mais um motivo para que os partidos de centro resistam à reeleição
de Rodrigo Maia para a Presidência da Câmara. O PP encabeça esse movimento.
Leitura geral
Deputados estão convencidos de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não quer Rodrigo no comando da Câmara. Porém, se trabalhar contra, pode animar muitos a apoiar o democrata.
Falta convencer o PT
Rodrigo Maia é visto como um nome capaz de agregar os partidos de esquerda, parte do centro e buscar uma Câmara mais equilibrada.
Se os partidos de esquerda forem inteligentes, podem ter aí a primeira derrota do presidente eleito.
Ô, vício!/ Um dos locais onde o futuro ministro da Saúde pode ser encontrado sempre na Câmara é o… fumódromo. Do lado de fora do Salão Negro.
Se chamar, ele vai/ Sondado por líderes religiosos se aceitaria ser indicado para assumir o Ministério da Educação, o senador eleito e atual deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) está bem ciente dos desafios que teria pela frente. No evento Diálogo entre Poderes, promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais (Abrig), nessa terça-feira, sentenciou: “Economia é fichinha. O desafio maior do país é mudar a educação”.
O governo quer o PSDB/ Ainda no evento da Abrig, a deputada eleita Joice Hasselmann (foto), do PSL-SP, revelou que uma das condições para apoiar João Doria no segundo turno ao governo de São Paulo foi o compromisso de ele tomar o PSDB. “Bolsonaro precisa de uma base forte. A eleição acabou, a hora é de construir pontes”, afirmou a deputada eleita.
E ainda dá pitaco no comando tucano/ Joice foi além e declarou ser favorável à eleição do ex-ministro Bruno Araújo para a presidência da legenda, como Doria estaria defendendo nos bastidores.
Corte de cargos em estatais no governo Bolsonaro será maior que o previsto
Coluna Brasília-DF/ Por Denise Rothenburg
O pacote de medidas que o novo governo prepara para concessões na área de infraestrutura e cortes de cargos em estatais será maior do que o imaginado inicialmente. E a justificativa para isso é o atraso na votação da reforma previdenciária e as dificuldades para cumprir a “Regra de Ouro” — aquela que impede o governo de fazer empréstimos para pagamento de despesas correntes, por exemplo, salários de servidores.
A Regra de Ouro, aliás, será objeto hoje da conversa do presidente eleito com os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de contas deseja saber, de forma transparente, o que Jair Bolsonaro pretende fazer com essa norma. A depender do que se ouve na equipe de transição, é cortar gastos e cumprir a lei.
Um jantar amargo
Líderes partidários viram com desconfiança o fato de o presidente da Casa, Rodrigo Maia, marcar um jantar com os novos parlamentares. Alguns ficaram com a impressão de que Rodrigo passou a atuar “no varejo”, desprezando o papel de líderes e coordenadores partidários.
Deixa o homem trabalhar
Rodrigo Maia avisou aos amigos que o jantar é um gesto de apreço àqueles que chegam ao Congresso no ano que vem. Os mais chegados ao presidente da Casa, entretanto, não negam: É, sim, um ato de campanha.
Noves fora…
Rodrigo Maia até agora tem ao seu lado o DEM e o PSDB. Os demais querem saber o que vão levar em troca e correm o risco de não entregar os votos. É que, num cenário pulverizado, os líderes não têm mais controle sobre as bancadas.
PCdoB fica com o PT
O PCdoB de Manuela D’Ávila desistiu do bloco com PSB, PDT, PPS, PV e quem mais chegar. Embora a união seja apenas para o funcionamento parlamentar, os comunistas estão com receio de terminar servindo de escada para o pedetista Ciro Gomes.
CURTIDAS
Até aqui…/ Bolsonaro cumpre o que diz. Os nomes anunciados indicam que o presidente eleito não se desviou do que prometeu na campanha: formação da equipe sem toma-lá-dá-cá com os congressistas e carta branca para o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, chamar quem quiser para compor o governo.
O pulo contra Renan/ Renan Calheiros sabe que tem um movimento pelo voto aberto, no Senado, para escolher o presidente da Casa , conforme relatou o senador Lasier Martins (PSD-RS) ao blog da Denise, no site do correiobraziliense.com.br. A reação virá.
Enquanto isso, na sala do ex- juiz…/ Sérgio Moro vai afunilando as escolhas para a sua equipe. Érika Marena, a delegada que batizou a Lava-Jato, é considerada nome certo para a área de recuperação de ativos no Ministério da Justiça.
Ele gostou/ O presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, não achou ruim ter seu nome citado por engano pelo vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. “Fiquei honrado em ser presidente da Petrobras por três segundos!”, comentou Gil com um amigo.

Debate/ A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) promove hoje mais uma edição do Diálogo entre os Poderes, com a presença do senador eleito Izalci Lucas (PSDB-DF, foto) e da deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP), às 8h30, no Hotel Kubitschek Plaza. Vão debater os primeiros 200 dias do governo Bolsonaro e a busca de uma agenda legislativa. Quinta-feira, 22, será a vez de Rodrigo Maia abrir evento semelhante, em São Paulo.
Com o presidente Michel Temer enfraquecido e um número expressivo de deputados e senadores limpando gavetas, a influência do Poder Executivo sobre o Legislativo caiu ao ponto de ninguém mais ter o comando fechado das bancadas nas votações deste fim de ano. Nessa batida, a pauta-bomba não saiu de cena, apesar da conversa entre o economista Paulo Guedes e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Só na Câmara, são quase R$ 14 bilhões incluídos em vários projetos, em benefícios fiscais que ainda podem ser votados nas próximas semanas. E, subsídio, sabe como é, depois que aprova, para tirar é uma novela.
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Enquanto isso, medidas provisórias vão caducando. A MP que facilita a privatização de empresas de saneamento, por exemplo, vence nesta segunda-feira e não há acordo para votação. A oposição comemora, e os governos, o de hoje e o do ano que vem, se mostram preocupados. Será mais um tema para retomar em 2019.
Lula arrependido
Aliados do ex-presidente Lula dizem que, só agora, depois da eleição, é que ele passou a avaliar que, talvez, teria sido melhor aceitar a linha do ex-presidente e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, de buscar a prisão domiciliar. Porém, ainda não autorizou seus advogados a seguirem nessa direção. Já tem gente pensando em dizer que essa seria a única saída no momento.
Setor problema
Em todos os governos, desde a redemocratização, a área de infraestrutura dá dor de cabeça aos governantes. E com Jair Bolsonaro não será diferente. Está uma queda de braço na equipe de transição pela indicação do futuro ministro, depois que o general Oswaldo Ferreira recusou o cargo. Será mais uma disputa para Bolsonaro arbitrar, como o fez na Agricultura.
Economia em alta
A reação do mercado em relação ao nome de Roberto Campos Neto para a presidência da Banco Central compensou o susto com o novo chanceler, Ernesto Araújo, visto com reservas dentro do Itamaraty. Porém, nem só de críticos vive Araújo: “Quem o critica é porque não compra um novo livro há, pelo menos, 15 anos”, diz o ex-deputado Paulo Delgado, sociólogo, que é só elogios ao estudioso e aplicado Ernesto Araújo.
Siga o sogro
Ernesto Araújo é genro do embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa, com uma vasta experiência na carreira diplomática, um dos mais respeitados da velha guarda do Itamaraty. Ou seja, escola para caminhar ao centro e fazer uma gestão equilibrada não falta ao futuro chanceler.
CURTIDAS
Mourão é pop/ O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, fez o maior sucesso no feriadão, ao ser reconhecido na academia de um condomínio de Brasília. Foi cumprimentado, tratou todo mundo com a maior simpatia e não se recusou a posar para fotos ao lado dos moradores.
Renan, o jeitoso/ Logo depois da eleição, o senador Renan Calheiros enviou os parabéns aos novos senadores com quem conseguiu algum contato. Ele, da parte dos senadores, e Fábio Ramalho (MDB-MG), da parte da Câmara, saíram na frente no corpo a corpo com os novatos.
Recondução garantida/ O MDB já acertou a permanência do deputado Baleia Rossi (foto), de São Paulo, no cargo de líder da bancada no ano que vem.
Futuro duvidoso/ Agora, quando chegar a hora de escolher o novo presidente do partido, a bancada vai se pintar para a guerra. Tem muita gente incomodada com a prorrogação do mandato de Romero Jucá até setembro.
Ao ficar preocupado apenas com a Previdência, Paulo Guedes ‘cedeu’ ao aumento para ministros do STF
Coluna Brasília-DF/ Por Denise Rothenburg
Paulo Guedes calou, logo concedeu
É bom o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ficar mais esperto, porque muita coisa vai passar por baixo da ponte que ele montou com o mantra “Previdência, Previdência e Previdência”. Na última terça-feira, durante conversa reservada das autoridades, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, quis saber dele se havia alguma preocupação com o Orçamento de 2019. Guedes respondeu que sua preocupação era a Previdência.
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Nesses termos, os senadores presentes se sentiram à vontade para cumprir a parte deles no acordo que havia sido selado entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o presidente Michel Temer em agosto, quando da elaboração do Orçamento do próximo ano. Agora, Temer vai esperar a decisão do Supremo a respeito do auxílio-moradia, que deve ser restrito a casos específicos, mediante apresentação de nota fiscal de pagamento do aluguel.
A meia-volta de Renan
Numa conversa, dia desses, em Brasília, Renan Calheiros comentou com políticos que está “contando votos”. Se ele sentir que tem espaço para conquistar a Presidência da Casa agora, não abrirá a vaga para a atual líder do MDB, Simone Tebet (MS).
Habilidosa e necessária I
A futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi recebida entre os políticos como “mais um golaço” do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ela já chegou em busca de uma pacificação com o presidente da UDR, Nabhan Garcia, que pretendia indicar o futuro ministro e perdeu espaço para a Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), presidida pela deputada.
Habilidosa e necessária II
Filiada ao DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Tereza será fundamental, ainda, no suporte à articulação política, a cargo de Onyx Lorenzoni. Ela tem o mapa da bancada do agronegócio e pontes com outros partidos essenciais para aprovação de reformas, em especial, a da Previdência.
Antes que Moro chegue
Como a coluna adiantou logo depois da eleição, os senadores começaram a se movimentar para ver se aprovam a lei do abuso de autoridade ainda neste ano. Tem muita gente achando que, depois da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e, por tabela, do ministro da Justiça, Sérgio Moro, vai ficar mais difícil.
CURTIDAS

Melhor assim I/ O adiamento da viagem do deputado Eduardo Bolsonaro (foto) foi visto como uma das medidas mais acertadas do parlamentar até aqui. Quem deve ter o primeiro contato oficial com o governo dos Estados Unidos deve ser o próprio presidente eleito ou os futuros ministros de Relações Exteriores e da Economia. Filho de presidente eleito não é posto para missão oficial.
Melhor assim II/ A outra decisão acertada de Eduardo foi aproveitar a reunião reservada das autoridades no gabinete de Eunício Oliveira, na terça-feira, para pedir desculpas ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sobre exageros verbais no calor da campanha. Toffoli, relatam senadores, disse que esse assunto estava encerrado.
Melhor assim III/ Por esses dias, aliás, Eduardo vem sendo nominado entre os colegas como “Eduardinho paz e amor”. Que Deus conserve!
Fabinho liderança em ação/ O novo ano não começou, mas o primeiro vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), já está em plena movimentação, com um grupo de moças encarregado de receber os parlamentares que prontamente ganham um convite para os fartos almoços de comida mineira que o deputado costuma oferecer em sua residência.
Rodrigo Maia não fica atrás/ Na Presidência da Câmara não tem sido diferente. Deputados que chegam têm sido recebidos com tapete vermelho na residência oficial.








