Jogo de figurões

Publicado em coluna Brasília-DF

Enquanto o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, dizia de viva-voz no plenário que o presidente da República, Michel Temer, não tem para onde ir com a política econômica do governo, quatro senadores peemedebistas eram convidados para um jantar no Palácio do Jaburu. A ideia do presidente agora é reunir sempre pequenos grupos para explicar que sua política tem começo, meio e fim. Ontem, foram chamados Garibaldi Alves, Rose de Freitas, João Alberto e Valdir Raupp. Outros encontros desse tipo virão.

Certos & duvidosos
O presidente Michel Temer nomeará Tarcísio Vieira de Carvalho Neto para a vaga de Luciana Lóssio no Tribunal Superior Eleitoral. Assim como Admar Gonzaga, Tarcísio é ministro substituto e encabeça a lista tríplice. A ideia é não demorar com a escolha para que Tarcísio possa começar a tomar conhecimento dos detalhes do processo sobre a chapa Dilma-Temer. A dúvida agora no Planalto é se o julgamento será concluído antes da saída do ministro relator Herman Benjamin, em setembro.

Vem mais
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a proibição de greve na segurança pública arrisca ser ampliada para outros setores essenciais, tais como hospitais públicos e privados. É que até hoje o Congresso não definiu o que são serviços essenciais e, se brincar, depois da decisão de ontem, quem fará isso é o STF.

A hora do Judiciário
Ministros do Supremo Tribunal Federal e de outros tribunais superiores trabalham com um olho nos processos e outro na sociedade. É que virou voz corrente no meio político que o povo já avaliou o Poder Legislativo, o Executivo e só falta o Judiciário. Se os processos demorarem muito a serem julgados, não restará um Poder de pé.

“Só se convoca uma Constituinte quando a Constituição entra em colapso cardíaco. Não é o caso atual. No freio de arrumação, sempre quem não está com o cinto de segurança se machuca, mas o pior já passou”

Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ao comentar as crises que o país atravessa. Ele foi o entrevistado de ontem do CB.Poder, na TV Brasília.

Doria sai da toca
As afirmações do prefeito de São Paulo, João Doria, sobre lutar para evitar a volta de Lula foram vistas como um sinal de que ele entrou no jogo da sucessão de 2018. Falta combinar com o resto do PSDB.

A la Churchill/ O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) está se aprimorando na arte de ser o último a chegar. Apareceu com duas horas de atraso no jantar da senadora Kátia Abreu esta semana. Winston Churchill, o eterno primeiro-ministro britânico, gostava de entrar por último em eventos sociais e políticos (fez isso até no casamento da rainha Elizabeth).

Sobrou/ No jantar da senadora Kátia Abreu, o caranguejo foi secundário. Os martelinhos bateram pesado na Polícia Federal, nos procuradores e, para resguardar a tradição, na imprensa.

Terceirizaram a oposição!/ A imagem foi usada ontem pelo senador Lindbergh Farias (foto), do PT, logo depois do discurso de Renan Calheiros. “Ele foi terceirizado. Trabalha sem direito a férias e nem décimo terceiro!”, brincou.

E não é que… / …os petistas estão encantados com Renan? Ontem, enquanto o senador José Pimentel discursava, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) conversava animadamente com Renan e Jader Barbalho (PMDB-PA). Há tempos não se via o líder peemedebista tão à vontade.

O plano B de Lula

Publicado em coluna Brasília-DF

Recuperado do baque pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, o ex-presidente Lula se volta à
pré-campanha presidencial levando a tiracolo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, sempre citado nos discursos do pré-candidato. Para bons entendores, está clara a mensagem do eterno presidente de honra do PT: Haddad é nome para concorrer à Presidência da República em 2018 caso o próprio Lula esteja impedido de disputar. Aliás, a amigos, Lula tem deixado isso muito claro. Por que Haddad? Porque é um dos nomes que, pelo menos até aqui, está longe da Lava-Jato.

Em tempo: Ciro Gomes procurou Haddad para fazer dele vice na chapa do ano que vem. E o fez sem
onsultar Lula. O ex-presidente não gostou. E em várias conversas deixa transparecer a indignação.
Que ninguém se surpreenda se Haddad surgir ainda como o nome para presidir o partido. Seria a forma de o
ex-prefeito rodar o Brasil para se aproximar dos petistas e construir a plataforma presidencial.

Pato manco

O desfecho do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral ainda vai demorar, o que pode dar ao presidente Michel Temer tempo de terminar o mandato. Porém, muitos consideram que só o fato de o TSE cogitar cassar a chapa e o presidente ter de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer no cargo vai minar a força que resta para aprovar a reforma previdenciária. No PSB, a contabilidade interna aponta apenas seis votos favoráveis ao projeto do governo em tramitação na Casa. No PTB e no PSDB, os votos também estão minguando.

Cabral, onde mora o perigo

Interlocutores de Sérgio Cabral comentam nos bastidores que uma delação do ex-governador será direcionada especialmente ao Poder Judiciário no Estado. Há quem diga, inclusive, que os tentáculos do esquema vão muito além do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Pelo sim, pelo não, melhor aguardar o que virá de Cabral do que acusar as pessoas sem provas.

Comparações

Importantes observadores do cenário político consideraram um erro o presidente Michel Temer deixar Renan Calheiros lhe escorrer pelas mãos. “O gênio que o aconselha a enfrentar Renan deve ser o mesmo que recomendou a Dilma Rousseff que voltasse os canhões contra Eduardo Cunha.”

Enquanto isso, no PSDB…

Os paulistas ligados ao governador Geraldo Alckmin querem que ele pressione o presidente do partido, Aécio Neves, a indicar ainda este ano o candidato tucano à Presidência da República. Aécio, no entanto, vai no estilo do avô: deixa estar para ver como é que fica.

E o Doria, hein? // O prefeito de São Paulo, João Doria (foto), está adorando o fato de ser citado para concorrer à Presidência da República. Como Eduardo Campos fez em 2013, Dória hoje caminha de costas para a candidatura. Só tem uma diferença: Campos era dono do PSB. Doria não manda no ninho tucano.

Temer sentindo o terreno // O presidente Michel Temer aproveitou, ontem em São Paulo, para sentir o clima dentro do PSDB. Sabe como é. Quando as vaidades eleitorais afloram, eles não conseguem disfarçar as animosidades.

Dever de casa // O novo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, estará hoje na plateia do julgamento da chapa Dilma-Temer anotando tudo. É que, se o julgamento se prolongar para depois de 16 de abril, ele tem de estar pronto para proferir o voto sem delongas.

Sob encomenda // A sessão destinada a ouvir o Poder Judiciário sobre a Lei de Abuso de Autoridade, à qual até o relator Roberto Requião faltou, foi vista pelos juízes como a prova de que as excelências estão decididas a aprovar a proposta com o claro objetivo de segurar o juiz Sérgio Moro e estancar a sangria da Lava-Jato

Operação isola PT

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

A oposição que o líder do PMDB, Renan Calheiros, faz à reforma previdenciária não é considerada tão ruim como muitos possam imaginar. Dentro do governo, há quem diga que o movimento do senador colocou o partido numa posição na qual o PT nadaria de braçada. Agora, com Renan na roda da oposição, o PMDB ocupa tudo, e as considerações dos petistas terminam em segundo plano. Renan também está gostando do jogo. Em Alagoas, seus índices de popularidade melhoraram no último mês.

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Vale registrar: enquanto a posição de Renan mantiver o PT num cantinho, o governo vai administrar essa situação. Mais à frente, porém, dará alguma vitória ao senador. Assim, ajuda ainda mais a melhorar os índices do peemedebista em Alagoas.

O troco

Depois da nota da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) em defesa do pagamento do Funrural pelos produtores rurais horas antes do Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento, os agricultores que esperavam não ter que pagar planejam uma vingança. Vem aí uma chuva de ações contra o pagamento do imposto sindical que financia a entidade.

Por falar em Funrural…

A decisão do STF será mais um problema para a JBS-Friboi. É que a empresa não vinha recolhendo a contribuição. Agora terá que pagar tudo de uma lapada só. É conta para a casa dos milhões.

Meu foro, minha vida

Depois da condenação de Eduardo Cunha e da notícia do mensalão aos deputados do PP, ninguém quer saber de acabar com o foro privilegiado. E tem mais: o medo de muitos deputados agora é que Eduardo Cunha, ciente que o tempo de cadeia não será tão curto quanto imaginava, opte pela colaboração premiada.

Romaria

O anúncio do corte de R$ 42 bilhões no Orçamento levou vários deputados ao gabinete do ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo. Estão todos preocupados com o futuro das verbas destinadas às bases eleitorais justamente agora, quando todos preparam o terreno para eleição do ano que vem.

Enquanto isso, no Ipea…

A previsão do grupo de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que a inflação deste ano fechará abaixo do centro da meta e, para completar, o PIB fechará o ano com um aumento de 0,7%.

CURTIDAS

Tô chegando…/ Renan Calheiros deu um chá de cadeira de quase meia hora nos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Wellington Moreira Franco, na noite de quarta-feira. Esperaram calmamente. Sinal de valorização do senador. E de desconsideração de Renan.

…e de turma/ Renan demorou porque não queria conversar com os dois ministros longe dos demais senadores da bancada, como ocorreu na noite de terça-feira e resultou em especulações sobre a recriação do Ministério de Portos. Preferiu esperar que suas secretárias chamassem os demais. Só subiu depois que cinco deles tinham sido localizados.

A campanha de Osmar Serraglio/ O Ministério da Justiça inicia
neste domingo uma campanha publicitária para reforçar o plano nacional de segurança. O mote é a valorização da vida.

Muita calma nessa hora/ A coluna quis saber do senador Tasso Jereissati se ele concorrerá ao governo do Ceará em 2018 e em quem ele aposta para candidato do PSDB a presidente da República. A resposta: “Não sei o que vai acontecer na semana que vem e você querendo saber de 2018?!!!!”

Minha bancada, meu escudo

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois das farpas atiradas contra o governo em relação à reforma da Previdência, o líder do PMDB, Renan Calheiros, reabre sua artilharia contra o Planalto e, para isso, busca o apoio da bancada, o que terminou por causar desconforto em parte dos senadores do partido. Alguns parlamentares, como Simone Tebet, Waldemir Moka, Raimundo Lira, preferiam uma conversa direta com o presidente Michel Temer, em vez de uma nota, expondo as divergências em relação ao projeto da terceirização. Venceu, obviamente, a posição defendida por Renan e parte da bancada se sentiu usada pelo líder que procura se firmar numa posição de maior independência em relação ao governo.

Em tempo: o líder do governo, Romero Jucá, um dos maiores aliados de Renan, não compareceu à reunião dos peemedebistas convocados pelo comandante da bancada. Preferiu um tête-à-tête com Renan no início da noite. Sabe como é… Líder do governo, num movimento contra uma proposta que tem o apoio do Planalto, prefere ficar na encolha e resolver tudo nos bastidores.

Questão de prioridade

O Ministério das Cidades está reservando R$ 5 bilhões para asfaltamento de ruas pelo Brasil afora. Com R$ 1 bilhão, é possível deixar o Brasil com 3,3 mil quilômetros de faixa seletiva para ônibus, beneficiando 86 milhões de pessoas em cidades com mais de 10 mil habitantes. Não resolve o problema do transporte público, mas que ajuda, isso ajuda.

Ainda não acabou I

A dor de cabeça das grandes empreiteiras não acabará depois da delação de seus executivos. A exemplo do que foi feito com as empresas de Angra 3 (Technit, UTC, Queiroz Galvão e Empresa Brasileira de Engenharia), a Odebrecht, a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez são as próximas que correm o risco de serem consideradas inidôneas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mesmo depois de todos os acordos que já assinaram.

Ainda não acabou II

“As empresas não são vítimas, são corruptoras. Há aí uma inversão de valores. Queremos prestigiar os acordos de leniência, mas é preciso ter mais uma cláusula dizendo que vão colaborar com o TCU e devolver o que roubaram”, diz o ministro Bruno Dantas à coluna.

Negócios diversificados

O mesmo Miguel Júlio Lopes, sócio da Advalor DTVM, tem ainda uma factoring com o mesmo nome e, em 2005, abriu uma empresa de serviços patrimoniais para compra e venda de imóveis próprios. A Advalor DTVM foi a empresa que, segundo a força-tarefa da Lava-Jato, movimentou R$ 6 milhões de alvos da operação. Miguel tem dito que está tudo dentro das normas legais.

CURTIDAS

Conselhos do mago/ Detentor de uma vasta experiência em pesquisas eleitorais, Carlos Montenegro (foto), do Ibope, almoçou ontem com um grupo de deputados na casa do líder do PTB, Jovair Arantes. “Vocês têm que reunir os políticos e reagir aos ataques, explicar que não são todos iguais e que o país precisa de políticos para sua boa condução.”

Apostas do mago I/ Ele fez ainda cenários sobre 2018. Disse que Lula é figura certa num segundo turno da eleição presidencial do ano que vem, se estiver em condições jurídicas de concorrer. “Agora, ganhar a eleição é outra história.”

Apostas do mago II/ Em relação aos senadores José Serra e Aécio Neves, “não vejo na disputa”. Quanto ao prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin, é preciso clarear mais o ambiente para se ter uma ideia.

Apostas do mago III/ Alguém quis saber das chances de Jair Bolsonaro. Montenegro limitou-se a dizer: “Tem hoje entre 10% e 12%”. E o PMDB? “Não terá um representante”. Os deputados ficaram meio boquiabertos com as afirmações de Montenegro. Sabe como é… Com a Lava-Jato por aí, todos consideram muito difícil fechar hoje uma aposta para 2018.

TSE & Holofotes

Publicado em coluna Brasília-DF

O pedido do ministro Herman Benjamin para que o processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer seja colocado na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) jogará luz sobre os movimentos dos personagens citados nos bastidores para assumir a Presidência da República, caso a Corte decida cassar a chapa. Nesse rol, entrou na lista o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vem fazer companhia ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, citado em primeira mão aqui nesta coluna há praticamente um mês, e ao ex-ministro Nelson Jobim. Os três têm algo em comum: consideram a necessidade de separar quem aplicou dinheiro de caixa dois em campanha daqueles que enriqueceram às custas de doações ou cobraram propina.

Renan na lida
O líder do PMDB, Renan Calheiros, tem trabalhado diuturnamente nos bastidores no sentido de mostrar aos parlamentares a necessidade de aprovar o projeto que trata do abuso de autoridade. Aliás, o discurso dele semana passada, à noite, criticando o trabalho dos investigadores, foi feito àquela hora justamente para servir de alerta ao
público interno.

Janela
A demora do ministro Edson Fachin em levantar o sigilo da delação da Odebrecht é outro ponto que aumenta o ânimo dos políticos em aprovar as leis de interesse deles o mais rápido possível. É que, quando tudo vier a público em detalhes, muitos perderão a força para fazer valer sua vontade no parlamento.

Herman Moro
Observadores do processo no TSE têm comparado o ministro Herman Benjamin ao juiz Sérgio Moro. Porém, lembram que o papel do TSE é auxiliar, secundário, e não pode se sobrepor ao principal, ou seja, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em suma, há quem diga que Benjamin não tinha nada que ouvir delatores, apenas analisar as contas de campanha. Os crimes de corrupção, se passiva ou ativa, são julgados em outras instâncias.

Se cochilar…
Os parlamentares querem aproveitar o fraco movimento nas manifestações de apoio à Lava-Jato para votar, o mais rápido possível, os projetos que tratam do abuso de autoridade. A ideia é tramitar paralelamente ao fim do foro privilegiado, no qual há quem planeje embutir a proposta de diferenciar o caixa dois de campanha ao uso do dinheiro para outros fins. A avaliação dos parlamentares é a de que o estrago político já foi feito e, portanto, a ordem agora é tentar reduzir os efeitos.

Previdência & tempo
O que o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) fala, em público, sobre não estar disposto a se suicidar politicamente para aprovar a reforma previdenciária, a maioria dos parlamentares
do PP fala nos bastidores. E quanto mais perto da eleição, pior será.

CURTIDAS

Amigos, amigos…/ O líder do PMDB, Renan Calheiros (foto), não perde uma oportunidade de lembrar ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, que não dá para se afastar dele. Dia desses, Renan começou assim uma conversa telefônica com Eunício: “Meu presidente, não abandone seus aliados!”

Nem vem/ As críticas de deputados, senadores e empresários à presidente do BNDES, Maria Sílvia, não tiraram o sono do governo.

Campanha do bem/ A Frente Parlamentar de Combate ao Contrabando e o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, coalizão formada por mais de 70 entidades representativas de setores afetados pela ilegalidade, lançam amanhã a campanha nacional O Brasil que nós queremos.Tudo para ver se conseguem unir forças entre sociedade civil e legislativo para contribuir no combate que envolve o comércio de produtos ilegais.

Ministro do bem/ O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, será o anfitrião do lançamento da campanha. Vai aproveitar o evento para ver se gera alguma notícia positiva capaz de tirá-lo do enrosco da Carne Fraca.

O Youssef da JBS

Publicado em coluna Brasília-DF

A Operação Carne Fraca fez com que a Polícia Federal do Paraná colocasse novamente os holofotes sobre o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, preso em Brasília desde o ano passado. Para muitos procuradores, policiais e até integrantes do setor agropecuário, Lúcio Funaro está para a JBS como Alberto Youssef esteve para as empresas enroscadas no Petrolão. Era Funaro quem fazia as intermediações de muitos negócios dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do grupo, que também custeou a campanha de muitos parlamentares.

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A teia de negócios faz de Funaro o elo entre a Lava-Jato e a Carne Fraca. Porém, há uma diferença entre Youssef e Funaro: o primeiro optou pela colaboração premiada. Funaro tem dito repetidamente que não falará.

Odebrecht II, a missão
Quando o Petrolão fisgou a Odebrecht, a empresa reduziu as atividades. Agora, a FriBoi, do grupo JBS, chamou representantes de toda a cadeia produtiva — criadores de gado, produtores de ração, etc — e avisou que vem aí uma redução de 50% no abate. Ou seja, vai sobrar boi gordo no pasto, uma vez que o grupo é responsável hoje por metade do abate brasileiro.

A estratégia mudou
O governo decidiu inverter o roteiro montado para votar a reforma previdenciária. Em vez de deixar a negociação para o plenário da Câmara, vai tratar das mudanças no texto ainda na Comissão Especial. Assim, dá discurso para a base chegar ao plenário e passar o rolo compressor.

#Ficaadica
A retirada dos servidores estaduais do texto da reforma da Previdência foi um aviso aos governadores que até aqui não haviam se mobilizado para ajudar o governo federal a tratar da proposta no Congresso. A partir de agora, quem quiser “carona” num texto da União, terá de ajudar na busca dos votos para aprová-lo.

Renan sugere um pacto
Resumo do discurso de uma hora do líder Renan Calheiros ontem no plenário da Casa: Ok, podem acabar com o foro privilegiado e endurecer o combate à corrupção. Mas, em troca, que venha também a lei do abuso de autoridade. Não dá para os procuradores vazarem nomes de políticos e ministros sem apresentar, ao menos, o contexto em que os nomes foram citados.

E a lista fechada miou
A avaliação de muitos políticos é a de que, neste momento, será muito difícil aprovar a lista fechada dentro de uma reforma política. Alvaro Dias, por exemplo, disse ao CB.Poder que não apoia. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, também tem dúvidas.

CURTIDAS

Cadê o Ricardinho? // Ricardo Saud, da JBS, que cuidava das relações da empresa com o meio político, sumiu do Congresso. Amigos dele garantem que a ideia é seguir para os Estados Unidos.

Gilmar na área // O baixo clero da Câmara e do Senado está mesmo para lá de entusiasmado com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes: “Ele tem coragem e fibra para dizer tudo o que nós não gostaríamos de falar”.

Meu filhão I // Antes do discurso em que colocou para fora tudo o que estava acumulado em relação aos procuradores, Renan Calheiros (foto) fez questão de defender o filho Renan Filho junto a um grupo de jornalistas. “O governador de Alagoas não recebeu um centavo de ninguém. As doações dele foram via partido. Não há motivos para citá-lo”, comentou.

Meu filhão II // Enquanto Renan defendia o governador de Alagoas, a mãe do ministro Alexandre Moraes chamou a atenção ontem no hotel em que se hospedou em Brasília. Em voz alta, no café da manhã, anunciou que o filho tomaria posse naquela tarde no STF. Sabe como é, mãe é mãe!

A Odebrecht do agronegócio

Publicado em coluna Brasília-DF

Parte dos ataques feitos à equipe de policiais que deflagrou a Operação Carne Fraca está diretamente relacionada ao receio que a classe política tem de que essa operação repita o mesmo processo da Lava-Jato. Na sua origem, a Lava-Jato foi uma investigação envolvendo a ação de doleiros em postos de gasolina. Chegou à Odebrecht e à megadelação que hoje deixou uma leva de políticos sob suspeita. Com a Carne Fraca não deve ser diferente. Começou “nos novilhos” e vai desaguar no “touros”.

A equipe que investigou os frigoríficos por dois anos atingiu a JBS, empresa vista pelos investigadores como uma Odebrecht do agronegócio, beneficiada com empréstimos do BNDES, porteira que volta e meia recebe flashes, mas permanece na penumbra.

#Ficaadica

Se o ex-senador Gim Argello
(PTB-DF) quiser partir para a colaboração premiada sem prejudicar o filho, poderá fazê-lo incluindo o herdeiro no acordo. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa usou essa tática para evitar que sua família terminasse enroscada na trama.

#Sigaatrilha

A operação de ontem da PF deixou o mundo político mais atônito do que já estava porque ficou mais próxima dos reais operadores. Entre deputados e senadores, está cada vez mais claro que os policiais e procuradores não descansarão enquanto os últimos beneficiários do esquema desvendado pela Lava-Jato não estiverem fisgados sem margem para dúvidas ou arquivamento de processos.

A reforma da salvação

O voto em lista ganhou apoio entre os comandantes partidários por ser visto como a tábua para segurar quem está citado nas delações. Assim, os políticos mencionados poderão tentar ser eleitos no bolo, sem precisar fazer campanha mostrando a cara. Basta colocar a sigla do partido e jogar na telinha quem está fora das investigações.

Atira na Carne…

… Para pegar a Lava-Jato. As declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes sobre o desprezo a provas vazadas para a mídia foram lidas por muitos procuradores e policiais federais como uma tentativa de colocar a Lava Jato em xeque.

CURTIDAS

CB.Poder/ O senador Álvaro Dias (PV-PR) é o entrevistado de hoje do Programa CB.Poder, ao vivo, às 13h30 na TV Brasília. Ele é autor da proposta de emenda constitucional que acaba com o foro privilegiado.

Sshhhh 1/ O deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) poderia ter dormido sem esta: Ria tão alto numa conversa paralela durante o seminário internacional sobre sistema eleitoral que o mediador Daniel Zovatto, diretor regional do Idea para América Latina e Caribe, passou-lhe uma descompostura em portunhol: “Vamos respeitar los palestrantes!”

Sshhhh 2/ Outros deputados presentes ficaram constrangidos. Um deles comentou, baixinho: “Político brasileiro está tão em baixa que leva bronca até de estrangeiro!” Zovatto, reconhecido internacionalmente por seus estudos na área politico-eleitoral, é argentino.

Sogra baladeira/ D. Norma, a primeira-sogra do país, não perde uma. A mãe de Marcela Temer publicou, ontem à noite, no Instagram, imagens de um show no bar Santa Fé, no bairro Jardim Botânico. A segurança da presidência jamais pensou que a mãe de uma primeira-dama rendesse tanto serviço.

Questão de sobrevivência

Publicado em coluna Brasília-DF

Na conversa com o presidente Michel Temer, depois de deflagrada a Operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu a despolitização de todas as 27 superintendências regionais da pasta. O presidente concordou. Resta saber se o governo vai conseguir implementar essa medida, uma vez que as indicações são feitas por integrantes da poderosa bancada do agronegócio, que, aliás, é a madrinha do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.

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O ministro, que também tem laços com a Frente Parlamentar de Agricultura, tem dito nos bastidores que esse tema é “questão de sobrevivência do país” e não de deputados e senadores. Blairo, aliás, percorreu o mundo em defesa da carne brasileira. Agora, Temer orientará o Itamaraty para defender o país nesse campo.

Debita lá!

Aliados do presidente Michel Temer fizeram questão de lembrar, ao longo de todo o dia, que as investigações começaram no governo do PT. “Faz parte da herança maldita.”

Enquanto isso, no agronegócio…

A ordem entre os agropecuaristas é aproveitar o escândalo da Carne Fraca para pressionar o governo a fazer com os frigoríficos o mesmo que vale para os laboratórios de produtos farmacêuticos. Tirar os fiscais de dentro dos frigoríficos, deixando esse trabalho in loco para as empresas que compram a carne para revenda. Ao governo caberia o papel que tem hoje a Anvisa em relação aos remédios e produtos afins.

R$287 milhões
Valor doado pela JBS a campanhas em 2014 no caixa um. Muito dinheiro. Aos poucos, descobre-se o porquê. Vem por aí mais uma investigação envolvendo as doações legais.

Amigos, amigos…

Nas internas, aliados do ministro do Turismo, Max Beltrão, têm reclamado que os cortes no Orçamento da pasta foram feitos para que ele não tivesse meios de mostrar serviço e, assim, se credenciar para concorrer a uma vaga de senador contra Renan Calheiros, candidato à reeleição pelo PMDB.

Por falar em Renan…

O líder do PMDB mandou dizer que costuma viajar de Brasília a Maceió em aviões de carreira e não de carona com o filho, o governador de Alagoas.

CURTIDAS

Sob encomenda/ O primeiro comercial que apareceu na maior emissora do país depois do Bom Dia Brasil foi da Associação Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) defendendo a importância do trabalho desses técnicos.

Haja serviço!/ Nesses três anos de Lava-Jato, os peritos da Polícia Federal analisaram 4.271 dispositivos eletrônicos, entre computadores, celulares, pen drives, cartões de memória, incluindo aí 93 antigos disquetes. Tudo equivale a 1,21 petabyte, volume de dados que a Associação dos Peritos Criminais comparou a 250 milhões de Bíblias digitalizadas que, empilhadas, teriam 12.500 quilômetros.

F~°#@/ Os palavrões com os quais o ministro tem se referido aos fiscais e aos frigoríficos que roubaram a imagem do país e a qualidade de seus produtos são impublicáveis.

Na porta de Adriana/ É bom a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo começar a se acostumar. Já tem gente no Rio de Janeiro planejando protestos em frente ao edifício de luxo onde ela vai ficar em prisão domiciliar. E, desta vez, virá dos servidores que não recebem salários. Da outra vez que houve acampamento ali, em 2014, Sérgio Cabral (foto) colocou a culpa em Anthony Garotinho.

Gilmar, o protagonista

Publicado em coluna Brasília-DF

Os últimos movimentos do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, agradaram o baixo clero da Câmara dos Deputados. Muito mesmo. Ao ponto de tornar o ministro do Supremo Tribunal Federal o preferido de nove entre 10 parlamentares para assumir a Presidência da República numa eleição indireta, caso lá na frente haja a necessidade de um “plano B” para garantir o status quo. Essa preferência, até bem pouco tempo, pertencia à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

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Obviamente, ninguém trata desse tema abertamente, em frente às câmeras de TV. Isso porque nenhum deles vê hoje Michel Temer, o grande articulador político, três vezes presidente da Câmara dos Deputados, deixar que o poder escorra pelas mãos como ocorreu com Dilma Rousseff. Porém, em política, sempre é preciso se preparar para o futuro.

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Para você que perdeu os lances de Gilmar nesta semana, vale lembrar: ele não só disse que o caixa dois tinha que ser desmistificado, como também sugeriu a reunião de ontem entre os chefes dos Poderes Executivo e Legislativo para tratar da reforma política, leia-se, válvula de escape para a situação atual. É tudo que os políticos querem receber dos céus no futuro próximo.

Renan e Gilmar

Nas mais reservadas conversas em Brasília, alguns veem o senador Renan Calheiros trabalhando muito discretamente uma opção por Gilmar Mendes. É que Renan, quando dispara contra Michel Temer, como fez ultimamente, não costuma estar sozinho. Não foi à toa que Temer marcou esse jantar com os senadores do PMDB. Sempre é bom manter o fogo amigo ao alcance dos bombeiros.

Por falar em STF…

Nos próximos 45 dias, as sessões plenárias do Supremo serão dedicadas a temas de repercussão geral reconhecida, para ver se ajuda a baixar o estoque de processos. Por exemplo, os que tratavam do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, julgado ontem. Em tempo: isso quer dizer que qualquer tema relativo à Lava-Jato que envolva o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou do Senado, Eunício Oliveira, não será levado neste período.

Terra sem lei…

No Rio de Janeiro, a Light desistiu de subir o morro para cobrar a falta de pagamento da conta de luz e fiscalizar os “gatos”. Até o Morro Dona Marta fugiu do controle. E olha que ali, bem pertinho, tem um posto policial. É a falência da segurança.

…Onde só eles mandam

No Morro do Alemão, um ponto que, no passado, Sérgio Cabral surgiu como “o pacificador”, tornaram-se corriqueiras as denúncias de transformadores furados por balas perdidas. Só este ano, 80 desses equipamentos já tiveram que ser substituídos. Nesses casos, os traficantes deixam os técnicos subirem.
CB.Poder/ Em entrevista ontem à TV Brasília, o presidente da Associação Nacional dos procuradores estaduais, Marcello Terto, se solidarizou aos manifestantes que paralisaram universidades, ônibus e outros serviços com a greve de ontem contra a reforma da Previdência. O primeiro reflexo da paralisação veio no início da noite, com a ampliação do prazo para apresentação de emendas.

Aquecimento/ Depois de expor a visão de que o governo “está perdido” para os deputados petistas, Lula (foto) assistiu demoradamente ao vídeo do seu depoimento na Justiça Federal. Foi o treino para o depoimento que ele fará brevemente em Curitiba. Não gostou do trecho em que se referiu a “chutar” o valor total dos vencimentos na casa dos R$ 50 mil.

Por falar em Lula…/ Nas rodas de Brasília, muitos dizem que “Lula estava certo”: Primeiro, falou na existência de 300 picaretas. Depois, em Paris, já presidente disse que todo mundo fazia caixa dois. Defendeu ainda o voto em lista que agora começa a ganhar corpo nas conversas da reforma política. Em tempo: Lula só não esperava que veria petistas classificados entre os 300.

Fez escola/ Vereadores das principais cidades brasileiras têm cobrado de seus prefeitos um estilo “mais Doria”. Em Porto Alegre, por exemplo, a cada anúncio do prefeito Nelson Marquezan Júnior, a tucanada vibra: “Agora, ele vira o nosso Doria”.

Sem saída _ políticos não querem perder o foro privilegiado

Publicado em coluna Brasília-DF

Com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prestes a apresentar mais uma fornada de políticos a serem investigados na Lava-Jato. Aqueles que se consideram incluídos nesse rol olham para 2018 sem plano B, a não ser enfrentar o eleitor e fazer cara de “foi tudo armação contra mim”.
O motivo para insistir na carreira política é simples: garantir o foro privilegiado. Ninguém quer correr o risco de ser julgado por Sérgio Moro e fazer companhia a Eduardo Cunha em Curitiba. Já tem até senador pensando em concorrer a mandato de deputado federal só para manter o foro.
Nesse movimento em busca da sobrevivência, Renan Calheiros, o líder do PMDB, planeja a candidatura à reeleição. Com Lava-Jato e tudo, buscará manter o status político que tem hoje. E, se possível, presidir o Senado. Falta combinar com os eleitores e com os futuros senadores.

Ele quer sossego…
Michel Temer repetiu esta semana que a sua disposição é a de não concorrer à reeleição. Se a economia entrar mesmo nos trilhos, a ideia dele é trabalhar no sentido de unir a sua ampla base parlamentar em torno de um nome. “Se tudo o que a gente está projetando em 2018 der certo, teremos condições de uma previsibilidade eleitoral muito maior, na qual Michel Temer será o grande condutor, e teremos uma candidatura forte, qualquer nome que seja”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ontem, durante um evento, em Brasília.

…E seus aliados avisam:
Rodrigo Maia é direto quando se refere à situação inversa, que, aliás, servirá de alerta para levar o Congresso a votar as reformas: “Aqueles que acreditam na democracia representativa têm que ter em mente que, se o Estado não estiver reformado, entraremos 2018 com o risco do imponderável, o que não será bom para o país”, diz.

“A proposta do governo de modernização das leis trabalhistas é tímida. Temos que avançar mais nesse tema no Congresso. Excesso de proteção é insegurança. Precisamos ter a coragem
de dizer isso (…) A Justiça do Trabalho
não deveria nem existir”

Rodrigo Maia, presidente da Câmara

O clima pós-Raupp
O dia ontem foi de conjecturas sobre o futuro depois que o Supremo Tribunal Federal fez de Valdir Raupp réu da Lava-Jato com base em uma doação eleitoral legal, e não caixa dois. A maioria considera que é preciso ver o processo primeiro, para avaliar se há provas, “se não ficaremos loucos”, comentava um deputado. Ao que o outro responde: “Loucos, não! Presos!”

Bauer e Renan/ Depois do bate-boca com o líder do PMDB, Renan Calheiros, por causa das presidências das comissões do Senado, o comandante da bancada do PSDB, Paulo Bauer, fez o seguinte comentário com um amigo: “O Renan está meio agoniado e descontrolado”.

Por falar em Renan…/ Diante das declarações de Renan Calheiros ontem, com insinuações de que o presidente Michel Temer teria cedido à chantagem de Eduardo Cunha, os políticos fizeram suas apostas sobre onde Renan quer chegar: “Esculhambar Michel” foi a única resposta publicável. Veja as declarações de Renan no Blog da Denise em: www.correiobraziliense.com.br.

Samarco no aquecimento/ O presidente da Samarco, Roberto Carvalho, apresenta hoje ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o plano de retomada das operações da empresa, paralisadas desde o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015. Carvalho tem em mãos um estudo da Tendências Consultoria que alerta para os riscos de redução dos empregos na região se a paralisação persistir. E tudo o que o governo não quer é perder mais empregos no país.

Mulher no CB.Poder/ A juíza Gláucia Falsarella Foley (foto), entrevistada do CB.Poder de ontem, foi direta ao dizer que é a favor da descriminalização do consumo das drogas. “O consumo não é crime. É um problema de saúde pública. A pessoa, se quiser se autoflagelar, não é crime”, diz.