O “suplente” presidencial

Publicado em coluna Brasília-DF

Com Lula preso, Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) combinaram de percorrer o país juntos em campanha, como se a chapa fosse formada pelos dois. Assim, diante de uma campanha curta e com a perspectiva de a Justiça logo ali na frente impugnar a candidatura do ex-presidente, já estará consolidada a parceria. Conforme a coluna divulgou há mais de um mês, os petistas já contam com uma derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda acreditam na possibilidade de o ex-presidente conseguir a candidatura por liminar do Supremo Tribunal Federal, a depender de quem for o relator.
No caso de Lula conseguir uma liminar, Haddad renunciará a vice e Manuela assumirá. Na hipótese de Lula ser impugnado, Haddad passa à cabeça de chapa e Manuela, à vaga de vice. Na prática, Haddad está na chapa para substituir Lula e a vice é Manuela. Como o PT não queria abrir mão da cabeça de chapa de modo algum, Lula inventou a suplência da candidatura presidencial.

O medo do PT e do PCdoB
Nas reuniões mais fechadas do último fim de semana, os petistas avaliaram que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ganhou terreno demais nesses últimos dias, embora as pesquisas divulgadas e registradas ainda não tenham detectado. Com muito jeito, aliados de Alckmin uniram forças em estados importantes, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por isso, a hora é de se preparar para enfrentar o tucano e não mais o ex-capitão Jair Bolsonaro, do PSL.

A volta de Delcídio
Ex-líder do governo Dilma acusado de tramar a fuga de Nestor Cerveró do país e inocentado, depois, pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-senador Delcídio do Amaral será candidato ao Senado pelo PTC de Mato Grosso do Sul.

Sem estresse
Delcídio não terá problemas com seus colegas de partido. O senador Fernando Collor votou a favor da revogação da prisão em novembro de 2015. E o candidato a presidente da República apoiado pelo PTC, Álvaro Dias, não compareceu à sessão.

O pulo de Adalclever
O MDB tem lá seus motivos para insistir na chapa de Márcio Lacerda ao governo de Minas Gerais. É que não existe hoje uma vaga ao Senado à sua disposição, nem no PT, tampouco no PSDB. Além disso, se der errado, terão o ex-prefeito fazendo campanha para Adalclever Lopes na cabeça de chapa. Se brincar, ainda terão a foto de Márcio na urna eletrônica.

Mal-estar na Câmara/ Candidato a presidente da República pelo Patriotas, o deputado Cabo Daciolo (foto) vai ter que se explicar à Mesa Diretora da Câmara. No discurso de lançamento da candidatura, o pastor mandou ver contra o Congresso: “Tem exceções? Poucas. Aquilo ali é uma quadrilha. Não votam pauta nenhuma para o povo, só medida provisória e para banqueiros, maiores vilões e bandidos da Nação”.

Foi ele!/ Muitos, ontem, atribuíam a José Dirceu as dificuldades de fechar a chapa. É que o ex-ministro não queria o ex-prefeito Fernando Haddad no topo da cena política com o nome do PT.

Numerologia/ Os candidatos do PSL ao Senado estão meio constrangidos por causa dos três números da candidatura. Ninguém quer ser o 171, popularmente conhecido como o número dos estelionatários.

Mulheres na campanha/ Depois do impeachment de Dilma, muitos diziam que as mulheres não teriam mais chances numa eleição presidencial. Porém, há duas candidatas, Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). E cinco vices: Ana Amélia Lemos, de Geraldo Alckmin (PSDB); Kátia Abreu, de Ciro Gomes (PDT); Sônia Guajajara, de Guilherme Boulos (PSol); Suelene Balduíno, de Cabo Daciolo (Patriotas).
A quinta é Manuela D’Ávila,
que será incluída na chapa petista
mais à frente.

Lula quer limpar a área

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Dois movimentos de Lula deixaram os integrantes das legendas mais à esquerda com a certeza de que o ex-presidente não quer apoiar ninguém que não seja de seu partido e, mesmo na condição de detento, quer retirar os adversários do campo do PT “na marra”. Primeiro, foi o torniquete à candidatura de Ciro Gomes, do PDT, com o acordo entre PT e PSB. Agora, vem a proposta para que o PCdoB retire Manuela D’Ávila do páreo, feche aliança com o PT e fique à disposição para quando Lula decidir apresentar a deputada gaúcha como candidata à vice na composição encabeçada por um petista. Pela interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, a chapa tem que ser fechada e registrada no sistema do TSE até dia 6, 24 horas depois de encerrado o prazo de convenções. Lula não quer cumprir o prazo.

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Tem gente revoltada no PCdoB, que se reúne hoje em São Paulo para discutir o assunto. Afinal, aos poucos, descobre-se que Lula não quer um vice agora, porque precisa posar como candidato sozinho, sem outro representante, pelo menos, até 15 de agosto, quando, então deverá indicar um outro petista para a própria vaga, sem precisar correr o risco de que um vice de outro partido, no papel de “parceiro de Lula”, acabe caindo nas graças daqueles que hoje votam no ex-presidente. Para muitos, ficou cristalino que Lula e o PT, mais uma vez, querem tudo para si.

As viagens de Lupi

O presidente do PDT, Carlos Lupi, está percorrendo o país e organizando as chapas. Em São Paulo, avisou o PSB, do governador Márcio França, que o partido vai desembarcar como já fez em Pernambuco, em relação a Paulo Câmara. A amigos, Lupi tem dito que não dá para apoiar aqueles que se uniram para tirar espaço do candidato do PDT, Ciro Gomes. “Quem pariu Matheus que o embale. Vou cuidar do meu time”, diz o comandante pedetista.

Águas passadas

As diferenças entre o líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG), e o PT não são mais tão contundentes a ponto de levar o deputado a descartar aliança. Júlio, que fez um parecer pela cassação do mandato de José Dirceu no passado, diz que o partido fará o que for melhor para os socialistas. O que será, ele diz ter até domingo para discutir.

Baixas calorias

O ex-deputado Paulo Delgado, cada vez mais livre depois que se desfiliou do PT, retomou o bom humor com toda força. E já fala até em um segundo turno “diet”. “Para um país que está precisando de dieta equilibrada, nada melhor do que um segundo turno entre as chapas de Marina/Eduardo Jorge e Geraldo Alckmin/Ana Amélia”, diz ele.

Segurança no campo

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, apresenta na semana que vem à Confederação Nacional de Agricultura (CNA) um esboço da proposta governamental para tentar conter o roubo de gado e das lavouras espalhadas pelo país. A reunião de Jungmann com o presidente da CNA, João Martins, é desdobramento dos encontros do semestre passado, quando a confederação apresentou um quadro preocupante da situação no interior do país.

A chapa da língua afiada/ O deputado Sílvio Costa (Avante-PE), que sempre foi bastante eloquente, se mostra pronto para assumir a vaga de vice numa chapa encabeçada por Ciro Gomes. “Ninguém é candidato a vice, mas será um privilégio ser vice de Ciro. Será uma chapa ficha limpa, de um Brasil honesto e decente”, diz ele à coluna, sem, no entanto, citar o temperamento de ambos.

Por falar em ficha limpa…/ Os candidatos tentam, mas a realidade bate à porta. Em busca de tempo de tevê, o Podemos, do candidato a presidente da República, Álvaro Dias, terminou encostado no PTC, de… Fernando Collor.

Por falar em Pernambuco…/ A certeza da vitória na convenção nacional do partido é tal que os pernambucanos sequer virão a Brasília para ouvir o discurso daqueles que rejeitam a tal neutralidade, com restrição de alianças a partidos de esquerda. É que a convenção estadual está marcada para o mesmo dia e mesmo horário.

Dê tempo ao tempo/ A aposta é de que a vereadora Marília Arraes vai acabar desistindo da guerra contra o PSB e terminará fazendo uma campanha à deputada federal.

Enquanto isso, no PSDB…/ O candidato Geraldo Alckmin faz hoje a sua convenção com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto). Antes, entretanto, passará nas convenções do PR e do PPS. Aliás, nos últimos dias, ele teve uma maratona de convenções e apoios, ganhando musculatura política. Resta saber se essa grande estrutura defenderá e trabalhará pelo candidato no mundo real e virtual.

Uma vice, dois objetivos

Publicado em coluna Brasília-DF

A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.

Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.

A Mega-Sena petista I

O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.

A Mega-Sena petista II

A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.

Ciro aposta na rebelião

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.

A voz da experiência

O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.

Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.

Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.

Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.

Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.

Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.

Uma vice para dois objetivos

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A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.

Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.

A Mega-Sena petista I

O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.

A Mega-Sena petista II

A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.

Ciro aposta na rebelião

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.

A voz da experiência

O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.

Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.

Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.

Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.

Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.

Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.

Vice de Alckmin não será do DEM

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Aos poucos, os nove partidos que compõem a aliança do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, vão afunilando a escolha do vice. Ficou definido, por exemplo, que o Democrata não indicará o nome para compor a chapa para dar espaço a outros partidos. É que o DEM ocupa a Presidência da Câmara com Rodrigo Maia que, de acordo com o regimento da Casa, pode disputar a reeleição. E, em relação à distribuição de poder, em caso de vitória de Alckmin, um presidente da Câmara tem muito mais influência do que um vice-presidente da República. Portanto, o DEM está fora.

Até aqui, têm mais chances de emplacar um nome para vice de Alckmin o Solidariedade e o PP de Ciro Nogueira, nesta ordem. Quanto a nomes, de Aldo Rebelo (SD) à senadora Ana Amélia Lemos, há de tudo um pouco.

Isonomia no cárcere
Desde a liminar em que o desembargador Ney Bello autorizou a condução de Luiz Estevão sem algemas, os agentes penitenciários estão com dificuldades. Já teve detento que ameaçou criar problemas, se não tiver os mesmos benefícios do empresário. “Vocês dão muita colher de chá para o Luiz Estevão e nada para nós”. Teve gente que recebeu isso como um aviso.

PT e o funil
O ex-governador Jaques Wagner já foi homologado candidato ao Senado pelo PT da Bahia. Logo, dizem alguns, está fora da lista de potenciais substitutos de Lula se o ex-presidente não conseguir registrar a candidatura.

PT e o tempo
Internamente, muitos têm certeza de que o Tribunal Superior Eleitoral não vai homologar a candidatura do ex-presidente. E há quem diga que, em 20 de setembro, último dia para a troca, de acordo com a lei eleitoral, restará um período muito curto para que o eleitor tenha conhecimento do substituto. O comando partidário, entretanto, não quer discutir isso. A ordem é viver cada dia a sua aflição. E a da hora é conseguir criar um movimento em prol da presença de Lula na eleição.

Resumo da ópera
A tendência do PSB é terminar apenas delimitando o campo das esquerdas para seus filiados, sem fechar o apoio a nenhum dos presidenciáveis. Até domingo, a pressão do PT por essa solução será grande. Os petistas sabem que não terão o apoio fechado do PSB.

Ninguém desistiu de buscar aliados
Candidato a presidente da República pelo Podemos, o senador Álvaro Dias conversará hoje com o PSC, que já homologou a candidatura de Paulo Rabelo de Castro. Se der certo, Paulo Rabelo será candidato a vice na chapa do senador, dando musculatura à campanha do Podemos e mais dor de cabeça para Geraldo Alckmin no centro-sul do país. O tucano até aqui encorpou, mas não decolou. Aliás, tirando Lula e Bolsonaro, ninguém empolgou nesse período de pré-campanha.

Prática costumeira em Brasília/
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi para a reunião dos partidos no carro oficial do Senado.
É, pois é.

Compadres/ O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (foto), hospedou o deputado Rodrigo Maia, em Miami, no recesso. Explica-se: Maia precisou sair do país porque, se ficasse, teria que assumir a Presidência da República durante a viagem de Michel Temer à África do Sul.

Faz sentido/ Já tem gente pensando em mudar a lei e desobrigar os presidentes da Câmara e do Senado a deixarem o país quando não puderem assumir a Presidência. É que, pela lei eleitoral, se Maia assume o cargo de presidente da República, não pode concorrer a outros postos.

Dia D/ Com todos de volta, o dia será de intensas reuniões, hoje, em Brasília, para a definição de alianças e vices. Está todo mundo conversando com todo mundo. Agosto, o mês da bruxa solta na política, promete.

Ari Cunha/ Admiração e saudade

TCU versus Moro

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro, convocou colegas para uma conversa fechada nesta quarta-feira, a fim de analisar o impacto da decisão do juiz Sérgio Moro, que proibiu o acesso do órgão a provas da Lava-Jato. A tendência, entretanto, dizem alguns, é o tribunal “engolir esse sapo”. Até aqui, o único ministro que reclamou publicamente foi Bruno Dantas, que se referiu à decisão como uma “carteirada”. O vice-presidente, José Múcio Monteiro, está na turma do deixa quieto. Outros abraçam a tese do “esquece isso” para não fazer com que Moro vire suas baterias contra alguns ministros já citados na Lava-Jato.

Estevão é “gato”
Na decisão liminar concedida para que o ex-senador Luiz Estevão seja conduzido a depoimentos sem o uso de algemas, o desembargador Ney Bello menciona no texto que “o impetrante, contando atualmente com mais de 70 anos, não ostenta condição física apta a colocar em risco a segurança de seu transporte ou de que venha a empreender fuga (…)”. Só tem um probleminha: Estevão é de 6 de julho de 1949. Portanto, fará 70 anos em 2019. No futebol, o nome disso é “gato”.

Por falar em algemas
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, concedeu a liminar para garantir de integridade física do preso, uma vez que as viaturas não possuem cinto de segurança no “baú” e já há uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que trata da dispensa das algemas. Porém, os policiais não ficaram lá muito satisfeitos. Sabe como é, agora que Luiz Estevão conseguiu a liminar, todos os outros vão querer o mesmo tratamento quando forem deslocados para prestar depoimento.

Se não se comportar, perde
O desembargador é claro na decisão ao dizer que, “em caso de insubordinação do conduzido, ora impetrante, que resulte em ameaça ou entrave à sua condução, faculto aos agentes policiais a utilização de algemas”.

Vai ser vapt-vupt
Ok, o PT fará um movimento nas ruas, convenção para fazer de Lula candidato. Artistas fizeram show pela liberdade do ex-presidente. Ocorre, no entanto, que o Tribunal Superior Eleitoral tem tudo para barrar a candidatura já na sessão em que o pedido de registro for apresentado. Pelo menos, essa é a tendência dos ministros.

Aliados, mas…
O senador Renan Calheiros passou pelo constrangimento de ser vaiado na convenção do PT em Alagoas. Não podia ser diferente, depois que ele votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Com essa marca, vai ser difícil o senador tirar, apesar da parceria com o PT no estado, não vai dar para desfilarem juntos.

Quem vai pôr o guizo?/ Tem emedebista disposto a pedir ao presidente Michel Temer
que não compareça à convenção nacional de seu partido, que nesta quinta-feira deve fazer de Henrique Meirelles (foto) candidato a presidente da República. Até aqui, ninguém teve coragem de fazer um pedido desses a Temer, olho no olho.

Obra retomada/ Michel Temer vai sexta-feira ao Parnaíba (PI), a fim de retomar a construção do perímetro de irrigação tabuleiros litorâneos, um projeto que começou no governo Sarney. Parte já está funcionando, mas a obra nunca foi concluída. O contribuinte agradece.

Termômetro/ A contar pelos efusivos aplausos do empresariado de Minas Gerais a Geraldo Alckmin ontem na palestra em Belo Horizonte, o candidato a presidente pelo PSDB terá ali muitos aliados. Num auditório lotado por representantes da Associação Comercial e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIemg), tanto Alckmin quanto Anastasia saíram com esperanças de melhorar o desempenho do partido no estado, considerado chave para a sucessão presidencial.

Enquanto isso, no PSB…/ Nem Pernambuco está unido. Se depender do deputado Felipe Carreras (PE), o partido terá candidato próprio a presidente da República: “Há uma coerência nisso. Eduardo rompeu com o PT em 2013 e tivemos candidato. O partido tem que ter um conteúdo programático para discutir com a sociedade’, diz.

Efeito Dominó

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A decisão do ministro Dias Toffoli de suspender a execução da condenação bilionária que a Justiça do Trabalho impôs à Petrobras põe na roda do Poder Judiciário a responsabilidade pela saúde financeira de empresas e preservação geral de empregos. Em seu despacho, o ministro afirma serem “notórios os efeitos econômicos que a implementação dessa decisão poderá acarretar aos cofres da requerente”. Daria uma despesa extra de mais de R$ 15 bilhões, valores que representam muito até mesmo no endinheirado setor do petróleo.
A área empresarial comemorou como se fosse título da Copa do Mundo. Os empresários consideram que, a partir de agora, há luz no fim do túnel no tema reclamação trabalhista. E o STF, ao que tudo indica, está mais na linha do equilíbrio financeiro do que na concessão de indenizações milionárias, no caso, bilionária.

Ficou pesado…

A briga interna entre os integrantes do
PSL de Jair Bolsonaro é sinal de que o partido começa a sentir cheiro de fumaça na candidatura, asfixiada pela ausência de alianças.

…e desmistificado

No meio político, já existe a certeza de que Bolsonaro não é o candidato preferido das Forças Armadas. Se fosse, teria um vice saído diretamente da caserna.

A maior incógnita eleitoral

Dos partidos de centro aos de esquerda há a avaliação geral de que a maior interrogação da eleição presidencial hoje é a candidatura do senador Álvaro Dias, do Podemos. No PT, por exemplo, há quem diga o seguinte: “Sem Álvaro Dias no páreo, Alckmin estará no segundo turno em agosto. Com Álvaro Dias, o tucano só terá certeza da vaga na final a partir de meados de setembro”.
A influência dos astros

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, bem que gostaria de ter Álvaro Dias como seu candidato a vice, porém está difícil. É que, além de considerar a candidatura presidencial um desafio, o senador tem um outro motivo para permanecer no páreo: um vidente previu que ele será presidente da República. Se não for candidato, jamais saberá se a previsão estava correta.
Por falar em vice…

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, partido que hoje faz convenção em Brasília com a presença de Alckmin, avisou ao tucano que, por ele, quem o candidato escolher para vice estará de bom tamanho.

Marcos Palmeira em cena/ Com a dificuldade em fechar alianças, a Rede de Marina Silva passou a trabalhar com o nome do ator Marcos Palmeira (foto) para candidato a vice na chapa da ex-ministra de Lula à Presidência da República.

Artistas por Lula/ O festival Lula Livre hoje nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, com Gilberto Gil, Chico Buarque e outros papas do mundo da música, vem sob encomenda para mostrar que o ex-presidente consegue mobilizar a população em prol da sua liberdade. Até aqui, o PT tentou sem artistas e o resultado ficou aquém do esperado.

Eleitor arredio/ A contar pela pesquisa Idea Big Data divulgada ontem, o cidadão que não lida com o dia a dia da política só vai tratar da eleição quando começar o horário eleitoral: na pesquisa espontânea, 21% dos entrevistados declaram voto branco ou nulo e 43% ainda não sabem em quem votar. No cenário sem Lula, Bolsonaro lidera. E ambos são os mais rejeitados pelo eleitorado.

Temas eleitorais/ Saúde e combate à corrupção são os temas mais citados pelos eleitores como importantes para discussão na campanha eleitoral. Ou seja, quem fizer qualquer menção em “estancar a sangria” terá problemas.

Quem eles querem (para adversário)

Publicado em coluna Brasília-DF

Enquanto avalia para onde vai o vice de Geraldo Alckmin, os comandantes dos partidos de centro torcem para que o PT escolha como candidato o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Acreditam que num primeiro turno, Alckmin caminha para ter mais votos do que o petista em São Paulo, provocando o “efeito Aécio”, que terminou perdendo terreno ao ficar em segundo lugar na eleição de Minas Gerais. Jaques Wagner, por sua vez, sai bem do Nordeste e, se provocar um efeito manada na região, abraçará um pedaço inclusive de Minas Gerais, podendo repetir a performance de Dilma Rousseff em 2014. Só tem um probleminha: Lula não é o mesmo dos tempos passados. E nem tampouco Wagner tem o mesmo verniz dos tempos de governador da Bahia. Porém, é nordestino.

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Em tempo: O ex-presidente Lula tem feito esse mesmo tipo de reflexão, enquanto se mantém recluso. E, aos poucos, caminha para a mesma conclusão, transformando Haddad no portador do programa de governo. Lula nunca esquece que Wagner o surpreendeu ao sair candidato a governador da Bahia, em 2006. Haddad, entretanto, é visto pelo petista como “um excelente rapaz”, mas com dificuldades de deslanchar. “Quem manda nele é a mulher”, disse Lula certa vez a um amigo.

Onde pega 1

A turma de Geraldo Alckmin está convencida de que o desafio, a partir de agora, é tirar votos do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Daí, a inclinação por Tereza Cristina (DEM-MS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) para a vaga de vice. Bolsonaro está bem entre os agricultores e também no Sul do país. A senadora gaúcha é do PP, mas não quer. Tereza, se não fosse do DEM, já estaria escolhida.

Onde pega 2

O DEM quer a Presidência da Câmara, mas, pelo visto, colocou esse ativo cedo demais na roda e, agora, meio que perdeu a primazia de indicar o vice dentro do blocão de centro, que ontem fechou com Alckmin.A Câmara ainda depende de vários fatores, eleição de Rodrigo Maia deputado, eleição do tucano e correlação de forças no Congresso. A vaga de vice é pra já.

Centro e direita mais claros

O centro do espectro político deslancha a formatação da campanha com Geraldo Alckmin, dando ao tucano o apoio de nove partidos, podendo chegar a 10 se o PV seguir nesse caminho. A extrema-direita, representada hoje por Jair Bolsonaro, caminha para o isolamento, com chapa pura e tempo restrito na tevê. Nesse campo, só falta Álvaro Dias, que corre atrás de partidos menores, como Avante, DC (De José Maria Eymael), Patriotas, PTC (de Fernando Collor) e outros.

Esquerda nebulosa

Ciro Gomes só vai tratar do vice depois que o PSB, o mais enrolado dos partidos nessa temporada pré-eleitoral, decidir seu caminho. Entre os socialistas, o governador Paulo Câmara mencionou, em Pernambuco, que, se preciso for, “vai bater chapa”. Ele quer se reaproximar do PT. O PT, por sua vez, diante da insistência na candidatura de Lula, segue indefinido. E o PCdoB pressionado a ficar com o PT.

CURTIDAS

Maranhão campeão/ A lista de contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União e que, por isso, impede gestores de ser candidatos este ano, traz 622 do Maranhão. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 616. E São Paulo, com 572. O DF tem 307.

Guardem esse nome 1/ Quem está montando o programa de Geraldo Alckmin para o Nordeste é o ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB) Marcos Holanda. Ele esteve no comando por lá até dezembro de 2017, quando se desentendeu com o MDB e pediu demissão.

Guardem esse nome 2/ Há quem diga que setores do partido de
Michel Temer insistiam em ações não republicanas, algo semelhante ao que quis fazer Geddel Vieira Lima (foto), em relação à construção daquele prédio em Salvador, que terminou provocando o pedido de demissão do então ministro da Cultura, Marcelo Calero.

E eles se deram bem/ Quem não tem o que reclamar em termos de apoio é o candidato a governador do Espírito Santo pelo PSB, Renato Casagrande. Ele encerra a semana com o apoio do PDT e do PSDB. É tudo o que Rodrigo Rollemberg sonha para sua campanha à reeleição no Distrito Federal.

DEM com Alckmin, mas…

Publicado em coluna Brasília-DF

…Nem tanto. A reunião que selou o apoio do partido de ACM Neto ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, foi unânime, “ressalvadas eventuais divisões locais, onde não for possível alinhar os dois partidos”. Em Mato Grosso, o DEM está com o MDB; na Paraíba, com o PSB, do governador Ricardo Coutinho, e por aí vai. A ordem é segurar, pelo menos, os maiores estados. Há acordo, por exemplo, em São Paulo, Bahia, Pernambuco e caminham nesse sentido em Minas Gerais. Se fechar metade do país, estará de bom tamanho.

Apressou e comeu cru
A política é uma ciência de quem tem paciência. Se Aldo Rebelo estivesse esperado decantar as conversas entre Joaquim Barbosa e o PSB, estaria hoje aclamado como o nome dos socialistas a presidente da República. Agora, no Solidariedade, virou plano B para vice na chapa de Geraldo Alckmin. Aldo é visto nos partidos do blocão de centro como aquele que mais agrega.

Vices na geladeira
Ciro Gomes suspendeu todas as negociações de candidato a vice. Enquanto o PSB não lhe der uma definição, ele não abre o leque para outros nomes.

Prioridade
Sem definição sobre quem apoiar na sucessão presidencial, o PSB vai analisar vários nomes para ver se emplaca uma candidatura própria. O da senadora Lídice da Mata (BA), entretanto, foi descartado esta semana porque a eleição dela para deputada federal é considerada pule de 10. E ainda pode puxar mais um.

E o Palocci, hein?
O PT está com o candidato preso e ainda terá mais dor de cabeça. É que já estão em análise os documentos e HDs que Antonio Palocci apresentou e, ao longo da campanha, novamente, virão à tona notícias de pagamentos a Lula em dinheiro vivo.

Por falar em Lula…
Tudo o que Ciro Gomes deseja ao dizer que atuará para tirar Lula da cadeia é a militância petista fazendo campanha para o PDT na sucessão presidencial, da mesma forma que os pedetistas já fizeram tantas vezes para Lula. Embora o coordenador de programa de governo do PT, Fernando Haddad, admita a aliança, a senadora Gleisi Hoffmann, comandante do partido, continua defendendo candidatura própria, se Lula não conseguir o registro.

Arruda e seu carma/ O ex-governador José Roberto Arruda tem frequentado semanalmente a Comunhão Espírita de Brasília. Quieto e discreto, senta-se ao fundo, recebe o passe e assiste a palestras. Sabe como é, depois de duas quedas, só os espíritos salvam.

Não enrola, Josué/ Na reunião dos caciques do blocão de centro ontem à noite, alguns consideraram uma desculpa meio “Trem das onze”, a história de dona Mariza Gomes, viúva do ex-vice-presidente José Alencar, dizer que não quer o filho Josué Gomes na política.

Tem para todos/ Em entrevista ao vivo ao programa CB.Poder, da TV Brasília, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão (foto), contou que tem conversado com pré-candidatos a presidente da República sobre os projetos em curso na área. Ele tem, inclusive, um documento pronto para apresentar aos interessados. “Qualquer um que nos procurar terá acesso, sem problemas.”

Saída organizada/ Para a transição ao novo governo, o ministro Sérgio Sá Leitão avisa que, seja quem for eleito, receberá um “manual” sobre os programas do Ministério, seus ingredientes e como fazer para que tudo funcione. Melhor assim.

MDB com Meirelles (no papel)

Publicado em coluna Brasília-DF

Quem sabe contar votos dentro do MDB indica que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles tem hoje, pelo menos, 70% do partido favorável à candidatura dele a presidente da República. A ala do contra, citada ontem na reunião da cúpula partidária em Brasília, se resume a Alagoas e parte do Paraná. Até mesmo o senador Eduardo Braga, do Amazonas, ex-ministro da presidente Dilma Rousseff, decidiu optar pela candidatura de Meirelles. Reza a lenda que há muito tempo o MDB não tem uma convenção tão tranquila quanto promete a de 2 de agosto.
Nos estados, entretanto, a conversa é bem diferente. Em Mato Grosso, por exemplo, o MDB fará parceria com o Democratas, que terá Mauro Mendes como candidato. O DEM no plano nacional apoia Geraldo Alckmin, que, em Mato Grosso, faz parceria com Pedro Taques, governador candidato à reeleição. Uma das vagas ao Senado na chapa de Taques é da ex-juíza Selma Arruda, do PSL, de Jair Bolsonaro. Nos estados, ao que tudo indica, está tudo junto e misturado, conforme a coluna já registrou.

Lealdade…
Se o ex-presidente Lula for candidato, Roseana Sarney vai apoiá-lo. Ela não se esquece de que, em 2006, quando estava ainda no PFL, Lula a apoiou. E se tem algo que os Sarney prezam são os gestos de apreço nos momentos difíceis.

…e neutralidade
O apoio de Roseana a Lula, entretanto, tem outros ingredientes. É que ninguém quer deixar Flávio Dino (PCdoB) desfilar sozinho na praça como o candidato com o apoio do petista mais popular no Nordeste.

Por falar em Lula…
As projeções petistas indicam que a candidatura de Lula e o discurso da perseguição política ao ex-presidente preso são ingredientes fundamentais para tentar evitar que a bancada de deputados federais do partido tenha o mesmo destino das prefeituras. Em 2016, o partido perdeu 60% dos seus prefeitos.

E o PSB, hein?
Os governadores do partido se reuniram ontem em Brasília e concluíram que haverá sequelas, se a convenção for para a disputa sobre o caminho a seguir na eleição presidencial. Mas ainda não há consenso, embora haja uma tendência pró-Ciro Gomes.

MDB e PT juntos/ É hoje a conversa do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (foto), com o presidente do MDB de Minas, deputado Saraiva Felipe. A depender da conversa, haverá parceria.

Releva aí/ Os candidatos a presidente da República tentam colocar a escolha dos vices em segundo plano. Mas não vai colar. Depois de dois impeachments em 24 anos, ninguém vai deixar esse assunto passar batido.

As razões de Josué/ O empresário Josué Gomes não quer magoar nem Lula nem a família do ex-presidente com quem seu pai convivia muito bem. Portanto, melhor os tucanos arrumarem outro.

Defesa & indústria/ Nem só de eleição vive o poder por esses dias. O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, por exemplo, aproveitou o convite do Departamento de Defesa da Fiesp para apelar em prol da produção de equipamentos que atendam tanto a área de defesa quanto a de segurança. Ao seleto grupo de 50 empresários, ele afirmou que esse é um dos desafios do setor hoje.