Categoria: coluna Brasília-DF
Como o leitor da coluna Brasília-DF sabe há tempos, o presidente Michel Temer e Geraldo Alckmin têm diferenças antigas. Temer não parece, mas guarda mágoas. E se tem alguém que o magoou profundamente nos últimos tempos foi Geraldo Alckmin. Quando da votação das duas denúncias contra Temer, Geraldo Alckmin simplesmente cruzou os braços. Todo o PSDB de São Paulo, à exceção da deputada Bruna Furlan, votou pelo acolhimento da denúncia contra o presidente, o que significaria o afastamento de Temer do cargo. Para completar, Bruna Furlan ainda foi ao Planalto e disse com todas as letras que votaria com Temer, porque não precisava de Geraldo Alckmin para se reeleger. Pronto. Foi o suficiente para que o presidente ficasse irritadíssimo. Para completar, quando da segunda denúncia, Alckmin passou por Brasília às vésperas da votação e foi embora sem mover uma palha um prol de Temer.
Agora, com a campanha e os ataques de Alckmin ao governo, Michel Temer, que, em público, sempre mantém a fleuma, decidiu sair da toca. Lá atrás, quando do lançamento da campanha de Henrique Meirelles, alguns mais apressados disseram que o MDB estava lançando um candidato para que ele absorvesse a impopularidade de Michel e deixasse Alckmin mais livre para voar rumo ao segundo turno. A coluna Brasília-DF publicou a história das diferenças entre Temer e Alckmin no período das denuncias, inclusive a história da deputada Bruna Furlan. Agora, com os vídeos divulgados nos dois últimos dois dias, Temer põe a público essas diferenças. Os dois não se bicam. Aliás, na solidão da urna, se estiver Alckmin num segundo turno contra qualquer outro…Temer votará no outro. Façam suas apostas.
Receosos de que os recursos sobre a candidatura de Lula sejam enviados diretamente ao plenário da Suprema Corte, os petistas vão montar todo um discurso para que, em caso de derrota, fique claro que quem tirou Lula da disputa foi o Poder Judiciário. O partido vai insistir em jogar seus militantes contra a Justiça.
Detalhe: As críticas, que até aqui se concentravam no TRF-4, que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão, vão se espalhar para o colegiado do Superior Tribunal Eleitoral, que barrou a candidatura, e ao próprio STF, se confirmar a decisão do TSE. E tudo isso ao vivo e a cores no horário eleitoral. É a forma que o PT encontrou de tentar manter o nome de Lula vivo na campanha. Até aqui, segundo as pesquisas de intenção de voto, a estratégia deu certo.
A nova onda
No embalo da pesquisa Ibope divulgada ontem, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, que subiram alguns pontinhos, vão passar a jogar a ideia de que são os melhores nomes para derrotar Jair Bolsonaro no segundo turno. Marina Silva, embora não tenha subido e também derrote Bolsonaro na final, ainda não pretende entrar nessa seara.
Ciro versus Haddad
Antes que Fernando “Andrade”, como ficou conhecido no Nordeste, vire o candidato oficial do PT, Ciro Gomes joga toda a sua campanha na região, em busca de tentar arrancar votos do petista. É ali que considera mais viável ganhar terreno para chegar ao segundo turno.
Alckmin versus
Dias e Meirelles
Embora centre sua campanha em polemizar com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, cresce a pressão no PSDB para que o tucano corra atrás dos votos de Alvaro Dias (Podemos), de Henrique Meirelles (MDB) e de João Amoêdo (Novo). Se for por aí, já terá o suficiente para passar ao segundo turno.
Por falar em Meirelles…
Diante das dificuldades de conquistar votos dos lulistas, Henrique Meirelles vem sendo aconselhado a dar mais destaque ao trabalho dele no governo de Michel Temer, pondo fim à curva de recessão econômica e domando a inflação. Embora o país esteja desacelerando agora, a ordem é lastrear o discurso no período em que ele estava à frente da economia.
Bolsonaro outdoor/ O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, considera que o candidato Jair Bolsonaro deve participar de apenas mais um debate nesse primeiro turno, o da TV Aparecida, em parceria com a Rede Vida de Televisão e a CNBB. No mais, é corpo a corpo pelo país para gerar imagens e jogar nas redes sociais.
Paulo Guedes indoor/ Quem cuidará das atividades de campanha em que é preciso detalhar programas de governo e responder perguntas mais difíceis será o economista Paulo Guedes (foto).
A visão dele 1/ Se o STF ouvir o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio Noronha, sobre a prisão em segunda instância, vai saber que ele não defende a retomada desse tema. Em café com jornalistas ontem, ele foi direto: “A questão já foi analisada. (…) Não podemos pensar que a Suprema Corte pode a todo mês mudar seu entendimento”, disse ele.
A visão dele 2/ Sobre a prisão preventiva, o novo presidente do STJ também é direto: “É preciso prudência na sua decretação”, disse ele, jogando a responsabilidade sobre os magistrados, e não ao Ministério Público: “O Ministério Público está no papel dele de requerer. A responsabilidade de decisão final é da Justiça”, disse ele.
… ajude Bolsonaro. Que ninguém se surpreenda se o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, apelar para que quem não vota nele prefira o branco ou o nulo. É que, de acordo com a legislação, brancos e nulos não são considerados votos válidos. Logo, dizem alguns apoiadores do partido, podem funcionar como um bom redutor do número de votos que um candidato precisa ter para se eleger.
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É esse cálculo que tem levado muitos bolsonaristas a apostar que o candidato pode vencer no primeiro turno. Presidente do PSL, Gustavo Bebiano considera, entretanto, que a vitória no primeiro turno está dada pelo movimento que ele vê nas ruas. “Quem paga pesquisa colhe o resultado que quer. Não temos pesquisas. Temos o sentimento da rua. Pode escrever: ele vai ganhar no primeiro turno”, diz.
O alerta do STF I
A contar pelo que disseram tanto o futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, quanto o ministro Gilmar Mendes, na sessão da Segunda Turma, a partir de 13 de setembro, muita coisa vai mudar para o Ministério Público. O que eles chamam de “abuso de prisão preventiva para fins de delação” é um dos pontos que estão sob o signo da mudança.
O alerta do STF II
Gilmar chegou a dizer, para quem quisesse ouvir, que a “era do Janot, de triste memória, já passou”. E Toffoli comentou que “vai ter muita coisa boa para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça)”.
Entendeu
Num dado momento da audiência de ontem, o representante do Ministério Público, Juliano Baiocchi, comentou, brincando: “Estou com
medo de sair daqui preso!”. E riu. Ninguém riu com ele.
Ajuda aí
O presidente do DEM, ACM Neto, está ficando rouco de tanto pedir ao seu pessoal que faça campanha para Geraldo Alckmin. Até agora, esse é considerado o maior desafio do candidato tucano a presidente da República.
Manu na cobrança
O PCdoB já está para lá de incomodado com a situação de regra três na chapa triplex do PT. Até o fim da semana, a cobrança vai aumentar, e os comunistas vão transferir a campanha de Manuela D’Avila de “Manu no Jaburu” por “Manu na campanha”…
É assim/O presidente do PSL, Gustavo Bebiano, comentava ontem no corredor da Câmara que não esperava ver o candidato do seu partido numa posição tão boa: “É, besouro é pesado, mas voa!”
Gostinho/ Bebiano também aproveitou para dizer que, “se Bolsonaro não vencer no primeiro turno, eu teria um gosto enorme de vencer o PT nas urnas”, disse, como quem quer escolher o adversário.
História/ O sonho do presidente do PSL é que o candidato do partido repita a performance de Fernando Collor, que chegou ao segundo turno contra Lula e venceu. Collor era do minúsculo PRN e venceu com o discurso de combate aos marajás e aos políticos de uma forma geral. Deu no que deu.
Te cuida, Jarbas!/ A vida dos candidatos em Pernambuco não está nada fácil. Virou um bolo. E Jarbas Vasconcelos (foto), que começou a corrida quase na casa dos 40%, hoje já baixou para menos de 30%. O fato de cada eleitor votar duas vezes complicou ainda mais: além de Jarbas Vasconcelos, estão no páreo Humberto Costa (PT), Mendonça Filho (DEM) e, mais atrás, Bruno Araújo (PSDB) e Sílvio Costa (Avante).
A ordem interna no PT, definida ontem durante reunião em Curitiba, é só trocar o candidato se houver certeza da transferência dos votos do ex-presidente Lula para Fernando Haddad. Como os eleitores de Lula ainda não seguiram em direção ao ex-prefeito, fica tudo como está, mesmo depois da decisão do TSE, que rejeitou a candidatura. No momento, só quem perde com isso é Haddad. O ex-presidente e os políticos do PT, de um modo geral, só têm a ganhar. Lula continuará com o partido a serviço da sua defesa. Os candidatos a deputado, senador, governador, em especial os que buscam a reeleição, aproveitam para embalar suas campanhas na tese de Lula perseguido.
Em tempo: Ao que tudo indica, Lula não conseguirá transferir os votos para Haddad de forma automática, sem que se engajar dia e noite na campanha do ex-prefeito. E, preso em Curitiba, fica difícil. Se a dificuldade de transferência persistir, não está descartada a hipótese de deixar anular os votos de Lula, em caso de derrota no recurso do STF. Essa é a tese dos lulistas de raiz. Assim, o partido ganha o discurso de que a eleição foi fraudada. Enquanto não chega a esse extremo, o PT recorre à biologia: o organismo partidário se alimenta de Lula e Lula se coloca como preso político com essa tese sustentada na tevê pelo PT ao longo do horário eleitoral. E Fernando Haddad? Que se contente no papel daquele que é sem ser. Falta, obviamente, combinar com o grupo que está querendo fazer de Haddad candidato para valer.
Alô, servidores!
Apesar da negativa do governo em conceder reajustes salariais aos funcionários públicos, pelo menos, uma categoria está perto de ter uma correção nos vencimentos aprovado pelo Congresso. A proposta que contempla os agentes de saúde está para ser votada na Câmara dos Deputados. E, sabe como é: Se o projeto for à votação nesta semana de esforço concentrado, ninguém vai ficar contra.
Disfarça e sai
Os governistas estão de olho. Se não for para votar os projetos de interesse de governo e sim aqueles que aumentam despesas, os líderes governistas estarão a postos para esvaziar o plenário.
Centrão ameaça MDB
Pela primeira vez na história recente do país, o MDB corre o risco de perder a primazia no Senado. Se as urnas confirmarem as pesquisas e os partidos do chamado centrão se unirem no ano que vem, esse grupo tem tudo para superar o número de senadores do MDB e ficar com o comando da Casa. A consultoria Arko Advice, que analisou o quadro da eleição para o Senado, considera que o Centrão pode somar, no melhor cenário para eles, 30 senadores, enquanto o MDB, no máximo 17. No mínimo, o centrão chega a 15, um a mais que mínimo previsto para o MDB.
CURTIDAS
Contra Dilma, Meirelles defende Temer/ A ex-presidente Dilma Rousseff tentou jogar a culpa do trágico incêndio que consumiu o Museu Nacional nas costas do governo do presidente Michel Temer, de Henrique Meirelles e até do PSDB. A resposta foi direta “Tão lamentável quanto o incêndio é ver gente oportunista tentando tirar proveito da situação para esconder nas cinzas do que sobrou a sua incapacidade de governar”.
De grão em grão…/ O candidato a presidente da República João Amoêdo, do partido Novo, pode até não chegar ao segundo turno, mas no Planalto, há quem diga assim: “O dia que o Meirelles tiver o percentual do João Amoêdo, a gente passa a acreditar na campanha dele”.
Haja esforço/ Os parlamentares estão combinando de só fazer o “esforço concentrado” hoje para, na quarta-feira, voltarem correndo para as bases.
Spa Câmara/ Alguns poucos parlamentares que chegaram a Brasília ontem pareciam aliviados com o sossego da capital. Houve quem dissesse que aproveitará esses dias para descansar da campanha.
O reajuste dos servidores públicos, que a equipe econômica convenceu o presidente Michel Temer a deixar para 2020, tem tudo para ser retomado no Supremo Tribunal Federal (STF). O tema será incluído na pauta do plenário ainda neste ano e, a depender da jurisprudência, a vitória será dos funcionários. É que, no Tocantins, o governador Marcelo Miranda havia concedido um reajuste que terminou suspenso quando ele perdeu o governo. O assunto foi parar no STF e, quase 10 anos depois, a maioria dos ministros optou por validar a correção salarial dos servidores do estado.
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É por aí que a Suprema Corte se inclina, apesar das restrições orçamentárias do Poder Executivo. Portanto, é grande a chance de sobrar mais uma despesa para o próximo presidente logo no primeiro ano de governo. Aliás, Michel Temer foi avisado de que, se insistisse em barrar o reajuste, a perspectiva de nova decisão do STF em favor dos servidores seria de 99%.
A precaução do PT
Desconfiado de que o TSE ia liquidar a candidatura de Lula ainda ontem, o PT preparou um programa em que não pede votos para o ex-presidente e sim para o número 13. O próprio discurso do vice, Fernando Haddad, vai nessa linha. É a forma de tentar garantir o programa eleitoral do partido até que a executiva da legenda e dos partidos coligados se reúnam para homologar a chapa Haddad-Manuela D’Ávila.
Comitê versus OEA
Já chegou aos ouvidos de autoridades brasileiras que os observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) firmaram o entendimento de que as instituições estão funcionando normalmente no Brasil. Logo, dirão em seus relatórios que não houve golpe e que o país não fere os preceitos democráticos, um contraponto ao documento do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Repetiram o erro
Mais uma vez, os advogados de Lula focaram a defesa, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Comitê de Direitos Humanos da ONU. Entre os ministros, eram favas contadas que, se os advogados fossem por aí, as chances de vitória do ex-presidente seriam mais remotas.
Cuidado aí!
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes só deve levar seu parecer sobre o caso de Jair Bolsonaro para votação na Primeira Turma da Corte depois das eleições. “Lula preso subiu de 20% para quase 40%. Se você levar o caso do Jair Bolsonaro agora, ele vai a 30%”, alertou um ministro.
CURTIDAS
Janot versus Gilmar/ O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot (foto) não perde a chance de beliscar o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Ontem, no Twitter, ele comentou a segunda prisão do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes: “Será que alguém (todo mundo sabe quem) vai soltar também?” E Deltan Dallagnol retuitou.
Temer versus Meirelles/ A insatisfação da turma do Planalto com o fato de o candidato do MDB, Henrique Meirelles, desprezar o governo e ressaltar apenas a própria biografia no programa eleitoral já dá margens a comentários do tipo, “Meirelles ainda não atingiu o nível de aprovação do governo. Quando atingir, vamos passar a levá-lo a sério”.
Por falar em Meirelles…/ Ele vai mesmo desprezar o governo no seu programa de tevê. Não deixará de lado, entretanto, os bons índices de Paulo Skaf em São Paulo. Na terça-feira, estará por lá, pronto a gravar imagens dos dois para exibir no horário eleitoral.
O motivo do mistério/ Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaram para anunciar apenas ontem que o julgamento de Lula estava na pauta. Queriam, assim, evitar que o PT repetisse a mobilização de 15 dias atrás, quando o partido protocolou a candidatura do ex-presidente. Os advogados estavam mobilizados sim, mas esperavam que haveria tempo para análise.
O recado foi dado pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, aos ministros e funcionários da Corte eleitoral. Ela está disposta a cumprir ainda hoje tudo o que se refere à candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República, “nem que vare a madrugada”. Os ministros consideram que, se nada for feito de imediato, o PT abrirá sua participação no horário eleitoral gratuito criticando o Poder Judiciário. E a ordem é reforçar a Justiça enquanto instituição republicana.
Da parte do PT, os advogados já estão de sobreaviso. A ordem é recorrer tão logo o TSE decida sobre a impugnação da candidatura do ex-presidente. Pelo visto, não são apenas os ministros que vão reforçar o lanche no trabalho. Os serviços de delivery, se cumpridas as intenções de todos, vão faturar na noite desta sexta-feira.
“Digital versus analógica”
O cientista político Leonardo Barreto tem dito em palestras que, a partir de agora, começa a campanha “analógica”, a da tevê aberta. Até aqui, na digital, quem surfou foi o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Hoje, ele considera que o capitão reformado está com um pé no segundo turno.
Limonada eleitoral
O fato de Jair Bolsonaro, do PSL, ter pouco tempo de tevê será usado por seus aliados como uma justificativa para não precisar detalhar o programa de governo. Eles só não descobriram ainda como, com esse pouco tempo na tevê, conquistar os votos que faltam, em especial, o feminino. Já concluíram que não será com as caminhadas e os sujeitos ao redor gritando “mito, mito”.
Alckmin analógico
Enquanto o candidato do PSL, que não tem tempo de tevê, apostará tudo nas redes e naqueles que replicam sua campanha — a participação dele no Jornal Nacional, por exemplo, ficou entre os 10 assuntos mais comentados até entre os tuiteiros russos —, Geraldo Alckmin, do PSDB, tem sido discreto nas redes. O tucano direcionou a maior parte dos recursos à campanha de tevê. A propaganda da bala, avaliam os tucanos, fez efeito.
Por falar em bala…
O candidato do PSL sentiu o tranco ao ver o filme da campanha de Geraldo Alckmin, aquele que mostra uma bala atravessando um copo de leite, uma jarra de água, destruindo livros, um melão e parando próxima à cabeça de uma criança. A ordem agora é subir o tom contra o tucano.
Olho nela/ Marina Silva, da Rede, que terá 21 segundos diários na tevê, comemorou o Jornal Nacional como a grande largada de sua campanha e certa de que tem tudo para ganhar mais votos de lulistas do que o futuro candidato do PT, Fernando Haddad. Seus aliados avaliaram que o maior problema abordado se resumiu à saída de deputados da Rede.
[FOTO1]
Por falar em Haddad… / Ele e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, desembarcam no Ceará nesta sexta-feira. Haddad (foto), em busca dos votos de Lula. E Alckmin, tentando arrancar alguns dos que estão com Bolsonaro.
Até aqui…/ O eleitor continua meio desconfiado dos políticos que desfilam pelo país em campanha. Apesar das pesquisas, todos consideram que estão fazendo campanha “no escuro”.
Educação, grande desafio/ O Coordenador Geral de Graduação do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Gabriel Cardoso, lança amanhã, 19h, na Cultura do CasaPark, o livro Empreendedorismo social e políticas públicas na educação: possibilidades e limites, em parceria com o professor Júlio Gomes Almeida, da Universidade Cidade São Paulo (Unicid). Num momento em que os indicadores do Brasil nessa área estão tão baixos, nunca é demais se informar a respeito.
Toffoli se mostra disposto a julgar reajuste de servidores e outros temas polêmicos
A junção das “11 ilhas”
Se fizer isso ainda este ano, ficará difícil seguir à risca a vontade de evitar assuntos polêmicos. Está na fila, por exemplo, o reajuste dos servidores que o presidente Michel Temer suspendeu por Medida Provisória e o ministro Ricardo Lewandowski retomou por liminar.
Conforme Toffoli contou a um colega de Tribunal e também a alguns amigos, o objetivo é substituir a ideia das 11 ilhas por um continente ou, no mínimo, um arquipélago todo interligado por pontes. Falta combinar, obviamente, com todos os ministros.
Tá nesse nível
Entre os petistas há quem diga que, se Ciro Gomes (PDT) crescer alguns pontos nas pesquisas, vai ter muito dirigente partidário repleto de desculpas para evitar compromissos de campanha ao lado de Fernando Haddad.
Vão ter que engolir 1
A contar pelas pesquisas, seja quem for o presidente eleito, terá que se sentar à mesa com o MDB. O partido caminha para continuar no comando do Senado, seja com a reeleição de Eunício Oliveira (CE), seja com Renan Calheiros (AL). O comando partidário considera que tem condições de eleger até 19 senadores, embora levantamentos mais rigorosos, como o da Arko Advice, apontem que o partido já tem assegurado, no mínimo nove e, no máximo, 16.
Vão ter que engolir 2
Em seguida, virá o PT, com um mínimo de cinco (Dilma Rousseff incluída) e um máximo de 12 eleitos este ano. Ou seja, quem apostava em renovação, pelo menos no Senado, será difícil. O PSDB está em terceiro no levantamento da Arko, com a perspectiva de eleger entre quatro e nove senadores.
Portos na lida 1
Como todos os setores, o de portos não vai deixar de fazer a sua campanha com os presidenciáveis. Para isso, a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) preparou um documento com previsão de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões, desde que o governo retire as amarras burocráticas, leia-se excesso de normas e regulações.
Portos na lida 2
O documento da ABTP alerta que o setor é responsável por 120 mil empregos diretos e indiretos. No ano passado, passaram pelos portos brasileiros 1,087 bilhão de toneladas de produtos, desde grãos até aqueles de última geração tecnológica. Não dá para desprezar.
Jogo combinado/ A saída de Romero Jucá (foto) da liderança do governo não foi bem… uma briga com o presidente Michel Temer. Afinal, se tem algo que todos entendem é a necessidade de sobrevivência. E, no momento, Jucá está nas mãos dos eleitores de Roraima, que defendem fronteiras fechadas com a Venezuela. Jucá, ao deixar a liderança, amorteceu o discurso dos adversários.
É bem assim/ Comandar o PT é uma tarefa que não costuma agradar a muitos. Tanto é que, nos bastidores, já tem gente chamando a presidente Gleisi Hoffmann de “crazy” Hoffmann.
Hoje tem!/ Debate na TV Brasília/Correio Braziliense, 17h, com os candidatos a governador do Distrito Federal. Transmissão ao vivo pelo Facebook, Twitter e YouTube do Correio. O dos presidenciáveis está marcado para 14 de setembro.
Ops!/ A foto publicada na coluna de sábado não era a de Márcio Aith, e sim de Márcio Sanches.
Os aliados de Marina Silva e de Ciro Gomes, presidenciáveis que mais lucram com a impugnação da candidatura de Lula, vão começar a bater na tecla de que o ex-presidente não só estará fora do páreo como não conseguirá transferir votos para Fernando Haddad. Tiram essa certeza do fato de Dilma Rousseff só ter chegado à Presidência porque Lula, à época bombando em popularidade, conduziu a petista país afora apresentando a então ministra da Casa Civil como a grande gestora, mãe do programa de aceleração do crescimento, a rainha do pré-sal. Ainda assim, Dilma foi ao segundo turno nas duas eleições. Venceu por pouco. Desta vez, com Lula preso, será muito mais difícil, ainda que os primeiros programas de tevê o coloquem como candidato.
Com Lula sem condições de levar a sua mensagem diária ao eleitor na fase mais aguda da campanha, a aposta do PDT e da Rede é de que o PT perca metade de sua força. O PDT de Ciro Gomes, por exemplo, acredita que o eleitorado hoje embarcado no projeto Lula tomará outro caminho quando perceber que o petista mantém a condição de presidiário, condenado em segunda instância. Ciro e Marina estão hoje na repescagem desses eleitores. E, não por acaso, os dois buscam polemizar com Jair Bolsonaro e derrubar a tese de que quem tem mais tempo de tevê vai para o segundo turno.
Imagem é tudo
Os emedebistas tiraram das gavetas a foto em que Michel Temer aparece de mãos dadas com Fernando Haddad (PT) em 2012, quando o petista disputou o segundo turno para prefeito de São Paulo contra José Serra (PSDB). A ordem ali é mostrar que Haddad rechaça o MDB, mas que já foram próximos. Para o PSDB, a lembrança também é boa. Afasta a ideia de que MDB e os tucanos sempre foram parceiros. Ao contrário: desde o governo FHC, vivem às turras.
Brasil virou terra de Murici…
Nesta eleição, o ditado alagoano tomou conta do país. Os candidatos a deputado federal, estadual, distrital e a senador estão em “carreira solo”, muitas vezes desprezando seus companheiros de chapa. No DF, Luzia de Paula fez seu material em verde, a cor que era símbolo da campanha do ex-governador José Roberto Arruda. Não há qualquer menção ao governador candidato Rodrigo Rollemberg.
… Cada um por si
Em Minas Gerais, Rodrigo Garcia, candidato ao Senado pelo DEM, desconhece a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente. Sabe como é, diante das incertezas, ninguém quer colar sua imagem a um candidato que corre o risco de não decolar.
A vida como ela é
A turma do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, refez as contas e passou a considerar os debates das emissoras de tevê fundamentais para que o presidenciável possa ser mais visto no período eleitoral. A conta é a seguinte: quem tem apenas oito segundos na tevê e, praticamente, uma inserção a cada dois dias, não pode se dar o luxo
de ficar fora.
Pop star/ Podem falar o que quiserem de Sérgio Moro (foto), mas uma coisa é certa: o juiz tem legiões de fãs. Durante jantar antes do Simpósio dos Delegados da PF em Salvador, o juiz posou para fotos e selfies. Ter a atenção do juiz por mais de dois minutos, entretanto, foi privilégio de poucos.
Companheiros I/ Moro fez questão de cumprimentar pelo menos um policial mais efusivamente: o delegado aposentado Getúlio Bezerra, conhecido do magistrado por causa de operações em Curitiba. Ao ver o delegado de costas, Moro interrompeu a conversa com um grupo e se dirigiu ao policial. Conversaram durante pelo menos 10 minutos.
Companheiros II/ Getúlio foi escalado pela direção da Associação dos Delegados da Polícia Federal para entregar a medalha Tiradentes a Sérgio Moro.
Ali, ele já tem a força/ Bolsonaro aposta na proposta de posse de arma para ganhar votos no campo. Diante disso, tende a dispensar a participação na sabatina promovida pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), na próxima quarta-feira.
A decisão unânime da Mesa Diretora da Câmara de cassar o mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi vista com alívio pela maioria dos parlamentares. Já tem gente dizendo nas bases que a Casa não compactua com malfeitos, tanto é que, em pleno período eleitoral, degolou Maluf. Só tem um probleminha: os outros casos que não foram analisados no Conselho de Ética, como o do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira Lima, vão ficar “dormindo” nos escaninhos durante esta temporada de campanha.
A ordem agora é a seguinte: quem se reeleger ganhará um “refresco” para que só precise responder no próximo mandato. Quem não se reeleger, poderá terminar o mandato sem ser incomodado, uma vez que o fim desta legislatura está logo ali.
É o que tem para hoje
Aos deputados e senadores preocupados com o desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas, um tarimbado político tem feito o seguinte apelo: “Em vez de reclamarem, peçam votos para o candidato e trabalhem por ele até o último dia. Ou é ele ou teremos Bolsonaro e o PT. É isso que vocês querem?”
Por falar em Bolsonaro…
Ao dizer que “qualquer um” derrota o candidato do PSL num segundo turno, Alckmin quer se colocar como o mais promissor para evitar que o PT retome a Presidência da República. Quem o acompanha diz que ele se convenceu de que o passe para o segundo turno é tirar votos do capitão da reserva do Exército, líder no cenário sem Lula, inclusive em São Paulo.
Desafios de Geraldo I
Em reuniões fechadas, os alckministas concluíram que o presidenciável precisa urgentemente colar a sua campanha à do ex-prefeito João Doria. É que, no estado de São Paulo, as pesquisas apontam um grande contingente dos eleitores de Doria votando em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. Lá, no estado que Alckmin governou, ele aparece em segundo lugar no cenário sem Lula, enquanto Doria lidera a disputa para o governo estadual.
Desafios de Geraldo II
Também é hora de dar uma atenção especial à Região Sul, onde Alvaro Dias é o segundo colocado e só perde para Bolsonaro. Aliás, no cenário sem Lula, o candidato do PSL só perde no Nordeste, onde está empatado com Ciro Gomes, ambos atrás de Marina Silva, da Rede.
Desafios de Haddad
O fato de ter dois ex-ministros de Lula — Ciro Gomes e Marina Silva — como adversários no seu campo deixou Fernando Haddad sem ter como criticá-los, a fim de atrair votos. Por isso, a ordem no partido é massificar o número 13 e esquecer do perfil do candidato.
Campanha indoor/ A falta de recursos praticamente tirou a campanha das ruas. Não há mais comícios nas praças. No máximo, uma caminhadinha ali, uma carreata acolá. A maioria está apostando nas reuniões fechadas, com setores produtivos. Há quem se refira à campanha como o “circuito do PIB”. Semana que vem, por exemplo, tem encontro na Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
A vitória de Temer/ A decisão da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que condenou o empresário Joesley Batista a pagar uma indenização de R$ 300 mil ao presidente Michel Temer (foto) por danos morais, virou mais um motivo para que os emedebistas peçam a Henrique Meirelles que defenda a imagem de Temer.
A cobrança do MDB/ Internamente, há quem diga no MDB que o partido aceitou a candidatura de Meirelles para que ele se apresentasse, mas também defendesse o presidente Michel Temer, o governo e o partido. Até aqui, o candidato do MDB só se apresentou. E não sai do 1%.
Renovação zero/ A contar pelas pesquisas de intenção de voto para o Senado em vários estados, o brasileiro pode se preparar para encarar velhos conhecidos. No Pará, por exemplo, lideram Jader Barbalho (MDB), 29%, e Mário Couto (PP), 20%.
Presidentes do MDB Mulher em diversos estados ameaçam recorrer direto ao Supremo Tribunal Federal para garantir a distribuição mais equânime dos recurso de campanha. Em Minas Gerais, por exemplo, a campanha mal começou e o dinheiro destinado a elas está acabando.
As mulheres do MDB calculavam que teriam à disposição, pelo menos, R$ 70 milhões em recursos do fundo partidário e que, tirando o valor destinado à campanha de seis deputadas federais
(R$ 12 milhões), restaria uma parcela expressiva para distribuição entre os estados, proporcional ao número de eleitores em cada um deles. Porém, não foi isso que ocorreu. As emedebistas de Minas Gerais prometem desembarcar em Brasília nesta quinta-feira para cobrar os recursos.
Em tempo: é bom os partidos se prepararem. É voz corrente no Judiciário que, se as mulheres forçarem a porta do cofre, os partidos que não definiram regras de distribuição não terão saída senão entregar os 30% dos recursos. E mais: se conseguirem uma liminar que determine cofre fechado até a decisão final da Justiça, adeus campanha para muitos candidatos.
Vai sobrar para ele
O marqueteiro Lula Guimarães é quem mais sentirá a pressão de estagnação do candidato Geraldo Alckmin nas pesquisas divulgadas nesta semana. Por ora, não há recomendação de troca, mas há, dentro do PSDB, quem deseje colocar alguém para acompanhar Lula de perto.
Haddad sob pressão
A baixa transferência de votos do ex-presidente Lula para Fernando Haddad faz crescerem dentro do PT as pressões da ala Construindo um Novo Brasil (CNB) para que o ex-prefeito de São Paulo seja “mais militante”, com maior diálogo com movimentos sociais. Um outro grupo, entretanto, considera que, se Haddad for por esse caminho, vai terminar disputando votos apenas com Guilherme Boulos (PSol).
Adeus, união
Depois dos ataques de João Doria a Márcio França nesta semana, em que o candidato do PSDB acusou o governador de fazer campanha dentro do Palácio dos Bandeirantes, acabou qualquer possibilidade de união num segundo turno, caso um dos dois esteja fora da final.
Muito esquisito/ A história de Jair Bolsonaro não divulgar a agenda de campanha foi considerada estranha até por seus apoiadores. Sabe como é: se o sujeito não quer ser acompanhado de perto no período eleitoral, vai ser difícil exercer a Presidência da República, na qual a vigilância é quase que 24h.
Já estava na conta/ O desfile de Ciro Nogueira com o PT no Piauí e o de José Rocha, do PR, com os petistas na Bahia já estavam previstos pela coordenação da campanha de Geraldo Alckmin. O importante é segurar o resto.
O último a sair/ Deputados consideraram normal a saída de Marcio Lacerda (foto) da disputa ao governo estadual. Desde que o caso foi para a Justiça, ele estava como um “cavalheiro solitário”, sem apoios e sem aliados. A aposta geral é a de que, por lá, como, aliás, a coluna já havia antecipado, a eleição será decidida no primeiro turno, entre Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT).
Otavio Frias Filho/ A coluna se solidariza com familiares e profissionais da Folha de S.Paulo. Foi lá, sob o comando de Otavio Frias Filho, em São Paulo, e da dupla Gilberto Dimenstein e Josias de Souza, em Brasília, que comecei na profissão. Em 1986, era uma escola para ninguém botar defeito.