Categoria: coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF
Quem quer muitas coisas ao mesmo tempo corre o risco de ficar sem nenhuma ou restar apenas “a sobra”. É esse o raciocínio que começa a prevalecer no Congresso diante dos pacotes de emendas constitucionais enviados recentemente pelo governo — e inclui aí a reforma administrativa, que chegará em breve e que o governo adiou, dizem as más-línguas, com medo de manifestações em ano eleitoral. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi bem até a reforma previdenciária, erra feio nesta reta final de 2019. Fala de juros e ajuda o dólar a subir mais um pouco, fala de AI-5 e angaria nova lufada de má vontade do parlamento, gerando ainda mais instabilidade — o que afasta investidores.
Diante dos tropeços, a ideia que prevalece entre os líderes é aprovar, no início do ano que vem, a proposta considerada “emergencial” e discutir o restante de forma gradual. Ou seja, os congressistas não votarão nada a toque de caixa. Está claro que, se esse era o plano B do ministro da Economia, Paulo Guedes, está na hora de ele procurar um plano C.
PT em risco de isolamento
O documento que o PSB divulgará neste fim de semana, no Congresso, em que tratará da sua autorreforma, é uma espécie de aviso ao PT: ou o partido de Lula reconhece seus erros e busca os aliados com uma postura mais humilde, ou corre o risco de ficar falando de si para si. É que o PSB não se conforma com o fato de ter sido preterido, no passado, para dar lugar ao MDB, ao PP, ao PL e aos demais integrantes do chamado Centrão.
Witzel testa Bolsonaro
Ao pedir uma audiência ao presidente Jair Bolsonaro, o governador do Rio, Wilson Witzel, põe o capitão em xeque: se Bolsonaro não atender, deixará claro o uso político da Presidência da República, se não negar nada, estará ajudando o adversário de amanhã na corrida presidencial.
Memória
Para quem não se lembra, Bolsonaro acusou Witzel de vazar as tentativas de envolvimento de Carlos Bolsonaro com os suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. E, invariavelmente, diz que o governador do Rio só pensa na Presidência da República.
“Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”
Elena Landau, economista
Publicação salgada/ O secretário-geral do Aliança pelo Brasil, Admar Gonzaga, tomou um susto quando foi pagar a publicação do estatuto do partido e a ata de fundação no Diário Oficial: R$ 20 mil. Como o partido ainda não tem recursos, o dinheiro saiu do bolso do advogado.
Balanço de mágoas/ A contar pelas declarações do general Santos Cruz à CPI das Fake News, Bolsonaro fechará o primeiro ano com uma coleção de ex-amigos. Até aqui, Gustavo Bebianno, Joyce Hasselmann, Alexandre Frota, Delegado Waldir, Luciano Bivar e por aí vai. Santos Cruz classificou “fritura” de ministros como “coisa de gente desqualificada”, que não sabe “administrar a política”.
Temer resgatado/ O ex-presidente Michel Temer, a cada dia, ganha um elogio aqui e ali. A economista Elena Landau foi direta ao comentar, no debate do Correio, que, graças ao governo dele, a equipe de Jair Bolsonaro não pegou uma situação pior. “Imagina se tivéssemos partido direto da situação do governo Dilma?”
Agenda social idem/ As bandeiras da inclusão social, que a esquerda sempre reivindicou, hoje gritam em todos os campos. “Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”, disse Elena Landau.
E a segunda instância, hein?/ Alguém tinha esperanças de que isso seria resolvido nesta reta final de ano no Congresso? Ali, as coisas caminham lentamente e, se a população quiser pressa, que se manifeste, reclame e busque fazer valer a sua vontade. Essa é a beleza da democracia.
Governo apostará na polarização com o PT no balanço do primeiro ano
Coluna Brasília-DF
O governo do presidente Jair Bolsonaro começou a preparar os relatórios de balanço do primeiro ano de gestão. A reforma da Previdência entrará, mas não será o item principal. A ordem é dar destaque à conclusão de obras na área de infraestrutura e tudo o que o governo fez com menos recursos disponíveis em comparação ao tempo petista.
Assim, até na hora de apresentar os dados, o governo apostará na polarização com o PT, considerado o caminho mais seguro para manter a população que elegeu o presidente fiel ao Poder Executivo. Afinal, se deu certo na eleição, dará no governo.
Anvisa loteada?
O almirante Barra Torres será o presidente da Agência, mas as diretorias, avisam alguns líderes, devem ser reservadas ao MDB, que, aos poucos, vai se aproximando do governo. Já tem dois líderes, o do Senado, Fernando Bezerra Coelho, e o do Congresso, Eduardo Gomes. Falta o espaço no Executivo. E esse espaço virá.
Cedo demais
O PT só vai entrar no “Fora Bolsonaro” se os movimentos sociais seguirem essa linha. Por enquanto, essa bandeira está enrolada na gaveta.
Rua estreita
A reeleição de Gleisi Hoffmann para presidir o PT foi vista pelos partidos de esquerda e seus aliados como a certeza de que o partido do ex-presidente Lula vai continuar com o slogan Lula Livre, sem qualquer alteração de natureza programática. O risco é o partido falar de si para si mesmo, sem conseguir agregar mais votos para vencer os adversários.
Não é com eles…
Conforme a coluna antecipou, semana passada, a votação de hoje no Tribunal Superior Eleitoral nada tem a ver com o Aliança pelo Brasil, o novo partido de Bolsonaro. Eles não querem saber de assinatura digital para buscar as 500 mil assinaturas para fundação do partido. Querem, sim, a biometria, como foi dito pela coluna na última sexta-feira.
… e é demorado
O sistema biométrico de apoiamento ainda não está integrado ao sistema do TSE. E até isso ser feito, certamente, dizem alguns especialistas nesse ramo, a eleição de 2020 será coisa do passado.
Recordista/ A Medida Provisória 905, que trata dos novos tipo de contrato de trabalho para jovens de 18 a 29 anos, promete bater o recorde em pedidos de emendas. Só o deputado Túlio Gadelha (PDT-PE) apresentou 38 emendas ao texto.
Calligaris em Brasília/ O hospital Sírio-Libanês promove hoje palestra com o psicanalista italiano Contardo Calligaris, que se tornou famoso pela observação de dois fenômenos: a busca pela felicidade e a supervalorização da infância. No B Hotel, a partir de 19h30.
Eventos não faltam/ O Correio Braziliense promove mais um Correio Debate, no auditório do jornal, 14h30, “Desafios para 2020 – O Brasil que nos aguarda”, em parceria com o Sebrae, as faculdades Mackenzie, e Buser. O debate começa às 14h30. No meio da tarde, às 15h30, participação especial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que apresentará suas perspectivas para o próximo ano.
Trapaça na Pâtissier/ Trapaça, de Luís Costa Pinto, sobre os bastidores do governo Collor, tem lançamento especial hoje, no café Daniel Briand, na comercial da 104 Norte, a partir das 18h30.
Os ataques de Lula contra Bolsonaro na convenção do PT não incomodaram os palacianos. Enquanto o ex-presidente tiver contas a acertar com a Justiça, o discurso para esse grupo está pronto e considerado fácil. Afinal, Lula foi preso, condenado, é acusado de ter bens que não estão em seu nome e por aí vai. O problema para o governo é o centro da política, que começa a sair da toca com nova roupagem, para se mostrar como o ponto de equilíbrio, do diálogo, capaz de tirar o melhor dos extremos hoje representados pelo bolsonarismo e pelo petismo. Esse centro, entretanto, ainda não se uniu. E por isso, a ordem no Planalto daqui para frente é trabalhar para que essa união não ocorra.
Juntos, PSDB, DEM, PP, PL, Cidadania, Solidariedade têm pelo menos 40% do eleitorado. Se esse contingente encontrar um líder, Bolsonaro terá de suar a camisa para um projeto de reeleição. Por enquanto, é só observar.
R$ 10 milhões para cada um
O governo retomou o pagamento das emendas parlamentares. A prioridade é concluir a liquidação dos R$ 10 milhões prometidos para cada deputado.
O problema é que as excelências juram ter recebido a promessa de outros R$ 10 milhões. E essas liberações estão muito lentas, sem perspectiva de conclusão para os próximos dias.
Dívida e política I
Em 2017, o governo abriu a possibilidade de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro daquele ano por parte dos produtores rurais do Nordeste, prejudicados por sucessivas adversidades climáticas. À época, o Banco do Nordeste (BNB) cumpriu a resolução. O Banco do Brasil, não. Agora, um projeto de lei uniu a bancada do Nordeste em torno dessa proposta. Assim, todos os bancos oficiais terão que cumprir.
Dívida e política II
O texto é assinado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA) e tem o apoio dos nordestinos do PSL ao PT. A ideia é votar nessas quatro semanas que faltam para fechar o período legislativo.
E a sede?/ O Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, ainda não tem sede definida. Enquanto não decide, vai funcionando no escritório do secretário-geral da sigla, o advogado Admar Gonzaga.
Menos, Lula, menos/ O PSB tem encontro esta semana para discutir seu caminho. “O Lula despreza a nossa inteligência, ao dizer que quem não está com ele está a favor do Bolsonaro. Não vejo Lula nem Bolsonaro como meu líder. Essa polarização só interessa aos dois”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Aguardem novos capítulos I/ Por enquanto, Renan Calheiros não respondeu ao senador Major Olímpio, na última semana, quando eles discutiam o que Renan chamou de “ameaças de Olímpio a ministros do STF”. Mas quem conhece o grau de fervura do sangue alagoano garante que essa fleuma de Renan não vai durar muito.
Aguardem novos capítulos II/Nos corredores do Congresso, quando alguém pergunta a Major Olimpio sobre seu embate com Renan Calheiros na semana passada, o senador paulista responde: “Eu estou do lado de cá das algemas”.
Lula quer candidato petista em todas as cidades com programa eleitoral de rádio e TV
Provisória duradoura, comando eterno
Está tudo pronto para que os congressistas tentem votar na semana que vem um projeto de decreto legislativo para fixar em oito anos a duração das comissões provisórias dos partidos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha fixado prazo de 180 dias.
A ideia de deixar os diretórios provisórios por oito anos permite que os comandos nacionais das legendas tenham controle dos estados e dos municípios. Assim, quem não cumprir o que a Executiva Nacional partidária disser, estará sob risco de destituição e nomeação de uma nova comissão provisória.
Prende-solta-solta-prende
A semana que vem será dedicada a acertar o passo entre Câmara e Senado no quesito prisão em segunda instância. A ordem da ministra Cármen Lúcia, para que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) soltasse todos os presos nessa condição, aumenta a pressão para que os congressistas busquem uma forma de resolver esse assunto ainda este ano.
A nova guerra no MDB I
A semana vai ferver entre os emedebistas, por causa da disputa pela presidência do MDB Mulher, entre Fátima Pelaes, que está há sete anos no cargo, e Regina Perondi, que comandava o MDB Mulher no Rio Grande do Sul e já foi vice-presidente nacional. A eleição será no dia 30 e os bastidores estão fervendo.
A nova guerra no MDB II
Aliados de Regina, a desafiante, reclamam que até agora não tiveram acesso à lista de filiadas ao partido aptas a votar. Nos últimos dois anos, a eleição foi por aplauso. Alguns adversários chegam a tratar Fátima como a “Jucá de saias”, numa referência ao ex-presidente do partido, Romero Jucá, que permaneceu no cargo enquanto pôde e responde a processos judiciais e, aos poucos, vão ganhando as causas.
Me inclua fora dessa
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, acompanha a corrida das mulheres a distância. Não quer briga com a bancada feminina. O prazo final para envio da lista das votantes terminou na semana passada, quando acabaram as reuniões estaduais para escolha de presidentes e delegadas. Fátima tem como slogan “Mais mulheres na política em 2020”. Regina assina embaixo esse slogan e acrescenta mais duas palavras: “Renovação e Transparência”.
Nem tanto
Os petistas avisam que não dá para levar ao pé da letra a intenção de Lula em lançar candidato a prefeito em todas as cidades em que houver programa eleitoral no rádio e na TV (sim, ele não menciona as redes sociais!). Em algumas cidades, a ordem é agradar aos aliados com vistas a 2022.
O corpo fala I
Fernando Haddad e Luiz Marinho foram os dois com que Lula mais conversou ao chegar para o Congresso do partido, ontem. É por ali que ele pretende fazer suas apostas eleitorais em São Paulo.
O corpo fala II
Manuela D’Ávila (PCdoB), pré-candidata a prefeita de Porto Alegre, se desdobrava em selfies com a presidente Dilma Rousseff. Quer a ajuda dela para
ter o apoio do PT na eleição da capital gaúcha.
Coluna Brasília-DF
Quem posta…/ A ex-presidente Dilma Rousseff estuda processar o passageiro do voo da Emirates que a fotografou na classe Executiva, e divulgou as fotos nas redes sociais. O caso deve ficar a cargo do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
… que se prepare/ Amigos de Dilma consideram que é preciso dar uma lição em todos aqueles que divulgam imagens e informações sobre as pessoas públicas, sejam elas quem forem, sem checar o que houve de fato.
A ex-presidente estava na classe executiva, e não na primeira classe, conforme dizia o post que circulou nas redes sociais. Ela viajou para os Emirados Árabes a convite de Sultan bin Muhammad bin Saqr Al-Qasimi para o lançamento do grupo de trabalho Rights of Future Generations.
Coluna Brasília-DF
A consulta sobre certificação digital feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para assinaturas de apoio à criação de novo partido, não interessa mais ao Aliança pelo Brasil, o novo partido do presidente Jair Bolsonaro. O sistema é considerado caro (são quase R$ 200 para se obter a certificação digital) e complicado para o cidadão comum.
O melhor mesmo, avaliaram os integrantes da legenda, é coletar as assinaturas uma a uma, com firma reconhecida em cartório, que é feita por menos de R$ 5, ou verificar junto ao TSE mais à frente se é possível a checagem via biometria. A intenção de alguns que trabalham pelo novo partido é, ao longo do processo de recolhimento das assinaturas, perguntar ao TSE se é possível conferi-las usando a mesma biometria que vale para a votação.
Hoje, 85% dos eleitores já têm as digitais cadastradas. Logo, dá para dispensar a burocracia cartorial. O próprio procurador eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, fez essa menção em seu parecer. Resta saber se haverá tempo hábil para aplicar ao novo partido.
O batismo de Tarcísio
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, não vai terminar o ano como unanimidade nacional. Elogiado até pelos adversários, é tido como alguém que errou a mão ao tentar impor um novo perfil ao Porto de Santos, para atender ao agronegócio, e provocou a ira dos moradores da cidade. Na próxima segunda-feira, a sociedade local vai se reunir para se contrapor ao desejo oficial anunciado de ampliar a atividade portuária a granel na área urbana próxima à praia.
O batismo de Tarcísio II
Sete universidades locais, incluindo o câmpus santista da Universidade Federal de São Paulo, os fóruns da cidadania de Santos e Guarujá, que compartilham o canal do porto, câmaras municipais de todas as cidades da Baixada Santista, empresários, concessionários, e todos os sindicatos ligados à atividade portuária, pretendem dizer ao governo federal que querem ser ouvidos e consultados.
Voos com escalas
Deputados federais e estaduais que querem ser candidatos no ano que vem vão esperar um pouquinho antes de seguir para o Aliança pelo Brasil. Alguns dispostos a sair do PSL desejam fazer escalas em legendas que já existem, antes de seguirem para o novo partido.
Meio-termo
O voto do ministro Alexandre Moraes, de que o acesso de dados da Receita para investigar criminosos não pode ser considerado inconstitucional, angaria simpatias entre juristas. Resta saber se será seguido pelos demais.
Nova referência/ Que Olavo de Carvalho que nada. Bolsonaro tem um novo Norte para o Aliança pelo Brasil: a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, falecida em 2013. Ela foi citada no discurso pelo presidente, quando mencionou que um país deve medir seu grau de desenvolvimento pelo número de pessoas que saem de programas sociais, e não por aqueles que precisam deles.
Às armas!/ Um quadro todo feito com cartuchos de balas de fuzis, de pistolas 9 mm, entre outras, com a frase “Aliança pelo Brasil” fez sucesso entre os aliados de Bolsonaro. O autor do quadro, Rodrigo Camacho, do Rio de Janeiro, saiu de lá com várias selfies e encomendas dos deputados.
Legalização dos cassinos volta à baila, mas reação dos evangélicos preocupa Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Na conversa do presidente Jair Bolsonaro com deputados e senadores, ontem, no Planalto, a regularização dos cassinos no Brasil esteve entre os pratos principais. O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), puxou o tema e mencionou algo que soa como música para os ouvidos da equipe econômica: a arrecadação desse setor pode render ao governo algo em torno de R$ 20 bilhões. Nada mal para um país que tem hoje R$ 19 bilhões para investimentos.
Bolsonaro não disse nem sim, nem não. Preocupado com a reação dos evangélicos, o senador Luiz do Carmo (MDB-GO) retrucou: “O senhor tem que ver a sua imagem, presidente”. Elmar foi direto: “Imagem de presidente é economia. Se vai para frente, imagem vai bem”. Se o presidente conseguir vencer a resistência evangélica, é aí que o governo tentará arrumar dinheiro extra para pagamento das contas.
Medidas na corda bamba I
O governo que se prepare: cresce no Congresso o desejo de devolver não só a medida provisória que extinguiu o DPVAT, como aquela que criou a carteira Verde e Amarela. A isso, junte-se a má vontade para aprovação de créditos suplementares ao Orçamento enquanto não houver uma definição sobre como os recursos serão distribuídos.
Reformas na corda bamba II
Pelo andar da carruagem, o governo não viverá uma boa quadra nesta reta final de 2019 no parlamento. Nada tem um mínimo consenso entre os partidos para andar em ritmo acelerado. Se sair o pacote anticrime, estará de bom tamanho.
Confusão total
Na Câmara, a prisão em segunda instância avançou uma casa, saiu da Comissão de Constituição e Justiça e vai para a Comissão Especial. No Senado, continua amarrada. Isso quer dizer que, por enquanto, não há acordo. E, ainda que uma Casa vote primeiro, terá que acertar com a outra e, de quebra, torcer para que o Supremo Tribunal Federal não acabe com a brincadeira logo em seguida.
Tem limite
A tendência do STF é estabelecer que apenas uma autorização judicial permita o uso de dados do antigo Coaf ou da Unidade de Inteligência Financeira. A dúvida de magistrados, entretanto, é se haverá alguma modulação no caso do ex-assessor Fabrício Queiroz.
Ingrato é pouco/ Bolsonaro não perde a chance de criticar o governador do Rio, Wilson Witzel. “Ele só pensa em disputar comigo. E olha que meu filho é que elegeu ele”, comentou o presidente com políticos.
Sem jeito…/ A reunião na sala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estava no fim quando o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, se levantou e disse que precisava ir porque ia almoçar com Bolsonaro. No mesmo instante, voltou-se para o líder do DEM, Elmar Nascimento, e o do Solidariedade, Paulinho da Força: “Vamos?”
… mandou lembrança/ O constrangimento foi grande. Os outros, que não haviam sido convidados, ficaram meio sem graça. Depois o governo não entende por que o Congresso está se transformando num pote até aqui de mágoas.
Ciúmes de político/ Elmar e Paulinho saíram do almoço direto para a casa de Rodrigo Maia, onde estavam outros líderes. Ao chegarem lá, o presidente da Câmara foi direto: “Vocês já almoçaram com Bolsonaro, então nem vem”.
Coluna Brasília-DF
O ex-presidente Lula quer conversar com todos os atores da política e vai, inclusive, conversar com Rodrigo Maia, um dos maiores adversários do PT. Lula é grato a Maia, que foi contra a transferência do ex-presidente para um presídio comum, em agosto deste ano. Mas o DEM não está muito animado com a conversa e, de antemão, avisa: não tem aliança para 2022.
Alcolumbre está pressionado em pedidos de impeachment contra ministros do STF
Coluna Basília-DF
O fato de o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, ter pedido acesso aos dados do Coaf reacendeu a chama dos processos de impeachment de ministros do STF no Senado e, nesse quesito, de nada adiantou o presidente da Suprema Corte ter recuado na decisão. Já são 15 pedidos contra vários ministros que se acumulam na Casa, que até hoje não foram para frente.
Até aqui, o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) não pretende colocar esses pedidos na roda, e alguns senadores garantem que ele jogará essa pressão para escanteio, como tem feito no caso da CPI da Lava Toga. Mas há quem diga que, pelo andar da carruagem, a represa está ficando pesada.
Saída pela direita
Selada a desfiliação do presidente Jair Bolsonaro do PSL, os aliados dele começam a partir de agora uma ampla campanha para que seus simpatizantes façam o mesmo. A intenção é deixar o partido de Luciano Bivar do tamanho que era antes do ingresso dos Bolsonaro.
Pode ir, mas…
O fato de seguirem o presidente não significa candidatura garantida no ano que vem. Bolsonaro quer “qualidade” dos candidatos de seu partido, e os interessados terão que ter “ficha limpa”.
Maia na lida
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer deixar sua marca nos projetos de desenvolvimento social. Essa será a aposta da Casa em 2020, e não os projetos do governo. Da mesma forma, valerá o que o Congresso deseja em termos de reforma tributária. Logo ali na frente, isso vai dar algum estremecimento com o Poder Executivo.
Baiano português/ O lobista Fernando Baiano, que passou uma temporada “hospedado” na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, está dando um giro pela Europa. Recentemente, foi visto em Lisboa.Tentava obter um “Golden Visa”, que só é adquirido por quem compra imóvel acima de 500 mil Euros.
Enquanto um “lavajateiro” vai…/ Um professor renomado vem. O ex-ministro de Assuntos Parlamentares de Portugal Miguel Relvas lançou seu livro O outro lado da governação, a reforma da administração local, no Senado.
Outra turma/ O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), que arrancou e quebrou um quadro da exposição sobre o Dia da Consciência Negra, na Câmara, foi motivo de comentário entre os bolsonaristas. Aliados do presidente da República logo avisavam que Tadeu é “bivarista”.
CB.Poder/ O entrevistado de hoje é o senador Fernando Collor (PTC-AL), que há 30 anos, em 15 de novembro de 1989, era eleito presidente da República, a primeira eleição direta depois da ditadura militar. José Sarney, o primeiro presidente civil pós-regime de exceção, foi eleito pelo Colégio eleitoral.
Insistência na arrecadação lastreada no imposto sobre consumo é estratégia política
Coluna Brasília-DF
A ideia da equipe econômica, de insistir em manter a arrecadação lastreada no imposto sobre o consumo, terá dificuldades no parlamento. Ali, prevalece a ideia de que é preciso desonerar o consumo para levar à baixa dos preços dos produtos e, assim, promover a recuperação da indústria, o que, por sua vez, resulta em maior geração de empregos. O que não vier no sentido de facilitar a vida de quem produz e de aumentar a oferta de postos de trabalho não terá condições de ser votado em tempo recorde.
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Essa insistência, dizem alguns, tem outro objetivo: tentar levar os congressistas a perceberem que vale trocar o imposto sobre consumo por uma alíquota menor sobre as transações financeiras. O debate será longo para um país que tem pressa e dólar nas alturas.
Ganhou fama I
Fred Wassef, advogado da família Bolsonaro, foi procurado por Francisco de Assis, diretor jurídico da JBS, para fazer a defesa dele e dos Batista no Supremo Tribunal Federal. A ponte foi feita pelo advogado José Roberto Santoro, amigo de Wassef, que já atuou como consultor jurídico da JBS.
Ganhou fama II
Assis está apostando em Fred para ver se baixa o entusiasmo do procurador-geral da República, Augusto Aras, e adia ao máximo qualquer ação que possa jogar areia no acordo de leniência da turma.
E o partido, hein?
O presidente Jair Bolsonaro será aconselhado a ficar de olho nos oportunistas, aqueles que vão procurar o novo partido apenas para ser governo, sem o menor compromisso com o futuro.
Alívio nas contas
O desbloqueio de mais de R$ 14 bilhões do Orçamento era comemorado pelos parlamentares, que aguardam as emendas para estados e municípios nessa reta final de 2019. Significa ter o que mostrar para as bases nesse período próximo ao ano eleitoral.
Curtidas
Troca aí/ Em vez de procurar taxar o consumo, há quem defenda que o governo gaste sua energia criativa para taxar as grandes empresas da internet. Faz sentido.
O que colar, colou/ Os parlamentares vão votar o que for possível para tentar fazer valer a prisão em segunda instância. Quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o tema estará em pauta tanto em emendas constitucionais, quanto em projetos de lei.
Reza forte/ Quinta-feira tem sessão solene em homenagem à Santa Dulce dos Pobres no Senado Federal. A sessão foi pedida pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO).
Será que emendaram mais?/ Segunda-feira, no Congresso, parecia início de feriado. É, pois, é.