Categoria: coluna Brasília-DF
Da coluna Brasília-DF publicado em 19 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Aliados comentavam em meio à reunião de cúpula do G20 que se o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminasse em dezembro, seu legado já estaria posto com o G-20 Social e a Aliança contra a Fome — lançada em 2004, quando ele discursou nas Nações Unidas, mas não foi para frente. O discurso no G20, 20 anos depois, poderia ter sido um copia e cola. Naquela época, Lula usou frases do tipo “da fome e da pobreza jamais nascerá a paz” ou “a humanidade está perdendo a luta pela paz”. E conclamou a uma união no combate à fome, com a pergunta: “Se fracassarmos contra a pobreza e a fome, o que mais poderá nos unir?” A frase vale para os dias de hoje. E foi nesse sentido que a Argentina ingressou na nova aliança — não dá para ficar contra um movimento contra a fome. O contraponto que Javier Milei fará — e já ensaiou em seu discurso em defesa do neoliberalismo — será nos meios para se alcançar esse objetivo.
Veja bem
O fato de Lula anunciar uma aliança global contra a fome, 20 anos e dois meses depois daquele discurso na Abertura da 59ª Assembleia da ONU, é sinal de que os países fracassaram nessa empreitada. Agora, com o G20 prometendo, inclusive, um fundo para financiar essa nova tentativa de acabar com a fome, a esperança do governo brasileiro é de que, daqui a 20 anos, os discursos de hoje sejam vistos como primeiro passo de uma caminhada que chegou ao objetivo.
Mais fácil ganhar na Mega
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi designado relator do projeto do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) sobre anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Difícil será Mourão arrancar um parecer favorável do petista.
Onde mora o perigo
O que leva os senadores e deputados a colocar de molho essas propostas de anistia é o receio de que alguma dessas pessoas termine partindo para atos extremos, como as bombas da semana passada perto do Supremo Tribunal Federal. Além disso, os lideres consideram que o projeto é polêmico e capaz de acirrar os ânimos num momento em que os parlamentares precisam ter tranquilidade para aprovar projetos urgentes — como o Orçamento de 2025.
Só no papel
As novas regras aprovadas no Senado ainda não representam um sinal verde para a liberação das emendas retidas por decisão do Supremo Tribunal Federal. Antes disso, o ministro Flávio Dino já disse a aliados que precisará de uma leitura detalhada da lei que for publicada no Diário Oficial da União.
Consórcio da sustentabilidade
Terminado o G20, os governadores do Sul e Sudeste têm encontro marcado em Santa Catarina para discutir projetos sustentáveis capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A avaliação de alguns deles é de que não dá para deixar tudo a cargo do governo federal. Não está descartada, inclusive, a discussão de emendas ao Orçamento das duas regiões para financiamentos de projetos.
CURTIDAS
Eles estão na área/ Depois do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, começar a rodar o país para se apresentar ao União Brasil como uma opção para 2026, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, deve seguir pelo mesmo caminho. É o nome do PSD para a disputa e o único que, até aqui, tem alguma inserção no Nordeste, por causa do programa do pai, o Programa do Ratinho, um dos mais populares da tevê brasileira.
Theresa May em São Paulo/ A Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge) realiza o congresso brasileiro de seus associados com a presença da ex-primeira-ministra do Reino Unido Theresa May (foto). Ela tem uma vasto conhecimento sobre o tema. Seu governo, de 2016 a 2019, foi responsável pela eficiente transformação do sistema de saúde britânico, o National Health System.
Parceria obrigatória/ No Brasil, o sistema público de saúde atende a 75% da população. Cabe ao privado e suplementar 25% do atendimento. Embora integrados, um sistema depende do outro. Essa interdependência, que sempre gerou um debate longo e polêmico, será o ponto central do congresso da Abrange, na quinta e na sexta-feira, em São Paulo.
Novo normal/ Os cariocas estão acostumados a encontrar celebridades na sua orla, mas o presidente da França, Emmanuel Macron, de terno, acompanhado da mulher, Brigitte, toda de preto, de salto alto, às 23h, no calçadão de Copacabana, foi a primeira vez.
Da coluna Brasília-DF publicado em 17 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Foi um banho de água fria no PT a fala do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a perspectiva de redução da queda dos juros nos Estados Unidos no governo de Donald Trump e seu impacto no mundo. O partido via no diretor indicado por Luiz Inácio Lula da Silva a aposta para uma mudança radical na política de juros do atual comandante do BC, Roberto Campos Neto. Porém, no G20 Talks desse feriadão, Galípolo deixou os políticos com a sensação de que essa guinada não será possível, por causa das medidas que Trump promete adotar, tais como, elevação das tarifas de importação e nova política de imigração.
Modo cobrança
Os petistas admitem uma redução das suas expectativas em conversas reservadas, mas, publicamente, a ordem é continuar na linha de pressionar para alteração mais contundente no que vem sendo feito por Roberto Campos Neto. No BC, prevalece a visão de que é preciso todo o cuidado no controle dos juros. Quando a política prevaleceu nesse campo no passado, foi o país quem pagou a conta.
Pente fino
Desde quarta-feira, agentes de inteligência varrem as redes sociais em busca de mensagens de ódio. Afinal, foi ali que Francisco Wanderley deu as pistas do que estava planejando. A ordem no governo é vasculhar tudo que possa representar a presença de outros lobos solitários em Brasília.
Sem guerra, não vai
Tem muita gente incomodada com a possibilidade de deixar as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio fora da declaração conjunta do G20 por causa das dificuldades de se chegar a um consenso sobre os conflitos. Se esse tema não entrar, a incapacidade de diálogo no mundo ficará ainda mais evidente.
PP vai pedir o DF
Em conversas reservadas, o PP de Celina Leão definiu que na hora de sentar-se à mesa com os candidatos da direita ao Palácio do Planalto em 2026, pedirá todo o apoio à candidatura da vice-governadora do DF. O partido acredita que não tem nome melhor do que o dela, seja à esquerda ou à direita.
É pegar ou largar
A avaliação nos aliados de Celina é a de que o PL de Jair Bolsonaro terá dificuldades em partir para outras candidaturas, porque a vice-governadora é a mais capaz de dar ao palanque bolsonarista na capital da República um discurso conservador avesso a atos violentos. Afinal, em todas as oportunidades ela passou no teste, seja nos ataques de 8 de janeiro ou nas explosões da última quarta-feira.
CURTIDAS
Trump presente/ O presidente da Argentina, Javier Milei, caminha para ser o porta-voz de Trump na reunião de cúpula do G20. Vem disposto a fazer o contraponto com Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto).
5×2 pode ser/ O deputado Luiz Lima (PL-RJ) considera radical a proposta de redução da jornada de trabalho para 4X3, mas acredita que a 5×2, com o sexto dia flexível, uma boa evolução. “Um jovem de 25 anos que recebe comissão vai querer trabalhar seis dias, mas uma senhora de 50 anos que trabalha com a limpeza vai ser beneficiada. É preciso avaliar caso a caso e pensar no sexto dia flexível para negociação entre o empregado e o empregador”, disse.
Então, é Natal/ Depois do atentado da semana passada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a tendência dos congressistas é tentar tirar da pauta do plenário tudo o que acender demais os ânimos. Especialmente, as pautas de costumes, como o aborto.
Por falar em polêmica…/ O ex-deputado Roberto Freire, que concorreu à Presidência da República pelo antigo PCB em 1989, levanta uma em suas redes sociais: “Os ministros do STF devem voltar a ser apenas juízes e falarem nos autos, em última instância e como guardiões da Constituição do Brasil. Temos – para o bem da democracia e reconquista da pacificação nacional – que encerrar os tempos de cronistas, comentaristas e analistas políticos e, especialmente, o de substitutos das polícias criminal e judicial da República”, diz, mencionando ainda a presença deles em convescotes durantes os fóruns que participam mundo afora.
Da coluna Brasília-DF publicado em 15 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Integrantes do próprio PL consideram difícil levar adiante a intenção da deputada Bia Kicis (PL-DF) de só apoiar para presidência da Câmara quem se comprometer com o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. É que, enquanto o presidente da Casa for Arthur Lira (PP-AL), o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), candidato da maioria, não tratará desse tema. A deputados próximos, Motta já disse que esse problema cabe a Lira. E se esse assunto chegar a fevereiro do ano que vem sem solução, os líderes, conjuntamente com a Mesa Diretora da Casa, seja ela qual for, é que terão que decidir o que fazer, levando em conta serenidade e bom senso.
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Em tempo: Lira também não pretende tratar desse assunto tão cedo. É que há quase um consenso entre os líderes dos partidos de centro sobre a necessidade de, primeiramente, averiguar qual o grau de conexão do homem-bomba da última quarta-feira, Francisco Wanderley Luiz, com os atos de 8 de janeiro. E como as investigações devem demorar, dificilmente haverá tempo hábil de tratar dessa anistia este ano.
Muito além da anistia
As explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Câmara dos Deputados levarão a uma revisão completa do sistema de segurança no Legislativo e no Judiciário. Inclusive com investimentos nas áreas de inteligência e contratação de novos policiais.
Por falar em investimentos…
Parte da turma que avalia os cortes orçamentários vai sugerir que os recursos a serem aplicados na área de inteligência e segurança das sedes dos Três Poderes e autoridades sejam preservados e, se possível, ampliados. No Parlamento, já existe muita gente dizendo que não há como fazer economia nessa seara.
… nada está assegurado
Na próxima semana, as pautas em foco da Câmara dos Deputados serão o projeto sobre as emendas parlamentares para destravar o Orçamento, que, de acordo com o deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RO), “não tem nada pronto”. Aliás, a essa altura do campeonato, a cinco semanas do fim dos trabalhos legislativos, sequer a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi votada — e nem há prazo previsto para apreciação.
Sem pressa
Como o leitor da coluna já sabe, deputados só querem tratar do Orçamento depois que o ministro Flávio Dino, do STF, liberar as emendas. E as explosões não mudaram em nada essa disposição.
CURTIDAS
Tratamento diferente…/ O deputado Luiz Lima (PL-RJ, foto) lamentou as explosões e afirmou que há diferença de tratamento deste episódio para o atentado do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. “Quando Bolsonaro sofreu aquele atentado, todos diziam que era um lobo solitário. E hoje já estão falando que tem que investigar (o homem que jogou bombas no STF) porque não é um lobo solitário”, disse.
… mesma dor/ O parlamentar do PL também questionou o porquê de não haver a mesma repercussão quando os deputados do seu partido foram ameaçados por uma influencer. Em vídeo, Festi, uma tiktoker com 1 milhão de seguidores, ameaça sequestrar e botar “um fuzil na cabeça” de parlamentares que não assinaram a Proposta de Emenda Constitucional que reduz a escala de trabalho, hoje de 6×1. “Tem que ter a mesma preocupação. Eu sinto a mesma dor quando os outros são ameaçados. Precisamos trazer o lado mais humano e menos político”, comentou.
Sigamos em frente/ Parlamentares ainda estão consternados com atentado terrorista ao STF, quarta-feira, mas não a ponto de cancelar as sessões de segunda-feira e de terça-feira, ainda que tenha reunião do G20 no Rio de Janeiro, e seja véspera do feriado da Consciência Negra. O tempo até o recesso é pouco e serviço não falta.
Bom feriado/ Que a data da Proclamação da República traga serenidade para as discussões políticas.
Da coluna Brasília-DF publicado em 14 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A primeira reação no Supremo Tribunal Federal (STF), depois das explosões, foi proteger os ministros, retirando os que estavam no prédio. No Congresso, a ordem foi não se render aos extremistas. Ambas as Casas mantiveram suas sessões, quando a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP) e o senador Carlos Portinho (PL-RJ), de ideologias opostas, pediram a suspensão dos trabalhos; ela, na Câmara, ele, no Senado. Hoje, entretanto, não há sessão marcada, e todos vão para o feriado sob tensão.
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Todo cuidado é pouco/ Que ninguém se iluda: as grades vão voltar à Praça dos Três Poderes, e a ordem na Câmara, no Senado, no STF e no Planalto é reforçar a segurança e os serviços de inteligência, com bloqueio dos estacionamentos próximos às sedes dos Poderes. É o retorno ao terror que imperou no fim de 2022 e início de 2023.
Caminho para ampla vitória
O que parecia impossível há alguns meses virou pule de 10 a dois meses e meio da eleição do presidente da Câmara. O líder do Republicanos, Hugo Motta, virou candidato único do centro da política. O segredo do sucesso foi a atração do PL à direita e do PT à esquerda. Quando essas duas legendas entraram no blocão de Hugo, distribuindo espaços e comissões da Casa, não sobraram opções de jogo para o União Brasil do centro à direita e nem para o PSD de Gilberto Kassab, do centro para a esquerda. E ficar sem visibilidade e, por tabela, emendas, não era o projeto das bancadas. Agora, Hugo Motta terá de se equilibrar entre governo e oposição tal e qual Arthur Lira.
O equilibrista
Hugo Motta, até aqui, tem sido um equilibrista. Jogou para escanteio a proposta de emenda à Constituição que mexe na escala de 6 x 1 dos trabalhadores para implantar a de quatro dias trabalhados por três de folga. Ao dizer que tem de discutir ouvindo quem emprega, sinalizou que o debate será longo. O setor empresarial gostou e viu na fala do deputado um sinal de que essa mudança não acontecerá tão cedo. A tendência é a de que propostas à direita e à esquerda, se radicais, sejam dirigidas às comissões a perder de vista. E só votar o que obtiver um mínimo de consenso na sociedade.
Prefeitos na pressão…
Se tem algo que vai andar rápido no Congresso por esses dias é o projeto que trata das emendas parlamentares. Os prefeitos chegaram com tudo a Brasília nesta semana, pedindo a regulamentação para garantir a liberação daquelas suspensas por decisão judicial.
… e na incerteza
Quem vai liberar de fato é o STF. Até aqui, as irregularidades encontradas pela Controladoria-Geral da União (CGU) não permitiram que a Corte levante a suspensão. E muitos ministros têm insistido que os congressistas precisam enviar as listagens de quem foi beneficiado. Do STF, vem a notícia de que tudo o que foi adotado até aqui ainda não representou o cumprimento da decisão do Supremo
CURTIDAS
Chineses fecham hotel/ Em sua segunda visita a Brasília, o presidente da China, Xi Jinping (foto), fechou o hotel Royal Tulip, próximo ao Palácio da Alvorada. A segurança do presidente chinês mandou modificar toda a estrutura da suíte presidencial e, além de trocar os móveis de lugar, os chineses fizeram questão da retirada do carpete novinho. Xi Jinping chega a Brasília logo após o G20, no Rio de Janeiro, para uma série de acordos com o governo brasileiro e um encontro com o presidente Lula na próxima quarta-feira.
E não é a primeira vez/ É comum a delegação chinesa bloquear hotéis inteiros em viagens presidenciais. Foi assim também em 2019, em sua primeira visita ao Brasil como presidente da China, ainda no governo de Jair Bolsonaro.
Campeões/ Muitos atentos observadores de delegações chinesas informam que a segurança dos presidentes do Império do Meio costuma ser mais exigente do que a dos presidentes dos Estados Unidos. Pelo mesmo hotel, já passaram o ex-presidente Barack Obama, em 2011, e Joe Biden, no cargo de vice-presidente, em 2013.
Da coluna Brasília-DF publicado em 12 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
O desejo do governo brasileiro de desembarcar em Baku com o mercado de carbono regulamentado no Brasil, terminou frustrado por ausência de uma base política que pudesse bater o pé e garantir a votação na semana passada, no Senado, sem alterações na proposta aprovada na Câmara. A análise em plenário foi adiada a pedido da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que acompanha uma missão empresarial do agro na China. Está prevista uma nova tentativa de aprovação na sessão de hoje. Porém, se houver alteração no texto da Câmara, o projeto volta para apreciação por parte dos deputados. A COP29, no Azerbaijão, vai até 24 de novembro. A esperança da turma da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é de que tudo esteja votado antes disso. Senão, o país sairá da COP com o discurso de que pede aos outros, mas não faz.
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Por falar em Marina…/ Muitos políticos têm reparado que a ministra do Meio Ambiente fala em “desmatamento zero” ao se referir aonde pretende chegar. Só tem um probleminha: os setores relacionados ao extrativismo e ao agro têm mencionado “desmatamento ilegal zero”. Afinal, o Código Florestal Brasileiro fala em preservação de 20% nas propriedades do Cerrado e 80% na região amazônica. Ou seja, há espaço para desmatamento na legislação brasileira.
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Veja bem/ No Congresso, o que se diz é que, se Marina quer desmatamento zero geral, tem que ir ao Parlamento negociar mudanças no Código Florestal. Acontece que, numa Câmara de perfil conservador, qualquer emenda pode sair pior que o soneto e prejudicar ainda mais a política ambiental.
Terceira via
O partido Novo não pretende apoiar nenhum dos dois nomes que concorrem à Presidência da Câmara. Após a líder do partido na Casa, Adriana Ventura, ter dito à coluna que a bancada tomaria uma decisão até dezembro, o deputado Gilson Marques (Novo-SC) afirmou que a legenda não tem candidato. “Ninguém faz parte da nossa decisão, o fato é que nós não queremos apoiar nenhum desses dois”, disse, referindo-se aos líderes do Republicanos, Hugo Motta (PB) e o do PSD, Antonio Brito (BA).
E tem mais
Gilson Marques considera que a presidência da Câmara nem deveria ser assunto agora, já que a Casa tem muito assunto para se preocupar até o fim do ano. “Na verdade, me incomoda ter que discutir, ou fazer campanha, ou estar preocupado com quem vai ter o poder lá em fevereiro, sabe? Acho que a galera devia estar preocupada em resolver os problemas do país, que são muitos”.
Enquanto isso, no Senado…
O fato de o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil), ter se comprometido, se eleito presidente da Casa, a não colocar em pauta nenhum pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deixou o PT e o Judiciário aliviados. O governo não quer saber de marola no único ano que terá para aprovar propostas de seu interesse antes do ano eleitoral.
Olho neles
O governo de Tarcísio de Freitas, que tem um braço de sua campanha na segurança pública, terá que resolver logo a presença de uma parcela de policiais militares da ativa trabalhando para bandidos nas horas vagas, como faziam alguns para o empresário morto no aeroporto de SP.
CURTIDAS
A nova onda de Bolsonaro/ Com a internet cheia de “clones” de seu estilo “revoltado e solto”, o ex-presidente Jair Bolsonaro mudou sua estratégia. Passou a dar uma série de entrevistas e ainda obteve a publicação de um artigo num dos jornais paulistas de grande circulação, a Folha de S.Paulo. Para quem, nos tempos de Presidência da República, brigava com os repórteres, Bolsonaro, agora, tenta se mostrar mais afeito ao debate e ao centro, tentando perder a pecha de radical.
Polêmica geral/ Até aqui, a deputada Erika Hilton (PSol-SP) não conseguiu completar as assinaturas para a proposta que pretende acabar com o trabalho de seis dias, com uma folga semanal, que reina no comércio. E, diante da pressão da ala conservadora do Parlamento, dificilmente conseguirá. A avaliação nos bastidores é a de que, se a proposta for a votos, passa.
Férias em etapas/ A Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed) está mobilizada para aprovar o PL 1.732/2022, que permite o fracionamento das férias para médicos residentes. O projeto teve um requerimento de urgência apresentado pelos deputados Doutor Luizinho (Progressistas-RJ) e Altineu Côrtes (PL-RJ), e agora aguarda votação no plenário com expectativa de votação ainda este ano.
Lotação esgotada/ Quem reclama da fila do táxi no aeroporto de Congonhas, não sabe o que é a de Baku. A ex-deputada Perpétua Almeida (foto) esperou quase uma hora para conseguir um transporte por lá.
Blog da Denise publicado em 8 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
Palestrante na II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém, o Comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves, aproveitou o evento para atestar a “não existência de uma política nacional para a Amazônia” e dizer que a “anomia estatal” na região, com muitos espaços e dificuldade de presença do Estado, facilita a cooptação pelo crime organizado. “Há um ecossistema do crime”, afirmou. A um ano da COP30, o general relata a apreensão de quatro toneladas de pasta base de cocaína, uma tonelada e meia de skank, 200 quilos de mercúrio e mais 110 mil toneladas de cassiterita, além de 200 dragas de garimpos retiradas de circulação.
Os números, que deixaram boquiabertos muitos dos ambientalistas. E, se até os militares consideram que a política para a Amazônia não está clara, a proximidade da COP30 é um bom momento para que todos se agarrem neste serviço, a fim de chegar lá com o dever de casa feito
Toma lá…
Com o pacote fiscal na roda, os parlamentares topam reduzir as emendas de comissão incluídas na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados esta semana. Mas não aceitam abrir mão dos recursos que essas emendas representam. OU seja, querem tudo fora do corte de gastos.
… dá cá
A proposta em discussão pelas excelências, inclusive muitos que compõem o grupo que apoia Hugo Motta para suceder Arthur Lira no comando da Casa, é transferir o valor dessas sugestões orçamentárias das comissões técnicas da Câmara e do Senado para as emendas individuais impositivas. Nesse sentido, o governo prefere até as emendas de comissão.
Enquanto isso, na sala da Justiça…
Ninguém move um músculo no sentido de levantar a suspensão das emendas até que tudo esteja no papel e aprovado. Isso inclui a proposta de transparência para o futuro e as listas, do presente e do passado, dos padrinhos mágicos do orçamento secreto.
Segurança nacional
A organização internacional do P20 pediu restrições de acesso à Esplanada por medo de algum ataque. Os deputados acharam um exagero, mas, diante de um mundo incerto, todo o cuidado é pouco. “Imagine parlamentares dos 20 maiores países do mundo sofrendo um ataque aqui?”, contou um deputado à coluna. A Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que a Alameda dos Estados está fechada e somente autoridades tem acesso à via.
CURTIDAS
COP30 é agora…/ A um ano da COP de Belém, quem dá o apito de largada é a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Texeira (Foto), que hoje integra o Conselho das Nações Unidas para o clima. Ao homenagear o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, que promove a II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, ela foi direta: “O que Jungmann fez aqui foi um movimento ousado e importante. A COP30 já começou, os minerais estratégicos estão envolvidos. O Kerry inclusive tomou nota, algo raro nesses encontros”, disse, referindo-se às anotações que John Kerry fez durante sua palestra magna.
… e Kerry registrou/ Ex-senador e ex-assessor especial para o clima do presidente Joe Biden, Kerry anotou e repetiu o nome da empresa que desenvolve tecnologia para carregamento rápido de baterias. “O Brasil está se colocando nessa tecnologia e o mundo está tomando nota sobre o Brasil. Não podemos deixar passar esta oportunidade”, diz a ex-ministra.
Protesto em vão/ Somente um seleto grupo de parlamentares pode participar da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20). Houve deputado que quis protestar por acreditar que não poderia entrar nas sessões. O deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) explica que “não é que não podia entrar, um parlamentar chegando ali ninguém impediria ele”. A questão, de acordo com o deputado, seria mais sobre ter um lugar para se sentar devido ao tamanho das delegações participantes.
Gente nova na Secom/ (FOTO) O jornalista e consultor Fabrício Lazzarini Carbonel é o novo secretário da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). Com 15 anos de experiência em comunicação política, Carbonel assume a função no lugar de Mariana Seixas, exonerada a pedido. Ele vinha exercendo o cargo de Diretor de Mídia e Patrocínio da Secom/Presidência da República. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (07).
Coluna da Denise publicada em 1º de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
Realizada no dia simbólico em que dois ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a reunião do presidente Lula com os governadores não saiu com o consenso ou maioria sobre a Proposta de Emenda Constitucional que o presidente pretende apresentar. Aliás, a única medida da PEC elogiada por todos foi a que cria o Fundo Constitucional de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. Nos demais pontos, todos os governadores têm lá seus senões ao texto. Celina Leão, por exemplo, disse ser impossível ter um conselho nacional de segurança pública sem a participação de policiais militares e civis, servidores que estão na linha de frente do Combate ao crime nos estados e no DF.
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Meu adversário…/ Lula não deixou de espetar o governador Ronaldo Caiado. Ao final, Lula lembrou que o tema era de interesse de todos os estados “menos do Caiado, que não enfrenta mais esse problema”. Já estão no aquecimento para 2026.
Noves fora…
Os cálculos do PSD são os de que, se aceitar um ministério nesta altura do campeonato em que o Congresso praticamente controla o Orçamento, o comando da sigla só desgastará a legenda. E, para completar, nas eleições da Câmara, as vagas da Mesa Diretora já estão distribuídas entre aqueles que seguiram para a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB). O PSD pegaria, no máximo, uma suplência.
… melhor ficar
Muitos querem que Antonio Brito siga candidato. A pressão está grande, mas ainda falta muito tempo para essa eleição, que só se dará em fevereiro. A preços de hoje, a tendência é essa cereja ficar fora do bolo de Hugo Motta.
“Minha candidatura está mantida”
Do líder do PSD, Antonio Brito (BA), quando perguntado sobre se seu partido iria tomar o mesmo rumo do União Brasil e fechar o apoio a Hugo Motta.
Leandro Grass na porta de saída…
O presidente do Instituto de Patrimônio Histórico, Leandro Grass, disse à coluna que seu partido vem perdendo uma grande oportunidade do ponto de vista programático e está de “coadjuvante” em relação à pauta de mudanças climáticas quando “deveria ser protagonista”. E não titubeia ao dizer que “o PV está morto e nulo do ponto de vista de uma articulação política”.
…do PV
Grass, que disputou o governo do Distrito Federal contra Ibaneis Rocha (MDB) em 2022, conta que tem vários convites para se filiar a outros partidos. “O PV se autoanulou. Se continuar do jeito que está, perderá suas lideranças. Não há uma valorização das pessoas do partido”, diz, referindo-se à direção nacional e à falta de protagonismo na tal federação com o PT, que, ao que tudo indica, está com os dias contados.
CURTIDAS
TCU em disputa/ Já em gente pensando em indicar Antonio Brito (Foto) para o Tribunal de Contas da União (TCU), a fim de tirá-lo da disputa da Câmara. Só que a fila para uma vaga pro lá está grande. Vai de Gleisi Hoffmann (se não virar ministra de Lula) a Danilo Forte (União Brasil).
Por falar em Antonio Brito… / Quando a situação está difícil, até o elevador não funciona. O prédio onde o deputado Antonio Brito mora em Brasília ficou sem luz das 14h às 16h dessa quinta-feira.
Oops! / Diferentemente do que esta coluna afirmou ontem, o presidente Lula e seu ex-ministro José Dirceu conversaram por oito minutos ao telefone após a decisão do Supremo Tribunal Federal que livrou Dirceu dos processos ainda relacionados à Lava-Jato.
Coluna da Denise publicada em 30 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
Os problemas internos que o PT enfrenta devem atrasar a definição do partido sobre quem apoiar para presidente da Câmara. E essa demora vem bem a calhar. Os petistas querem primeiro saber para que lado os ventos sopram. Afinal, a preços de hoje, a expectativa é de segundo turno. O pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), gesto que abriu a semana política em apoio ao candidato Hugo Motta (Republicanos-PB), já foi um sinal de que o sonhado consenso não aconteceu e está longe de ocorrer. Nesse sentido, as pressões vão crescer para que se feche logo a chapa, com os cargos da Mesa Diretora. Porém, os petistas sempre poderão dizer que esse movimento só será possível quando a legenda se organizar internamente.
Vale lembrar: Em conversas reservadas, muitos petistas se arrependeram de ter seguido direto para o apoio a Lira, em 2023, quando Lula estava recém-eleito. O que moveu o partido na direção do deputado do PP lá atrás foi o 8 de janeiro. Já havia marola demais para deixar o todo-poderoso presidente da Câmara irritado. Além disso, o centro estava unido. Agora, está totalmente dividido e, numa votação secreta, nem os partidos que já anunciaram a Motta têm garantidos os votos. Ainda haverá muito bastidor antes de um dos três candidatos conseguir levantar a taça da vitória.
A gratidão do MDB
Os emedebistas são muito gratos ao Republicanos, em especial ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por ter ajudado na reeleição de Ricardo Nunes. Por isso, muitos emedebistas agora ajudarão o Republicanos a eleger Hugo Motta presidente da Câmara.
Por falar em Hugo…
Os adversários dele vão bater dia e noite na tecla de que se trata de uma “cria” do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Em alguns casos, pode até ajudar. Tem muito deputado eternamente grato a Cunha por ter tornado as emendas impositivas. Aliás, o tema emendas será um dos principais nas conversas dos candidatos com os parlamentares.
Michelle para o Senado
Bolsonaro aproveitou a conversa com jornalistas no Senado para dizer que a primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ser candidata a senadora pelo Distrito Federal. “Ela pretende disputar o Senado pelo Distrito Federal e acredito que ela tenha muita chance. Ela apoiou Damares, e Damares saiu de 2% e ganhou da Flávia Arruda (PL). Ela está indo bem e quer servir a sua pátria, quem sabe, aqui no senado se assim entender o povo do DF”.
Oponentes eternos
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), partiram para o confronto declarado. Enquanto o governador repercute a vitória de seu aliado, Sandro Mabel, e ataca o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), Bolsonaro reage. “Caiado, se você o desagrada, vira teu inimigo”, afirmou e ainda desafiou a direita sem ele (Bolsonaro) lotar aeroportos para receber candidatos.
Ainda sobre as eleições
Imagine, caro leitor, nenhum cidadão do Distrito Federal comparecer para votar numa eleição. Pois é. A abstenção em São Paulo no segundo turno foi maior. O DF tem, conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da última segunda-feira, 2.176.616 eleitores. Na capital paulista, 2.940.360 não compareceram às urnas. Sinal de que os partidos precisam se aproximar mais dos eleitores.
CURTIDAS
O corpo fala/ Muita gente estranhou o fato do candidato do Republicanos, Hugo Motta, não ter pedido a palavra para agradecer o apoio de Lira. Era uma chance de mostrar, em frente às câmeras, por que é o candidato de consenso. Ficou apenas parado ao lado do presidente da Casa, com o cenho franzido por causa da claridade.
Trend topics/ O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi um dos destaques na rede social X na tarde de ontem. Os eleitores de Guilherme Boulos (PSol) não esqueceram a grave acusação feita pelo governador ao deputado e insistem em crime eleitoral. O outro motivo foi o primeiro leilão para privatização de construção e gestão de 17 escolas estaduais em SP. A empresa que venceu o leilão é a mesma que cuida dos cemitérios da capital após a privatização no governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Por falar em Tarcísio…/ A relação entre o governador e o presidente do PP, Ciro Nogueira, não está nada boa. Ciro disse com todas as letras numa entrevista à CNN que não tem qualquer obrigação em apoiar o governador se for candidato a presidente da República. E ainda reclamou que o governador está muito ligado a Gilberto Kassab, presidente do PSD, que não apoia Jair Bolsonaro
Quem fala o que quer…/ E quem levou uma invertida nas redes sociais foi o ex-vice-presidente general Hamilton Mourão, senador pelo Republicanos do Rio Grande do Sul. O parlamentar criticou a anulação da condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os comentários só falavam sobre sua frase “democracia pujante” e sobre ele só aparecer nas redes sociais. “E tu faz o quê??? Estão no Senado fazendo exatamente o quê??”, perguntou um internauta enquanto outro ironizou: “Apareceu a margarida olê olê olá…”
Transparência no Congresso: promessa para o futuro, dívida com o passado
Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg, publicada em 22 de outubro de 2024
“Daqui pra frente…tudo vai ser diferente”. Este é o embalo do Congresso no sentido de dar mais transparência às emendas parlamentares. Só tem um probleminha: uma medida que se refira apenas ao futuro não representará o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2022, quando a então ministra Rosa Weber pediu que fossem abertos os dados das emendas classificadas como RP9, o que até agora não ocorreu. Nesse sentido, se o Congresso mantiver a intenção de não jogar luz sobre as propostas do passado, o STF não liberará a execução das emendas.
A não liberação das emendas ocorrerá justamente num momento em que os deputados retornam a Brasília, muitos ávidos por algum recurso capaz de levar os prefeitos reeleitos a honrar compromissos e promessas de campanha. De quebra, ainda tem a Presidência da Câmara. E tudo isso num cenário em que não caberá recurso ao STF por parte do Congresso, porque a liminar do ministro Flávio Dino, que suspendeu as emendas, já foi ratificada pelo plenário da Suprema Corte e não cabe mais recurso. Ou seja, vem mais uma queda de braço aí. E, a contar pela resistência do Congresso em abrir as contas do passado, sem prazo para terminar.
Siga o dinheiro
Até aqui, alguns parlamentares dizem ser praticamente impossível desvendar o caminho do orçamento secreto que Rosa Weber mandou abrir. Não é bem assim. Prefeitos, governo e Congresso têm que ter os registros. Afinal, liberar
dinheiro público sem ninguém saber, não dá.
Não é bem assim
A informação do presidente Lula de que vai trocar os funcionários da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não tem respaldo legal. Os diretores têm mandato, e os servidores, muitos são concursados.
“Exijabula.com.br”
Instituições de defesa do consumidor esperam apenas terminar as eleições para fazer muito barulho em prol da bula impressa nas embalagens dos medicamentos. A última resolução da Anvisa tornou a bula impressa opcional e, de acordo com o advogado Alexandre de Morais, que encabeça o movimento “exijabula”, o Brasil tem hoje algo em torno de 30 milhões de pessoas que não acessam a internet.
Na ativa, mas com parcimônia
A queda que Lula sofreu no Alvorada o deixará praticamente fora desta reta final de segundo turno nas eleições municipais. Não vai dar para ficar gravando o tempo todo, nem viajando para compromissos nas capitais.
Début
Os 15 anos de jurisdição constitucional do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), estão registrados nos dois volumes do livro Constituição, Democracia e Diálogo, a ser lançado amanhã, às 18h, no Salão Branco da Corte. A coordenação do trabalho ficou a cargo do ministro Gilmar Mendes e dos servidores do STF Daiane Nogueira de Lira e Alexandre Freire.
Palestrante ilustre…
Especialista em questões climáticas, John Kerry falará sobre a proteção da Amazônia e seus efeitos nas mudanças do clima na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, agora em novembro, em Belém. Kerry foi senador, secretário de Estado e candidato a presidente dos EUA. Até o início deste ano, era “enviado especial para o clima” do presidente Joe Biden, dedicado a políticas para a redução de emissões de carbono e medidas de combate à crise climática. Em 2015, ele assinou, pelos EUA, o Acordo de
Paris sobre o tema.
…no telão
O convite a John Kerry para participar da conferência em Belém, entre 5 e 7 de novembro, partiu do ex-ministro e ex-presidente do Ibama Raul Jungmann e da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, atual integrante do Conselho Econômico e Social da ONU. Kerry só não virá pessoalmente porque está dedicado à campanha de Kamala Harris.
Sem pressa: PT recebe pré-candidatos à Presidência da Câmara sem fechar apoio
Coluna Brasília/DF, publicada em 18 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
Com mais dois candidatos na pista para a Presidência da Câmara, o PT não fechará agora o apoio ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB). O candidato foi recebido num convescote pela bancada esta semana e, embora o deputado tenha sido muito bem tratado por todos, num clima amistoso, os petistas farão eventos semelhantes com os demais pré-candidatos — leia-se Antonio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil). Brito e Elmar, conforme o leitor da coluna já sabe há um mês, ofereceram a vice-presidência da Câmara ao partido. O gesto de receber os postulantes sem fechar com nenhum deixa todos no mesmo patamar, sem a faixa de candidato de consenso que o Republicanos tentou colocar em Motta — quando o presidente da legenda, Marcos Pereira (SP), apresentou o líder como o nome para concorrer ao comando da Casa em seu lugar. E, até aqui, nada indica que o consenso saia antes do Natal.
Em meio às articulações dos pré-candidatos, Arthur Lira (PP-AL) tenta buscar uma definição antes de janeiro. Até aqui, não conseguiu. E a contar pelas conversas nos bastidores, não conseguirá. Elmar, que esteve com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha — desafeto de Lira —, saiu do encontro dizendo ter uma única certeza para este período eleitoral: a de que seu nome estará na urna em fevereiro de 2025.
Acabou o recreio
O relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) desta semana indica que o grau de endividamento público vai crescer 12 pontos percentuais nos quatro anos deste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em dezembro de 2022, chegou a 71,7% do PIB, conforme os dados do IFI. O documento será distribuído a deputados e senadores para alertar sobre a necessidade de reduzir despesas.
Na contramão
Com o fim das eleições municipais, os prefeitos prometem baixar em Brasília num movimento muito diferente daquele recomendado pelos técnicos que estudam diariamente o comportamento das despesas públicas. A turma que chega no pós-eleitoral vem ávida pela liberação das emendas que faltam e, de quebra, e para tentar garantir mais dinheiro para o ano que vem.
Helder tem a força
A depender das pesquisas de intenção de voto em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, conquistará mais terreno no estado ao eleger Igor Normando prefeito da capital. Igor tem quase o dobro das intenções de voto do que o delegado Eder Mauro (PL). Mantido esse resultado nas urnas, o MDB dominará a COP30, principal vitrine de Barbalho rumo a 2026.
Múltiplos culpados
Enquanto todos culpam a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pela ineficiência da Enel em São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) adicionou mais um ingrediente para dividir as responsabilidades no caso: a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que, diz ele, deveria fiscalizar o serviço na Enel. Candidato a prefeito da capital, Boulos jogou tudo no colo do governador Tarcísio de Freitas. “A responsabilidade de fiscalização é da Arsesp, com conselheiros e presidentes indicados pelo Tarcísio.”
Bolsonaro na luta…
Jair Bolsonaro quer apostar todas as fichas na eleição de Goiânia. Seus amigos mais fiéis têm dito que, se perder ali, perderá para Ronaldo Caiado (União Brasil), o nome da direita que o ex-presidente não deseja apoiar para a Presidência da República.
… para se manter na onda
O mesmo vale para Curitiba, onde Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) disputam o segundo turno. Se a candidata de Bolsonaro perder ali, perde para Ratinho Júnior, um dos nomes do PSD para 2026.
Enquanto isso, em São Paulo…
Com o debate do UOL para prefeito de São Paulo transformado em sabatina por causa da ausência de Ricardo Nunes, o candidato do PSol, Guilherme Boulos, não mediu esforços para limpar a barra de Lula nos apagões na cidade. Até bordão ele tinha: “Ele (Nunes) não poda, não retira, não faz zeladoria, e a culpa do apagão é do vento, da chuva e do Lula”.
Noite de festa
O presidente da Câmara, Arthur Lira, fez uma pausa nas articulações políticas para prestigiar o advogado Fernando Cavalcanti, vice-presidente do NW Group, empresa de consultoria econômica do conglomerado Nelson Williams. Fernando recebeu, esta semana, o título de cidadão honorário de Brasília, por iniciativa do deputado Joaquim Roriz Neto.