Depois do Auxílio Brasil, governo prepara ajuda à geração ”nem nem”

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Depois da medida provisória para garantir os R$ 400 no programa que substituiu o Bolsa Família, o governo prepara um programa para ocupação de jovens que estão no “nem-nem” — nem trabalham nem estudam. A ideia é batizar de Voluntariado Brasil, mas o nome ainda não está totalmente fechado. O programa consiste em dar às prefeituras interessadas uma forma de contratar jovens entre 18 e 24 anos, com dificuldades de colocação no mercado, com meio salário mínimo. O beneficiado ficaria vinculado à permanência na escola no outro turno, de forma a garantir uma qualificação e alguma experiência de trabalho.

Politicamente, o programa pode ajudar o governo a abarcar mais um naco do eleitorado jovem. O Planalto, obviamente, não faz qualquer menção aos benefícios eleitorais que a iniciativa pode proporcionar ao presidente Jair Bolsonaro. Mas, para quem está precisando melhorar seus índices junto à população, será mais um projeto promissor.

Nem Mourão nem Braga Netto

Bolsonaro comentou com aliados, recentemente, que Hamilton Mourão não será mais vice e que o atual ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não agregaria tantos votos quanto o presidente necessita. Por isso, a inclinação é por uma mulher na vaga de vice em sua chapa à reeleição. No topo da lista está a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ideia é segurar o agro e pegar um pedaço do União Brasil.

Por falar em União Brasil…
Bolsonaro vai, aos poucos, tentando dinamitar o futuro partido de Luciano Bivar (PSL) e de ACM Neto (DEM). Além de Tereza Cristina como vice, ele colocou abertamente o deputado Vitor Hugo, que irá para o PL, como candidato ao governo de Goiás.

…A vida não será fácil
Bolsonaro jogou a candidatura de Vitor Hugo da mesma forma que mencionou, há meses, a de Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura. No caso de Goiás, comentando com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o presidente irritou o PL, que tem a deputada federal Magda Mofatto como pré-candidata a governadora e, ainda, o atual governador Ronaldo Caiado (DEM), criticado por manifestantes.

Reciprocidade
A ideia inicial da Anvisa era exigir o passaporte da vacina a todos os estrangeiros que desembarcassem no Brasil. Alguns técnicos ainda não desistiram de fazer com que Bolsonaro adote essa ideia para países que cobrarem esse documento dos turistas brasileiros.

Agora é, invariavelmente, assim/ O fatiamento de propostas de emendas constitucionais, para promulgação imediata apenas da parte consensual, já era pedra cantada pela coluna há dias, conforme informação apurada junto aos líderes governistas. O anúncio oficial demorou porque era preciso cumprir o ritual de conversas, processo que já virou moda em relação às emendas constitucionais.

Ranking na área/ Hoje tem cerimônia de premiação do Ranking dos Políticos 2021, que reconhece os melhores deputados estaduais, federais e senadores. Este ano, 200 parlamentares serão agraciados, depois de uma seleção com base nos critérios de combate a privilégios, ao desperdício
e à corrupção.

Minas, o objetivo de todos/ Pré-candidato ao Planalto pelo Novo, Felipe D’Ávila desembarca, nesta sexta-feira, em Belo Horizonte para almoçar com o governador Romeu Zema — que, dia desses, almoçou com Sergio Moro, mas declarou apoio total ao candidato do partido.

A terra dele ninguém tasca/ Quem tem esperança de sair com os votos fechados dos mineiros para garantir um espaço e tentar se firmar como candidato é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Hoje, ele estará no almoço do grupo Lide Empresarial do DF, ao lado do comandante do colegiado por aqui e presidente do PSD local, o ex-governador Paulo Octávio.

MP dos R$ 400 põe o Congresso na berlinda

Publicado em coluna Brasília-DF

A medida provisória que o governo editará para garantir os R$ 400 de Auxílio Brasil este mês vem no sentido de dar ao presidente Jair Bolsonaro o discurso de que fez tudo o que estava ao seu alcance para garantir um Natal melhor para os brasileiros. Se não conseguiu, a culpa foi do Congresso.

O cálculo dos bolsonaristas é de que não dá para esperar mais. Especialmente diante da identificação de Lula com os programas de combate à fome e dos planos do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) de criar uma Agência de Combate à Pobreza, para ter de quem cobrar metas e serviços nessa área. Bolsonaro quer sair com o discurso de que, enquanto os outros prometem,
ele é que faz.

Turma de Moro em campo

O governo está em alerta para o depoimento do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, à comissão de Fiscalização e Controle do Senado para explicar a liberação de recursos para a compra de tratores. O autor do pedido de convocação foi o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), que, no domingo, estava no Recife para acompanhar o lançamento do livro de Sergio Moro.

O que vem lá

A bancada do Podemos promete ser cada vez mais ativa no sentido de buscar explicações sobre a aplicação de recursos por parte do governo federal. Na sessão de hoje, por exemplo, será exposto o direcionamento de verbas para alguns municípios que têm outras prioridades distantes da distribuição de tratores patrocinada pelas emendas.

Por falar em STF

O ano chegou ao fim e, até aqui, o Congresso não apresentou os padrinhos mágicos das emendas do relator do Orçamento, contrariando a decisão do Supremo Tribunal Federal. E, ao que tudo indica, só o fará no ano que vem. E olhe lá. As cobranças, porém, não vão cessar. Hoje, por exemplo, essa informação será solicitada ao ministro Rogério Marinho.

Depois do lockdown

Agora é o passaporte da vacina que virou o samba da maluquice no Brasil. Umas capitais vão exigir, outras, não. Assim como as medidas de restrição, o governo federal chega atrasado, e com o Supremo Tribunal Federal estipulando prazo para essa providência.

Tucanos & juristas/ A festa de aniversário da deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), na semana passada, mostrou que o poder chegou mesmo ao período das confraternizações, que deixam as rusgas de lado. Guiomar e Gilmar Mendes cederam a casa, que reuniu a política de A a Z.

Tucanos & bolsonaristas/ Por lá, passaram Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Aécio Neves e Rodrigo de Castro, ambos do PSDB mineiro, e outros. As apostas sobre o futuro do PSDB estavam em todas as rodas. Mas os bolsonaristas se sentiram em casa.

Tucanos & ministros/ A festa reuniu, ainda, os ministros da Secretaria de Governo, Flávia Arruda; o da Saúde, Marcelo Queiroga; e, de quebra, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que preside o PP. Há quem diga, aliás, que Mariana não descarta uma mudança para o Progressistas e, assim, para a base do presidente
da República.

Depois da vitória do Galo…/ Circulou no grupo de WhatsApp dos parlamentares fotos dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Antonio Anastasia (PSD-MG) com camisas do time. Só faltou, dizem as excelências, os dois serem mais efusivos nas comemorações. A “bancada do Galo”, como brincam os senadores, está muito comedida.

Até aqui, Sérgio Moro não errou uma

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Deputados e ex-parlamentares que acompanharam a performance de Sérgio Moro em sua primeira incursão pelo Nordeste consideram que, até esta altura do campeonato, o ex-juiz acertou em sua caminhada. Não errou no tom e nem mesmo no uso do chapéu do couro em encontro com seus apoiadores na casa do deputado estadual de Pernambuco, Ricardo Teobaldo, do Podemos. O uso da indumentária, criticada por sulistas, foi visto por quem estava lá como um simbolismo de solidariedade aos anseios da população da região, de desenvolvimento econômico e social, projetos que Moro e muitos dos demais pré-candidatos trabalham para tentar tirar votos de Lula por lá.

A escolha de Pernambuco, e sua mega capital, Recife, para a primeira etapa da turnê de lançamentos do livro “Sérgio Moro contra o Sistema da Corrupção”, depois de sua terra-natal, o Paraná, não foi por mero acaso. Dos três maiores estados do Nordeste __ Bahia, Pernambuco e Ceará __, Pernambuco é o único não administrado pelo PT. Lá, o partido dominante hoje é o PSB de Eduardo Campos, o ex-governador que morreu num acidente de avião em plena campanha presidencial, em 2014. O PSB derrotou o PT tanto para o governo estadual, em 2018, quando reelegeu Paulo Câmara, quanto para a prefeitura, em 2020, quando João Campos, filho de Eduardo, conquistou a prefeitura do Recife.

As pesquisas qualitativas de quem entende das coisas por lá têm indicado que Recife é terreno fértil para investidas anti-PT e é atrás desses votos que Moro está. A contar pelas 600 pessoas presentes ao teatro do Shopping Rio Mar para o lançamento do livro e a maioria pagante de um ingresso a R$ 80,00, o terreno está fértil na classe média pernambucana e apoios políticos também. Lá estavam o ex-deputado Mendonça Filho, do DEM, hoje inclinado a ingressar na futura campanha do ex-juiz, assim como outras lideranças locais do Progressistas, como o deputado estadual Romero Albuquerque.

Hoje, o ex-juiz da Lava Jato estará em São Paulo para mais uma etapa da turnê de lançamento do livro, no teatro Renaissance. Outro terreno onde Moro e o Podemos pretendem investir em busca de votos, uma vez que o PSDB por lá encontra-se hoje dividido entre João Dória e Geraldo Alckmin, este de saída do partido. Para um recém-chegado na politica, Sérgio Moro começa a caminhar direitinho e com desenvoltura nessa seara, conforme avaliação de muitos tarimbados nesse terreno. Se não errar, vai dar trabalho ao PT e a Jair Bolsonaro, ambos na torcida por repetir o embate de 2018 e evitar enfrentar o desconhecido. Moro já se refere a essa polarização entre Lula e Bolsonaro como “um funeral” em que caberia ao eleitor “escolher a cor do caixão”. A analogia foi aplaudida no teatro do Shopping, onde a plateia que no passado votou em Bolsonaro caminha para o ex-juiz. Resta saber como reagirá o eleitor em outubro de 2022. Afinal, é  lá na frente que a disputa será para valer. E, em eleição, quem comete menos erros no caminho é que leva a melhor. Até aqui, nesse “esquenta” da campanha, Moro não errou. Por isso, chega na política como um personagem que não pode ser desprezado.

 

Dinheiro das emendas de volta ao caixa

Publicado em coluna Brasília-DF

O governo conseguirá colocar no caixa R$ 7 bilhões. São os recursos oriundos do Orçamento das emendas de relator deste ano, as RP9, que não foram sequer empenhadas nem foram objeto de um projeto de remanejamento de recursos para outras áreas. Agora, se o Supremo Tribunal Federal (STF) não liberar essas emendas até o final deste mês, não há mais como utilizar o dinheiro nesses projetos, tampouco transferir para a conta de restos a pagar do ano que vem porque não houve empenho. Tem muito deputado rezando dia e noite para que a Corte libere os recursos.

“Vamos decidir juntos?”

Os prefeitos de cidades com tradição no carnaval, como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, acertaram uma reunião conjunta para 13 de dezembro, a fim de definir se haverá condições de fazer a festa em fevereiro. A avaliação, até aqui, é a de que a nova cepa ômicron jogou um balde de água fria no frevo e no samba. A ideia partiu do prefeito de Recife, João Campos.

E a Federação, hein?
No fundo do plenário da Câmara, área que o ex-deputado e ex-senador Heráclito Fortes apelidou de Valle de Los Caidos, um grupo de parlamentares reclamava do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). É que, ao responder ao STF que houve mudança de mérito na última votação da lei que instituiu a federação de partidos, sem retorno à Casa de origem, ele praticamente enterrou o recurso.

Sobrou para o Kassab
Muitos deputados comentavam, na conversa de fundo do plenário, que a declaração de Pacheco ao STF compromete a federação dos partidos. E ajudará o PSD de Gilberto Kassab, que, bem estruturado, tende a receber deputados que não sentirem muita firmeza nos respectivos partidos para concorrer à reeleição.

Calculou mal
Senadores comentam que, minutos antes de o Senado aprovar o nome de André Mendonça para o Supremo, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) dizia no plenário que a indicação seria derrotada por algo entre 51 e 53 votos.

Por falar em Davi…
Os evangélicos, que apostaram em Mendonça e venceram, estão agora mais fechados com Jair Bolsonaro e mais distantes daqueles que investiram contra o agora 11º ministro do Supremo. Há quem diga que Alcolumbre não terá mais os votos das congregações no Amapá.

Tudo em paz?/ Com agenda em Brasília, o governador em exercício de São Paulo, Rodrigo Garcia, aproveitou para se reunir com a bancada do PSDB. Foi muito bem recebido pelo líder do partido na Câmara, Rodrigo de Castro (MG), que fez campanha para Eduardo Leite. É uma tentativa de reaproximar as alas tucanas.

Livros e política I/ O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mostrou, esta semana, que reúne gregos e troianos. Do ex-ministro José Dirceu ao ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil de Jair Bolsonaro, não faltou ninguém ao lançamento do livro Muito além do direito, no qual Kakay reflete sobre a Justiça, a democracia, a poesia e a vida.

Livro e política II/ Enquanto isso, na capital pernambucana, uma gama de deputados e o prefeito do Recife, João Campos, prestigiavam o lançamento de Lições da Madrugada, do deputado Tadeu Alencar (PSB-PE).

Livro e política III/ O ex-juiz Sergio Moro também fez, ontem, o primeiro talk show do seu livro, Contra o Sistema da Corrupção, em que relata bastidores da Lava-Jato e de seu período no governo Bolsonaro. Serão mais três: em Recife, no domingo; outro no Rio de Janeiro, no dia 7; e um último no Rio de Janeiro, no dia 9. A partir do dia 11, o ex-juiz dá um tempo na agenda política e vai aos Estados Unidos buscar a família.

Enquanto isso, no Planalto…/ O governo calcula que fez barba, cabelo e bigode ao aprovar, esta semana, a PEC dos Precatórios, no Senado, e André Mendonça, ao STF.

A lição de André Mendonça

Publicado em coluna Brasília-DF

A aprovação do nome de André Mendonça para a 11ª cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF) foi vista como uma demonstração de resistência de Jair Bolsonaro e de seu ex-ministro, que agora completará o quadro da Corte. Para os políticos, ficou a certeza de que o presidente não verga fácil quando alguém resolve “bater o pé” contra alguma indicação dele. Isso porque, diante de todas as pressões para que desistisse de Mendonça, o presidente não recuou. Ficou também a certeza de que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) não tem mais aquela liderança toda no Senado. Jogou contra o governo e perdeu.

Só tem um probleminha: Alcolumbre tem tudo para atrapalhar o governo. Afinal, 47 votos é um placar que não dá a Bolsonaro a tranquilidade para aprovar emendas constitucionais no Senado. As PECs precisam, no mínimo, de 49 votos.

PSB discute federação…

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, reuniu a bancada para discutir 2022 e saiu dali a ideia de discutir uma federação com partidos de esquerda, inclusive o PT. “Há uma predominância em favor da federação dentro da bancada, porém a decisão cabe ao diretório nacional”, disse o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE).

... no campo da esquerda

A avaliação é a de que se for para fazer uma federação, a fim de garantir a eleição de seus deputados, não se pode descartar o PT, que hoje é o maior partido desse campo. Só tem um problemão no meio desse caminho: a federação com os petistas exigirá uma aliança de Norte a Sul do Brasil. E, nesse momento, na maioria dos estados ninguém quer ceder a cabeça de chapa.

Onde moram os problemas

Em São Paulo, berço do PT, o partido de Lula considera que não dá para deixar de ter candidato. E o PSB joga todas as fichas numa candidatura do ex-governador Márcio França. Em Pernambuco, os socialistas também terão candidato a governador e não cogitam apoiar um nome do PT.

Polêmica amortecida

A aprovação de André Mendonça para o STF vem num momento em que o mundo jurídico se debruçava sobre os empates em julgamentos de ações penais. A posição de Luiz Fux sobre os empates não beneficiarem os réus, foi rebatida por muitos advogados. “Fux está equivocado. A presunção de inocência tem garantia constitucional e, havendo empate, prevalece o favorável ao réu”, diz o advogado Renato Stanziola Vieira, mestre em Direito Constitucional pela PUC de São Paulo.

Alckmin e Lula no Prerrô/ O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin já confirmou presença na festa de fim de ano do grupo Prerrogativas, que reúne advogados progressistas ligados a partidos de esquerda. Será mais um encontro dele com Lula, que deve ir.

E o Joaquim, hein?/ Sergio Moro telefonou para Joaquim Barbosa. Quer ouvir as avaliações do relator do mensalão no STF sobre 2022 e a respeito dos projetos necessários para ampliar as medidas de combate à corrução no Brasil.

Por falar em Moro…/ Um dia depois de o livro do ex-ministro chegar às livrarias em defesa da Lava-Jato, o ministro Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entrou em cena para anular as condenações do ex-ministro Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Pelo andar da carruagem…/ Daqui a pouco, será como se nunca tivesse ocorrido qualquer malfeito na Petrobras, apesar de apenas um diretor, Pedro Barusco, ter devolvido US$ 97 milhões.

Flávio Bolsonaro anuncia o tom da campanha

Publicado em coluna Brasília-DF

A fala do senador Flávio Bolsonaro no ato de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL foi propositalmente colocada depois do discurso presidencial com o objetivo de apresentar a linha que seguirá a campanha reeleitoral do ano que vem. O tratamento que será dado aos dois adversários que os bolsonaristas consideram perigosos está definido: o ex-juiz Sergio Moro é apresentado como o traidor, que, na visão de Flávio, humilhou Carla Zambelli, de quem foi padrinho de casamento, e não descobriu quem mandou matar o presidente Jair Bolsonaro; e Lula, “um ex-presidiário, preso por roubar o povo brasileiro”.

O contraponto ao discurso de que o presidente não se preocupou com a saúde dos brasileiros na pandemia também está posto: o governo Bolsonaro, conforme anunciou Flávio, forneceu todas as vacinas que protegeram os brasileiros contra a covid-19. Para completar, em plena pandemia, o país conseguiu gerar empregos, quando, no governo Dilma, houve demissões. Agora, com o alívio que recebeu, ontem, do Supremo Tribunal Federal, Flávio estará cada vez mais solto na pré-campanha do pai.

Os incomodados que se retirem

Ex-presidente do partido e ex-ministro dos governos Dilma e Lula, o ex-senador Alfredo Nascimento foi direto quando a coluna quis saber se ele apoiará o PT de seus antigos chefes: “Eu estou com Bolsonaro. No PL, quem não apoiar o presidente está fora”.

Os 12 do Senado
Com Flávio Bolsonaro, eram 12 os senadores presentes à filiação de Bolsonaro. O PL, porém, tem apenas cinco. Os planos, agora, incluem levar os demais para o partido, por exemplo, o líder do governo, Eduardo Gomes (MDB-TO), e Fernando Collor (PTB-AL). Se vingar, ficará do tamanho do PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), outro pré-candidato a presidente da República.

Moro escreve I
Chega às livrarias o livro de memórias de Sergio Moro, Contra o sistema da corrupção, da editora Sextante. Ali, ele tenta resgatar o serviço que a Lava-Jato prestou ao país, lembra que o Supremo Tribunal Federal autorizou a prisão de Lula e aborda, de forma crítica, a decisão da Corte de soltar o petista: “É difícil entender que o STF venha, posteriormente, dizer que a execução (da sentença) não deveria ter ocorrido e que o ex-presidente não teve direito a um julgamento justo”, escreveu.

Moro escreve II
O ex-ministro conta o episódio do Coaf, que, retirado do Ministério da Justiça, terminou no Banco Central. Moro lembra que jamais tratou do mérito das investigações contra o senador Flávio Bolsonaro e relata conversas com Paulo Guedes, ministro da Economia; e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, para salvar o Coaf: “O que não se poderia admitir era a destruição do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro com o propósito de salvar o filho de alguém, mesmo sendo ele o filho do presidente da República”.

E o Lula, hein?/ A proximidade que ele busca com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é para entrar na seara de votos da terceira via, fundamental para derrotar Bolsonaro, se a polarização for mantida. Lula tem sido muito direto nas conversas com antigos adversários: “Os meus (aliados e votos), eu já tenho. Quero que você traga os seus”.

Só em março/ O deputado Eduardo Bolsonaro disse à coluna que se filiará ao PL quando houver a janela para troca de partido. “Se eu sair agora, eles podem pedir o meu mandato”, disse ele, que continua no PSL.

Ele não vai/ Muito assediado por apoiadores de Bolsonaro no auditório do ato de filiação ao PL, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou à coluna que não vai se filiar a partido político. “Minha área é técnica”, avisou.

Ômicron e recursos/ Quinze capitais já cancelaram suas festas de réveillon por causa do risco da nova cepa da covid-19. Obviamente, os prefeitos não querem ser acusados de promover aglomerações e, mais à frente, ver o aumento do número de mortes, mas o fator econômico também contou. À exceção de Brasília, que não teve eleição no ano passado, muitas cidades enfrentam problemas de caixa.

Sérgio Moro encontrará Eduardo Leite e João Dória

Publicado em ELEIÇÕES 2022
Ed Alves/CB/D.A. Press

 

Pré-candidato a presidente da República pelo Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro marcou um encontro como governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para o próximo Sábado, na capital gaúcha. Na semana que vem, em São Paulo, deve conversar com João Dória. Moro telefonou para os dois quando o PSDB concluiu a prévia que escolheu Dória candidato ao governo. Parabenizou a ambos, Dória pelo resultado e Leite pelo desempenho. O pessoal do Podemos não descarta uma composição com o PSDB, obviamente, sendo o ex-magistrado como cabeça de chapa. O PSDB planeja o inverso. O tempo dirá quem tem mais chances de chegar lá. Até aqui, a bolsa de apostas da política têm mais fichas na performance do ex-juiz.

Bolsonaro no PL dá musculatura a indicações do partido

Publicado em Política

A ida do presidente Jair Bolsonaro para o PL fortalece as indicações do deputado Altineu Côrtes, presidente do partido no Rio de Janeiro, para duas vagas na diretoria na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O deputado fluminense tem duas indicações: Symone Araújo, que já ocupa um cargo na agência, mas pode ter seu mandato renovado, e Patrícia Baran, que atuou como superintendente-adjunta de distribuição e logística da ANP.

Ambas atuaram na ANP em dois temas de interesse de um grande aliado de Côrtes no Rio: Ricardo Magro, dono da GOfit, ligada ao grupo Refit (ex Refinaria Manguinhos). A aprovação dos projetos do fim da tutela regulatória da bandeira, que assegurava ao consumidor a origem do combustível consumido, e o delivery de combustíveis, deu a elas a dianteira na disputa pelas vagas. O partido espera que a decisão saia nas próximas horas.

 

O jogo do União Brasil

Publicado em Política

O jogo do União Brasil

Antes de discutir quem apoiar para a Presidência da República, os comandos estaduais tanto do Democratas quanto do PSL querem definir quem vai mandar no futuro União Brasil em cada unidade da federação e, ainda, ter clareza sobre cenários das eleições nos estados. Sem essas condições, fundamentais para garantir a eleição de uma bancada, a maioria não pretende selar qualquer apoio, seja a Sergio Moro ou outro candidato. Aliás, há quem aposte, inclusive, que a tendência mais à frente será liberar os diretórios para apoiar o presidenciável mais afinado com os planos de eleger uma grande bancada.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o futuro do União Brasil é incerto, uma vez que o PSL e o DEM locais não se entendem. No DF, Luiz Miranda sairá por uma porta, caso o União Brasil não apoie Sergio Moro, e Bia Kicis sairá pela outra, caso o partido mantenha distância de Bolsonaro.
Uma boa notícia para Guedes
Depois de tantos dissabores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá, em breve, uma boa notícia. O diretor da Eurasia Group para as Amércias, Christopher Garman, chega ao Brasil no próximo dia 8 e, no dia seguinte, entregará ao ministro um estudo sobre 50 países com temas como relação dívida/PIB, privatizações e reformas estruturais.
Nem tudo está perdido
Apesar dos problemas que os brasileiros enfrentam, o levantamento de Garman indica que o Brasil foi muito bem em todos os quesitos. João Camargo, comandante do grupo Esfera, que reúne a nata da avenida Faria Lima, fará um jantar para que Garman entregue esse estudo a Guedes na frente dos maiores empresários brasileiros.
O desafio de Simone
Única mulher na palheta de pré-candidatos a presidente da República em 2022, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem uma missão para passar oficialmente à condição de candidata: “Se ela não obtiver dois dígitos de intenção de voto, o partido buscará outro caminho, e ela concorrerá ao Senado”, comenta o vice-líder do MDB na Câmara, deputado Hildo Rocha (MA).
Mais um na roda dos vices
O presidente do DEM, ACM Neto, futuro secretário-geral do União Brasil, vem sendo citado como um possível vice para Sergio Moro. Só tem um probleminha: Neto está dedicado dia e noite ao projeto de governar a Bahia a partir de 2023.
Prioridade é voto/ O senador Reguffe (Podemos-DF) não compareceu ao evento de filiação do general Santos Cruz ao partido, ao lado de Sergio Moro. Reguffe tinha agenda em Ceilândia. Não queria deixar seus potenciais eleitores esperando. Para muitos no partido, foi um sinal de que será candidato a governador.
Já foi/ O deputado Alexis Fonteyne (SP), que está de saída do Novo, já avisou no grupo de WhatsApp do Podemos. Ainda que demore mais alguns dias a carta de liberação do Novo, ele já atuará na nova bancada a partir da semana que vem.
São Paulo é de todos/ O ministro de Infra-estrutura, Tarcísio de Freitas, inaugura, hoje, três obras no Porto de Santos. O ex-juiz Sergio Moro também está por São Paulo. É por lá que estarão em disputa os votos que vão garantir a segunda vaga para a final da eleição de 2022.
Enquanto isso, no PSDB…/ Se o governador de São Paulo, João Doria (foto), vencer a prévia, já começará a abrir escritórios políticos em 20 pontos estratégicos do Brasil. O cálculo é que, se empatar com Sergio Moro, eles terão que buscar uma composição.

Ao levar Santos Cruz para o Podemos, Moro deflagra “arrastão” no antigo bolsonarismo

Publicado em ELEIÇÕES 2022

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro chegou com método ao cenário de 2022. Depois da filiação ao Podemos com um discurso marcado por frases de efeito especialmente na área do combate à corrução, com o “chega de mensalão, petrolão e rachadinhas”, ele já desfilou pela seara econômica esta semana no Congresso com críticas contundentes ao governo Bolsonaro. E nesta manhã, com a filiação do general Santos Cruz ao Podemos há pouco, o candidato Sérgio Moro desembarca com força no meio militar, onde Bolsonaro se fez em 2018, e estende o tapete vermelho a todos os militares que, assim como Santos Luz, ex-ministro da Secretaria de Governo da gestão Bolsonaro, se mostram decepcionados com o atual governo. Moro aliás, aproveitou a filiação para falar da coragem do general de deixar o governo.

Santos Cruz é respeitado pelos seus pares na caserna e, em 2018, ajudou a levar uma ala a apoiar Bolsonaro. agora, essa mesma turma dará um reforço a Sérgio Moro. “O Brasil nã precisa de salvadores da pátria. Precisa de alguém preparado, com método de trabalho, que governe para todos os brasileiros, que seja presidente de todos os brasileiros, inclusive daqueles que não votaram nele e de seus opositores diretos nas urnas”, disse o general, que, quando estava no governo, passou a criticar o fato de Bolsonaro afastar aliados. Agora, Santos Cruz vai ajudar Moro a juntar essa turma.