Trio forte deixa Paulo Guedes sob pressão

Publicado em Paulo Guedes

Quando a Presidência da República, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados se unem em torno de uma causa, é difícil perder a briga. A máxima, sempre dita em conversas políticas, vale, agora, para a crise do preço dos combustíveis e deixa claro, na avaliação de muitos, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não terá grande poder de manobra para evitar o subsídio governamental voltado a segurar os preços dos combustíveis.

A análise dos políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro é de que, se a guerra perdurar, terá de haver o subsídio para que os preços não subam ainda mais, comprometendo de vez o controle da inflação, o que atinge todos os brasileiros. E quanto mais próximo da eleição, mais a área econômica será pressionada nesse sentido e terá de arrumar dinheiro para atender a essa demanda. O preço dos combustíveis é, hoje, a maior preocupação do Planalto.

Está esperando o quê?

O governo federal já fez as contas e aguarda a redução do preço dos combustíveis na bomba em, pelo menos, R$ 0,60, por causa da nova lei do ICMS aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República. Esse era o efeito a curto prazo esperado pela área política do governo.

Não adianta tirar o general

Mesmo com toda a confusão e reclamações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do preço dos combustíveis, os mais próximos do chefe do Executivo consideram que trocar o presidente da Petrobras, o general Silva e Luna, não resolverá o problema. A alta do dólar que, certamente, viria nesse momento, por causa da troca na empresa, seria mais um fator para elevar o valor dos combustíveis na bomba.

Chave de ouro

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chega hoje ao Brasil com mais uma boa notícia para o setor: a abertura do mercado canadense para a carne brasileira, bovina e suína. Ela deixa o cargo no final deste mês com um rol de novos mercados para os produtores brasileiros.

Olhar de especialista
O governo federal abriu audiência pública, no mês passado, para a aquisição de insulina humana. O plano é comprar 66,2 milhões de canetas descartáveis ou refis (tubetes). Beleza. Só tem um probleminha: o custo é três vezes maior do que o dos tradicionais frascos do medicamento: R$ 3,39 contra R$ 1,14, segundo dados do portal de licitações governamentais o compras.net e da consultoria do setor farmacêutico. “Por que a insistência em comprar este ano, na forma de canetas e refis? É praticamente todo o volume adquirido em 2021. Por que não adquirir na forma de frascos, que são mais baratos? Quantos fornecedores são capazes de atender a essa demanda?”, pergunta o médico sanitarista Gonzalo Vecina, um dos fundadores do SUS.

CURTIDAS

 

Leão no ataque/ Ao anunciar o rompimento da aliança de 14 anos com o PT, o vice-governador João Leão avisa que não brigou com ninguém e que seu futuro político está em aberto. “Como vice-governador, posso ser candidato ao governo ou a senador. As conversas dos próximos dias dirão”, afirmou à coluna. O prazo do vice-governador é esta quinta-feira.
Hora da acomodação/ Os parlamentares Carla Zambelli (SP) e Eros Birondini (MG) se filiam, hoje, ao PL de Jair Bolsonaro. No DF, a secretária de Justiça, Marcela Passamani, também segue para a legenda. Bia Kicis marcou seu ingresso no partido para sábado, com uma nova onda de filiados.
De grão em grão…/ O poder de atração do PL, partido de Jair Bolsonaro e de Valdemar da Costa Neto (foto), nunca foi tão grande. Começou o governo com quatro senadores. Agora, já tem 10.
Grupo de notáveis/ O advogado Kiko Caputo, conselheiro federal da OAB pelo DF, assumiu, ontem, um assento na Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da Ordem, grupo que reúne alguns dos principais nomes do direito no país, como o jurista e ex-presidente da OAB Marcus Vinicius Furtado Coêlho. A posse foi prestigiada por três ministros do STF: Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques.

Renan de volta ao jogo em jantar que selou a paz entre Maia e Guedes

Publicado em Paulo Guedes, Política

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi o primeiro orador do jantar que reuniu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no apartamento do ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas. Ele abriu e o senador Davi Alcolumbre, aquele que concorrer contra Renan em fevereiro de 2019 e venceu, encerrou a parte dos discursos. O cachimbo da paz entre Rodrigo Maia e Paulo Guedes já era esperado. A volta de Renan à ribalta das decisões nem tanto. Porém, para o governo é uma notícia, diante dos desafios que vêm pelo caminho, uma vez que Maia, ao discursar, foi claro ao dizer que o governo não terá cortar apenas “gordura”, mas também “músculo”. Foi aplaudido ao pedir desculpas a Guedes.

O ministro, por sua vez, sem sentiu prestigiado. E, depois de ouvir o que converge seu pensamento com o do presidente da Câmara, elogiou Maia e disse com todas as letras que “não há caminho fora do teto” e selou o compromisso de fechar uma agenda de curto prazo com o Parlamento.

Se tem algo que todos têm consciência é de a situação econômica não é tranquila, nem tampouco os desafios sobre como atender as pessoas a partir de dezembro quando vence o prazo do auxílio emergencial. Vence também o período de calamidade pública, que permite gastos exorbitantes para tentar conter os problemas nas mais diversas áreas provocados pela pandemia. Quando a economia apresenta sinais preocupantes, reza a lenda, a politica costume ter juízo. Nesse sentido, é o que a classe politica está tentando fazer agora, colocando os profissionais em campo para negociar as propostas. Mais do que nunca, dizem alguns, é hora de apostar naqueles que conhecem os meandros do Legislativo e sabem conduzir negociações difíceis. No governo, a certeza de que quanto mais diálogo melhor. Resta saber quanto tempo vai perdurar a capacidade de diálogo. A noite de hoje, avisam os experientes, foi apenas um bom começo.

Nem meia, nem tênis. Guedes usava sapatilha criada no Brasil

sapatilha
Publicado em Paulo Guedes

Muito se especulou sobre o calçado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, usava ao participar do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira passada. Primeiro, disseram que eram meias. Depois, um “tênis estiloso”. Nem uma coisa, nem outra. O blog descobriu que se trata de uma sapatilha desenvolvida no Brasil por Meg Gonzaga, em Florianópolis, há dez anos. Ela inclusive registrou e patenteou a marca uFrog, que hoje tem o slogan “Você descalço”. Guedes usava um dos modelos da sapatilha de neoprene, com solado antiderrapante.

“Eu velejava, era proeira do meu pai, sentia muito frio nos pés. A vida inteira procurei um calçado que me permitisse manter os pés aquecidos quando velejava. Os tênis molhavam e não havia essa quantidade que tem hoje. Nos anos 80, quando morei nos Estados Unidos, tinha uns sapatinhos chineses mas eram pesados. Tentei os Crocs, mas escorregavam no barco. Até que, um dia, cansei de procurar e resolvi criar um sapato. Sabia que queria a parte de cima de neoprene e um amigo me ajudou com o solado”, conta a empresária, irmã do ex-ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bastou usar para que a família e os amigos notassem a novidade e começassem a fazer encomendas. O sobrinho ator, Henry Zaga (foto) , usa para a prática de Yoga.

A criação de Meg fez tanto sucesso entre os velejadores, que ela começou a vender para a turma da vela por e-mail. Depois, passou a usar nas aulas de pilates e as amigas logo encomendaram. Ela, então, criou vários modelos, uns mais femininos, outros infantis com desenhos de bichos. A ideia do nome (Frog, sapo em inglês) veio quando ela cuidava de crianças e uma delas brincava com um sapinho. “Daí, o ‘u’ antes do nome veio porque eu queria primeiro usar o IFrog, mas a Apple tem o registro do I para os seus produtos, então acabei usando o “u” antes do nome, e virou uFrog”, afirma.

Foi quase um ano desenhando e quebrando a cabeça para que o sapato saísse do jeito que Meg queria. Hoje a fábrica fornece para várias lojas, vende pela internet e tem ainda quiosques de Ufrog espalhados pelos shoppings Brasil afora. Os preços variam, segundo o blog viu na internet, de R$ 65 a R$ 88. “Realmente, fiquei surpresa ao ver o uFrog nos pés do ministro, no Planalto”, diz Meg. As pessoas geralmente usam como um calçado para andar em casa ou práticas esportivas, como as relatadas por Meg. No Palácio do Planalto, em plena coletiva presidencial, num momento tenso como aquele, foi a primeira vez. O governo pode até estar mal das pernas. Mas, pelo menos, nos pés, Guedes tem conforto e estilo. De quebra, ainda fez propaganda de um produto que, apesar do nome em inglês, é bem brasileiro.