O toma-lá-dá cá indecente

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Com a sessão do Congresso marcada para ao meio-dia,a votação da revisão da meta fiscal corre o risco de ocorrer quase que simultaneamente com o início da sessão do Conselho de Ética, 14h. Diante dessa “coincidência”(se é que existe isso em política) tem aliado de Eduardo Cunha tentando trocar a salvação dele pela aprovação do PLN 05, que reduz a meta fiscal do governo. Foi em parte por causa dessa manobra que a proposta de redução da meta não foi votada na madrugada de hoje. Veremos como termina essa queda de braço e o que fará o PT. A maioria da bancada quer ver seus três representantes no Conselho de Ética votando a favor do parecer de Fausto Pinato. O governo deseja salvar Cunha para preservar a própria pele de um processo de impeachment. Defende assim o voto em separado do deputado Wellington Roberto, que atenta não ter havido crime por parte do presiente da Câmara, mas propõe uma censura a Cunha. A censura é algo do tipo “não repita isso. Se repetir, vai ficar de castigo”. Cunha vai dizer, “então tá” e a vida segue como se nada tivesse acontecido.

Cunha e Dilma viraram siameses. Se um morrer, a sensação e a de que o outro não escapa. Enquanto eles tentam se salvar, o país só se afunda na crise econômica a população junto. Vejamos as próximas horas

3 por 300

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Denise Riothenburg

3 POR 300
Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comentavam ontem à boca pequena que o governo Dilma Rousseff terá que escolher: Ou controla os três deputados do Conselho de Ética, fazendo com que eles votem em favor de uma simples censura pública ao presidente da Câmara sugerida pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), ou terá que controlar 300 contra o impeachment da presidente da República no futuro próximo. Os petistas, que ao longo do dia pendiam entre um voto e outro, temem ser o salvo=-conduto de Cunha e, depois, ele não cumprir a parte dele no acordo.

O jogo…
A ideia de Eduardo Cunha com o voto em separado por Wellington Roberto é evitar que o parecer de Fausto Pinato (PRB-SP) seja objeto de recurso ao plenário. É que, se o parecer do relator for derrotado, não cabe recurso ao colegiado maior.

…Vai parar na Justiça
O voto em separado de Wellington Roberto corre o risco de não prosperar e parar na Justiça. É que , nessa fase do processo, não cabe escolher a penalidade e sim definir apenas se admite ou não avaliar investigar o deputado envolvido.

O que interessa
Ao se reunir ontem com seus ministros pela manhã, antes do encontro com os líderes, a presidente Dilma foi direta: “Quero saber é como estão as ações para acabar com o mosquito, os casos de microcefalia e o PLN 05”. Assim, tirou logo cedo da pauta temas como Eduardo Cunha, Delcídio do Amaral e impeachment.

“O fato de Eduardo Cunha se dizer portador da decisão sobre o impeachment da presidenta não pode fazer dele um homem-bomba, que assuste o país e o PT. Contra ele, há provas e indícios contundentes. Contra Dilma, não”
Do ex-líder do governo deputado Henrique Fontana (PT-RS).

Razões
PSDB e DEM decidiram não assinar a representação contra Delcídio do Amaral no Conselho de Ética por um motivo muito simples: quem assina não pode relatar o processo. E ali tem muita gente interessada em ser o algoz do senador petista.

CURTIDAS

Silvio Costa faz barulho…/ O deputado Silvio Costa saiu furioso do Conselho de Ética e, ao chegar no café, encontrou logo o deputado Luís Carlos Hauly (PSDB-PR), sentado à mesa com Heráclito Fortes (PSB-PI), Marco Maia (PT-RS) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Foi logo dizendo: “Vão salvar o Eduardo Cunha. Esse voto em separado é a maior indignidade que já vi na vida”.

… e ganha apoio dos tucanos/ Hauly, então, comentou: ´É um caso raro em que eu concordo com o Sílvio”. Sílvio, que perde o amigo, mas não a piada, brincou: ”É que eu estou sempre certo e você, raramente acerta!” Foi uma risada geral.

Tendência/ Deputados comentavam á boca pequena que o Congresso não deixaria de aprovar a mudança da meta fiscal por um simples motivo: Dilma disse na reunião “ter dinheiro, mas não poder usar por causa da meta”. “Então,vamos dar a meta para liberar as emendas”, resumiu um lider aliado ao governo.

“Jader e ACM”/ Um senador comparava ontem a situação da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao duelo entre Jader Barbalho(PMDB-PA) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), no ano 2000. No confronto direto, o que chegou primeiro ao cadafalso puxou o outro. Caíram os dois.

Entre o Planalto e o Partido

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Os integrantes do PT no Conselho de Ética da Câmara receberam a seguinte informação do governo: Votar contra Eduardo Cunha é o mesmo que votar em favor do andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, algo que o PT não terá meios de barrar. Quanto ao PT, a ordem é admitir o processo, conforme escreveu o presidente do partido em seu Twitter. Os petistas ficarão com o partido, uma vez que o Planalto não exigiu o voto, apenas fez esse alerta. Entre os ministros palacianos, há a clara sensação de que uma interferência direta seria pior e desgastaria ainda mais a presidente Dilma.

Essa novela, entretanto, não vai terminar logo. Deputados de outros partidos já calculam que, pelo adiantado da hora, está difícil conseguir votar hoje o parecer do relator Fausto Pinato, que pede a continuidade do processo contra Eduardo Cunha. Vamos em frente nesse dia considerado decisivo em várias frentes. Daqui a pouco começa a sessão do Congresso onde estará em pauta a revisão da meta fiscal.

Petistas sob pressão

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Enquanto Eduardo Cunha tenta jogar para obter os votos do PT hoje no Conselho de Ética, a bancada caminha em sentido contrário. Se os três petistas que integram o Conselho votarem a favor de Eduardo Cunha, ou seja, contra o parecer de Fausto Pinato pela continuidade do processo, o PT da Câmara viverá um racha público. Tem um grupo disposto a ir à tribuna contra os colegas de partido. A maioria da bancada não aceita a hipótese do voto com Cunha.

Atirou no que viu…
Quem estava no plenário, não se esquece: na campanha para presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cansado do que considerava à época provocações de Eduardo Cunha sempre atacando o Partido dos Trabalhadores de maneira generalizada, defendeu-se com esta: “Nós aqui somos julgados pelo que falamos pelo que propomos e pelas emendas e medidas provisórias que fazemos ou deixamos de fazer”.

… e acertou no que não viu?
Muitos peemedebistas consideram a frase um ataque direto ao então candidato Eduardo Cunha. Depois disso, em 30 de janeiro, durante uma entrevista, Chinaglia foi ainda mais incisivo. A propósito de um mandato de “altivez” e “independência” prometido por Cunha, Chinaglia comentou: “É só pesquisar as Medidas Provisórias para ver onde é que essa altivez acaba. Queremos um Parlamento que tenha de fato a independência para atender ao povo brasileiro. Não apenas para fazer um discurso que acaba no dia seguinte da eleição, basta chegar em algum tipo de acordo”.

Enquanto isso, no Senado…
Os senadores do PT sentiram o baque de ter votado pelo relaxamento da prisão de Delcídio do Amaral (PT-MS). Choveram e-mails reclamando e os petistas decidiram que, daqui para frente, tudo vai ser diferente.

Desastre natural é a…
O decreto presidencial que considerou o rompimento de barragens como desastre natural começa a ser objeto de uma queda de braço na Câmara. Um grupo capitaneado pelo deputado Evair de Melo (PV-ES) tenta suspender seus efeitos. Num momento em que as vítimas buscam punição dos responsáveis pela tragédia, não dá para colocar a culpa em São Pedro.

Atenção ambientalistas!
O fato de a União e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo cobrarem R$ 20 bilhões das mineradoras levou muitos parlamentares a pensar na derrubada daquele veto, que permitirá a todos esses entes federativos usar os recursos depositados judicialmente. Do jeito que os governos estão ávidos por recursos para fechar as contas, esses R$ 20 bilhões pedidos por eles podem ter outras finalidades que não a recuperação das áreas afetadas. Vale (do verbo valer) ficar de olho.

Outras guerras/ O deputado Júlio Delgado (foto) não comparecerá hoje à sessão do Conselho de Ética destinada a votar o parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) contra Eduardo Cunha. Delgado integra a comitiva do Parlamento brasileiro a Israel e ontem estava na Faixa de Gaza. Há quem diga que esteja se preparando para o que vem por aí.

Velhas batalhas/ Aliados de Eduardo Cunha pensavam em pedir a suspeição de Delgado caso ele votasse hoje no parecer de Pinato. Delgado não vota, mas, quando voltar de Israel, espera participar de toda a instrução do processo.

Jabuti platinado/ Com a emenda supressiva que Eduardo Cunha apresentou para a MP 608, alguns deputados ironizavam ontem a necessidade de definir as variações dos jabutis: há os que tentam retirar benefícios já inclusos nas MPs que depois serão degolados. Esses são os jabutis platinados, que não geram luz própria. Os que tentam colocar benefícios em favor de algum setor são os jabutis dourados, defendidos até o fim por seus autores. A que ponto chegamos, leitor…

Te cuida, Alexandre Nero!/ Os senadores voltaram para Brasília essa semana impressionados com o número de eleitores que lhes disseram ter visto pela TV Senado a sessão da Casa que decidiu pela manutenção da prisão de Delcídio Amaral, na semana passada. A novela da vida está muito mais atraente do que a da ficção.

A dieta detox da corrupção

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ANÁLISE DA SEMANA

Dilma na Cop 21 e o Brasil na sua dieta “detox”

O Brasil está como aquele cidadão que comeu de tudo e bebeu todas por muitos anos. Agora, vem a fase “detox”. Estamos no detox da corrução há mais de um ano e tudo indica que ficaremos assim por um bom tempo, com os enroscados na Lava Jato tentanto burlar a dieta, ou seja, as investigações e a s punições. Essa semana, tem conselho de Ética da Câmara, dedicado ao caso Eduardo Cunha. No Conselho de Ética do Senado, representação contra Delcídio do Amaral. Teremos ainda desdobramentos da delação premiada de Nestor Cerveró e de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, essa, aliás, está tirando o sono de muitos politicos em Brasília. Em meio a tudo isso, governo tentará votar a reduçãod a meta fiscal, o PLN 05, para tentar aliviar um pouco a vida de Dilma Rousseff, até aqui “calada, caladinha”, sobre a prisão de Delcídio. Diante disso, ela só terá um alívio se Eduardo Cunha não colocar o pedido de impeachmet em tramitação esta semana. E, pelo que tem informado a seus aliados, ele vai colocar, ainda que esteja sob o foco do desgaste e das denúncias e cada vez mais enroscado.

Cunha, o foco desse início de semana
O país amanheceu nesta segunda-feira sob o impacto do papel encontrado na casa do assessor de Delcídio, onde está dito que Eduardo Cunha recebera R$ 45 mihões por ajudar o BTG Pactual numa Medida Provisória. Cunha considerou isso “um absurdo”. No twitter disse parecer “armação”, mas enquanto as investigações prosseguem, ele se afunda mais um pouco, uma vez que o conjunto da obra pode impedir que as manobras em curso pelos aliados dele tenham sucesso no Conselho de Ética.

Para completar, ainda teve a pesquisa Datafolha que mediu o humor do brasileiro. A pesquisa mostra que oito em cada dez eleitores querem a cassação do mandato do presidente da Câmara por quebra de decoro. Quem decide, entretanto, são as nobres excelências que, ontem tentavam buscar uma saída alternativa à cassação, como, por exemplo, a suspensão do mandato.
Cunha, por sua vez, tem forçado seus aliados a derrotar o processo no nascedouro, ou seja, não permitam a aprovação do parecer de Fausto Pinato que se ateve apenas aos indícios de quebra de decoro. Ou seja, se aprovado esse parecer, a investigação começa. Eduardo, entretanto, prefere que a investigacão termine aí. Até os aliados consideram difícil não prosseguir com as investigações. Portanto, a tendência é o Conselho apreciar o mérito da denúncia e não matar o caso na admissibilidade, como deseja Eduardo Cunha.

Acuado, o presidente da Câmara ameaça colocar a prsidente Dilma na berlinda, fazendo tramitar o processo de impeachment. Esse tema vai e vem, de acordo com o balançar do bote de Cunha, mas agora, que o mar agitou de vez com a prisão de Delcidio do Amaral, o impeachment voltou à pauta. E desta vez com um alento para o governo: a OAB considerou que as pedaladas de 2014 não são motivo para tirar o mandato de Dilma. Restam as de 2015,que o governo tenta contornar revendo metas e ajeitando as contas.

Enquanto isso, no Senado…
Amanhã, a Rede entra com uma representação contra Delcídio do Amaral. Diante da gravidade do caso, os senadores não têm como segurar o processo. Delcídio, abandonado, deve entregar os demais.

…e no Congresso, de maneira geral

É tanta tensão com os desdobramentos da Lava Jato chegando aos parlamentares, que eles dificilmente terão clima para votar os projetos que o governo precisa, especialmente, o PLN 05, com a revisão da meta fiscal. Hoje vence o prazo para editar o decreto de programação financeira de 2015 e, sem a revisão da meta, restam os cortes, já anunciados na sexta-feira, da ordem de R$ 10 bilhões.

E na vida do cidadão comum…
… Prosseguem as agonias. No rastro do rompimento das barragens da mineradora Samarco vêm toda uma falta de planejamento e prevenção. Vamos ver a agilidade da empresa agora em esvaziar o reservatório da barragem que apresenta risco de vazamento.

Enquanto Minas e o Espírito Santo tentam limpar a lama, as autoridades sanitárias montam uma caçada aos mosquitos, apresentados como os vetores da onda de microcefalia que ameaça o futuro de milhares de crianças. A proliferação dos insetos e das doenças, aliás, é mais um reflexo da falta de ações públicas e recursos para atendimento à população.

Dilma em Paris
A presidente permanece em Paris, onde chegou no último sábado, pra a conferência de cúpula do clima, a COP 21. Só deve retornar ao Planalto na quarta-feira. Por aqui, os líderes do governo que restam tentam colocar em pauta a mudança da meta fiscal, já mencionada acima, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A oposição tenta evitar o recesso, mas o governo o deseja, assim como todos os políticos enroscado na Lava Jato. Veremos quem vai ganhar essa queda de braço.

Um governo intranquilo

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O cancelamento da viagem da presidente Dilma ao Japão, anunciado há pouco pelo governo, indica que o Planalto está mesmo com insônia, de olho nos desdobramentos da prisão do senador Delcídio do Amaral e nas perspectivas de não conseguir votar o PLN05 (revisão da meta fiscal) na semana que vem. Afinal, se tem algo que sempre prevaleceu no Palácio do Planalto foi a máxima “jamais perder a pose”, ou seja, o mundo pode cair, mas a presidente mantém sua agenda como se tudo não passasse de intriga da oposição. Agora, entretanto, chegou num ponto que não dá mais para disfarçar. O clima de incertezas voltou com força antes da chegada de 2016 e não vai se resolver quando 2015 for embora.

Cunha vai “embolar” tudo

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Aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foram informados de que ele aproveitará a prisão do líder do governo, Delcidio Amaral (PT-MS), para fazer caminhar já na próxima semana o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, Cunha, que também está enroscado na Lava Jato e no Conselho de Ética da Câmara, espera obter algum alento junto aos oposicionistas e, ao mesmo tempo, tirar do governo o discurso de que o pedido de impeachment não passa de vingança por não ter todos os votos do PT no Conselho.

E tem mais: Embora Cunha saiba que o envolvimento de Delcídio no episódio nada tem a ver com os pedidos de impeachment presidente Dilma, o cidadão comum pode achar que os dois casos estão ligados. Assim, enquanto o governo e a imprensa se distraem com o pedido de impeachment em curso, Cunha acredita que terá mais espaço para tentar salvar a própria pele no Parlamento.

Apartados
O fato de a maioria dos senadores do PT e do PMDB seguirem caminhos opostos na votação que referendou a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi visto como um prenúncio do que vem por aí no futuro: as duas legendas cada vez mais distantes. Além da vontade de tirar o assunto do colo do Senado, houve a clara sensação entre alguns petistas de que o PMDB aproveitou o episódio para ensaiar a sua carreira solo. Vale conferir ao longo dos próximos meses.

Diferenças I
Senadores do Democratas se preparam para tripudiar em cima do PT, caso alguém faça alguma cobrança em plenário. Vão dizer que, no caso do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, flagrado num vídeo recebendo dinheiro, o DEM logo o expulsou do partido. Delcídio, preso, obteve a solidariedade de seus colegas de bancada numa votação em plenário.

Diferenças II
Senadores e deputados lembravam ontem que o presidente do Senado, Renan Calheiros, soube ganhar pontos ao acolher o recurso da oposição e submeter ao plenário a decisâo final sobre o voto aberto ou fechado sobre o caso Delcídio. Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem perdido terreno justamente por tentar a todo custo fazer prevalecer a sua vontade.

Missão espinhosa I
O governo terá dificuldades em escolher um novo líder na bancada petista. A maioria teme ficar sob holofotes e virar alvo de desgaste. Os ministros palacianos já foram informados que a melhor saída é buscar um comandante para o governo em outro partido governista.

Missão espinhosa II
Outro fator que desanima os petistas é o tempo fechado previsto para 2016. Ninguém quer ser líder de um governo enfraquecido e se ver obrigado a defender aumento de impostos, como a CPMF, e medidas impopulares, que certamente virão. Com Joaquim Levy ou sem ele.

CURTIDAS

Mui amigo…/ Assim os senadores petistas têm se referido ao presidente do PT, Rui Falcão. Ele em nenhum momento consultou a bancada antes dispensar qualquer solidariedade ao senador Delcídio Amaral. Muitos só souberam quando o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) leu a nota do Partido dos Trabalhadores em plenário.

Pensando bem…/ O PT está virando uma casa onde falta pão: Aquela em que todo mundo briga e ninguém tem razão.

Quanto mais passa, pior fica/ Quanto mais tempo a presidente Dilma Rousseff leva para se pronunciar sobre a prisão do seu governo, mais a oposição cobra a impressão de que quem cala consente.

O verdadeiro front/ O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) sai temporariamente de cena da Frente Parlamentar pelo Controle de Armas e da PEC das reformas das polícias para conhecer de perto outras batalhas. Ele desembarca hoje em Tel-Aviv, para participar de um seminário para líderes políticos brasileiros, a convite do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A agenda inclui visita ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Agrário de Israel e até um corajoso sobrevôo de helicóptero na fronteira com a Síria.

Delcídio muda o futuro de todos

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A Lava Jato, que a cada dia nos traz uma surpresa, agora fez cruzar destinos. Com a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) todos se entrelaçaram. Vejamos Eduardo Cunha. O presidente da Câmara, como você lerá daqui a pouco na coluna Brasília-DF publicada na edição impressa do Correio Braziliense, vai aproveitar a prisão de Delcídio para jogar o impeachment de Dilma na roda e dar ao cidadão comum a impressão de que a prisão do líder do governo tem ligação com o pedido. Não tem. O pedido de impeachment está relacionado a peladadas fiscais, ou seja, uso de recursos de banco público para pagamento das contas do governo. Eduardo Cunha fará isso para ver se, no meio de tanta confusão, consegue sair de fininho.
Para completar, a turma do Planalto anda tensa com o que Delcídio poderá dizer. Se começar a se sentir abandonado, e ele está se sentindo assim, diante do resultado de ontem no plenário, há quem diga que o senador não hesitará em falar sobre outros senadores enroscados e quem mais chegar. E os personagens em questão não se restringem ao PT. Os peemedebistas também estão bastante preocupados. E quem se preocupa sabe os motivos que tem.

Toda essa novela está apenas começando. Da mesma forma que Eduardo Cunha agora responde pelas contasna Suíça perante o Conselho de Ética, Delcídio será levado ao Conselho do Senado a partir da semana que vem para explicar o que disse nas gravações e os crimes que cometeu naqueles diálogos registrados pelo filho de Nestor Cerveró. Não será fácil ver ali seus amigos do passado interessados na rápida condenação do senador para tirar o caso Delcídio da arena política. Há quem aposte que a vingança de Delcídio virá na forma de uma delação premiada, a única forma de conseguir a liberdade. E aí, muitos terão um só destino.
Não é à toa que Dilma Rousseff está numsilêncio ensurdecedor. Ela sabe do efeito Delcídio sobre seu governo e os desdobramentos que isso pode ter. Os fatos criaram perna e agora andam sozinhos, sem controle. Se servr para limpar um pouco a nossa política, leitor, o contribuinte que rala e paga impostos só tem a agradecer.

A onda do STF

Publicado em coluna Brasília-DF

As gravações de conversas de Delcídio do Amaral (PT-MS), incluindo uma menção ao vice-presidente da República, Michel Temer, e trechos como aqueles sobre pressões a ministros do Supremo Tribunal Federal para pedir alguma ação em prol dos enroscados na Lava-Jato vão servir de divisor de águas. Até aqui, ainda havia alguma esperança de alívio, apesar do rigor jurídico do ministro Teori Zavascki. Agora, há uma sensação geral entre senadores e deputados de que acabou qualquer clemência com os envolvidos. Afinal, o STF não quer passar a ideia de que aceita pressão. Fim do recreio e, pelo que se comenta nos bastidores, até das conversas. Aos envolvidos, o rigor da lei e um pouco mais.

A onda do Senado
O discurso de Renan Calheiros antes de abrir o processo de votação, com o alerta para o fato de que os senadores não estavam julgando os diálogos de Delcídio, deu a todos a sensação de que o presidente do Senado torcia para o plenário decretar a liberdade do senador. Afinal, ali tem um grupo com temor de seguir o mesmo destino do petista.

Pais & filhos
Da mesma forma que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa optou pela delação premiada para que não houvesse qualquer ação sobre suas filhas, o empresário José Carlos Bumlai terminará recorrendo a esse recurso para salvar os seus. Há quem diga, por exemplo, que a condução coercitiva dos rebentos na última terça-feira foi um aviso: ou o paizão fala, ou os pimpolhos vão lhe fazer companhia em breve.

Sem saída
No meio da tarde, os senadores já haviam decretado o fim político do senador Delcídio do Amaral. Ainda que ele conseguisse escapar da prisão, a aposta era a de que, em breve, Delcídio responderá por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado, que, aliás, sequer foi instalado. Ou renuncia, ou terá um longo calvário. E, se renunciar, estará nas mãos de Sérgio Moro.

Desesperado
Quem acompanhou o dia-a-dia do senador nas últimas semanas percebeu que ele andava à flor da pele. Chegou inclusive a procurar advogados com trânsito no Supremo em busca de ajuda, mas não obteve.

Acordes finais
Enquanto os senadores discutiam o caso Delcídio, o líder do governo na Câmara, José Nobre Guimarães (PT-CE), aproveitava para tentar combinar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e o ajuste da meta fiscal (PLN 05) para a próxima terça-feira. Depois dessa confusão de Delcídio, todos querem sair logo de recesso.

A volta das vuvuzelas/ Um pequeno grupo de manifestantes voltou a fazer barulho no Senado. Desta vez, não era por causa do aumento dos salários do Judiciário, uma vez que o veto presidencial foi mantido. A barulheira era para manter Delcídio na cadeia.

Chocado/ No início da noite, um grupo de deputados foi acompanhar in loco a sessão do Senado que decidia sobre a prisão do senador. Na sala de café dos senadores, com a transcrição dos diálogos de Delcídio em mãos, o deputado petista pelo Rio Grande do Sul Paulo Pimenta (foto) virava as páginas e fazia aquela expressão de tsc-tsc a cada parágrafo.

Ávido por notícias/ De seu gabinete, o ministro dos Portos, Helder Barbalho, telefonou para o pai, senador Jader Barbalho, para saber como estavam as coisas no Senado. Lá pelas tantas, pergunta: “Alguma outra novidade?” Eis que o senador responde: “E você ainda quer mais?!!!”

Para relaxar…/ Em meio à perplexidade com os diálogos do líder do governo, assessores do Planalto não perderam o bom humor, nem o sentimento de disputa com o PSDB: “Finalmente, prenderam um tucano!”, afirmavam. Referiam-se à proximidade do senador com o PSDB, que, aliás, no passado fez vários convites para Delcídio trocar de legenda.

E o Cunha, hein?/ Há alguns meses, Eduardo Cunha reclamava que o Ministério Público era menos rigoroso com o senador Delcídio do Amaral. Ontem, ele certamente mudou de ideia.

Votação aberta igual a “você está preso!”

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A manutenção da prisão agora é mera questão de tempo…
E foi. Os senadores, por 59 votos a 13, decidiram deixar Delcídio do Amaral na cadeia. a cadeia, por enquanto, e uma sala de 9 metros quadrados na sede da Polícia Federal em Brasilia. O resultado nos traz alguns pontos interessantes: São 13 os senadores investigados na Lava Jato, mas não foi deles que Delcídio obteve solidariedade e sim da bancada petista. Parte do PT preferiu preservar o colega porque teme uma delação premiada que termine por afetar o governo. Nos bastidores do governo, há quem tenha medo do que Delcídio possa dizer ou “inventar” para se vingar daqueles que o abandonam.