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Com a crise do coronavírus, o dólar abusa. Bate asas e voa. Ultrapassou R$ 5,40. A imprensa divulga. Traz ao cartaz a palavra recorde. Atenção à pronúncia. Recorde rima com concorde. Paroxítonas, a sílaba tônica de ambas é cor.
As letras têm a própria quaresma. Como os religiosos, submetem-se a sacrifícios. As ortodoxas chegam ao extremo. Emudecem. Escrevem-se, mas não se pronunciam. Chamam-se dígrafos. O nome diz tudo. São duas letras, mas um som. Velha, por exemplo, tem cinco letras. Mas quatro fonemas (sons). O lh tem companheiros: ch (chefe), nh (tamanho), sc (consciente), sç (nasça), xc (exceto), rr (acarretar), ss (processo), qu (fraqueza), […]
“DNA e digitais ligam bandidos envolvidos em megarroubos milionários”, escreveu o site do Estadão. Leitores ficaram com a pulga atrás da orelha. Por que rr? Por questão de pronúncia. Com um r, a pronúncia muda. Compare caro e carro. A dobradinha tem uma única função — respeitar o jeitinho de dizer. A mesma regra vale para o ss: minissaia, multissistema, macrossolução.
Oba! Hoje é dia do megaleilão do pré-sal. Os investidores se assanharam. A bolsa bateu recorde. Para manter a alta, uma condição se impõe — pronunciar a palavra com pompa e circunstância. Recorde rima com concorde. Paroxítona, a sílaba tônica é cor. Por falar em megaleilão… Mega– pede hífen quando seguido de h ou a. No mais, é tudo colado: mega-homenagem, mega-história, mega-aventura, mega-assistência, megaoperação, […]
Bruno Covas foi ao médico tratar um problema de pele. Descobriu que tinha câncer no esôfago com metástase no fígado. “Vamos à luta”, disse ele. E se submeteu à quimioterapia. Correu tudo bem. Mas o cateter pregou uma peça. Formou um coágulo no coração. O jeito é prolongar os dias no hospital. O prefeito de São Paulo encarou o contratempo numa boa. Melhor: pronunciou a […]
Começou a premiação mais aguardada em Europa, França e Bahia. Trata-se do Nobel. Hoje saiu o de Medicina. Dois cientistas americanos e um inglês dividiram o prêmio. Palmas pra eles. Pra nós fica o desafio da pronúncia. Guarde isto: Nobel pronuncia-se como papel e Mabel. A sílaba tônica é a última. Superdica Isolado, Nobel tem plural. Acompanhado de prêmio, mantém-se invariável: Ganhou dois Nobéis. Dedicou […]
Quem nos ouve espera ouvir uma língua correta. Correta não significa rebuscada ou exibida. Significa apenas o elementar respeito a flexões, concordâncias, regências, pronúncias. Deslizes gramaticais não passam despercebidos. Ao contrário. Ecoam. Não use: a nível de – a forma é ao nível de (= à altura de): Recife fica ao nível do mar. adéquo – adequar só se conjuga nas formas em que a […]
Trânsito e transiberiano: por que a pronúncia diferente do s?
O s que aparece na palavra trânsito soa z. O que aparece na palavra transubstanciação soa ss. Por quê? Ambos os vocábulos são formados pelo prefixo trans-. A resposta está no que vem depois. Trânsito, como transigir, transatlântico, transar e transístor, é seguido por letra diferente de s: trâns(ito), trans(igir), trans(atlântico), trans(ar), trans(ístor). Transubstanciação, como transiberiana, transumir e transugar, é seguida de palavra começada por […]
Ops! O sarampo matou uma pessoa em São Paulo. É o primeiro caso em 22 anos. O fato, claro, foi manchete. O jornal Hoje deu a notícia. Chamou a atenção para a importância da vacina. “É gratuíta”, disse a repórter. O acento no i doeu. Gra-tui-ta joga no time de for-tui-ta. O ditongo ui pronuncia-se numa só emissão de voz.
“Além de ir na contramão da transparência de informações exigida pela sociedade, a MP afronta parte da Lei 13.818, recém aprovada pela Câmara e pelo Senado e sancionada pelo próprio presidente da República em abril”, escreveu a Associação Nacional de Jornais (ANJ). Reparou? A ANJ se esqueceu de pormenor importante. Recém sempre se escreve com hífen: recém-casados, recém-nascido, recém-eleito, recém-aprovada. Sem bobeira Recém joga no […]