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Fidel e Raúl mandam em Cuba há mais de meio século. A visita de Obama trouxe-os ao cartaz. Pintou, então velha questão. Eles são os irmãos Castro ou os irmãos Castros? Olho vivo! Nome próprio não goza de privilégios. Tem plural como os substantivos comuns. Eça de Queirós serve de prova. O mestre português escreveu Os Maias. Exceção? Só quando o plural descaracteriza o nome. […]
Nunca sei quando usar espiar e expiar. Pode me dar uma luz? (Jonas Biatles) Guarde isto, Jonas. O garoto curioso espia pela fechadura da porta o banho da irmã. A mãe vê. Contrariada, castiga-o. Recolhe o celular por três dias. “Por quê?”, pergunta ele choroso. “Porque você deve expiar o erro.” É isso. Espiar é observar secretamente. Daí espião, espionar, espionagem. Expiar, pagar erros […]
A ver? Haver? Como não confundir as formas que soam do mesmo jeitinho? Seja esperto. Faça o jogo do troca-troca. Se o a for substituível por que, abra alas para o ver. Caso contrário, o haver pede passagem: Este caso não tem nada a (que) ver com aquele. Minha experiência tem tudo a (que) ver com a de Maria. Vai haver festa por aqui?
Obama em Cuba. A Operação Lava-Jato em Portugal. O que há de comum entre os dois fatos? É o nome dos países. A ilha caribenha e a terra de Camões têm um denominador comum. Ambos rejeitam o artigo. Apesar da intolerância, pintaram manchetes que presentearam as duas nações com baita acento indicador de crase. Nada feito. Xô! Xô! Xô! Dica Como saber se o país, […]
“Chama à atenção a imensa quantidade de publicações”, escrevemos na pág. 12. Viu? Desperdiçamos o acento grave. Chamar é verbo transitivo direto. Sem preposição, a crase não tem vez. Xô! Melhor: Chama a atenção a imensa quantidade de publicações.
Oba! Bem-vindo! Bem-vindo se escreve assim — com hífen: Bem-vindo a Cuba. Bem-vindo a Brasília. Bem-vindo ao Brasil.
“Depois do atentado, a Bélgica mantém o mesmo esquema de segurança”, repetem os repórteres que falam lá de Bruxelas. Ops! Há pleonasmos e pleonasmos. Alguns estão na cara. É o caso de subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora. Outros não parecem, mas são. Um deles: panorama geral. Todo panorama é geral. Basta panorama. Outro: pequeno detalhe. Todo detalhe é […]
“Ele chegou há pouco a Buxelas”, acaba de dizer a apresentadora do Bom dia, Brasil. Pisou a regência. A gente chega a algum lugar: Ele chegou a Buxelas. Nós chegamos a Brasília. Os alunos chegaram à escola com atraso.
“Uma lista nada boa para se estar”, escrevemos na pág. 22. Viu? Estar não é verbo pronominal (aposentar-se, suicidar-se, formar-se). O se sobra. Melhor: Uma lista nada boa para se estar.
Sabia? Há uma gangue especializada em roubar pontos e reputações. São três criaturas com uma característica — escrevem-se com azul. Diante delas, abra os olhos, limpe os ouvidos e vá em frente. Azul-marinho (ou marinho), azul-celeste e azul-ferrete são invariáveis. Não têm singular nem plural. Com eles é tudo igual: blusa azul-celeste, blusas azul-celeste, vestido azul-ferrete, vestidos azul-ferrete; calça azul-marinho, calças azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos […]